Veja, no infográfico abaixo, as diversas contribuições para a UE.
Nota-se também que o nível de confiança - no conjunto da UE - sobre a própria UE, é muito baixo (somente 44% que confiam, para 46% que não confiam).
https://www.zerohedge.com/s3/files/inline-images/eu-budget-chart.png?itok=BnxHlSL7
sexta-feira, 27 de setembro de 2019
quarta-feira, 25 de setembro de 2019
AS PSEUDO-POLÉMICAS SOBRE O SALAZARISMO

[imagem: a «sopa do Sidónio» ou sopa dos pobres, nos anos 40 em Portugal]
A discussão sobre o fascismo (48 anos da nossa história!) não deve cingir-se a como foi mau, cruel, etc... foi! Isso é um facto, mas o problema de se voltar sempre À QUESTÃO DA BRUTALIDADE DO REGIME, é que a discussão mais importante para o presente e para o futuro não é feita. É iludida!
Os que se dizem patriotas ou nacionalistas e têm veneração saudosista pela época salazarista, têm uma enorme desinformação, pelo menos alguns terão.
Por outro lado, as pessoas ditas anti-fascistas, são-no sobretudo com «as tripas». Muito bem, mas não chega, é preciso pensar este regime.
Em primeiro lugar, Salazar não foi nacionalista, em nenhum sentido real do termo. Porque foi nacionalista, só no discurso. Ele queria agradar a um republicanismo de direita, nacionalista, que aceitou o regime, sem no entanto abraçar o seu «corporativismo». O «nacionalismo»
Depois, com a IIª Guerra mundial, inicialmente a sorte das armas parecendo estar do lado das potências do Eixo (Alemanha, Itália, Japão e outros) foi entregar o melhor que tinha aos alemães nazis, mantendo este país numa falsa neutralidade.
Quando os ventos mudaram de novo, foi entregar as bases dos Açores aos ingleses e americanos... Assim, conseguiu que Portugal entrasse na OTAN (NATO) etc, etc...
Reparem: todas estas reviravoltas e importantes concessões, foram de grande significado, na época, para os imperialismos dominantes. Salazar e toda a «elite» fascista, sabiam-no perfeitamente.
Sabiam que estavam a oferecer os melhores «bocados» de Portugal, a troco da sua impunidade pessoal e do regime, que estivera completamente alinhado com o fascismo de Franco e também, desde sua ascensão ao poder, até pouco antes do final da Guerra, com os regimes fascista italiano e nazista alemão.
Tudo isso foi feito em nome duma suposta «luta contra o comunismo», em defesa da democracia (sic!). A fantochada sangrenta continuou até ao 25 de Abril de 74.
Nas colónias, o sangue dos soldados portugueses foi derramado totalmente em vão e foi uma traição directa também a eles, pois os chefes sabiam a impossibilidade de ser ganha uma guerra destas, do lado português.
Os portugueses estiveram em África como lacaios dos anglo-americanos e outros (franceses, belgas, etc) que exploraram o que havia de melhor no império colonial português africano (Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné, São Tomé e Príncipe), sem os custos associados, de seus respectivos países terem de «manter a ordem» e «combater os terroristas»...
Isto são factos, não são opiniões. Isso é que deveria ser realmente debatido, para desfazer o mito do fascismo e salazarismo, como expoentes de «nacionalismo»!
Que pena os anti-fascistas não verem que este ângulo de crítica é aquele que pode ter maior eficácia! É preciso conhecer (e debater) as questões económicas, políticas, geo-estratégicas, etc. subjacentes.
As torturas da PIDE não se tornariam menos monstruosas; nem, tão-pouco, o atraso em que as populações foram mantidas.
Mas, se o discurso polémico fosse centrado no interesse global do país, ao longo destas décadas, compreendia-se que o fascismo foi apenas uma capa para a oligarquia, que nunca houve nesta um autêntico sentido de defesa nacional.
Ao ser confrontado com os dados concretos, desde a história económica à diplomática, passando pela história social... nenhum investigador sério poderá passar ao lado da óbvia questão: será que o regime instaurado por Salazar e seus defensores merece o adjectivo de «nacionalista»?
terça-feira, 24 de setembro de 2019
CHINA - MÚSICA CELESTIAL EXECUTADA NO GUQIN E NO ERHU
Estes instrumentos têm um som maravilhoso, porque são tangidos com imensa técnica e arte pelas executantes.
