sábado, 18 de fevereiro de 2017
TEORIA DA CONSCIÊNCIA E «INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL»
Roger Penrose: The Emperor's New Mind, Quantum Mind, Quantum Consciousness, The Laws of Physics
Uma excelente forma de nos familiarizarmos com os problemas da física e do estudo da consciência.
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Portugal
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
SABER VIVER EM PAZ CONNOSCO PRÓPRIOS E COM OS OUTROS (*)
(*) Creio que estes princípios ou reflexões se podem aplicar nas nossas vidas, independentemente das condições concretas. Oxalá o leitor possa acrescentar outros, de sua iniciativa e nos dê a conhecer... ganhando em sabedoria, ganhamos todos!
- Ser o seu próprio banco central
- Ser o seu próprio governo (autogoverno)
- Gerir o tempo não é andar atrás dos ponteiros do relógio
- Produzir o seu próprio modo de pensar, seus próprios valores
políticos, ideológicos, morais
- Não procurar obter um determinado efeito nos outros, das
nossas acções; porém, observar qual o referido efeito das nossas acções
passadas e tentar pôr-se na pele do outro.
- Prevenir ao máximo a doença, não fumando, não cometendo
excessos com comidas e bebidas alcoólicas, evitando as irregularidades dos
sonos, fazendo exercício físico adequado à idade e à condição física, em suma: Apostar
a 100% na atitude preventiva em termos de saúde
- Dar graças por tudo o que temos de bom, na nossa própria
pessoa; e aquilo que não é assim tão bom, seja um desafio para nossa
autotransformação.
- Mostrar afecto, não reprimi-lo, para com as pessoas que têm
estima por nós. Manifestar afecto de forma discreta, como estar atento ao que a pessoa diz, aos seus desejos.
- Obedecer aos ciclos, aos ritmos da Natureza, sejam eles
curtos ou longos, diurnos, lunares, sazonais, anuais, plurianuais… fazer tudo
em harmonia com estes ciclos
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017
A NOVA ROTA DA SEDA E A ESTRATÉGIA DO OCIDENTE
Na sequência da II Guerra Mundial, o campo socialista ficou fortalecido com a adesão da Rep. Popular da China, recém proclamada, para grande temor e fúria do imperialismo dos EUA e seus vassalos «ocidentais».
É uma ironia da História que o eixo Moscovo-Pequim, que parecia tão sólido pela uniformidade ideológica, foi afinal o elo fraco, explorado por Nixon e por Henry Kissinger, na sequência do afastamento dos dois gigantes, após a subida de Nikita Krutchev ao poder na URSS: os dois «irmãos inimigos» só se reaproximaram bem mais recentemente, após verificarem que a política dos EUA e apaniguados continuava numa lógica de Guerra-fria, que nada os fazia parar.
A confrontação actual do eixo euro-asiático com o eixo anglo-saxónico não será ideológica, mas será na mesma um confronto total. Desde uma vintena de anos, o «Ocidente» apenas respeita o direito internacional quando lhe convém, apenas denuncia casos de violação dos direitos humanos em regimes que não se alinham por ele, tem como único «instrumento diplomático» a força armada, para esmagar todos os que não se conformam com a sua lei ... No entanto, na sequência do golpe de estado de Kiev, em Fevereiro de 2014, financiado e apoiado pelos EUA, a Rússia acelerou conversações para um acordo global, estratégico e económico com a China, vendo que os governos da Europa ocidental tinham caído numa total vassalagem face aos EUA.
Assim, chega-se ao ponto da evolução em que o eixo de aliança estratégica entre os países que formam a Eurásia está a consolidar-se a olhos vistos.
A confrontação actual do eixo euro-asiático com o eixo anglo-saxónico não será ideológica, mas será na mesma um confronto total. Desde uma vintena de anos, o «Ocidente» apenas respeita o direito internacional quando lhe convém, apenas denuncia casos de violação dos direitos humanos em regimes que não se alinham por ele, tem como único «instrumento diplomático» a força armada, para esmagar todos os que não se conformam com a sua lei ... No entanto, na sequência do golpe de estado de Kiev, em Fevereiro de 2014, financiado e apoiado pelos EUA, a Rússia acelerou conversações para um acordo global, estratégico e económico com a China, vendo que os governos da Europa ocidental tinham caído numa total vassalagem face aos EUA.
Assim, chega-se ao ponto da evolução em que o eixo de aliança estratégica entre os países que formam a Eurásia está a consolidar-se a olhos vistos.
