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quarta-feira, 11 de outubro de 2023

PLANO AMERICANO-ISRAELITA DESVENDADO



 Graças a alguns sites e blogs, que mantêm independência em relação ao monopólio informativo no ocidente globalista, consegue-se saber algumas verdades sobre esta guerra israelo-palestiniana. 

Primeiro, uma intervenção duma ex-membro dos serviços secretos israelitas expõe a sua estranheza, ao ver que todas as defesas do exército israelita (IDF) estavam desguarnecidas na periferia de Gaza, na altura da irrupção do ataque do Hamas. Depois, verifica-se que o MOSSAD, serviços de espionagem de Israel, tidos como muito eficazes, descartaram vários avisos e sinais, de que algo estaria em preparação. Finalmente, a resposta do Estado de Israel ao «ataque-surpresa» é de pôr em ação um monstruoso plano: Causar o colapso da população civil de Gaza. A população civil de Gaza, são mais de dois milhões de almas, apertadas numa estreita faixa de território. Dependem de combustível, eletricidade, água, alimentos, que lhes são fornecidos por Israel. São o maior campo de concentração ou prisão a céu aberto, no Mundo. A própria ONU, timidamente, declara que se trata de um crime de guerra. Pois é... mais do que isso; trata-se do início da «solução final» que israelitas, em coordenação com os americanos, querem efetuar. O Egipto vai ser utilizado para receber os refugiados. Mas o Egipto está em profunda crise económica e sem meios, atualmente, para sustentar sua própria população. 

Do ponto de vista da clique imperialista, que governa Washington (Biden é somente o fantoche) trata-se de o império dos EUA mostrar-se o garante de Israel, o aliado indispensável e colocar «em respeito» palestinianos, ou outros que se atrevam a pensar efetuar ações armadas. Com efeito, os americanos cobrem os crimes de guerra do seu aliado no Médio-Oriente e querem ajudá-lo a implementar a «solução final» da crise, através da limpeza étnica. Nós já sabíamos que eles não têm vergonha na cara. Mas agora estamos perante criminosos de guerra  (os governos de Israel e dos EUA) sem disfarce: Não só não se importam com uma «international rules based order» (isto é só para os seus opositores), estão dispostos a  tudo, literalmente, para conseguir manter a sua hegemonia. Sobre  este assunto, leiam um artigo esclarecedor no blog "MOON OF ALABAMA" sobre esta estratégia dos EUA e seus agentes do governo de Israel.

O silêncio da media «mainstream» ocidental sobre os crimes de guerra israelitas e o empolamento de alegadas atrocidades da parte dos combatentes do Hamas, mostra a baixeza moral de todos os que «venderam a alma ao diabo», para terem um confortável emprego e salário. Porque não há igualdade nos crimes organizados desde o governo, pelo ministério da defesa do Estado de Israel e (alegados) crimes que poderão ter sido (ou não) cometidos por certos militantes do Hamas. O bombardeamento de Gaza é - em si mesmo - um crime de guerra. Os alvos preferenciais dos aviões e drones são os hospitais, as escolas, os bairros residenciais, etc. Não existe qualquer justificação de um ponto de vista militar. Eles querem simplesmente matar o maior número possível de população civil, antes de entrarem as tropas dentro de Gaza. Estão a cortar os meios de subsistência imediatos da população. Isto chama-se também crime de guerra, pois a própria sobrevivência da população civil está ameaçada. Mas, é isto mesmo que eles pretendem. Um massacre e uma campanha de terror contra os civis, para os empurrarem através da fronteira, para o Egipto. Este comportamento é a reprodução do que fizeram sionistas da geração da independência de Israel. A Irgun (milícia armada judaica) e forças do exército fizeram uma campanha de limpeza étnica, que precedeu e sucedeu à declaração de independência de Israel, o trágico episódio da «Naqba». 

Os nazis, durante a II Guerra Mundial, também fizeram chacinas, castigos coletivos das aldeias ou bairros onde houvesse atividade de resistência, também tomaram e executaram reféns, também efetuaram bombardeamentos como punição de cidades rebeldes, etc. etc. Se houvesse atualmente, no Mundo, uma justiça como houve no Tribunal de Nuremberga (após a II Guerra Mundial), os responsáveis pelos crimes de guerra atuais contra a população de Gaza, seriam julgados e condenados.

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PS1:

Uma ilustração factual do apartheid (segregação) israelita em Territórios nominalmente da Autoridade Palestiniana:


  
ps2: A mentira dos 40 bebés que teriam sido decapitados pelo Hamas, é uma invenção de um colono israelita que queria assim provocar a expulsão de uma aldeia palestiniana. Leia: https://www.unz.com/mwhitney/no-hamas-did-not-behead-40-babies-at-an-israeli-kibbutz-last-saturday/

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

[HA-JOON-CHANG] «PORQUE ALGUNS PAÍSES SÃO RICOS E OUTROS, POBRES?»

 Why Are Some Countries Rich and Others Poor? 

Economics for People with Ha-Joon Chang


É interessante o exemplo das lãs inglesas: O facto de que a produção de lã se tornou importante tem a ver com a apropriação dos baldios pelos ricos nobres, expulsando os mais pobres camponeses para a grande cidade. Isso permitiu que os baldios tornados propriedade privada e os campos de cultivo abandonados, fossem pasto para rebanhos de ovelhas, pertencendo a ricos. O desenvolvimento da indústria dos tecidos deu-se nos Países Baixos e na Flandres, porque se deram uma série de fenómenos que favoreceram muito estes centros da indústria renascentista. Não apenas a abundância de lã vinda de Inglaterra, como a profusão de corantes (de origem vegetal, vindos das Índias e trazidas para o Norte da Europa pelos portugueses) que permitiram tingir os tecidos e criar uma indústria florescente de tecidos finos, para toda a Europa consumir.

No caso de Portugal, a indústria inglesa veio aqui buscar a lã, no séc. XIX e XX. Portugal tinha, na zona da Serra da Estrela, condições de pasto todo o ano para as ovelhas. Desenvolveram-se aí indústrias de queijaria e das lãs (Covilhã foi uma cidade industrial especializada em tecer lã e no fabrico de tecidos). No Portugal dos anos 50 e 60, muitas vezes, os fatos para homem em tecidos de lã, apareciam com etiqueta de «feito no Reino Unido», embora as lãs e o próprio corte, tivessem proveniência da Covilhã.

PS1: Michael Hudson, professor e economista, em várias obras aborda o protecionismo que permitiu os EUA e outros países desenvolverem-se, protegendo a sua indústria face à concorrência.