quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

[NO PAÍS DOS SONHOS] ASTOR PIAZZOLLA «SOLEDAD»





O SILÊNCIO E A SOLIDÃO

É preciso ouvir, ouvir sem pensar, ouvir por dentro do silêncio.
Quando o Verão se ausenta e se torna Inverno, vem-nos uma nostalgia indefinida.
A solidão é um estranho sonho, um sonho sem conclusão. Como caminhar no nevoeiro. Como ouvir por dentro as vozes dos nossos entes falecidos.
Mas, entoando no silêncio a melodia antiga, podes revigorar as fibras da alma, as pulsações do coração. No silêncio, o regresso da serenidade.
Embala nossa mente aquela antiga melodia, ouvida na infância, que sobe à superfície. Voltamos ao que éramos há muito tempo. Ou que sempre fomos sem consciência de o ser.
Tínhamos sido arrastados pela corrente da vida; agora regressamos ao âmago.
A solidão é necessária, como necessário é o silêncio.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

[Valérie Bugault] O GLOBALISMO TOTALITÁRIO

A população cega pela sua própria servidão





Tenho acompanhado a obra e as intervenções de Valérie Bugault, jurista e filósofa do Direito, desde há alguns anos. Ela é verdadeiramente brilhante. Seu saber e sua originalidade irradiam, sem necessitar de fazer piruetas e sofismas. É o que existe de melhor, no espírito francês contemporâneo. Por isso, é indispensável ler e ouvir com atenção as suas análises.
Estou muito de acordo com vários aspetos do seu pensamento. Onde me afasto, é nas soluções preconizadas. Compreendo que ela não queira dar o passo de propor uma sociedade inteira autogerida e, portanto, dispensando completamente o Estado. É normal, porque, afinal, é uma pessoa formada em Direito, e este é uma emanação do Estado.
Mas, para mim este aspeto do seu discurso é, somente, um pormenor: Porque a sua inteligência aguda faz a crítica mais certeira das disfunções das instituições estatais e globalistas. O seu olhar crítico não se fica pela França. Valérie Bugault ultrapassa o quadro «franco-francês», retomando a tradição humanista e universalista das Luzes.

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

KURT WEILL: «YOUKALI» & «DENN WIE MAN SICH BETTET...»

 É sempre importante saber-se elementos da biografia de um compositor, quanto mais não seja, para se compreender melhor o contexto em que realizou esta ou aquela parte da sua obra. No caso de Kurt Weill, esse conhecimento sobre a sua vida é indissociável do conhecimento das tragédias que assolaram a primeira metade do século XX. Além de que ele compôs belíssimas peças musicais, motivo de admiração em si mesmas, tenho um respeito enorme pelo homem e fico estarrecido perante a completa ignorância dalgumas pessoas que se «julgam sabedoras» de música.  

Youkali é uma canção célebre composta por Weill para a opereta de Jacques Deval, " Marie Galante ", estreada em 1934. É um tango-habanera; esta música tem um ritmo de dança bem popular, que não difere estilisticamente do que os compositores tradicionais do tango compunham. Mas, a letra (1) tem muito idealismo e está relacionada com a história de Maria Galante, como seria de esperar. Ela transmite a força dos que «estão por baixo», oprimidos mas não derrotados, porque querem ter esperança, querem emancipar-se da condição de escravidão em que se encontram.

                                                                                                    
           
(1) «Youkali» cantado por Lianka Bedeschi 
(Letra de de Roger Fernay, música de Kurt Weill)

A segunda composição por Kurt Weill está integrada na peça de Berthold Brecht, «Ascensão e Queda da Cidade de Mahagony» nascida antes da famosa ópera dos Três Vinténs. A mesma peça possui outras partes cantadas, a mais célebre das quais é «Alabama Song». 

Creio que a canção aqui apresentada tem algumas maravilhas escondidas, que revelam todo o génio de Kurt Weill. Por exemplo, a preocupação em fazer com que o auditor capte bem a letra. A parte inicial, um recitativo cantado, dá-nos o contexto «moral» e «social», sobre o qual  se desenvolve o discurso a partir da frase-feita ou provérbio  «Deitas-te na cama que tu próprio fazes». 

Note-se que o provérbio tem o seu sentido inicial subvertido, visto que Brecht enfatiza que nós somos humanos, que não sejamos como «bestas». Para uma análise aprofundada da «Song» (canção) e da ópera na qual se insere ver AQUI. Weill compõe um «jazz blues», com ritmo quaternário, de tempo moderado, evocando as marchas de New Orleãs. Esta fusão conjuga-se com soluções harmónicas audazes. 

