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quarta-feira, 12 de abril de 2023

VLADIMIR VYSOTSKY : LA FIN DU BAL / O FIM DO BAILE

                                https://www.youtube.com/watch?v=KIxloPaTZZ4

O FIM DO BAILE

LETRA E MÚSICA DE VLADIMIR VYSOTSKY

[Tradução para português por Manuel Banet]


Como cai o fruto, antes de amadurecido
Culpa do homem, culpa do vento
Como o homem que vê na agonia
Que jamais terá tempo jamais Um dia mais e poderia cantar Culpa do destino, culpa da sorte
Culpa das cordas que se partiram O seu canto chama-se silêncio
Pode sempre entoá-lo Ninguém virá jamais dançar Nem repetirá o refrão Ele nunca acabou nada À parte esta ferida no coração E esta vida. Porquê Gostava de saber, porquê, porquê Vem demasiado cedo, o fim do baile São os pássaros, nunca as balas Que se atinge em pleno voo.
Como discussões iniciadas ao serão Culpa da noite, culpa do álcool E de que só apenas restarão
Algumas beatas pelo chão Ele teve tanta vontade de golpear, porém Culpa da faca, culpa do medo Não houve sequer combate sangrento Ele apenas verteu um pouco de suor Ele, que desejou tudo saber Nem pôde sequer tudo ver Ele, com o amor no corpo
Pela única que guardaria Retornou a sua barca ao porto Sem a beijar, sem a tocar
Só pensando nela até morrer [Refrão]
Escrevia como nos escapamos dum logro Culpa do Sol, culpa dos tormentos Mas como usava neve como papel para escrever
As suas ideias derretiam na primavera Porém, a neve cobria a sua página Culpa das geadas, culpa do inverno Em vez de escrever tentava, coragem De apanhar os flocos no ar Mas hoje, é demasiado tarde Ele não pode decidir-se a partir E a sua recordação será apenas E só a canção de antes da luta Do evadido que não conseguiu Alcançar o seu fim. Porquê,
Gostava de saber, porquê, porquê Vem demasiado cedo o fim do baile São os pássaros, nunca as balas Que se atinge em pleno voo



[A qualidade poética e musical de Vladimir Vysotsky é analisada no post seguinte: https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2020/01/vladimir-vysotsky-charles-aznavour.html ]

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PS1: Versão do poema em russo e tradução francesa, por Maxime le Forestier + Um comentário do próprio Vysotsky, sobre o contexto dramático desta canção. A não perder:

sábado, 18 de janeiro de 2020

VLADIMIR VYSOTSKY / CHARLES AZNAVOUR

                                                   Eh raz esche raz (Meu filho Cigano)

                                                    [versão em francês: Plus rien ne va ]


https://www.youtube.com/watch?time_continue=13&v=qz2u4HvVkEM&feature=emb_logo



Deux guitares
                                           https://www.youtube.com/watch?v=rdkKGmZJhuk

O bardo Vysotsky, prematuramente desaparecido em 1980, com apenas 42 anos, era uma espécie de Jacques Brel soviético, cantor/autor e também actor, que foi muito conhecido e reconhecido para lá da sua morte, embora em vida também fosse muito amado e acompanhado pelo público russo e internacional. O seu estilo como cantor, aparentemente rude, é resultante de uma forma intermédia entre fala e canto. Ele possuía uma voz de baixo-barítono, que ele manipulava com destreza para simular todos os sentimentos. A sua voz e criatividade colocam-no numa posição única.
Mas,  especialmente único, também é Charles Aznavour, desaparecido há bem pouco tempo, e cuja carreira tanto de cantor como como de autor, é completamente ímpar, tal como a de Vladimir Vysotsky. 
Não digo isto por ser uma das mais longas carreiras que jamais existiram, mas porque foram os seus contributos para a canção francesa de meados do século XX tão importantes, que se tornou referência incontornável de autores mais jovens e de interpretes, que têm retomado muitas das canções que deixou. 

Ambos interpretam aqui uma canção cigana, «Duas Guitarras», que evocam as agruras do «filho pródigo» confrontado com o fracasso das suas ambições e se refugia na embriaguês. Uma temática bastante triste, mas quase alegre, devido ao seu final com andamento endiabrado...