domingo, 5 de maio de 2024

FRACASSO COMPLETO DAS POLÍTICAS AMERICANA E EUROPEIA EM RELAÇÃO À CHINA

 Jacques Baud é um experiente analista, que esteve ao serviço da contraespionagem da Suíça. Ele está muito preocupado com a deriva bélica e «infantil» dos principais atores da política estrangeira dos EUA (o judeu, Secretário de Estado dos EUA por engano, Anthony Blinken) e dirigentes da UE (o odiado e desprezado Chanceler Olav Scholz ). 

Tem uma visão das relações internacionais onde considera que as atitudes mostradas pelo Ocidente não tiveram um efeito positivo para o mesmo. Ele não tem especial simpatia pela a China comunista, mas considera que a questão de Taiwan está a ser empolada pelos EUA. Washington adotou uma estratégia completamente fora e em violação da legalidade internacional. Ele prevê, tal como aconteceu com as sanções contra a Rússia, que a política de sanções contra a China seja, afinal, incentivo para ela se modernizar ainda mais e para ser capaz de fabricar componentes que antes tinha de importar.  

As sanções só são consideradas legais, se forem decretadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Em todos os outros casos, são consideradas atos de guerra económica e de ingerência nos assuntos internos dos países sancionados. Nos últimos tempos, o «Ocidente» tem descartado completamente os instrumentos tradicionais da diplomacia, para exercer pressão através destas sanções. 

Por isso, Jacques Baud considera que os EUA e a UE deixaram de ter qualquer capacidade de diálogo com potências rivais, para apenas exercerem pressão com sanções e mesmo ameaça ou efetivação de intervenção.  O que resulta com países fracos, embora odioso, não resulta com grandes potências, que possuem armamento nuclear e têm a capacidade de viver sem comerciar com o Ocidente; casos tanto da Rússia, como  da China.

[Nota: na entrevista abaixo, podeis ligar as legendas automáticas em inglês para melhor compreensão do diálogo]




A «GENÉTICA» NÃO É AQUILO QUE TE ENSINARAM NA ESCOLA!


 Um excelente vídeo de divulgação científica.

sexta-feira, 3 de maio de 2024

CANÇÃO NAPOLITANA: «ANEMA E CORE»

 Das muitas interpretações que se podem ouvir, escolhi estas. 

Espero que vos deem vontade de aprender a letra e melodia de Anema e Core («Alma e Coração»)...



                                                             Stephanie Trick e Aldo Alderighi



                                                                     Gigiola Cinquetti 
 



Roberto Murolo



ANEMA E CORE


musicaSalve D’Esposito testoTito Manlio data1950


 
Nuje ca perdimmo ‘a pace e ‘o suonno,
nun ce dicimmo maje pecché.
Vocche ca vase nun ne vonno,
nun so’ ‘sti vvocche oje né’.
Pure, te chiammo e nun rispunne
pe fá dispietto a me.
 
Noi che perdiamo la pace e il sonno,
non ci diciamo mai perchè.
Bocche che baci non ne vogliono,
non sono queste bocche o cara.
Eppure, ti chiamo e non rispondi
per fare un dispetto a me.
 
Tenímmoce accussí, ánema e core.
Nun ce lassammo cchiù, manco pe ‘n’ora.
‘Stu desiderio ‘e te mme fa paura,
campá cu te,
sempe cu te,
pe nun murí.
Che ce dicimmo a fá parole amare,
si ‘o bbene po’ campá cu ‘nu respiro?
Si smanie pure tu pe chist’ammore,
tenímmoce accussí, ánema e core.
 
Teniamoci così, anima e cuore.
Non lasciamoci più, neanche per un’ora.
Questo desiderio di te mi fa paura,
vivere con te,
sempre con te,
per non morire.
Che ci diciamo a fare parole amare
Se il bene può vivere con un respiro?
Se soffri anche tu per questo amore,
teniamoci così, anima e cuore.
 
Forse sarrá ca ‘o chianto è doce,
forse sarrá ca bene fa.
Quanno mme sento cchiù felice,
nun è felicitá.
Specie si ê vvote tu mme dice,
distratta, ‘a veritá.
 
Forse sarà che il pianto è dolce,
forse sarà che fa bene.
Quando mi sento più felice,
non è felicità.
Specie se a volte tu mi dici,
distratta, la verità.
 
Tenímmoce accussí, ánema e core.
…………………………………………
Teniamoci così, anima e cuore.
……………………………………


quinta-feira, 2 de maio de 2024

OPUS VOL. III, 15. O CONSELHO DOS ABUTRES

 Nota prévia:

Este poema foi escrito na sequência do 11 de Setembro de 2001. Publiquei-o a 29 de Setembro desse mesmo ano. Não tinha ilusão sobre a política de abutres grandes e pequenos que iria desenrolar-se daí por diante. Infelizmente, para todos nós, a minha intuição estava correta!