Note-se que as obras de Kurt Weill mereceram um auto-de-fé, pelos nazis. Ele foi designado de judeu-bolchevique e isso - em si mesmo - já consistia num «crime» para os adeptos de Hitler. A etiqueta de «arte degenerada» era facilmente aceite pelas pessoas mais convencionais da época, pelo aspecto «chocante» das audácias harmónicas, e da fusão da ópera com a música popular e o jazz.




(2) «DENN WIE MAN SICH BETTET» cantado por Hanne Wieder (Brecht / Weill) Meine Herren, meine Mutter prägte Auf mich einst ein schlimmes Wort: Ich würde enden im Schauhaus Oder an einem noch schlimmern Ort. Ja, so ein Wort, das ist leicht gesagt, Aber ich sage euch: Daraus wird nichts! Das könnt ihr nicht machen mit mir! Was aus mir noch wird, das werdet ihr schon sehen! Ein Mensch ist kein Tier! Denn wie man sich bettet, so liegt man Es deckt einen da keiner zu Und wenn einer tritt, dann bin ich es Und wird einer getreten, dann bist’s du. Meine Herren, mein Freund, der sagte Mir damals ins Gesicht: "Das Größte auf Erden ist Liebe" Und "An morgen denkt man da nicht." Ja, Liebe, das ist leicht gesagt: Aber wenn man täglich älter wird Da wird nicht nach Liebe gefragt Da muß man seine kurze Zeit benützen Ein Mensch ist kein Tier! Denn wie man sich bettet, so liegt man, usw.

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PS1: O texto abaixo é uma tradução em francês do original em alemão.

Messieurs, ma mère m’a prédit l’avenir le plus sombre :
Tu finiras à la morgue, disait-elle
Ou dans un lieu pire encore…
Oui, tout ça c’est facile à dire,
Mais moi je vous le dit : c’est du vent !
Vous n’aurez pas ma peau comme ça !
On verra comment je finirai…
On n’est pas des chiens !
Comme on fait son lit on se couche
Personne ne vient border personne
C’est moi qui te marcherai sur les pieds,
C’est toi qui seras piétiné !
Messieurs, mon ami ma disait,
En regardant dans les yeux :
« ce qui compte sur terre, c’est l’amour »
Et « ne songe pas au lendemain. »
Oui, l’amour c’est facile à dire :
Mais tant qu’on vieillira tous les jours
On n’aura pas la tête à l’amour,
On voudra profiter du peu de temps qu’on a.
On n’est pas des chiens !
Comme on fait…
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PS2: A tradução usada por Pia Colombo «Comme On Fait Son Lit On Se Couche» é diferente, mas exprime as mesmas ideias.

PS3: Oiça a interpretação de Gisela May : 
Aufstieg und Fall der Stadt Mahagonny, Act I, Scene 11: "Denn wie man sich bettet, so liegt man"

PS4: Outra pouco conhecida e linda balada de Kurt Weill, com Kiri Te Kanawa e Andre Previn: 

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

2º SIMPÓSIO de D4CE (DOCTORS FOR COVID ETHICS)

(para o 1º simpósio, ver AQUI)


SOANDO O APELO 

A verdade tem sido vilipendiada; tem sido censurada, mas igualmente tem sido arrastada na lama (difamada) por uma imprensa sem escrúpulos e vendida aos grandes interesses corporativos das farmacêuticas, e não só. Os Estados mostram, desde há cerca de dois anos, que também foram capturados por agentes dos oligopólios mundiais designados por «Big Tech», as corporações tecnológicas também designadas por GAFAM.

Que estas empresas e seus CEOs ditem as políticas sanitárias às agências da ONU (caso da OMS) ou sistemas de saúde nacionais, não tem impressionado certo tipo de indivíduos. Eu chamo-os «vesgos»: Só conseguem ver para um lado. 

As pessoas submetem-se porque têm medo; não porque exista uma razão lógica, científica, para fazer tudo o que fazem. 

As vacinas já provaram ser um fracasso. Se as mesmas fossem avaliadas pelos mesmos critérios estritos e corretos, pelos quais foram avaliadas - no passado - todas as outras vacinas, antes de serem aprovadas, não tenho dúvidas de que já teriam parado a «experimentação à escala de populações inteiras» e retirado as vacinas anti- COVID do mercado: Ultrapassou-se já, e muito, os limites toleráveis de efeitos indesejáveis em medicamentos, ou vacinas experimentais. 