Recordo que a Organização de Segurança de Xangai, estabeleceu, há alguns anos, um acordo aprofundado na luta contra o terrorismo entre a Rússia, a China e várias repúblicas ex-soviéticas.
O acordo Russo-Chinês concretizou-se no fornecimento por pipe-lines, a partir da Sibéria, de grande parte do crude e do gás natural de que a China necessita. Este será apenas um aspecto do vasto acordo estratégico entre Moscovo e Pequim.
Este acordo é um formidável desafio ao petro-dollar(*), visto que o maior consumidor de crude e de gás natural terá como principal fornecedor o segundo maior produtor e tudo isto, usando divisas dos respectivos países, Yuan e Rublos, não usando o Dollar.
Este acordo é um formidável desafio ao petro-dollar(*), visto que o maior consumidor de crude e de gás natural terá como principal fornecedor o segundo maior produtor e tudo isto, usando divisas dos respectivos países, Yuan e Rublos, não usando o Dollar.
Simultaneamente, a China lançou a nova Rota da Seda. Para isso, criou um Banco Asiático de Investimento, uma iniciativa de investimento dirigida a todos os países que quisessem aderir sem pressupostos outros que estabelecer relações comerciais mutuamente vantajosas.
Num instante, a China obteve a adesão de mais de 60 países, como membros fundadores, nos quais se incluía o Reino Unido. Este, viu que o seu interesse no longo prazo era estar dentro do barco, que era inevitável a China tornar-se a primeira potência económica, sendo já dominante em muitos sectores do comércio internacional.
Num instante, a China obteve a adesão de mais de 60 países, como membros fundadores, nos quais se incluía o Reino Unido. Este, viu que o seu interesse no longo prazo era estar dentro do barco, que era inevitável a China tornar-se a primeira potência económica, sendo já dominante em muitos sectores do comércio internacional.
Um «Ocidente» relutante foi obrigado a aceitar o Yuan chinês no cabaz de divisas que formam os «Special Drawing Rights» ou seja a moeda do FMI, a qual poderá segundo James Rickards, substituir o Dollar.
A este propósito, deve-se compreender que a presente subida do Dollar não é devida a confiança na sua economia e na sua capacidade geo-estratégica, mas antes um corolário da enorme quantidade de Treasuries(**) (Obrigações do Tesouro US) que têm sido vertidas no mercado. Para que estas sejam vendidas, do outro lado tem de haver dispêndio de dollar: logicamente, vai haver uma falta de dolares no mercado. Foram vendidas, no ano transacto, quantidades astronómicas de treasuries, nos mercados. Os principais vendedores foram a China, o Japão, a Arábia Saudita. Esta subida do dollar, para além dos aspectos especulativos, é portanto o «canto do cisne», enquanto moeda de reserva mundial.
A machadada final será dada quando os países petroliferos, Arábia Saudita e os diversos diversos Emiratos, começarem a aceitar outras moedas, além do dollar, pelo seu petróleo.
A este propósito, deve-se compreender que a presente subida do Dollar não é devida a confiança na sua economia e na sua capacidade geo-estratégica, mas antes um corolário da enorme quantidade de Treasuries(**) (Obrigações do Tesouro US) que têm sido vertidas no mercado. Para que estas sejam vendidas, do outro lado tem de haver dispêndio de dollar: logicamente, vai haver uma falta de dolares no mercado. Foram vendidas, no ano transacto, quantidades astronómicas de treasuries, nos mercados. Os principais vendedores foram a China, o Japão, a Arábia Saudita. Esta subida do dollar, para além dos aspectos especulativos, é portanto o «canto do cisne», enquanto moeda de reserva mundial.
A machadada final será dada quando os países petroliferos, Arábia Saudita e os diversos diversos Emiratos, começarem a aceitar outras moedas, além do dollar, pelo seu petróleo.
O Irão já se mostrou bastante audaz ao anunciar que vai começar a vender os seus dollars e a aceitar pagamentos noutras divisas. O famoso decreto de Trump que bania provisoriamente entradas de pessoas oriundas do Irão, um dos sete países do Médio Oriente visados, foi apenas o pretexto.
Apesar de toda a incerteza gerada pela transição da presidência dos EUA, há porém desenvolvimentos altamente prováveis:
. Vai reforçar-se a colaboração, a todos os títulos, entre Moscovo e Pequim.
. Haverá um aprofundar de crise do Euro e - portanto - uma perda de influência da Europa nos assuntos económicos mundiais.
. Pelo contrário, a China continuará, com seus numerosos acordos de comércio com países do Terceiro Mundo, a drenar uma parte importante das matérias primas, sustentando as economias desses países.
