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sexta-feira, 26 de julho de 2024

Caminhando sonâmbulos para a EXTINÇÃO NUCLEAR


 Scott Ritter, ex-inspetor no processo de desarmamento entre as duas superpotências de então, a URSS e os EUA, avisa que pode vir a guerra nuclear em 2026, depois de se ter deixado caducar o prazo do último tratado que  suspendia a instalação de mísseis nucleares intermédios, no continente europeu. 

Se estes mísseis intermédios estiverem instalados, o tempo de avaliação do perigo real de um ataque, em vez de 20 minutos, para uma ou outra parte, ficará reduzido a 5 minutos. Isto apenas dá para decidir um ataque preventivo, pela parte supostamente atacada. Um erro de deteção -de um lado, ou de outro- pode muito bem acontecer nestas circunstâncias e desencadear um ataque nuclear, sem que tenha sido decidido pelos responsáveis ao nível político.

Mas, o melhor é ouvir as explicações de Scott Ritter neste vídeo.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

[OBRAS DE MANUEL BANET] «DOZE RONDEIS PELA PAZ» (1982) E UMA PRECE DE PAZ*


Nunca estivemos tão perto do holocausto nuclear, segundo associação de cientistas

Doze rondeis pela paz



I.

Dos quatro cantos do mundo
Clamam as vozes potentes
Dos donos impacientes

Estes tiranos, no fundo
Só querem de suas gentes
Despedaçar num segundo,
As vidas dos inocentes
Dos quatro cantos do mundo
Clamam as vozes potentes...

Mas o sentido profundo
Da paz arrasta torrentes
Que romperão as correntes
Do cativeiro imundo
Dos quatro cantos do mundo
Clamam as vozes potentes
Dos povos impacientes


II.

Na guerra os vencedores
Julgarão que os vencidos
Ficaram desfalecidos
Depois de tantos rigores

Mas estes nunca esquecem
Nas desgraças da derrota
A chaga de que padecem
De onde o sangue brota
E não haverá valores
Que valham ser merecidos
Podem ficar convencidos
Pois sofrem as mesmas dores
Na guerra os vencedores

III.

Já bastam nossos tormentos
Já nos ferem tais cadeias
Que mordendo nossas veias
Nos provocam sofrimentos

Para quê os monumentos
Às guerreiras epopeias?
Já bastam nossos tormentos
Já nos ferem nossas cadeias

Destroem tudo em momentos
Nossas vilas e aldeias
As selvagens alcateias
Dos ferozes regimentos
Já bastam nossos tormentos!

IV.

De que serve termos vindo
Todos do ventre duma mãe
E nos procriarmos também
Se logo dermos por findo
Nosso viver, destruindo
Esse tão precioso bem
-          A paz?

Da lei natural fugindo
Com que direito um homem
Abusa do poder que tem
E estrangula sorrindo
-          A paz ?!

V.
Os mártires de Hiroxima
Seus fantasmas, estão alerta,
Planam na cidade deserta

Não há nada que os suprima
Cada ogiva encoberta,
Cada míssil visto de cima
É arma logo descoberta
Os mártires de Hiroxima
Seus fantasmas, estão alerta

Não há força que se exprima
De forma mais dura, mais certa
Sua alma sempre desperta
Merece a nossa estima
Os mártires de Hiroxima
Seus fantasmas, estão alerta
Planam sobre a cidade deserta

VI.

Armas de plástico perfeitas
Imitações das verdadeiras:
E assim já nas brincadeiras
Se aprende como são feitas

Nos programas de televisão
Violência por rotina:
Dando já ao moço a visão
Da arte a que se destina

Sociedade que enfeitas
Os teus berços com caveiras
Ficarás, mesmo que não queiras,
Com as tuas crias desfeitas
Por armas de aço perfeitas

VII..

Desde sempre há memória
De cobiça vã pelo poder
De lutas, de imenso sofrer
Sem proveito e sem glória

Como reza a História
É costume ouvirmos dizer
Desde sempre há memória
De cobiça vã pelo poder

Quem consegue a vitória
Não são os pobres, podemos crer,
Mas a Justiça há de vencer
Paz não será ilusória
Bem de que não há memória.

VIII.

