Porque razão os bancos centrais asiáticos estão a comprar toneladas de ouro? - Não é ouro em si mesmo que lhes importa neste momento, mas é a forma mais expedita de se livrarem de US dollars!!
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quinta-feira, 26 de março de 2020

[Manlio Dinucci] O DR. STRANGELOVE CUIDA DA NOSSA SAÚDE


                   



Perante o Coronavírus - declara o US European Command (Comando Europeu dos Estados Unidos) – “a nossa primeira preocupação é proteger a saúde das nossas forças e a das forças dos nossos Aliados. Portanto, anuncia que reduziu o número de soldados do exercício Defender Europe 20 (Defensor da Europa 20). Mas esse mesmo exercício continua.
Em 16 de Março, o Comando afirma que “desde Janeiro o US Army enviou 6.000 soldados dos Estados Unidos para a Europa”, com 12.000 peças de equipamento (desde armamentos pessoais a tanques) e que foi “completado o movimento de soldados e equipamentos, de vários portos para áreas de treino na Alemanha e na Polónia.” Além de que, “9.000 soldados dos EUA estacionados na Europa”, também participam no exercício.
Ø O objectivo declarado pelos USA é “instalar uma força de combate credível na Europa, de apoio à NATO”, evidentemente, contra a “agressão russa”.
Ø O objectivo verdadeiro - escrevemos há dois meses e meio, no il manifesto (o único jornal que então dava notícias do Defender Europe 20 ) - é semear tensão e alimentar a ideia do inimigo.
O cenário declarado do exercício nunca poderia verificar-se, também porque um confronto armado entre a NATO e a Rússia seria, inevitavelmente, nuclear. Esse é o cenário real para o qual se treinam as forças americanas, na Europa. Confirma-o o General Tod D. Wolters, Chefe do Comando Europeu dos Estados Unidos e, como tal, Comandante Supremo Aliado na Europa.
Numa audiência no Senado dos Estados Unidos, em 25 de Fevereiro de 2020, declara que “as forças nucleares, garantia suprema da segurança dos Aliados, apoiam todas as operações militares dos EUA na Europa".(1) O que significa que o Defender Europe 20 é um exercício não só de forças convencionais (não nucleares), mas também de forças nucleares.
Em 18 de Março, foi comunicado que dois bombardeiros nucleares B-2 Spirit, que fazem parte da task-force que chegou dos USA em 9 de Março, decolaram de Fairford, em Inglaterra, para treinar na Islândia e no Atlântico Norte, juntamente com três caças noruegueses F-35. Esses dois tipos de aviões foram projectados para o uso das novas bombas nucleares B61-12, que os EUA instalarão, em breve, em Itália e noutros países europeus, substituindo as actuais B-61.
Wolters eslarece na audiência do Senado, qual é a função das forças nucleares USA na Europa. Quando a Senadora Fischer lhe pergunta o que pensa do não primeiro uso das armas nucleares, o General responde: “Senadora, sou defensor de uma política flexível de primeiro uso”. Aquele que, na Europa, detém nas suas mãos as armas nucleares USA/NATO, declara oficialmente, baseado num critério “flexível”, ser partidário do primeiro uso para o first strike - para o ataque nuclear de surpresa.
Perante uma declaração desta gravidade, que obriga os generais russos a colocar o dedo no gatilho nuclear, silêncio absoluto dos governos, dos parlamentos e dos grandes meios de comunicação mediática da Europa.
Na mesma audiência, o General Wolters afirma que
Ø “Desde 2015, a Aliança deu mais importância à aplicação das capacidades nucleares” e que
Ø “O Comando Europeu dos Estados Unidos apoia plenamente as recomendações, contidas na Nuclear Posture Review 2018, para instalar o míssil balístico de baixa potência W76-2”.
A ogiva nuclear de baixa potência W76-2, já instalada em mísseis lançados de submarinos (anunciou o Pentágono, em 4 de Fevereiro), pode também ser instalada em mísseis balísticos com base no solo, perto do território inimigo. É particularmente perigosa. As armas nucleares de menor potência – alertam, também, especialistas americanos competentes - aumentam a tentação de usá-las primeiro, podem levar os comandantes a pressionar porque, num ataque, usa-se a bomba nuclear, sabendo que a “chuva de partículas radioactivas/fall out” seria limitada”. Seria como lançar um fósforo aceso num barril de pólvora.

il manifesto, 24 de Março de 2020

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Página 14 -- Parágrafo #3



terça-feira, 17 de março de 2020

[Manlio Dinucci] Chegam à Europa do vírus os bombardeiros USA de ataque nuclear


                   


