quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

ACREDITEM OU NÃO...

Aquilo que nos limita, que te limita a ti leitor/a, ou a mim, que escrevo, não é mais do que o nosso ego! O nosso ego é uma espécie de prisão que não se afirma como tal, algo que te prende mas que tu não reconheces como sendo a origem das tuas inibições.

Mas o destino das pessoas é o de viver com o ego que têm, não de se verem livres do seu ego! E se o tentarem, como aconselham certos gurus, podem ficar completamente alheadas do mundo real, ou não …. Porém, não ficarão mais sábias!

A nossa natureza é assim; então, será melhor nos conformarmos e trabalharmos o ego, para que ele seja nosso vassalo, para que ele se submeta à vontade do nosso Eu verdadeiro, da nossa pessoa na sua integral maturidade. Caso consigamos, não poderemos ser derrotados em nada do que empreendemos; já porque não faremos ou planearemos o que está fora do nosso alcance, já porque estaremos capazes de apreciar as coisas boas e menos boas que a vida nos dá, sem nos lamentarmos, sem nos sentirmos «injustiçados».

Mas, sobretudo, teremos alcançado a liberdade essencial de conduzir a nossa vida, não conforme o impulso do desejo, o que será sempre um desastre, a prazo, mas duma vontade fixada em metas, por nós decididas.

Trata-se de optar pela consciência, pelo assumir consciente do nosso dever em relação a nós próprios e em relação aos outros. Se assim procedermos, seremos felizes e talvez possamos obter a estima de algumas pessoas que nós próprios estimamos.

A maior parte das pessoas não tem ideia própria sobre nada, não tem princípios e – por isso mesmo - não aplica esses princípios, mesmo que os declare. Nestas circunstâncias, mais cedo ou mais tarde, qualquer que seja a situação de partida, tais pessoas irão confrontar-se com fracassos. Podem atribuí-los a fatores externos, sem dúvida. Porém eles/elas ou terão de assumi-los e melhorar, ou continuar a vitimar-se e a negar (denegação) a evidência.

Tudo – nesta civilização - nos empurra para um aligeirar das responsabilidades, pelos nossos fracassos, pelas nossas falhas. Mas, se formos superiores a isso, se soubermos resistir à pressão da mediania e da mediocridade, saberemos encontrar a via de realização do nosso ser.

Não tenho receitas para os outros, porque não tenho para mim próprio: tenho, sim, confiança no meu juízo, no meu sentir e no meu raciocinar.
As outras pessoas podem ter ou não ter algo para me dar. Mas em qualquer caso, estou bem, não exijo delas nada; se delas vier a receber algo, no sentido espiritual, fico grato. Mas não faço questão nisso.

Sei que - a maior parte das pessoas – embora tenha uma centelha de espírito, está dominada pela escravidão do ter, do parecer, não está disponível para amar, para ser em toda a sua plenitude. Seria estupidez da minha parte, esperar tal coisa do comum dos mortais. Se algumas pessoas, na minha vida, correspondem e me pagam da mesma moeda, já estarei muito feliz, já terei imensa sorte.

   




terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

REUNIÃO, 8 DE FEVEREIRO DO MOVIMENTO «SOLUÇÕES PARA A PAZ»

Reunião mensal no dia 08 de Fevereiro, na Fábrica, às 21.00.

Ordem de trabalhos:


- Informações
- Organizar campanha em torno do «dia de defesa nacional» (13 de Março) como forma de apontar SOLUÇÕES para a paz.


RENDIMENTO MÍNIMO GARANTIDO?