. Isto permitirá que os países fornecedores de matérias-primas se autonomizem, quer das ex-metropoles dos tempos coloniais, quer dos novos poderes que as substituiram.
. Vai reforçar-se a colaboração, a todos os títulos, entre Moscovo e Pequim.
. Haverá um aprofundar de crise do Euro e - portanto - uma perda de influência da Europa nos assuntos económicos mundiais.
. Pelo contrário, a China continuará, com seus numerosos acordos de comércio com países do Terceiro Mundo, a drenar uma parte importante das matérias primas, sustentando as economias desses países.
. Isto permitirá que os países fornecedores de matérias-primas se autonomizem, quer das ex-metropoles dos tempos coloniais, quer dos novos poderes que as substituiram.
. O eixo Euroasiático vai aprofundar-se no comércio, em particular, devido à complementaridade em termos de recursos energéticos, de matérias-primas.
. As diversas potências, grandes ou pequenas, no continente Euroasiático, verão como decisivo para a sua segurança e estabilidade globais, a cooperação em matérias de defesa, de luta contra o terrorismo, contra a criminalidade económica.
. As diversas potências, grandes ou pequenas, no continente Euroasiático, verão como decisivo para a sua segurança e estabilidade globais, a cooperação em matérias de defesa, de luta contra o terrorismo, contra a criminalidade económica.
Em meados do século, teremos talvez um eixo continental Lisboa-Moscovo-Pequim, como o nascer de uma nova entidade geo-política no espaço euroasiático, que sempre foi uno geograficamente, mas demasiadas vezes fraccionado por guerras e rivalidades.
O eixo anglo-saxónico - essencialmente o Reino Unido, os EUA, o Canadá e a Austrália - irá disputar o terreno palmo a palmo, não hesitando em lançar uma guerra generalizada, na tentativa desesperada de manter a hegemonia.
Porém, outro Mundo é possível (e preferível); um Mundo multipolar, como aliás tem sido, na maior parte da História.
O eixo anglo-saxónico - essencialmente o Reino Unido, os EUA, o Canadá e a Austrália - irá disputar o terreno palmo a palmo, não hesitando em lançar uma guerra generalizada, na tentativa desesperada de manter a hegemonia.
Porém, outro Mundo é possível (e preferível); um Mundo multipolar, como aliás tem sido, na maior parte da História.
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(*) É sabido que a hegemonia financeira do dollar tem sido mantida graças ao acordo do chamado petro-dollar, ou seja, a exclusividade de pagamento em dólares do petróleo da Arábia Saudita e outros países árabes que, em troca, receberam a garantia de protecção total por parte dos EUA. (**) As obrigações do Tesouro dos EUA são a forma habitual dos países manterem dólares em suas reservas financeiras nos bancos centrais. Terem dólares em reserva é uma necessidade, porque tem sido - até aqui - a moeda indispensável para compra, nos mercados mundiais, de combustíveis fósseis.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017
NATO EM ÁFRICA: A MENTIRA DO «TERRORISMO»
ANTÓNIO COSTA PRETENDE QUE AS FORÇAS ARMADAS PORTUGUESAS ESTÃO NA REP. CENTRO AFRICANA NUMA MISSÃO DE COMBATE AO TERRORISMO. MAS SERÁ ISSO VERDADE?
O que é evidente é o alargamento da NATO para teatros que não têm que ver com o seu próprio estatuto de «aliança defensiva» euro-atlântica e norte-americana... Pois ela está empenhada numa aventura de consolidação do poder neo-colonial, em países estratégicos de África.
Em África, os Chineses têm investido muito, através de construção de infraestruturas, de apoio efetivo ao desenvolvimento desses países, sobretudo obtendo contratos de fornecimento de matérias-primas. O desenvolvimento vigoroso da Rep. Pop. da China necessita disso. Contra tal penetração pacífica, os poderes do «ocidente» (os EUA e seus vassalos), têm feito ofensivas militares desde o Mali, o Sudão, a Rep. Centro Africana, etc. sob pretexto de combater o terrorismo.
Ora, este argumento do «terrorismo» não é credível, pois o real papel das forças da NATO e outras, tem sido o de manter e consolidar o poder de ditadores que lhes estão próximos.
Sabe o leitor que o Mali é o terceiro produtor de ouro do continente africano e que a sua produção vem subindo de ano para ano?
A Rep. da África do Sul, membro dos BRICS, tem sido até agora o primeiro produtor, mas com uma produção decrescente.