A sua origem é muito antiga; há quem diga que o Guqin tem cerca de 3.000 anos. Isto permite compreender que estejam optimizados, que sejam perfeitos para a música clássica chinesa.... Soam magníficos na sua expressividade:
O Guqin, porque dispõe de uma ressonância que permite jogar com os harmónicos.
O Erhu porque é o mesmo princípio que o violino, mas tem um potencial expressivo maior!
domingo, 22 de setembro de 2019
LUCRANDO COM OS MASSACRES NAS ESCOLAS AMERICANAS
Uma empresa de confecções para adolescentes utiliza nas roupas inscrições relativas aos locais de crimes/tiroteios de massa, onde dezenas de crianças perderam a vida.
A indignação de alguns, no entanto... parece não afectar demasiado o negócio!
Ao que chegou o absurdo da sociedade capitalista decadente!
Ver notícia detalhada no link abaixo:
sexta-feira, 20 de setembro de 2019
CIENTISTA DESMONTA OS MITOS DA HISTERIA CLIMÁTICA
A FALSA CIÊNCIA DOS «CONSENSOS»
Eu gostava que as pessoas com educação científica, que lêem o meu blog, reconhecessem a importância da palestra do Dr. Soon, na medida em que, com argumentos, destrói a PSEUDO-ciência (ou mitos) e a adesão acrítica ao chorrilho de falsidades, por parte das pessoas. Encheram-lhes os ouvidos e a cabeça com uma suposta unanimidade no mundo científico sobre o assunto... o tal «consenso».
Mas a ciência não é, nem nunca foi, uma questão de consenso.
A decisão política pode sê-lo. Decidir se adoptamos ou não um determinado programa, ou lei, ou medida governamental, será equivalente a procurar o consenso mais alargado possível na cidadania. Simplesmente, aqui trata-se de leis ou medidas feitas e decididas pela sociedade, pelos humanos.
A decisão política pode sê-lo. Decidir se adoptamos ou não um determinado programa, ou lei, ou medida governamental, será equivalente a procurar o consenso mais alargado possível na cidadania. Simplesmente, aqui trata-se de leis ou medidas feitas e decididas pela sociedade, pelos humanos.
Quando lhes quiserem insinuar que a «ciência opera por consensos» ou que «existe um consenso entre os cientistas sobre isto, ou sobre aquilo...» devem duvidar da honestidade da pessoa, sobretudo se ela se intitula cientista.
Nada, no modo de proceder da ciência, tem a ver com consensos, mas sim com a experimentação, que vem validar ou invalidar determinado modelo, hipótese, ou teoria.
Se um único facto (e, mais ainda, um conjunto de factos) vem contradizer uma teoria, então ela fica INVALIDADA.
Não importa que um exército de «cientistas» feitos à pressão, ou de políticos mascarados de cientistas, clame que tal teoria é verdadeira. No caso de haver facto(s) que a contradiz(em), ela será sempre considerada como falsa, ou como não provada, ou não validada pela experiência e pela observação.
Agora, o que se passa [e isto é muito grave], é uma campanha massiva de media, políticos, activistas sociais, etc. que pensam ter razão. Para eles, tudo o que contradiz essa razão (a razão deles) é desonesto, ao serviço de forças obscuras, etc. O Dr. Soon chama a atenção para o significado disto, para além da própria controvérsia em torno das alterações climáticas: é a própria ciência que pode estar a ser descredibilizada, junto do grande público. Com efeito, toda esta montagem, envolvendo prestigiosas instituições e nomes sonantes da ciência, acabará por ser vista como aquilo que é, mais cedo ou mais tarde. Muitas pessoas ficarão de tal maneira decepcionadas, que deixarão de ter confiança na ciência em geral, confundindo a má ciência e o abuso de poder no «establishment» científico, com a ciência em si mesma!
O cepticismo, em qualquer domínio do saber, é uma atitude saudável se ele estiver aberto a examinar - sem preconceitos - quaisquer evidências a favor, ou contra, a teoria que o próprio defende.