           Um rendimento mínimo garantido não pode nunca ser equiparado a um salário. Um salário é uma remuneração por trabalho. Eu penso que não faz sentido um rendimento garantido, só porque uma pessoa existe. 
Penso que faz sentido a garantia de todos terem meios dignos de sobrevivência, mas com a contrapartida de todos (em condição de...) trabalharem, contribuírem para a sociedade. 
Com efeito, se as pessoas recebem um rendimento garantido, elas vão recebê-lo graças a trabalho feito por outros e cujo fruto foi, por um ou outro processo, desviado. Parte do dinheiro das contribuições e impostos dos cidadãos activos irá para esse rendimento garantido. 
Não existe aqui princípio de igualdade. Para haver princípio de igualdade, teria de haver uma contrapartida em trabalho socialmente útil. Se não for assim, teremos um sistema de assistencialismo...que não se deve confundir com socialismo, pois aquele tem vigorado em sociedades onde o sistema produtivo e a estrutura da propriedade permanecem capitalistas.
 Só um socialismo verdadeiro pode eliminar a contradição entre as necessidades do trabalho e as de sustento digno dos humanos. 
O velho lema «a cada um segundo o seu trabalho, de cada um segundo suas capacidades» tem quase dois séculos, vem do tempo da 1ª Internacional...assim como o lema «não deve haver direitos sem deveres, nem deveres sem direitos». Ambos se mantêm perfeitamente actuais, porque são princípios morais. 

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

DESTRUIÇÃO DO VALOR DAS MOEDAS-PAPEL

Leia na íntegra  aqui o notável artigo de Egon von Greyerz, um especialista em metais preciosos, gerente de uma instituição que armazena ouro e prata fora do sistema bancário, em cofres seguros. Tem transmitido aos seus clientes e ao público em geral a noção da historicidade do que chamamos «dinheiro», mas que deveríamos chamar «divisas», pois não repousa sobre nada senão a promessa do governo que emitiu a respectiva divisa. O termo latino «fiat» na expressão «fiat money» quer dizer isso: o que garante seu valor é meramente um acto de fé. Mas fé em quê? Na palavra do governo....
Abaixo, vejam um quadro* do referido artigo, que poderá dar-nos uma ideia sobre o que está verdadeiramente em jogo e quem vai ser ganhador e perdedor do propalado «reset». 

A elite começou há muito a converter parte da sua fortuna em metais preciosos. 
Não me surpreende, porém, que seus escribas de serviço (em faculdades de economia ou em jornais económicos) se esmerem a difamar o ouro e lhe atribuam responsabilidades nas disfunções de sistemas monetários passados, que ele claramente não tem. 
A cegueira ideológica de pessoas que assimilaram acriticamente uma espécie de vulgata do keynesianismo é vista com agrado pelos muito ricos, para manterem controlo sobre o sistema. Assim, as multidões continuarão a acreditar no sistema financeiro presente e em toda a economia especulativa que ele suporta, não vendo como relevante fazer precisamente aquilo que eles, muito ricos, fazem com o seu próprio património, em tempos de crise: salvaguardá-lo em bens não financeiros: ouro e prata (mais fáceis de transaccionar e transportáveis), imobiliário, terras agrícolas, joias, obras de arte, objectos de colecção... 

(*) 

Egon von Greyerz Warns £, $, €, & ¥ Will Be Worthless Within 5 Years, Gold $10k & Silver $500 GUARANTEED


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A perda inelutável de valor das moedas, nomeadamente do dollar, que funciona como a moeda de reserva mundial, tem como corolário a hiperinflação. 
A inflação monetária pelos bancos centrais emissores, sobretudo desde a crise de 2008, tem beneficiado uma pequena elite, detentora do capital financeiro, que tem tido acesso a empréstimos com juro próximo de zero. Com um privilégio desses, não é arriscado jogar na bolsa e comprar títulos, muitas vezes da própria empresa, para inflacionar a sua cotação. 
Esta hiperinflação está confinada aos domínios da especulação financeira, traduzindo-se em bolhas que acabarão por rebentar. Isto, tal como eu explicava num artigo deste blogue, não se observa agora nos artigos de consumo corrente, não passou ainda de «Wall Street» para «Main Street». Por isso, as pessoas estão completamente despreocupadas, pois não vêem nada parecido com uma hiperinflação no horizonte.
Porém, deveriam estar, pois este género de hiperinflação ocorre assim que os agentes económicos perdem confiança na moeda-papel. Se os bancos centrais estão apostados em fazer diminuir o valor das divisas que emitem, chegará o momento em que essa emissão de moeda (hiperinflação monetária) se irá traduzir na completa perda de confiança da parte dos diversos intervenientes na economia. 
Foi assim com a hiperinflação na república de Weimar (Alemanha, 1922-1923) com o dollar do Zimbabwe (que, quando lançado, estava em paridade com o dollar US), com a crise da Argentina, com a crise venezuelana, etc... Simplesmente, os agentes económicos (internos e externos) deixam de ter confiança no governo (no sistema emissor de papel-moeda), na sua capacidade de pagar integralmente as dívidas. 
Nessa altura, muita gente fica completamente arruinada, de um dia para o outro. Tal acontece, porque o fenómeno da hiperinflação não é de evolução progressiva, que vai aumentando linearmente: a hiperinflação é um fenómeno exponencial, ou seja, a progressão, com o tempo, é geométrica. Num ápice, o valor do dinheiro é completamente destruído.  

