Consulta no site do youtube «Otis Reading», o album «Love Man» com doze canções absolutamente fantásticas e representativas do estilo inimitável de Otis Reading.
domingo, 10 de novembro de 2019
sexta-feira, 8 de novembro de 2019
TÓTEM DO LOBO - FILME FRANCO-CHINÊS
Este filme ganhou a palma de ouro do festival de Cannes mas não foi exibido comercialmente em muitos sítios. Em Portugal, apenas apareceu brevemente numa mostra do filme Chinês em 2015, salvo erro.
É um filme incrível, na maneira como relata uma história verídica e bem realizado, até ao pormenor. Revela-nos a profundidade da alma mongol, uma das últimas culturas nómadas do planeta. Os lobos em alcateia não são amestrados, são selvagens. Não sei como conseguiram filmar algumas das sequências com alcateias...
quinta-feira, 7 de novembro de 2019
FALSA EDUCAÇÃO E NEO-COLONIALISMO
Ouvir histórias verídicas, passadas no sistema escolar, contadas pelas próprias pessoas que as viveram, custa-me. Mas não tenho dúvida de que as pessoas que as contam (quando adultas), sofreram traumas, enquanto crianças ou adolescentes.
Pergunto aos meus botões ...«como é possível»?
- Como é possível haver pessoas que fazem coisas assim a crianças indefesas? Como é possível haver uma instituição «cega» em relação aos comportamento de certas pessoas, funcionários da sua instituição, só reagindo quando as situações se tornam demasiado conhecidas, em que já não é possível «abafar» o escândalo?
A escola de hoje é uma espécie prisão onde as crianças e adolescentes são torturados de todas as formas, para se transformarem, algumas, em monstros torturadores de professores, funcionários e progenitores, num ciclo vicioso sem fim.
Nada do que, supostamente, as crianças e adolescentes «aprendem», fica; pelo menos, nada daquilo que seria suposto ficar.
O ensino é mera «decoração», no sentido de «decorar» textos, quase sempre sem apreender nada do seu real significado, para logo em seguida os esquecer.
Mas também, «decoração», como se «decora» um apartamento, com mobílias, com bibelots, etc. Também neste sentido, é algo efémero, nada que fique para «a vida». É como o «décor» que se coloca no palco para uma peça de teatro.
Por estes motivos, tenho vindo a alertar para a necessidade de se subverter a ideia-feita de que a «educação» é sinónimo de progresso, de fornecer ao indivíduo instrumentos para ele se poder desenvencilhar na vida. Este é sempre o grande (pseudo) argumento dos arautos do sistema.
Mas, estão a distorcer completamente - com fins de propaganda - a realidade nua e crua!
Pois a escola tornou-se, em geral, uma antecâmara para o insucesso na vida.
As pessoas que colocam a ambição dos seus filhos e filhas em determinada carreira lucrativa, em geral exigindo estudos difíceis e exigentes (sob todos os pontos de vista, também tempo e dinheiro), estão a criar neles frustração para a vida inteira.
Até mesmo isto se passa com os chamados «muito bons» alunos: acontece que há imensos casos de jovens que chegam ao segundo ou terceiro ano dum curso de medicina ou engenharia, desencantados. Muitos, prosseguem apenas por obrigação, sem entusiasmo; outros, têm a coragem de dizer «afinal não era nada disto que eu queria» e abandonam esse curso.
Note-se que estamos a falar dos tais 1% ou 0.01%, que viram o seu «sonho» (ou o dos pais) realizar-se e entram para o almejado curso superior, que iria conferir prestígio social e um posto de trabalho e um rendimento, confortáveis, seguros!!!
A imensa maioria dos alunos acaba por não ficar com uma formação-base, com pés e cabeça, com alguma empregabilidade, quando teoricamente deveriam ter idade para se bastar a si próprios.
Muitos, vão para cursos que não desejaram e para os quais não têm apetência real, apenas desejam ter um «dr.» ou «eng.» apenso ao seu nome. A chancela de diplomado no ensino superior seria a «porta de entrada» nas classes médias superiores, segundo o imaginário das multidões, apenas. Este preconceito está arreigado na generalidade das pessoas, na altura em que isso deixou de ser assim.
