FORTUNA
Poderia pôr a teus pés, Deusa gloriosa,
Cestas de fruta e flores odoríferas
Das mais exóticas espécies
Que seja possível alcançar.
E poderia declamar a teu ouvido
Versos em rimas obscuras, ofegantes
Sem outra lógica que a do sonhar
Mas tudo em vão seria, Fortuna
Tens ouvidos e cabeça de bronze
Teu gesto amplo ficou para sempre
Parado, na suspensa promessa...
Para lá da Tua casa, velejo em mar
Denso e fluido, no ocaso demente
Enfunando as velas em tributo
À sombra que traça o Sol.
Fortuna seja nome de barco
Destino humano sempre igual.