Devido ao Coronavírus, a American Airlines e outras companhias aéreas dos EUA cancelaram muitos voos para a Europa. No entanto, existe uma “companhia” USA que, vice-versa, os aumentou: a US Air Force.
Há poucos dias, “instalou, na Europa, uma task force de bombardeiros furtivos B-2 Spirit” Anuncia-o de Estugarda, o US European Command, o Comando Europeu dos Estados Unidos. Está, actualmente, sob as ordens do General Tod D. Wolters, da US Air Force, que é, ao mesmo tempo, o Chefe das Forças Armadas da NATO, como Comandante Supremo Aliado na Europa. O US European Command afirma que a task force, composta por um número desconhecido de bombardeiros provenientes da base de Whiteman, no Missouri, “chegou, em 9 de Março, ao Campo das Lajes nos Açores, em Portugal”.
O bombardeiro estratégico B-2 Spirit, o avião mais caro do mundo, cujo custo ultrapassa os 2 biliões de dolares, é o avião USA de ataque nuclear mais avançado. Cada um pode transportar 16 bombas termonucleares B-61 ou B-83, com uma potência máxima total equivalente a mais de 1.200 bombas de Hiroshima. Devido à conformação, revestimento e contramedidas electrónicas, o B-2 Spirit é difícil de detectar por radar (por esse motivo, é designado como “avião invisível”). Embora já tenha sido usado na guerra, por exemplo, contra a Líbia em 2011, com bombas não nucleares de alta potência, orientadas por satélite (pode transportar 80), foi projectado para penetrar nas defesas inimigas e efectuar um ataque nuclear de surpresa.
Estes bombardeiros, especifica o US European Command, “operarão a partir de várias instalações militares na área de responsabilidade do Comando Europeu dos Estados Unidos”. Esta área inclui toda a região europeia e toda a Rússia (incluindo a parte asiática). Isto significa que os bombardeiros USA mais avançados de ataque nuclear, operarão a partir das bases na Europa, perto da Rússia. Invertendo o cenário, é como se os bombardeiros russos mais avançados de ataque nuclear da Rússia, estivessem a manobrar a partir de bases em Cuba, perto dos Estados Unidos.
Torna-se claro o objectivo almejado por Washington: aumentar a tensão com a Rússia, usando a Europa como primeira linha do confronto. Isto permite a Washington fortalecer a sua liderança sobre os aliados europeus e orientar a política externa e militar da União Europeia, da qual 22 dos 27 membros pertencem à NATO, sob comando USA.
Isso é confirmado pelo facto de que eles transferem os seus bombardeiros mais avançados de ataque nuclear com o consentimento de todos os governos e parlamentos europeus e da própria União Europeia e com o silêncio cúmplice de todos os principais meios de comunicação europeus.
O mesmo silêncio caiu sobre o Defender Europe 20, o maior destacamento de forças USA na Europa desde o final da Guerra Fria, sobre os quais a comunicação mediática só falou, quando o US European Command anunciou que, devido ao Coronavírus, reduzirá os soldados USA que participam no exercício de 30.000 para um número impreciso, mantendo, no entanto, os “nossos objectivos de maior prioridade”.
No âmbito de uma verdadeira psy-op (operação psicológica militar), vários órgãos de “informação”, também em Itália, lançaram-se imediatamente contra “as mentiras sobre o exercício Defender Europe” (La Repubblica, 13 de Março) e, através das redes sociais, espalhou-se o boato de que o exercício foi praticamente cancelado. Notícias tranquilizadoras, reforçadas pela garantia, dada pelo US European Command, de que “a nossa preocupação primordial é proteger a saúde das nossas forças e a das forças dos nossos aliados”.
Apenas substituindo, na Europa, um número indeterminado de soldados USA por um número desconhecido de bombardeiros americanos de ataque nuclear, cada um com uma potência destruidora igual a mais de 1.200 bombas de Hiroshima.

il manifesto, 17 de Março de 2020

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DECLARAÇÃO DE FLORENÇA
Para uma frente internacional NATO EXIT, 
em todos os países europeus da NATO


Manlio Dinucci Geógrafo e geopolitólogo. Livros mais recentes: Laboratorio di geografia, Zanichelli 2014 ; Diario di viaggio, Zanichelli 2017 ; L’arte della guerra / Annali della strategia Usa/Nato 1990-2016, Zambon 2016, Guerra Nucleare. Il Giorno Prima 2017; Diario di guerra Asterios Editores 2018; Premio internazionale per l'analisi geostrategica assegnato il 7 giugno 2019 dal Club dei giornalisti del Messico, A.C.

Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos

PS1: Zero Hedge, sobre a reestruturação do mega-exercício «Defender 2020», diz que o mesmo era precedido de «jogos de guerra» simulando um ataque nuclear. O comando da NATO anunciou uma modificação da movimentação de tropas no terreno, com o pretexto de prevenir espalhar a epidemia, mas... «NATO could've been on the verge of an armed conflict with Russia, positioning troops and armored vehicles, under the guise of an exercise.»

PS2: Segundo RT.com, «the Atlantic Council – the alliance’s massive think-tank and lobbying arm – had just called for an increased US troop presence in Europe under the pretext of fighting the coronavirus, same as they’ve done with anything from terrorism to climate change and women’s rights over the years.»