Face ao boicote mediático exercido sobre estas pessoas, com provas dadas ao nível científico, pelo simples facto de terem dito o que pensam e tomado posições corajosas, o nosso dever é - não apenas - de tomarmos conhecimento do que têm para dizer, como de difundir ao máximo estes conteúdos. 

Oxalá meus leitores percebam que, da minha parte, não se trata de qualquer preferência subjetiva. Mas, apenas da constatação de que se está indevidamente a ocultar factos, análises, conclusões e pontos de vista, não  convenientes para os poderes instituídos. 

Porém, trata-se de questões decisivas. A ocultação das opiniões abalizadas destes cientistas é reveladora de autoritarismo e desprezo pela verdade. Mas, isso tem e terá consequências catastróficas para os indivíduos e para as sociedades. 

A cidadania não pode colaborar nisso, nem aceitar isso passivamente. Ela tem de ver como está a ser manipulada, como lhe estão roubando o direito de saber, de tomar conhecimento dos diversos pontos de vista, quer estes agradem ou não aos poderes.



O vídeo com as intervenções está acessível na plataforma RUMBLE. Após uma introdução com música clássica, é feita uma apresentação geral aparecendo, de seguida, os diversos participantes. O primeiro, é o Prof. Bahkdi (aos 8'28'').

Ver abaixo:

https://rumble.com/vqj9mh-doctors-for-covid-ethics-an-interdisciplinary-symposium-ii-sounding-the-cal.html


domingo, 12 de dezembro de 2021

[filme de Victoria Knobloch] A DITADURA TECNOCRÁTICA (Legendas em inglês)

Crítica do tecnocratismo e sua busca de um mundo onde o trans - humanismo reine, não apenas como forma de controlo, mas especificamente como substituição do humano. Tal sociedade não necessita de 8 mil milhões de indivíduos; daí os programas de «despovoamento» preconizados e agora postos em prática pelos neo-malthusianos.     
                                   
                                                    
   
Participam no filme:
Jochen Kirchhoff; Claudia von Werlhof; Gunnar Kaiser; Roland Ropers

Excerto do texto de apresentação pela Prof. Claudia von Werlhof, publicado em Global Research, 06 dezembro, 2021:
[...]
«Is natural science too ignorant to comprehend that the living also exists and how central it is to everything? If this were the case, it would be relatively easy to solve the problem.
However, the assumption of ignorance or an error on the part of natural science of course cannot count, even though both frequently occur. Because, the long held knowledge and understanding in times before natural science was developed, did not doubt the existence of the living force of nature and its meaning.
So what has happened that has led to the belief that the living force is, supposedly, no longer relevant, that it can be ”omitted” from any consideration and now, even from reality itself – including the reality of the human being?»
[...]




EXPOSIÇÃO DE PINTURA E ARTES PLÁSTICAS DE BOB DYLAN, EM MIAMI

                 Bob Dylan, Rainy Night in Grand Forks (2021).

Já sabia que Bob Dylan era um artista multifacetado; sabia que, além de poeta, músico, compositor, ator, também escreveu muita prosa. Sabia que pintara alguns quadros; inclusive sabia que um quadro a óleo seu tinha servido como capa para um dos seus álbuns. Mas ignorava a extensão e profundidade do seu talento como artista plástico. 
Fica aqui a minha sincera admiração por esta faceta de Bob Dylan que desconhecia (quase) completamente!

 «Cerca de 120 pinturas, desenhos e esculturas de seis décadas passadas da vida de Dylan serão o conteúdo da exposição na Flórida, incluindo séries de quadros nunca antes vistos, intituladas «Pastoral Americana» 

                                 Bob Dylan, Sunset, Monument Valley (2019)

Bob Dylan, artista plástico: «Quando irei mostrar a minha obra-prima?» 

