Nós já sabíamos que os «nossos» governos ocidentais estavam completamente alinhados com o imperialismo americano.
Sabíamos que - por ordem deste - os governos ocidentais tinham imolado as suas próprias nações no altar da "pátria banderita", para levar a guerra à Rússia como «cruzados» que, mentalmente, permanecem cerca do ano 1100 AD.
Agora, a média corporativa, propagandista do «status quo ocidental», entusiasma-se na defesa dos sionistas fanáticos, disfarçados em «claque» da equipa israelita de futebol que foi disputar, na semana passada, uma partida em Amsterdam.
O comportamento dos governos europeus ocidentais é a expressão mais acabada do ruir daquilo que os próprios (ou seus antepassados) consideravam uma das marcas da civilização: "A lei é igual para todos, quem infringir a lei tem de ser sancionado". Princípio integrante do Estado de Direito e cerne da chamada «democracia liberal».
Neste apêndice do vasto continente euroasiático, que é a Europa Ocidental, só resta a casca vazia da «democracia liberal». Ou... nem sequer isso: Pois até esta capa, os próprios governantes não se importam de rasgá-la.
Deveria eu ficar feliz, perante um erro tão grande e revelador dos que ocupam as cadeiras do poder? Mas, não; afinal, eles têm podido fazer isto e muito mais, porque a cidadania não reage, ou reage segundo o modelo de reflexos pavlovianos mais caninos que se possa imaginar (peço desculpa aos cães, são mais inteligentes que isso, na verdade). Fico, por isso, profundamente triste e preocupado.
O artigo de Jonathan Cook, jornalista independente que vive em Nazareth, na Palestina ocupada, é suficientemente claro e detalhado para que eu me limite ao curto texto acima e passe logo a palavra ao autor:
NOTA: ESTE VÍDEO DESMASCARA O FACTO DAS NOTÍCIAS DA MEDIA CORPORATIVA ASSUMIREM QUE OS AGRESSORES ERAM MUÇULMANOS, E OS ADEPTOS DA EQUIPA MAKABI FORAM OS AGREDIDOS. FOI EXATAMENTE O CONTRÁRIO. CONFIRMA A FOTÓGRAFA E JORNALISTA QUE FILMOU AS CENAS. OS AGRESSORES TINHAM AS CORES DA EQUIPA ISRAELITA (AMARELO, AZUL CLARO E AZUL ESCURO). VEJAM:
Craig Mokhiber trabalhou na ONU durante três décadas e demitiu-se do «Alto Comissariado para os Direitos Humanos», perante a incapacidade deste, de enfrentar o que designou como «um caso de genocídio muito claro e típico»
.Este empreendimento de genocídio não começou agora, mas em 1948 ou antes (Al-Nakba), com assaltos terroristas e massacres pelo exército de Israel e pela organização sionista Irgun, a cidades e aldeias onde viviam palestinianos, forçando-os a fugir, para não serem massacrados.
O documento oficial, desmascarado* recentemente por jornalistas israelitas corajosos, mostra que essencialmente o mesmo plano estava a ser implementado, agora.
Na verdade, o racismo, a arrogância de Netanyahu e dos seus ministros de extrema-direita, estavam seguros antes, durante e depois do ataque do Hamas de 7 de Outubro passado. A sua segurança baseia-se na cumplicidade do governo dos EUA e dos governos da Europa ocidental e na cobardia de alguns governos árabes. Mas também, ajuízam que têm impunidade em relação à ONU e ao ICC, porque exercem chantagem e pressões sobre estas instituições e os indivíduos trabalhando nelas em postos de elevado nível. Mokhiber lembra, é obrigação da ONU prevenir um genocídio. Portanto, não se pode esperar que o genocídio tenha começado ou se efetive, para agir.
Oiça Craig Mokhiber.
(Para acompanhar melhor a entrevista, pode clicar nas legendas automáticas.)
PS1: Veja também o vídeo seguinte sobre o reconhecimento por membro do próprio governo de Israel que o objetivo é «limpeza étnica»:
Alastair Crooke, no seu recente artigo, sublinha a incoerência entre os objetivos oficiais do governo de Israel (derrotar o Hamas), e as ações levadas a cabo pelo exército: O ataque indiscriminado contra civis e destruição de infraestruturas essenciais para a sobrevivência da população.