domingo, 5 de fevereiro de 2017

FALSIFICAÇÃO DE DADOS CLIMÁTICOS PARA SATISFAZER AGENDA GLOBALISTA OCULTA


       

O escândalo que acaba de rebentar, o «climategate», promete ser enorme. 
O meu artigo de 16/12/16 «Alterações Climáticas: um tabu bem guardado» punha a nu algumas das contradições existentes no discurso oficial sobre alterações climáticas e a falta de ética científica de alguns protagonistas, mas não dispunha dos dados que agora disponho. 
Vejam aqui como os dados objetivos não só não apoiam, como mesmo contradizem aquilo que andam constantemente a «vender» ao público, em relação às alterações climáticas.
Compreende-se que a pseudo-ciência acabe por ser denunciada e acabe por ruir toda a construção fictícia, destinada a satisfazer uma agenda oculta. 
Há dias, surgiu na imprensa a notícia de que alguém altamente colocado no seio da ONU confessou que, afinal de contas, o combate às alterações climáticas antropogénicas era um meio de «ultrapassar» o capitalismo. Porém, isso não é exactamente assim: trata-se de uma estratégia para instaurar o globalismo, um capitalismo global, totalitário. Este poderá ser muito mais perigoso que o seu antecessor, o capitalismo de Estado da ex-URSS, tanto no aspecto da proteção ambiental, como no  respeito pelos direitos humanos. 
Querem impor a agenda globalista a todo o custo.  Os principais mentores de políticas que respondam ao risco das alterações climáticas pertencem à pequena elite globalista, que exerce o controlo económico e político ao nível mundial, mas que receia poder vir a perder esse controlo.

VIVALDI - MAGNIFICAT RV 611

Magnificat é também conhecido como o Cântico de Maria. É um dos hinos cristãos mais antigos e talvez o mais antigo hino mariano. 

O seu nome deriva da palavra de abertura no texto da Vulgata (Lk 1: 46:55): Magnificat anima mea, Dominum (Minha alma magnifica o Senhor). Estas são as palavras cantadas por Nossa Senhora no momento da sua visita à sua prima Santa Isabel.

O hino é parte do culto de vésperas na liturgia católica. Também as liturgias luterana e ortodoxa incluem este hino. O Magnificat de J. S. Bach talvez seja a versão musical mais célebre deste hino.

Vivaldi escreveu vários Magnificat. O mais frequentemente executado e gravado é o RV 610. 

Porém, RV 611, não lhe fica atrás em qualidade musical. 
As partes solistas na obra abaixo reproduzida são mais extensas, enquanto as partes de coro são substancialmente idênticas ao Magnificat RV 610.




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Magnificat - Latin & English

Magníficat ánima mea Dóminum.

Et exultávit spíritus meus: in Deo salutári meo.

Quia respéxit humilitátem ancíllae suae:

Ecce enim ex hoc beátam me dicent omnes generatiónes.

Quia fécit mihi mágna qui pótens est: et sánctum nómen eius.

Et misericórdia eius in progénies et progénies timéntibus eum.

Fécit poténtiam in bráchio suo: dispérsit supérbos mente cordis sui.

Depósuit poténtes de sede: et exaltávit húmiles.

Esuriéntes implévit bonis: et dívites dimísit inánes.

Suscépit Ísrael púerum suum: recordátus misericórdiae suae.

Sicut locútus est ad patres nostros: Ábraham, et sémini eius in saecula.