Do ponto de vista económico, as sociedades imbuídas de elitismo, produzem grande número de desempregados de longa duração. Muitos destes não são contabilizados, porque «frequentam um curso superior». Outros, têm frequência de cursos superiores com especializações que nunca irão exercer na vida activa. Por fim, uma minoria de licenciados ou mestrados, encontra empregos correspondentes à sua formação académica. E, destes poucos, em boa justiça, seria preciso descontar os que exercem docência, em qualquer nível de ensino, porque manter esta função docente, é condição para perpetuar o próprio sistema.
Do ponto de vista humano, as coisas não são mais positivas. As múltiplas patologias - as depressões, o bullying ou assédio, o burn-out ou exaustão, etc...- relacionadas, a um ou outro nível, com insucesso escolar e profissional, seriam demasiado complexas para serem descritas em alguns parágrafos.
São, porém, uma carga de sofrimento humano, que se estende a toda a sociedade. Esta, está «cega» a tais patologias. Elas são vistas como se fossem primariamente culpa do indivíduo e/ou dum conjunto muito particular de circunstâncias. O célebre reflexo de «enterrar a cabeça na areia» é aquilo que mais se vê. Poucas são as pessoas situadas em postos de responsabilidade e decisão que tentam abordar de modo sério as diversas patologias decorrentes da organização da nossa sociedade.
O pior, é a sociedade e o poder político resignarem-se a este estado de coisas. O primeiro passo deveria ser a classe média aceder ao grau de consciência do que está a suceder, para - ela própria- exercer pressão sobre o poder político e empresarial, por forma a que tal estado de coisas evolua. Para que não se perpetuem estas aberrações, de geração em geração!
Algo de alternativo aos diplomas superiores deveria existir e funcionar, neste país. Não seria algo inédito ou estranho, pois existe noutros países: sistemas de «creditação» fora dos percursos clássicos. Isto deveria ser tentado seriamente: a importância da formação na empresa, como meio de proporcionar aos indivíduos formas de acesso ao emprego com remuneração digna e de acordo com as suas capacidades e expectativas e de proporcionar às empresas as modalidades de formação em recursos humanos adequadas à sua actividade. A fluidez de percursos académicos e profissionais deveria ser muito maior.
Não se compreende que não exista uma planificação flexível, ao nível do Estado, das Autarquias, das Universidades, estabelecendo prioridades e quantificando necessidades. A não ser que isso seja visto como sintoma típico dum país neo-colonizado, mas simultaneamente com veleidades de país «rico».
Portugal dá-se ao «luxo» de não gerir seus recursos humanos em múltiplas áreas... se exceptuarmos algumas empresas ditas de «ponta», algumas multinacionais.
O «material humano» é o mais precioso bem que se tem numa sociedade, mas os nossos dirigentes ignoram isso, não se importam que este país seja exportador líquido de «cérebros», nomeadamente para outros países europeus ....
Se as pessoas avaliassem os dirigentes (na política, na instituição escolar e universitária, no meio empresarial, etc.), não por aquilo que eles proclamam, mas por aquilo que fazem, efectivamente, talvez as coisas pudessem correr melhor para Portugal e os portugueses.
quarta-feira, 6 de novembro de 2019
DANÇA RITUAL DO FOGO - MANUEL DE FALLA
Do filme «El Amor Brujo», uma bela apresentação de flamenco dos bailarinos Antonio Gades e Cristina Hoyos
terça-feira, 5 de novembro de 2019
A VERDADE... CONVENIENTE OU INCONVENIENTE ?
Este título ocorreu-me por eu ter lido um artigo de Diana Johnstone sobre Julian Assange.
Ele é o símbolo contemporâneo das pessoas que, sujeitas a enormes pressões de toda a espécie não vergam, não cedem, não se deixam seduzir pelos cantos de sereias, mas simplesmente dizem ou escrevem o que sabem, cientes de que é seu dever tornar público os dados que permitirão as outras pessoas fazerem os juízos próprios sobre quem anda a mentir, como é que as coisas realmente se passam, sobretudo como é que os poderosos cozinham as suas narrativas para encobrir os seus (muitos e muito grandes...) crimes.
O caso Assange tem para mim um outro significado, o de me desabituar definitivamente de julgar as pessoas com base nas suas declarações de princípios, esses princípios tão bonitos, tão generosos, mas que logo sofrem um «entorse» assim que o interesse de quem os profere está em jogo.
Por outras palavras, são igualmente abundantes os hipócritas nas fileiras das diversas ideologias, sejam elas de extrema direita ou esquerda, ou moderados, centristas, liberais, socialistas, etc.