O espírito científico não é «partidário». As pessoas verdadeiramente científicas sabem que se deve lutar contra o seu próprio subjectivismo.
O cepticismo, em qualquer domínio do saber, é uma atitude saudável se ele estiver aberto a examinar - sem preconceitos - quaisquer evidências a favor, ou contra, a teoria que o próprio defende.
O espírito científico não é «partidário». As pessoas verdadeiramente científicas sabem que se deve lutar contra o seu próprio subjectivismo.
Quando virem que um argumento é rejeitado, não por falha de lógica intrínseca, não por insuficiente suporte experimental, não por incompatibilidade com o conjunto dos dados disponíveis, mas por ataques ad hominem, insinuando que são «agentes de lóbis» pró-indústria poluidora, etc... fiquem de pé atrás, exerçam o vosso espírito crítico, tentem perceber quais as motivações subjacentes a tais campanhas.
quinta-feira, 19 de setembro de 2019
A FRAGILIDADE DO SISTEMA FICOU EXPOSTA
Uma perturbação numa refinaria, por mais importante que seja, não vai causar uma carência de petróleo ao nível do mercado global. Os sauditas garantem que o nível de produção voltará ao normal até ao fim do mês. Mesmo que a afirmação seja um bocado optimista, não é nada que tenha uma repercussão planetária no mercado do crude ou do petróleo refinado.
Então, por que razão os mercados, não apenas dos combustíveis, mas também os mercados financeiros estão em estado pré-comatoso?
Por que razão há um quase congelamento do mercado «overnight» de empréstimo entre os bancos, que causa a intervenção do banco central dos EUA (a FED)?
- Sabe-se que a FED despejou nos bancos (através de um «bail-out» que não se confessa como tal) em 3 dias sucessivos, muitos biliões de dólares para fornecer liquidez ao mercado de empréstimo interbancário...
Isto revela a gravidade da situação: Porque é muito anómalo o comportamento da FED.
A explicação que encontro para este pânico interno (ignorado do «grande público», pois a media corporativa faz bem o seu miserável papel de DESinformar as massas), é o seguinte:
A explicação que encontro para este pânico interno (ignorado do «grande público», pois a media corporativa faz bem o seu miserável papel de DESinformar as massas), é o seguinte:
- Os bancos encontram-se quase insolventes em circunstâncias normais e podem rapidamente passar a estar mesmo insolventes, ao contrário do que o público é informado e do que os responsáveis dão a entender.
Mas, se um «cisne negro» atingir o sistema financeiro global, estes bancos ficam em apuros.
O sistema está, neste momento, em apuros porque o petróleo subiu em flecha, muito para lá das expectativas de muitos investidores e especuladores, inclusive dos peritos que trabalham nos bancos sistémicos.
O sistema está, neste momento, em apuros porque o petróleo subiu em flecha, muito para lá das expectativas de muitos investidores e especuladores, inclusive dos peritos que trabalham nos bancos sistémicos.
Ora, a quantidade (nos EUA e internacional) de empréstimos e de alavancagem sobre esses mesmos empréstimos, à indústria do petróleo de xisto é avassaladora.
O processo de extracção de petróleo do xisto é intrinsecamente um processo não rentável; são necessárias mais unidades de energia para extrair gás ou petróleo de xisto do que as quantidades respectivas obtidas são capazes de fornecer. A rentabilidade aparente resulta de operações financeiras, que consistem em fazer o público, em última instância, financiar os projectos, através de obrigações.
Estas são negociadas nos mercados e usadas para originar complexos produtos derivados. Uma engenharia financeira dos bancos, tendo rentabilidade somente para eles e para os poucos negócios de exploração de petróleo de xisto que não fizeram falência.
O processo de extracção de petróleo do xisto é intrinsecamente um processo não rentável; são necessárias mais unidades de energia para extrair gás ou petróleo de xisto do que as quantidades respectivas obtidas são capazes de fornecer. A rentabilidade aparente resulta de operações financeiras, que consistem em fazer o público, em última instância, financiar os projectos, através de obrigações.
Estas são negociadas nos mercados e usadas para originar complexos produtos derivados. Uma engenharia financeira dos bancos, tendo rentabilidade somente para eles e para os poucos negócios de exploração de petróleo de xisto que não fizeram falência.