Não apenas no Mali, também no Sudão (rico em petróleo) e em muitos outros países africanos que possuem interesse geo-estratégico nota-se hoje a presença de tropas da NATO. Se tais países estão envolvidos em sangrentas guerras civis, o facto é que elas só podem subsistir pelo tráfico permanente de armas e munições, com origem nas tais potências «protectoras».
A verdade é que tais guerras são instigadas, alimentadas e ampliadas pelos poderes ex-coloniais ou outros. A recolonização de África tem vindo a observar-se desde que a NATO se projectou como «protetora» do contrinente Africano, na sequência da conferência de Washington em que se auto-atribuiu o papel de «polícia mundial».
Todas as pseudo-justificações de «combate ao terrorismo» caem por terra, quando nós perguntamos as questões óbvias:
- quem arma e equipa os terroristas?
- quem os financia?
- que interesses esconde essa defesa de regimes ditatoriais?
- que proveito tem a NATO em manter bases nesses países?
Ninguém, com espírito independente, pode acreditar na sinceridade destes políticos, que apenas pretendem a continuidade da exploração de África, como uma espécie de reserva de matérias-primas do «Ocidente».
Eles vêem a sua hegemonia ameaçada, porque os países africanos têm - desde há alguns anos - feito acordos mutuamente vantajosos com a China, que lhes permitem emanciparem-se da tutela neo-colonial e arrancar para o desenvolvimento. Ora é isso, justamente, que os imperialistas não podem tolerar. Têm de inventar motivos «legítimos» para reocupar estes países ricos em ouro, petróleo, metais industriais, solos férteis e mares ricos em peixe.
O cidadão europeu, além de estar a ser enganado, está a ser espoliado: é obrigado a pagar pelas guerras do império, para satisfazer a gula insaciável de imperialistas e de suas clientelas da indústria bélica, das empresas mineiras, do agronegócio, etc.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
GEORGES MOUSTAKI - MA LIBERTÉ
Um amor nunca é só prazer, também é renúncia a uma liberdade, renúncia bem assumida, no caso de haver compreensão recíproca.
A canção de Moustaki não é apenas um hino à liberdade, mas uma reflexão de um libertário sobre a renúncia assumida de uma parte da nossa liberdade individual, para partilhar um destino comum...
Haverá mais profundo hino ao amor...?
Ma liberté
Longtemps je t'ai gardée
Comme une perle rare
Ma liberté
C'est toi qui m'a aidé
A larguer les amarres
Pour aller n'importe où
Pour aller jusqu'au bout
Des chemins de fortune
Pour cueillir en rêvant
Une rose des vents
Sur un rayon de lune
Ma liberté
Devant tes volontés
Mon âme était soumise
Ma liberté
Je t'avais tout donné
Ma dernière chemise
Et combien j'ai souffert
Pour pouvoir satisfaire
Tes moindres exigences
J'ai changé de pays
J'ai perdu mes amis
Pour gagner ta confiance
Ma liberté
Tu as su désarmer
Toutes mes habitudes
Ma liberté
Toi qui m'a fait aimer
Même la solitude
Toi qui m'as fait sourire
Quand je voyais finir
Une belle aventure
Toi qui m'as protégé
Quand j'allais me cacher
Pour soigner mes blessures
Ma liberté
Pourtant je t'ai quittée
Une nuit de décembre
J'ai déserté
Les chemins écartés
Que nous suivions ensemble
Lorsque sans me méfier
Les pieds et poings liés
Je me suis laissé faire
Et je t'ai trahi pour
Une prison d'amour
Et sa belle geôlière
C'est toi qui m'a aidé
A larguer les amarres
Pour aller n'importe où
Pour aller jusqu'au bout
Des chemins de fortune
Pour cueillir en rêvant
Une rose des vents
Sur un rayon de lune
Ma liberté
Devant tes volontés
Mon âme était soumise
Ma liberté
Je t'avais tout donné
Ma dernière chemise
Et combien j'ai souffert
Pour pouvoir satisfaire
Tes moindres exigences
J'ai changé de pays
J'ai perdu mes amis
Pour gagner ta confiance
Ma liberté
Tu as su désarmer
Toutes mes habitudes
Ma liberté
Toi qui m'a fait aimer
Même la solitude
Toi qui m'as fait sourire
Quand je voyais finir
Une belle aventure
Toi qui m'as protégé
Quand j'allais me cacher
Pour soigner mes blessures
Ma liberté
Pourtant je t'ai quittée
Une nuit de décembre
J'ai déserté
Les chemins écartés
Que nous suivions ensemble
Lorsque sans me méfier
Les pieds et poings liés
Je me suis laissé faire
Et je t'ai trahi pour
Une prison d'amour
Et sa belle geôlière
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017
BORIS VIAN... TOUJOURS!
