A sua fama, junto do grande público, resume-se apenas às «Quatro Estações» que, de tanto interpretadas e gravadas, perderam todo o impacto no auditor; um efeito de saturação.
Pelo contrário, a sua música sacra, assim como um grande número de árias de ópera, são de uma beleza inultrapassável mas, lamentavelmente, até há poucos anos, raramente ouvidas em concertos ou gravadas em disco*.
O «Dixit Dominus» é um salmo tradicionalmente usado no ofício de Vésperas, mas também na cerimónia de ordenação de um sacerdote (tu es sacerdos in aeternum secundum ordinem Melchisedech**), na Igreja Católica.
Esta versão, com a sua longa introdução «Cantat in Prato» é muito bela. Tem a pompa toda associada ao rito católico.
--------------------------------- * Esta gravação, dirigida por Angelo Ephrikian, é estreia mundial, datada de 1967.
**Thou art a priest for ever after the order of Melchizedek
A mecânica oculta existe tanto nos EUA como em várias partes da Europa. O video é a gravação de um diálogo entre Gordon T. Long e Charles Hugh Smith. É um pouco longo, mas tem tanta informação de qualidade que não hesitei em proporcionar aos meus leitores.
Oiçam cuidadosamente, de certeza que vos diz respeito, aos vossos filhos, à sociedade que está sendo construída.
A educação superior e os títulos que dispensa tornou-se numa espécie de «titularidade» nobiliárquica ou algo assim. Mas isso não é - de facto - o fim pelo qual existem estas instituições: algo que não preenche o fim para o qual é reconhecido pela sociedade, não deveria ser desmascarado?
A história dos neocons escrita por Paul Fitzgerald e Elizabeth Gould é um manancial de informações valiosas sobre o chamado Estado profundo, nos EUA. Esta história explica-nos como é que um pequeno número de trotsquistas se converteu em servidor da máquina de guerra, que foi - desde o início da Guerra Fria - a propaganda do chamado «Mundo Livre» e o importante empenhamento de todas as estruturas civis e militares do Estado americano, em sucessivas etapas, até hoje em dia.
Não se pode compreender muitas das escolhas políticas dos últimos tempos, sem ter em conta a influência das doutrinas «neocon» sobre os decisores políticos americanos.
Os quatro artigos começam com o passado recente, nomeadamente, a quase surreal campanha anti-russa, durante a campanha presidencial que levaria à eleição de Donald Trump e a continuação obstinada da mesma, até hoje.
Talvez a demissão supresa do chefe do FBI, Comey, possa ter algo a ver com isso.
Apesar de tantos nomes que surgem associados à corrente designada por «neoconservatismo», os autores dão um papel especial a James Burnham. Pessoalmente, não sabia nada sobre esta eminência parda antes de ler este artigo. Mesmo nos EUA, talvez só um punhado de pessoas saberá identificar Burnham como um dos principais «neocons».
O pensamento político e filosófico dos neoconservadores é maquiavélico, anti-democrático, despreza totalmente valores e os direitos humanos.
O seu objectivo é apenas o poder (neste caso, o poder do Império do capitalismo corporatista), sendo «boas» quaisquer medidas que o aumentam.
A Europa está claramente destinada a ser vassalizada, como tem sido aliás, de acordo com o credo «neocon».
Ao fim e ao cabo, trata-se de um pensamento totalitário, mesmo que não proponha a eliminação pura e simples de qualquer liberdade de expressão ou de organização independente. Este globalismo agressivo e elitista tem em conta as lições de Bernays e joga com o «soft power», ou seja, uma penetração cultural através da qual leva as pessoas a adoptarem valores e juízos de valor bem definidos, mas sem dar a impressão de estar a fazer «lavagem ao cérebro».
Homo naledi viveu há cerca de 2,5 milhões de anos ou entre 250 mil e 400 mil anos, aproximadamente?
Parece que - afinal - esta espécie é contemporânea dos primeiros Homo sapiens, o que é um dado quase tão espectacular como a própria descoberta de «naledi».
Parece que há condições para isolar o ADN: será determinado se houve cruzamentos interespecíficos (com a espécie H. sapiens ou outra) e quais as características ancestrais que partilha naledi com o ramo sapiens.
Há uns anos atrás, li os primeiros relatórios científicos sobre esta espécie fóssil pelo seu descobridor Lee Berger: este fazia notar uma extraordinária mistura de características anatómicas ancestrais, com características muito mais evoluídas.
Sabe-se que H. naledi fabricava instrumentos. Talvez tenha havido transferência horizontal de tecnologia, de uma para outra espécie.
Há muito por descobrir, há muitos ossos fósseis que têm de ser analisados no complexo de grutas da África do Sul, onde foi descoberta esta espécie, há 5 anos atrás.
Para mim, este concerto em sol menor Op. 4/1 HWV 289, temsido um dos concertos mais inspiradores do genial Haendel.
As pessoas que associam o órgão clássico exclusivamente às funções e ofícios religiosos, ignoram que também foi instrumento de corte - dançava-se nas cortes ao som de pequenos órgãos ditos «positivos» - ou do teatro.
No caso dos concertos para órgão de Haendel, o seu propósito inicial era de entreter o público durante os longos intervalos das suas óperas.
Haendel foi um músico genial e - tal como Vivaldi - foi empresário de teatro, tendo ficado quase falido devido a uma cabala dos aristocratas.
Não se sabe muito bem quais foram os motivos dessa hostilidade; talvez tenham temido um excesso de influência do músico saxão na corte do rei da dinastia de Hannover.
Porém, hoje Haendel é considerado tão inglês como muitos outros. A música nas Ilhas Britânicas não seria a mesma sem Haendel. Elevou a música instrumental e vocal a níveis nunca antes atingidos, no Reino Unido.