Digo isto porque os que costumam mascarar-se em arautos da verdade, em cavaleiros da justiça, etc. são os que logo viram a cara, e fingem que não sabiam aquilo que se está a passar com Julian Assange. Todos sabem -porém - que é o equivalente a um assassinato a sangue frio, a uma lenta e cruel asfixia. Mas Julian Assange e Chelsea Manning são sujeitos a estes longos e penosos sofrimentos, porque tiveram a coragem de desmascarar as crueldades, os crimes, as corrupções, dos poderes: de todos os poderes, por mais que a media prostituta diga o contrário, por mais que tentem colar-lhes a etiqueta de «agentes encobertos da Rússia de Putin», ou de «inimigas do Ocidente».
A media está envolvida no encobrimento de crimes dos Estados, para isso usando todas as técnicas de condicionamento. Uma forma é a saturação com conteúdos triviais, que provocam a relativização de todas as notícias ou informações que chegam à cidadania e à qual esta responde com indiferença.
Outras técnicas consistem em adjectivar dando conotações, em reproduzir acriticamente o discurso oficial, em perpetuar a «verdade» oficial.
A inclusão de algum noticiário não elogioso, mas não pondo em causa, no essencial, o poder instalado, dá a «cobertura» de respeitabilidade, permitindo que os ingénuos sejam mantidos na convicção de existir «objectividade» dos media.
Quando determinado acontecimento é demasiado difícil de enquadrar dentro da narrativa oficiosa e dos media do poder, então das duas uma: ou a posição dos críticos do poder é distorcida até à caricatura, sendo depois apontados a dedo, ou se faz «black-out» (ocultação total): se não está noticiado em nenhum meio de comunicação de massas, então, «não existe»...
Não creio que o regime de controlo da informação e das pessoas seja grosseiro, nem que se esgote com os exemplos acima dados: pelo contrário, usa duma enorme carga de ciência psicológica e sociológica por detrás do cenário, tem imensa energia investida em torná-lo credível para a grande maioria do público.
É verdade que o público já estava sujeito a um condicionamento prévio, por anos de doutrinação disfarçados de «educação» (seja em escolas públicas ou privadas, tanto faz, pois o efeito é o mesmo!). Mas o seu reforço constante é absolutamente essencial para manter a ilusão «matrix», da narrativa do poder.
Voltando ao nosso assunto inicial; Assange e o artigo de Johnstone... Se há uma coisa que o poder não tolera e não perdoa é «lançadores de alerta» mostrarem a realidade por detrás da ribalta, desfazendo toda a roupagem de mentiras constantemente envergadas pelos porta-vozes do poder e reforçados, confirmados com as pseudo-informações mediáticas, que na realidade são instrumentos de propaganda, apenas.
Como é evidente, por mais que pessoas isoladas ou pequenos grupos de idealistas tentem «furar» este «ecrã de fumo», que se interpõe entre a realidade e as pessoas comuns, tal não irá acontecer em tempos «normais».
Será preciso uma crise profunda, que abale as estruturas de poder, que desfaça as alianças «santas» ou «espúrias» entre os vários actores, sobretudo que a grande massa da população compreenda finalmente -depois de ter sido espoliada - o que têm feito com ela, durante tantos anos. Quando atingido este ponto, será impossível manter as aparências, pois a realidade irromperá na vida de milhões. Será a própria vida a romper a cortina nas suas mentes, essa cortina que impede milhões de pessoas de ver, de compreender.
MANLIO DINUCCI: «04-11, ver Nápoles e depois morrer»
RETIRADO DE:
https://nowarnonato.blogspot.com/2019/11/pt-manlio-dinucci-arte-da-guerra-4-de.html
il manifesto, 5 de Novembro de 2019
Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
Nápoles, e não Roma, foi ontem, o centro do Dia das Forças Armadas. No Lungomare Caracciolo, desfilaram 5 batalhões. Mas o ponto alto foi a área de exposições das várias Forças, que atraiu durante cinco dias, para a Piazza del Plebiscito, sobretudo, jovens e crianças. Eles puderam embarcar a bordo de um caça, conduzir um helicóptero com um simulador de voo, admirar um drone Predator, entrar num tanque, treinar com instrutores militares, para depois ir ao porto visitar um navio de assalto anfíbio e duas fragatas de mísseis. Uma grande «Feira da guerra» criada com um propósito específico: o recrutamento.