Boris Vian foi um poeta, compositor, romancista, autor de scripts para filmes, trompetista de jazz... ímpar na sua actividade múltipla, na sua vida curta e plena de sensações fortes.
Embora tenha morrido em 1959, a sua influência estende-se, na música e na literatura, até aos dias de hoje.
Das canções de sua autoria, O Desertor (Le Déserteur) será porventura a mais conhecida, muitos são os seus interpretes.
Escreveu grande número de canções destinadas a cantores e cantoras seus contemporâneos. Além desses, em sucessivas gerações, novos interpretes retomaram suas canções, que reflectem um humor surrealista, anárquico e rebelde.
Vários dos seus romances, escritos sob pseudónimo, deram escândalo, na época.
A sua morte, por paragem cardíaca, ocorreu durante a projecção do filme «J'irai Cracher Sur vos Tombes» baseado no seu romance homónimo.
Poderia seleccionar muitas canções da autoria de Boris Vian para ilustrar o seu talento.
Porém, a meu ver, basta apreciar esta «Complainte du Progrès», cheia de humor e de conteúdo crítico dos costumes, para nos dar vontade de descobrir as outras.
Canção* composta em 1956, no início do período de prosperidade marcado pelo crescimento económico e pelo aparecimento de novos produtos de consumo (carros, telefone, electrodomésticos, frigorífico, máquina de lavar roupa e televisão) que vão revolucionar os modos de vida.
* Embora não tenha pensado nisso antes, agora lembro-me que amanhã é dia de São Valentim: um piscar de olho CÚMPLICE aos namorados!
Autrefois pour faire sa cour
On parlait d’amour
Pour mieux prouver son ardeur
On offrait son cœur
Maintenant c’est plus pareil
Ça change ça change
Pour séduire le cher ange
On lui glisse à l’oreille
On parlait d’amour
Pour mieux prouver son ardeur
On offrait son cœur
Maintenant c’est plus pareil
Ça change ça change
Pour séduire le cher ange
On lui glisse à l’oreille
Ah Gudule, viens m’embrasser, et je te donnerai…
Un frigidaire, un joli scooter, un atomixer
Et du Dunlopillo
Une cuisinière, avec un four en verre
Des tas de couverts et des pelles à gâteau !
Une tourniquette pour faire la vinaigrette
Un bel aérateur pour bouffer les odeurs
Des draps qui chauffent
Un pistolet à gaufres
Un avion pour deux
Et nous serons heureux !
Un frigidaire, un joli scooter, un atomixer
Et du Dunlopillo
Une cuisinière, avec un four en verre
Des tas de couverts et des pelles à gâteau !
Une tourniquette pour faire la vinaigrette
Un bel aérateur pour bouffer les odeurs
Des draps qui chauffent
Un pistolet à gaufres
Un avion pour deux
Et nous serons heureux !
Autrefois s’il arrivait
Que l’on se querelle
L’air lugubre on s’en allait
En laissant la vaisselle
Maintenant que voulez-vous
La vie est si chère
On dit : « rentre chez ta mère »
Et on se garde tout
Que l’on se querelle
L’air lugubre on s’en allait
En laissant la vaisselle
Maintenant que voulez-vous
La vie est si chère
On dit : « rentre chez ta mère »
Et on se garde tout
Ah Gudule, excuse-toi, ou je reprends tout ça…
Mon frigidaire, mon armoire à cuillères
Mon évier en fer, et mon poêle à mazout
Mon cire-godasses, mon repasse-limaces
Mon tabouret-à-glace et mon chasse-filous !
La tourniquette à faire la vinaigrette
Le ratatine-ordures et le coupe friture
Mon frigidaire, mon armoire à cuillères
Mon évier en fer, et mon poêle à mazout
Mon cire-godasses, mon repasse-limaces
Mon tabouret-à-glace et mon chasse-filous !
La tourniquette à faire la vinaigrette
Le ratatine-ordures et le coupe friture
Et si la belle se montre encore rebelle
On la fiche dehors, pour confier son sort…
Au frigidaire, à l’efface-poussière
A la cuisinière, au lit qu’est toujours fait
Au chauffe-savates, au canon à patates
A l’éventre-tomate, à l’écorche-poulet !
On la fiche dehors, pour confier son sort…
Au frigidaire, à l’efface-poussière
A la cuisinière, au lit qu’est toujours fait
Au chauffe-savates, au canon à patates
A l’éventre-tomate, à l’écorche-poulet !
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