Manuel Banet

(Murtal, Parede, a 02 de Maio de 2024)




Fábula: O CONSELHO DOS ABUTRES


Reuniu-se o Conselho Supremo dos Abutres,
Para decidir de magna questão:

O Abutre-chefe, bateu as asas e disse:

"Senhores; a situação é grave.
Há grande falta de carniça no mercado!"
Virando-se para um dos seus generais,
Interrogou: "Não haverá por aí uma
Guerra que se aproveite?"
Ao que o general abutre respondeu: "De momento,
Que se veja, não! Porém, temos planos para
Remediar tão penosa situação "
"Dizei-me então", retorquiu o Abutre-Chefe,
"Tem de ser algo em grande, 
E que nos sirva por muitos e bons anos!"

G: "Recebi informação dos nossos amigos Chacais
Que um banho de sangue de carneiros está em preparação,
Pelos abutres do outro lado"
A-C: "Quais? Dizei-me tudo o que sabeis!"
G: "Aqueles mesmos que preparámos e treinámos
Durante longos anos e que agora se têm rebelado
Contra o Vosso supremo comando:
Vão causar um genocídio, dentro da nossa coutada,
Para mostrar que já não nos temem ou respeitam!"
A-C: " Dentro da nossa coutada !?"

Aí, pediu a palavra o velho Abutre, que já tinha sido
Conselheiro de muitas empresas de carne-para-canhão
E disse: "Pois bem, deixemos que atuem!
Assim, teremos pretexto para desencadear as nossas operações!"
Grande algazarra se elevou então no Conselho:
Uns gritavam: "O quê? Deixar que soframos uma tal humilhação?!"
Outros: "Mas se desta vez os cachorros
Se puserem a ladrar que estamos feitos com o outro lado?"

A maioria estava muito excitada, ao saber
Que a grande crise estava prestes a terminar:
Os abutres não se importam de onde vem a carniça,
É sempre bem-vinda, para satisfazer suas grandes panças.
O Abutre-chefe ergueu-se então do seu trono,
Voejou em torno da mesa de conferências e pousou no meio desta.
Fez-se logo um silêncio sepulcral. Então disse:
" Sim; este é o momento!
D'agora em diante, teremos abastecimento
Copioso, tanto e tanto, que ainda vai sobrar
Pra satisfazer a gula dos falcões, hienas,
Chacais e todos os nossos amigos: 
Eles são os nossos aliados naturais!
Vamos organizar o cenário da guerra, 
Com sua preciosa colaboração."

O enviado dos falcões disse então:
"Estamos d'alma e coração convosco!
Temos nossas esquadrilhas preparadas
Para atacar. Iremos vestidos de pombas,
Como é nosso hábito, para que os cordeirinhos
Da nossa cerca fiquem quietos e calados!"

O Embaixador das Hienas, pediu a palavra
E disse: "Se Vossas Senhorias me permitem,
Devido aos longos anos que tenho de
Experiência com as hostes cornudas,
Penso que podemos dar precioso contributo
A tão nobre causa; temos esquadrões
Bem treinados para semear o terror
Nos rebanhos, receitas infalíveis
Para os desorientar, para confundirem
Nossos dizeres com apelos de cães-pastores:
Assim eles serão voluntários
Para irem imolar-se pela nossa causa!"

"Muito bem!" Disse o Chefe-Supremo.
"Ordeno que ponham em marcha os preparativos
Da grande guerra que irá, com nosso selo,
Marcar o início desta nova era! "

Todos aplaudiram entusiastas, fazendo juras
D'eterna fidelidade ao Céu dos Abutres,
À civilização da Carnificina,
Ao modo de vida Necrófago.

A voz rouca do velho abutre fez-se
Ouvir, após a gritaria ter acalmado:
"Amigos: que tal escolher uma data
Simbólica de início da grande campanha
Ficava a calhar o 11 de Setembro:
Sim: Onze do nove de setenta e três!
Com certeza se recordam desta data,
Para a qual eu muito contribui
Discretamente preparando
Aquele magnífico holocausto!"

C-A: "Está bem, velho e fiel amigo"
Disse o Grande Chefe Abutre,
"Acho que é uma ótima ideia!"
Dito isto, encerrou solenemente o Conselho,
Com piedosa oração e toda a assembleia se dispersou,
Cada qual indo cumprir sua missão,
Dando seguimento às ordens do Chefe Abutre.

MÁRIO CONDE DESCREVE O PODER COM TOTAL FRANQUEZA


Muito interessante! Embora não partilhe - mesmo nada - a análise que ele faz da Argentina de Milei*! Mas, não se pode imaginar que um Mário Conde deixe de pensar em termos gerais do capitalismo, da ideologia do poder. O que é interessante, é o facto de ele ter despido, com total franqueza, o poder dos seus enfeites ideológicos de democracia, liberdade, etc... 
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quarta-feira, 1 de maio de 2024

LOBO; UM NOBRE E ÚTIL MAMÍFERO SELVAGEM

 

Lobo: Sois a espécie maldita, que mete medo aos humanos. Porém, sois muito melhores que os humanos. Estais  organizados em alcateias, que são sociedades que funcionam na proteção dos fracos, dos idosos. Um membro da alcateia tem sempre aí o seu lugar. As crias são cuidadas e nutridas em comum: Quando, por acidente, uma mãe de crias morre, logo se ativa a lactação noutra loba, até naquela que nunca tenha  procriado: facto de cooperação, de solidariedade real, tangível. 

