«La Liberté Guidant Le Peuple de E. Delacroix»
Aguarela de Verónica O. Baptista
LIBERDADE MINHA
Onde está a tua liberdade? Onde está ela?
Onde foi parar? Afinal, quem mo pode dizer?
A minha liberdade está no olhar, não embaciado,
nítido, sem azedume, sem prosápia, nem desejo de poder
Olho o mundo, olho as pessoas.
- O que penso do mundo, das pessoas?
Apenas eu sei. Aliás, sei que não sei...
quase nada, sobre o mundo e sobre as pessoas
Mas, para além do mundo existe o sopro do espírito,
do espírito cósmico.
Negá-lo é fechamento: Negá-lo não é ciência, nem sabedoria
O paradigma da falsa educação inverteu os nossos valores.
Mas, como o boomerang, a realidade vem ter connosco.
Que grande lição de vida! Cada derrota é uma lição.
A verdadeira vitória, é ver a vitória sem orgulho,
apenas como um dado.
Nada disto é paradoxal.
Só o pensamento binário faz disto um paradoxo.
A minha lógica escapa ao dualismo.
E vivo num mundo muito pouco frequentado.
Um mundo que se desvaneceu, que não está na montra,
que está fora do palco, nos bastidores
Afinal, existe...
Digo, afinal a liberdade existe, porque eu existo.
Esta é a minha leitura; não vos imponho nada.
Murmuro ao teu ouvido, Alma fina:
Agora sei, o que sempre soubeste
Não trocaria este saber por nada neste mundo.
Como não troco meu amor.
Impossível! Impensável!
O que é verdadeiro está no fundo,
tão lá no fundo.
É como uma batida do coração.
Sim, uma batida do coração
Murtal, Parede, 25/04/2021