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

OLHANDO O MUNDO DA MINHA JANELA, PARTE XIII

[PARTES ANTERIORES DA SÉRIE: VI ; VII ; VIII ; IX ; X ; XI ; XII ]

SOBRE A ASCENÇÃO DO TOTALITARISMO E ALGUMAS VERDADES AMARGAS DE PERMEIO 

Um golpe de Estado instaurando uma ditadura, é um acontecimento súbito. Pode ter anos de preparativos, mas o acontecimento, em si mesmo, é rápido. Pelo contrário, a instauração dum totalitarismo é um processo dilatado no tempo, é algo cumulativo, insinuante.
A mudança totalitária é tornada possível, porque as pessoas não reconhecem logo uma série de decisões e de medidas, como sendo transformações qualitativas e não pontuais, tais como o sistemático recurso à governação por decreto, a censura e outros entorses graves aos direitos humanos fundamentais, mas sempre em nome de algo aparentemente sensato, como «preservar a saúde e a segurança» das populações.
Existe uma grande massa obnubilada  (iludida) pela propaganda. Nesta massa, muitas pessoas estão num estado de tipo hipnótico, não estão nada recetivas para ouvir argumentos que contradizem a sua narrativa (psicologicamente) tranquilizadora.
Porém, estas pessoas em denegação, podem ser acordadas por algo que esteja em contradição com a narrativa do poder, mas com uma condição: É que existam uma ou várias contracorrentes, com uma voz suficientemente audível, capazes de veicular outra leitura (*) dos acontecimentos, da realidade.
Isto é válido, tanto no domínio da pandemia de COVID, como em qualquer outro âmbito coletivo da sociedade. Somente no caso de haver uma alternativa racional e um discurso explicativo do que se está a passar, um certo número irá mudar progressivamente, «virando» o seu ponto de vista. Pode-se fazer a analogia com placas tectónicas, que se deslocam no longo tempo geológico. Nunca é algo que ocorra dum momento para o outro.
Por este motivo, os poderes totalitários instauram a censura, ou seja, a proibição de falar verdade sobre certos assuntos. Em todos os regimes totalitários da História, falar-se verdade sobre assuntos inócuos foi tolerado; apenas se exercia censura em relação a assuntos sensíveis para o domínio totalitário. As narrativas, nas quais assenta a falsa legitimação das decisões e atos dos poderes totalitários, não podem jamais ser postas em causa. Quem entrar em contradição com a narrativa dominante, está sujeito à difamação, à segregação, à discriminação e à repressão a quente.
Estamos - o Mundo está - nesta malfadada descida para o autoritarismo, com tendências claras para o totalitarismo. Os verdadeiros liberais, libertários, democratas e todas/os humanistas no sentido lato, não podem deixar-se enganar: Estamos num momento histórico decisivo.
O que fizermos, ou deixarmos de fazer, vai decidir o futuro. Pois, se revelamos medo, e se nos mantemos divididos perante o poder opressor, este não hesitará em impor as mais drásticas medidas liberticidas.

Os sociopatas e psicopatas, os déspotas e seus apoiantes, sabem bem donde vem o perigo para eles. O que eles defendem, acima de tudo, são seus interesses de grupo. Se observarmos bem o seu jogo, ele consiste em manterem-se no grupo dos que possuem privilégios associados ao poder. O que os divide é exatamente a mesma coisa: Ou seja, o aliado de hoje, pode amanhã ser o rival, na luta pelo poder (ou para manter o poder).
Eles só sabem raciocinar em termos de relações de força. Não sabem o que são valores: Quando lhes perguntam os valores em que acreditam, eles respondem: «Está a perguntar-me que ações cotadas na bolsa, eu acredito irão subir?» ou algo parecido.

                                         
                                               Alice combate o monstro

Do lado positivo, finalmente vejo o despertar duma resistência cada vez mais madura, apostando na desobediência civil, na não-violência ativa, na união de todas as pessoas, por cima das clivagens políticas, ideológicas, religiosas, etc.
Tento ajudar sem demagogia, para que se construa essa consciência: ao longo dos anos, tenho insistido em fazer deste blog um espaço aberto, onde recebo e reenvio opiniões, pontos de vista, criticas neste ou aquele domínio, reflexões próprias e alheias.

Devo muito a familiares e amigos, em vários aspetos da minha vida e atividade, a quem agradeço de todo o meu coração. Porém, também devo agradecer aos que me seguem anonimamente, que são a imensa maioria, consultando estas páginas de reflexão e crítica. Graças a todos eles, esforço-me por fazer o meu melhor. São 600 a 700 visualizações/dia, em média diária. Isto significa que muitos são seguidores regulares.

Para todos um Natal em Paz e um Ano Novo de Coragem e Esperança!

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Abaixo, uma amostra de alguns cientistas e outras personalidades que responsavelmente têm colocado objeções à narrativa oficial ou «oficiosa» e têm sido «banidos» do espaço público por censores anónimos que se erigem em vigilantes da «ortodoxia»:













https://www.zerohedge.com/political/covid-19-pandemic-fear-manufactured-authorities-yale-epidemiologist