Para que esta indústria do petróleo de xisto seja financiada, uma montanha de empréstimos tem de ser colocada nos mercados: o juro dos empréstimos é que vai variar, ao sabor dos mais diversos acontecimentos no mundo, incluindo as guerras.
Ora, se um «cisne negro» surge, como foi o caso há dias, abrindo-se a possibilidade de uma guerra contra o Irão, todas as «apostas» (que são, afinal de contas, os derivados) vão estar completamente desequilibradas: É como se num jogo Benfica - Belenenses, este segundo clube tivesse a vitória. Seria algo tão inesperado, que somente alguns adeptos mais fiéis do clube de Belém teriam apostado nele.
Ora, se um «cisne negro» surge, como foi o caso há dias, abrindo-se a possibilidade de uma guerra contra o Irão, todas as «apostas» (que são, afinal de contas, os derivados) vão estar completamente desequilibradas: É como se num jogo Benfica - Belenenses, este segundo clube tivesse a vitória. Seria algo tão inesperado, que somente alguns adeptos mais fiéis do clube de Belém teriam apostado nele.
Portanto, muitas apostas terão sido perdidas (neste caso, devido ao aumento súbito do petróleo) causando uma enorme drenagem de liquidez no sistema (para pagar as tais apostas, muitos activos financeiros terão sido vendidos).
A fragilidade do sistema financeiro é enorme, o que equivale a dizer a fragilidade do capitalismo dos nossos dias. Sim, o sistema está à mercê de um grupo de guerrilheiros suficientemente determinado para atingir um órgão vital (a refinaria saudita, a maior refinaria do mundo) ou uma artéria principal (o estreito de Ormuz).

Hoje, são os Houthis, amanhã, quem sabe?

Hoje, são os Houthis, amanhã, quem sabe?
Esta é a realidade: aquilo que a «filtragem» da media corporativa não permite que o público perceba, neste imbróglio.
Quer isto dizer que os EUA vão para a guerra ou vão recuar e não atacarão o Irão?
-Não faço a menor ideia, agora.
Porém, sei que é muito fácil desencadear uma guerra... mas, os que a desencadeiam não sabem qual será o seu desfecho.
Porém, sei que é muito fácil desencadear uma guerra... mas, os que a desencadeiam não sabem qual será o seu desfecho.
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quarta-feira, 18 de setembro de 2019
O «CISNE NEGRO»: Ataque com drones a instalações petrolíferas da Arábia Saudita
«Foram noticiadas explosões enormes em duas instalações de petróleo da Aramco a empresa exploradora de petróleo da Arábia Saudita. Embora, no imediato, as autoridades sauditas tenham recusado designar os culpados, a média, incluindo a BBC começou imediatamente a insinuar que ou os Houthis do Iémene ou o Irão eram os responsáveis.» (Retirado de artigo de Tony Cartalucci, em Global Research)

O problema com estas atribuições é que apenas reforçam um dos lados, como sendo o «agredido»: Neste caso, a Arábia saudita. Se os Houthis são considerados agentes do Irão (quer isso seja exagerado, ou não), automaticamente estão a dar pretexto para uma retaliação, um contra-ataque. Estão a legitimar a transformação de uma guerra local, a agressão da Arábia saudita, dos Emirados Árabes Unidos e dos seus aliados ocidentais, Americanos, Australianos, Britânicos (que se sabe terem mercenários no Iémene), numa guerra «defensiva» contra a suposta «agressão» do Irão. De facto, a media ocidental, parece ser mais o porta-voz dos governos, do que meios independentes noticiosos, que informem com objectividade o que se está passando. Desde há quase cinco anos, está em curso uma guerra brutal contra os grupos Houthis, que derrubaram, no Iémene um governo que tinha o apoio dos sauditas.
Por muito que aleguem, a luta dos Houthis é um problema interno ao Iémene, os sauditas não têm legitimidade para se imiscuírem e, muito menos, pretenderem reinstalar pela força um governo totalmente desacreditado. Mas esse é o pretexto, pois a verdadeira razão é ainda e sempre o petróleo. Com efeito, as reservas de petróleo sauditas são muito menores -na realidade- que as que apregoam. Para conseguir bombear um litro de petróleo para fora dos poços, têm de bombear muitos litros de água (salgada, retirada do mar, e canalizada para os poços petrolíferos). Pelo contrário, a fronteira norte do Iémene tem grandes reservas de petróleo intactas, as quais seriam exploradas pelos sauditas em condições favoráveis, caso dispusessem de um governo «dócil», do outro lado da fronteira.