Os idosos têm a proteção dos jovens. Nas marchas, eles estão sempre no meio, estando os mais potentes e mais fortes nas extremidades da coluna em movimento, onde a possibilidade de ataque é maior. 

Os lobos conseguem manter-se sem comer durante cinco dias e ainda assim, correrem e cercarem uma presa com eficácia. Não contam senão com a sua força, perícia e sentido prático para se alimentarem. Caçam preferencialmente em grupo e repartem o produto da caçada, seguindo uma estrita ordem hierárquica. Mas, ninguém fica de fora. Os lobos atacam preferencialmente presas doentes, com feridas, ou idosas. Esta tática leva a que se apure naturalmente a capacidade da população de presas. Sem a pressão seletiva dos lobos, muitas presas estariam muito mais fracas, sujeitas a doenças, mesmo degenerando. Na realidade, os predadores e as presas experimentam coevolução.

As lendas dos ataques de lobos a rebanhos de ovelhas e outros animais, são realmente muito exageradas. Só se aproximam dos humanos (e dos cães-pastores) se estiverem num extremo de fome. Mas, o que acontece são os ataques por cães vadios, abandonados, que formam matilhas e atacam gado com muita frequência. Não têm as capacidades dos lobos para caçar presas selvagens. Os pastores dizem - falsamente - que o rebanho de ovelhas «foi atacado por lobos», porque assim têm direito a indemnização do Estado. Esta «proteção» do Estado acaba por causar mais mal do que bem. 

Em princípio, os cães abandonados nunca deveriam existir: São animais incapazes de viver em independência total dos humanos. Foram os primeiros a serem domesticados, há mais de 15 mil anos: Isto significa que seus instintos foram sendo suprimidos ou atenuados pela domesticação. Pelo contrário, os lobos conservaram os instintos num grau elevado, enquanto capacidade para a caça. Esta função de caçadores tem sido desempenhada ao longo de eras, permitindo a sobrevivência dos indivíduos e das populações. Logo, o lobo conserva estas suas características muito apuradas: Desde o olfato, até às táticas de caçada em grupo, todas têm estado sujeitas a uma constante pressão de seleção.

Gostava que contassem histórias verdadeiras às crianças, pelas quais estas aprendessem a estimar e respeitar o nobre animal selvagem, dos poucos carnívoros de grande porte que ainda consegue viver em liberdade em certas zonas da Europa, em reservas ou nas partes mais despovoadas. 

Tal como as águias e outras aves de rapina, os lobos estão no cume da pirâmide ecológica, em múltiplas zonas continentais. Sabemos que os animais, no topo dessa pirâmide, exercem o papel fundamental de regulação das populações que são suas presas. Se não houver predadores, as presas multiplicam-se desordenadamente e esgotam, em pouco tempo, os recursos vitais para elas próprias, podendo mesmo  extinguir-se. Não faltam exemplos de tais catástrofes, em que a fauna e flora naturais ficam empobrecidas. Hoje em dia existe compreensão científica dos mecanismos implicados nos equilíbrios ecológicos. 

Mas, existe porém uma espécie (a nossa) que não se conforma e destrói tudo, com demasiada frequência. O comportamento humano mais frequente tem sido de um depredador (destruição cega e brutal): Ele destrói indiscriminadamente, ao ponto de ficarem estéreis os solos, os recursos hídricos e, enfim, o conjunto de condições que permitem a conservação da biodiversidade. O que os humanos fazem é transformar de modo radical e irreversível o ambiente, para o colocar ao seu serviço, no curtíssimo prazo.    

Só desde há alguns decénios, é que os equilíbrios delicados dos ecossistemas são tidos em conta, embora, quase sempre, de modo ainda muito parcial. 


terça-feira, 30 de abril de 2024

Robert Johnson LOVE IN VAIN

 


A simplicidade desta composição de Robert Johnson desafia as épocas e as modas. Tanto ao nível melódico como harmónico e a própria letra, são bastante fortes. Diria até  que impregnam nosso subconsciente com grande facilidade.

Os músicos de blues que retomaram este trecho de autoria de Robert Johnson, são inumeráveis: Aqui, uma versão por Keb' Mo'. 

Porém, no Youtube, também há imensas versões por grupos pop-rock. São bem conhecidas as dos Rolling Stones: Existem várias gravações ao vivo da canção. Também os Faces fizeram uma gravação da mesma canção.