Neste século já vivemos
Duas grandes guerras mundiais
Inúmeros conflitos locais
Milhões de mortos e enfermos;
Afinal de que valeu termos
Ido em voos espaciais
À Lua!?
Não há nesta Terra animais
Tão cruéis ; e é por nós sermos
Tais ... que apenas herdaremos
Áreas desérticas iguais
À Lua!



IX.

Indochina, Egipto, Coreia,
Guatemala, Cuba, El Salvador
Passos na escalada do horror

Congo, Rodésia, Eritréia
Sempre novos cenários de dor
Terceira guerra na Galileia
Da bomba atómica o pavor

A morte violenta campeia
Na Argentina e no Equador
O Brasil vive a lei do terror,

Na Irlanda, nação europeia,
Indochina, Egipto, Coreia,
Guatemala, Cuba, El Salvador
Passos na escalada do horror.

 X.

Enquanto se enchem os arsenais
Morrem as pessoas aos milhares
Com fome e sem que seus olhares
Demovam os ricos dos bacanais

Em que esbanjam despudorados
Os mil produtos da exploração
E que foram pela escravidão
Com enormes lucros arrancados

Estas imagens tornam-se banais
De tanto as vermos aos jantares
Em família nos nossos lares
Enquanto se encham os arsenais


XI.

Vem... A paz no mundo é urgente
Vem connosco. Dá-nos as tuas mãos
Nesta ronda somos todos irmãos
Sejas do Leste, do Ocidente

Norte ou Sul, é indiferente
Rejeitemos os preconceitos vãos
Vem, a paz no mundo é urgente
Vem connosco, dá-nos as tuas mãos

Vai-se erguendo um rôr de gente
Contra a guerra que torna órfãos
Os filhos e inválidos os sãos
Vem, a paz no mundo é URGENTE!

XII.

Os impérios vão desaparecer
Como de Roma ou o da China;
Há de fraquejar quem nos domina
E há de se curar quem padecer.
Para tal lutamos sem esmorecer
Contra essa fera assassina
- A guerra!

Por fim teremos direito de ver
A recompensa que nos destina
Naturalmente a nossa sina
De humanos e felizes viver
- Sem guerra!

(1982)




UMA PRECE DE PAZ *

Aos de coração sincero dirijo uma prece. Sois vós que tendes o dever e responsabilidade de realizar a urgente tarefa da Paz.
Ela constrói-se no dia a dia, está dentro de nós, no mais profundo recanto dos nossos corações. Ela existe em todos os seres, pois ela se equaciona com a vida. Ela não agride, não viola, não invade, mas está em intercâmbio criativo com o outro, escuta a sua canção, a sua música, aprecia a sua arte.




É isto que vós sabeis fazer no dia a dia; é isto que vos ensinou a natureza (e a cultura, a civilização, a religião...)
Então, porque virais a cara em relação à rude e árdua tarefa (indispensável tarefa!) de «por na ordem», de «chamar à ordem» os dirigentes dementes e demagogos que, aqui e acolá, a norte, sul, leste ou oeste, se «divertem», atiçando ventos da discórdia? Porque razão não sentis como vossa, a responsabilidade evitar que mais destruição, miséria, catástrofes venham ao mundo?
 - Serão fatalidades da natureza como um terramoto, o que estou falando? 
- Não... 
Claro que a guerra e o conflito são coisas de humanos. Se são de humanos devem os humanos remediar, ou curar. 

- Está nos «genes»? 
- Mas que enorme disparate! A pseudo ciência de «darwinismo social» deveria ser vista por todos como aquilo que é: uma desculpa esfarrapada para a cruel barbárie do domínio, da guerra e de todos os ídolos guerreiros!

Não se pode continuar a ter medo e a fingir que «está tudo normal» vamos acordar para a real situação que estão vivendo os povos, sob a batuta de poderes imperiais e seus vassalos...

Não vos direi o que deveis pensar, nem fazer, no concreto: apenas vos digo que sois tão responsáveis pelos actos dos vossos dirigentes, políticos, governantes, etc., como eles próprios.

....

*Quem tiver dúvidas sobre a gravidade da situação, é favor ver a seguinte notícia:

http://www.sciencemag.org/news/2018/01/scientists-doomsday-clock-heralds-world-s-darkest-hour?utm_campaign=news_daily_2018-01-25&et_rid=377420373&et_cid=1812121