É esta a verdadeira razão da guerra de genocídio, em que a ONU - repetidas vezes - apelou a que levantassem o bloqueio que estava a causar uma mortandade, por fome e por epidemias não tratadas, à população civil iemenita. Os sauditas têm cobertura plena ocidental, com fornecimento de material de guerra e de vigilância, pelos sofisticados satélites espiões americanos e outros meios guiando e aumentando a eficácia dos ataques aéreos sauditas e dos emirados.
Se tivessem um mínimo de decência, as potências ocidentais já teriam feito parar esta criminosa guerra. Mas ela ocorre longe, sobretudo longe dos olhares dos «virtuosos zeladores» dos direitos humanos…
É evidente que uma agressão constante como a que o povo iemenita tem sofrido, vai desencadear uma resposta forte, face a um poder que não recua perante nenhuma atrocidade.
Que os drones tivessem incorporada tecnologia do Irão, parece-me absolutamente verosímil, mas isso não pode legitimar um ataque contra o Irão, da mesma maneira que -hipoteticamente – o ataque dum grupo de guerrilha na Síria, só pelo facto de utilizar armamento americano contra instalações russas, não poderia legitimar um ataque russo contra os EUA!
Este ataque com drones assinala uma viragem na situação estratégica mundial, pela simples razão de que uma força como a dos Houthis, com capacidade técnica para operar drones, pode causar danos sérios num gigante, quer em termos militares, quer económicos.
Note-se que estes drones estão (em alguns mercados, pelo menos) acessíveis ao público em geral, por somas da ordem de 1500 dólares. Ora, isso corresponde a um efeito multiplicador da ordem de mil, um milhão, ou mais ainda, pelos prejuízos directos que um atentado destes pode trazer – como foi o caso – a uma instalação ultra-sensível, quer em termos de economia dum país, quer mesmo mundial.
Não existe maneira absolutamente segura de proteger instalações gigantes de refinação de petróleo ou outras, de outro tipo, que existam noutros pontos do globo. É impossível sequer imaginar uma protecção eficaz dos múltiplos oleodutos e gasodutos que percorrem milhares de quilómetros nesta e noutras regiões do globo.
É, portanto, uma viragem no que se poderá chamar de guerra assimétrica; pode significar uma viragem também na forma como os poderes encaram as situações de conflito, se tiverem o mínimo de bom-senso. Torna-se impossível uma guerra convencional ser ganha, nestas circunstâncias.
Não existe maior fragilidade do que a das civilizações tecnologicamente avançadas, dependentes de redes cibernéticas e de aprovisionamento de energia, sob formas diversas (petrolífera, eléctrica). Mesmo as redes de abastecimento de água e alimentos, estão completamente fragilizadas.
Um grupo guerrilheiro com uma logística bastante leve pode, em qualquer momento, causar um enorme caos, uma paralisia completa do adversário.
A guerra com armas nucleares é uma loucura, pois não há dúvida que acabará por destruir as próprias condições de habitabilidade do Planeta, numa escalada bélica inevitável.
Mas a guerra com armas convencionais nunca poderá realmente desembocar numa vitória completa sobre os adversários, pois pequenos grupos serão capazes de actos de sabotagem eficazes e com efeitos catastróficos, devido à fragilidade do próprio tecido que sustenta as nossas comunicações, as redes energéticas, os circuitos de abastecimento de víveres…
Se houvesse bom-senso, as grandes potências militares tratariam de encontrar meios não militares, mas antes diplomáticos, de resolver os seus conflitos.
Quantos milhões de mortos e de vítimas da brutalidade da guerra tecnológica haverá no Iémene e em muitos outros pontos do Globo, até que esta simples e clara evidência de estratégia seja compreendida pelos responsáveis políticos e militares:
Não há possibilidade de vitória militar. O único meio de resolver os diferendos é por via diplomática.
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