70% dos jovens que desejam alistar-se, vivem no sul, especialmente na Campânia e na Sicília, onde o desemprego juvenil é de 53,6%, em comparação com uma média da União Europeia de 15,2%. O único que lhes oferece uma ocupação “segura” é o exército. No entanto, após as selecções, o número de recrutas é menor do que o necessário.
As Forças Armadas precisam de mais pessoal, pois estão envolvidas em 35 operações em 22 países, desde a Europa Oriental aos Balcãs, desde África ao Médio Oriente e à Ásia. São as “missões de paz” efectuadas, sobretudo, lá, onde a NATO sob o comando USA fomentou, com a participação activa da Itália, as guerras que demoliram Estados inteiros e desestabilizaram regiões completas.
Para manter as forças e os armamentos adequados - como os F-35 italianos enviados pela NATO para a Islândia, mostrados pela Rai em 4 de Novembro - são gastos na Itália, com dinheiro público, cerca de 25 biliões de euros por um ano. Em 2018, a despesa militar italiana aumentou do 13º para 11º lugar no mundo, mas os USA e a NATO pressionam para um aumento adicional, em função, sobretudo, da escalada contra a Rússia.
Em Junho passado, o governo do Conte I “desbloqueou” 7,2 biliões de euros para adicionar à despesa militar. Em Outubro passado, no encontro do Primeiro Ministro com o Secretário Geral da NATO, o governo do Conte II garantiu um compromisso de aumentar a despesa militar em cerca de 7 biliões de euros a partir de 2020 (La Stampa, 11 de Outubro de 2019). Assim, está a passar-se de uma despesa militar de cerca de 70 milhões de euros por dia para cerca de 87 milhões de euros por dia. Dinheiro público subtraído aos investimentos produtivos fundamentais, especialmente em regiões como a Campânia, para reduzir o desemprego a partir do desemprego juvenil.
Bem diferentes são os “investimentos” feitos em Nápoles. Ela adquiriu um papel crescente como sede de alguns dos mais importantes comandos USA/NATO.
- Em Nápoles-Capodichino, existe a sede das Forças Navais USA, na Europa, sob as ordens de um almirante americano que comanda, ao mesmo tempo, as Forças Navais dos EUA para a África e a Força Conjunta Aliada (JFC Nápoles), com sede em Lago Patria ( Nápoles).
- A cada dois anos, a JFC Nápoles assume o comando da Força de Resposta NATO, uma força conjunta para operações militares na "área de responsabilidade" do Comandante Supremo Aliado na Europa, que é sempre um general USA, e “para além dessa área”.
- No quartel general de Lago Patria, está em função desde 2017, o Hub da Direcção Estratégica para o Sul, um centro de inteligência/serviços secretos, ou seja, de espionagem, concentrado sobre o Médio Oriente e sobre África.
- Do comando de Nápoles depende a Sexta Frota, com base em Gaeta, que - informa a Vice Almirante USA, Lisa Franchetti - opera “do Polo Norte ao Polo Sul”.
Esta é a função de Nápoles no âmbito da NATO, definida pelo Presidente Mattarella, na mensagem de 4 de Novembro: "Uma aliança para a qual escolhemos livremente contribuir para a tutela da paz no contexto internacional, para a salvaguarda dos mais fracos e oprimidos e dos direitos humanos”.
il manifesto, 5 de Novembro de 2019
Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
sábado, 2 de novembro de 2019
MAX KEISER: CHINA VAI REVELAR SUAS RESERVAS EM OURO
Não apenas a China tem 20 mil toneladas de ouro (e não as 2 000 toneladas oficiais) e vai revelar isso publicamente, como se prepara para o lançamento de uma moeda digital* indexada ao ouro!!!
---
* Um Yuan indexado ao ouro é já praticamente existente, quando se pensa na recentemente lançada nota de crédito em yuan, que já é usada em trocas comerciais, sendo estes yuan utilizáveis para comprar ouro no SGE (Shangai Gold Exchange) - a bolsa de ouro (físico) de Xangai. A nota de crédito pode beneficiar da tecnologia «blockchain», facilitando as trocas comerciais. Não é difícil de imaginar que este yuan digital vai ajudar a destronar o dólar do comércio internacional, visto que permite a convertibilidade do yuan em ouro, o que não acontece com o dólar.
Subscrever:
Mensagens (Atom)