Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.
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quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

[HA-JOON-CHANG] «PORQUE ALGUNS PAÍSES SÃO RICOS E OUTROS, POBRES?»

 Why Are Some Countries Rich and Others Poor? 

Economics for People with Ha-Joon Chang


É interessante o exemplo das lãs inglesas: O facto de que a produção de lã se tornou importante tem a ver com a apropriação dos baldios pelos ricos nobres, expulsando os mais pobres camponeses para a grande cidade. Isso permitiu que os baldios tornados propriedade privada e os campos de cultivo abandonados, fossem pasto para rebanhos de ovelhas, pertencendo a ricos. O desenvolvimento da indústria dos tecidos deu-se nos Países Baixos e na Flandres, porque se deram uma série de fenómenos que favoreceram muito estes centros da indústria renascentista. Não apenas a abundância de lã vinda de Inglaterra, como a profusão de corantes (de origem vegetal, vindos das Índias e trazidas para o Norte da Europa pelos portugueses) que permitiram tingir os tecidos e criar uma indústria florescente de tecidos finos, para toda a Europa consumir.

No caso de Portugal, a indústria inglesa veio aqui buscar a lã, no séc. XIX e XX. Portugal tinha, na zona da Serra da Estrela, condições de pasto todo o ano para as ovelhas. Desenvolveram-se aí indústrias de queijaria e das lãs (Covilhã foi uma cidade industrial especializada em tecer lã e no fabrico de tecidos). No Portugal dos anos 50 e 60, muitas vezes, os fatos para homem em tecidos de lã, apareciam com etiqueta de «feito no Reino Unido», embora as lãs e o próprio corte, tivessem proveniência da Covilhã.

PS1: Michael Hudson, professor e economista, em várias obras aborda o protecionismo que permitiu os EUA e outros países desenvolverem-se, protegendo a sua indústria face à concorrência.