Glória Patri, et Fílio, et Spirítui Sancto,

Sicut erat in princípio, et nunc, et semper, et in sæcula sæculórum. Amen.

My soul doth magnify the Lord.

And my spirit hath rejoiced in God my Savior.

Because He hath regarded the humility of His slave:

For behold from henceforth all generations shall call me blessed.

Because He that is mighty hath done great things to me; and holy is His name.

And His mercy is from generation unto generations, to them that fear Him.

He hath shewed might in His arm: He hath scattered the proud in the conceit of their heart.

He hath put down the mighty from their seat, and hath exalted the humble.

He hath filled the hungry with good things; and the rich He hath sent empty away.

He hath received Israel His servant, being mindful of His mercy:

As He spoke to our fathers, to Abraham and to his seed for ever.

Glory be the Father, and to the Son, and to the Holy Spirit,

As it was in the beginning, is now, and ever shall be, forever and ever, Amen.


sábado, 4 de fevereiro de 2017

HANNAH ARENDT E O TOTALITARISMO

                     

Tenho uma impagável dívida para com esta filósofa. É graças a ela que eu entendi verdadeiramente o que é o TOTALITARISMO e como se distingue de outros regimes ditatoriais.

O totalitarismo é um processo complexo de supressão de toda a sociedade civil, que é «fagocitada» até ser colocada inteiramente ao serviço do Estado. Não existe nada além do Estado. O Estado é tudo; nem as pessoas, nem as instituições mais ou menos democráticas subsistem. 
Não podem sobreviver, a não ser que se submetam completa e incondicionalmente aos desígnios do Estado. 
As corporações são incorporadas no Estado: o regime corporativo, caro aos fascistas Maurras, Mussolini, Franco e  Salazar, incorpora toda a actividade económica, associativa, patronal e laboral, numa máquina burocrática que abarca tudo.

 Nada se pode afirmar fora do Estado, o qual tem literalmente poder de vida e de morte em relação aos indivíduos e mesmo aos grupos sociais. 
Muitas vezes, no discurso de propaganda surgem - como instrumentos de unificação - as palavras «pátria» ou «nação»: estes conceitos são subsumidos como os fundadores míticos do Estado, mas na realidade, apenas estão dando cobertura ao detentor absoluto do poder.

Na obra «As origens do totalitarismo» Arendt descreve a transmutação do regime da República democrática de Weimar no III Reich hitleriano, assim como a violenta transformação da pátria dos Sovietes, numa ditadura impiedosa. Em ambos os casos, os instrumentos jurídicos que fundavam a legalidade não chegaram a ser erradicados; foram simplesmente ignorados. 
A «legalidade» passa a ser simplesmente a vontade, a palavra do «chefe supremo», seja ele Hitler ou Estaline.

Esta realidade não aparece de chofre, vai coalescendo, pé ante pé, mesmo quando existem episódios de uma grande brutalidade. Se tais episódios foram ostensivos nalguns casos, noutros foram ocultados das massas, que viviam dentro duma atmosfera saturada de propaganda. 
Note-se que os campos de concentração do regime nazi começaram por se encher de militantes anti-fascistas, operários, intelectuais, antes de serem utilizados em grande escala para o genocídio dos povos judeu, cigano e outros ...
Igualmente, os campos de concentração soviéticos começaram muito antes da era de Estaline. Logo na era de Lenine e  Trotsky, houve repressão política brutal e sanguinária, não apenas dos czaristas, dos sociais democratas opositores do novo regime, mas também de operários socialistas revolucionários e anarquistas porque recusavam que os sovietes fossem manietados e controlados pelo partido bolchevique.




Muitas pessoas chamam «Hitler» ou «Estaline» a este ou aquele dirigente político contemporâneo. Ao usarem tal designação insultuosa, estão porém a «banalizar» o mal absoluto que é o totalitarismo e a contribuir para confundir as jovens gerações.

O pior disto é que, se aparecer um líder que tenha - de facto - as características de algum novo Hilter, será muito mais difícil a generalidade das pessoas reconhecê-lo, pois vivem na ignorância da génese dos regimes totalitários no século passado!