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Organ Concerto in G minor, Op. 4 No. 1, HWV 289 (Live)
I. Larghetto, e staccato
II. Allegro
III. Adagio
IV. Andante
Soloist: Richard Paré
Orchestra: San Francisco Symphony
Conductor: Bernard Labadie
Composer: Georg Friedrich Händel (1685 - 1759)
No presente, existe uma profusão de ruído que impede muita gente de ver o que importa mais. São impedidos, pela gritaria propagandística, de se concentrarem na realidade. Estamos sempre a ser atordoados por ribombantes declarações, brilhantes manifestos, doctíssimas teses...
Por isso mesmo, eu vou apenas dizer o que sinto que este momento da história da Europa e do Mundo parece representar. Vou dizê-lo sem qualquer ilusão de ser detentor da verdade ou de especial lucidez.
Não me importo de repetir o que outros disseram, desde que seja o meu pensamento também; não me importo que outros vão buscar aos meus ditos ou escritos, não tenho «copyright» em relação aos meus textos de análise. Se os meus textos inspiram o pensamento doutros por afinidade ou por oposição, tanto melhor!
A desmontagem do chamado «Estado Social» ou «Wellfare State» está - a partir de agora - na sua etapa terminal.
Com a eleição de Macron, o continente europeu vai alinhar-se cada vez mais com os «valores» do ultra-liberalismo, permitindo que o nível de exploração e de obtenção de lucros atinja valores que satisfaçam os grandes capitalistas. Mas estes nunca estarão contentes, pois o próprio mecanismo da globalização implica a liberdade total de circulação dos capitais e os investimentos continuarão a procurar paragens onde as margens de lucro sejam mais elevadas que as europeias.
Mesmo quando a classe trabalhadora europeia está de rastos, como agora, ela tem um salário médio 5 a 10 vezes superior ao dos países produtores emergentes...
No contexto francês, o efeito paradoxal da vitória de Macron é de uma dupla «vitória de Pirro».
A maioria da esquerda reformista exangue pode clamar vitória, porque o «seu» candidato bateu a candidata da extrema-direita. Mas esta vitória para tal esquerda é o mesmo que um harakiri, o mesmo que tecer a corda que a vai enforcar...
No lado da classe possidente, os muito grandes capitalistas, o 0,01%, TAMBÉM é uma vitória de Pirro, pois nada será resolvido, as crises sobrepostas de decadência da economia, do tecido produtivo, das instituições e da sociedade serão cada vez mais patéticas, criando o «meio de cultura» ideal para rupturas.
O clima será favorável a tentações de regimes ultra-conservadores, de extrema-direita e muito menos favorável para tentações vanguardistas de extrema-esquerda.
Porém, a existirem, estas últimas não virão de Melenchon ou equivalentes, pois o fenómeno Mélenchon, goste-se ou não, é um anacronismo. É uma desesperada tentativa de sobrevivência das esquerdas herdeiras do «Programme Comum» da era Marchais-Miterrand... A esquerda institucional tem sempre uma batalha de atraso sobre a realidade.
A transformação está do lado das pessoas - principalmente jovens - que recusam envolver-se numa lógica partidária mas que, no entanto, não se colocam numa postura de marginalidade egoística. Participam em projectos ao nível local ou global, em redes de afinidade, em conexão múltipla e aberta.
Este tipo de relacionamento vai forjando, pela prática, a sua visão da sociedade. Pelo método, é anarquista na sua essência, mesmo que não tenha uma clara orientação ideológica, teórica, neste campo. Será este o caminho que traz maior fecundidade no longo prazo, não por uma superioridade qualquer ideológica destas experiências, com estes colectivos. Antes, por uma colagem maior ao real.
A esquerda que cola ao real é a que sabe que o parlamentarismo é uma ilusão, que a pugna eleitoral é um terreno nada favorável para fazer prevalecer as posições dos trabalhadores, que existem muitos domínios da vida social que escapam ao controlo do grande capital e dos seus sequazes, sendo portanto possível uma alternativa real.
A luta não violenta continua ... construindo calmamente uma nova sociedade, na concha esvaziada da anterior. Uma maturação orgânica é o que eu vejo como caminho possível e fecundo. A insurreição, as barricadas, mesmo a greve geral, são instrumentos caducos, porque perderam sua eficácia, sua acuidade...
Uma «greve geral» actual - com eficácia - é desinvestir da sociedade da exploração, do consumo, do espectáculo... criando comunidades autónomas, solidárias, plurais, capazes de banhar e difundir a cultura nova, horizontalmente.
Já estão presentes em muitos sítios, nos grandes centros urbanos, nos subúrbios, no campo...Têm demonstrado, em vários casos, serem melhores que a pseudo-cultura da media, das televisões, das escolas...
Apesar dos muitos problemas económicos e financeiros que possa ter o gigante asiático, o certo é que tem acumulado em mãos do estado e dos particulares quantidades de ouro muito superiores aquilo que contabilizam nas estatísticas oficiais.
Tal como muitos outros analistas, Macleod está ciente de que uma nota comercial denominada em Yuan vai ser um veículo cada vez mais aceite e desejado. Até agora o que preenchia esse papel importante para o comércio mundial eram as «treasuries» ou seja as obrigações do tesouro americanas. Os chineses pagam em Yuan, ou em notas de crédito comercial denominadas em Yuan, o petróleo que recebem dos russos, com as quais estes compram ouro no mercado de Xangai. Igualmente, os sistemas de pagamento interbancários e os cartões de crédito actualmente em vigor na China (em breve também na Rússia) são completamente independentes do sistema SWIFT (Ocidental). Assim, a China isola o seu sistema financeiro do dollar sem se auto-excluir do mercado mundial.