A realidade «judaica do Antigo Testamento» do povo judeu de Israel atual é tão fictícia como a dos germânicos serem «arianos» e terem sido declarados como «a raça superior» pelo regime hitleriano. Na verdade, são os palestinianos os mais próximos geneticamente do povo judeu de há dois mil anos. Isso não lhes confere um estatuto especial, mas apenas mostra o grotesco e a monstruosidade em basear a política em dados étnicos ou «rácicos». A política baseada em elementos raciais é uma clara negação dos Direitos Humanos, inscritos na Carta da ONU e inúmeros documentos oficiais em todos os países (incluindo Israel).
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domingo, 11 de agosto de 2019

UM IMPÉRIO EM COLAPSO

 Imaginemos um império em colapso: quais os principais sintomas desse colapso? 




Abaixo, uma lista sucinta, mas que ainda assim, possa ser reveladora (fornecer um diagnóstico): 

- O desmoronar dos valores morais que estavam na base da legitimação do poder. 
Pode continuar a produzir uma retórica oca, porém já é patente que a retórica não cola com a realidade dos actos. A corrupção torna-se o motor principal dos actores no teatro do poder.

- Um acentuar da componente militar, quer ao nível doméstico, quer multiplicando as bases e postos avançados aos quatro cantos do mundo. 
A utilização de forças militares, está associada à despesa colossal com equipamento e tropas.


- A incapacidade de subjugar militarmente inimigos e súbditos rebeldes.
Os fracassos sucedem-se; a ocupação de vastos territórios traduz-se em gastos humanos e materiais, sem que o império alcance os objectivos políticos dessas acções militares.

                               

           
- Incapacidade de impor universalmente a sua própria moeda como divisa padrão nas trocas internacionais.
Surgem novos tipos de moedas, como formas de troca e conservação de valor. São montados sistemas de intercâmbio nas transacções financeiras e  comerciais internacionais, que não passam pelo uso da moeda dominante.



- A dependência a outros países, para seu abastecimento.
Desde matérias-primas, a produtos manufacturados; da alimentação, aos componentes tecnológicos (micro-processadores, por exemplo).

- A utilização da força e da ameaça da força, sem recurso a uma verdadeira diplomacia.
O estabelecer relações de respeito e interesse mútuo é visto pelo poder como «cedência» do seu lugar hegemónico.



- As contradições constantes, no discurso e na prática.
A vontade da potência dominante tem de ser «lei», pode portanto mudar de acordo com suas conveniências. Não podem existir lei internacional, direito internacional e os tratados e acordos só comprometem os outros, não o poder imperial.

- Propaganda constante e massiva, dirigida tanto a amigos como inimigos, tanto interna como externa.
As  narrativas dum poder democrático, de respeito pela lei, de igualdade de direitos, etc. estão em contradição patente com os factos. Daí, o designar de inimigos externos como responsáveis por todos os males domésticos. 

Pode-se citar muitos outros aspectos semelhantes ou que são englobáveis nos exemplos acima, sendo estes vistos, não de uma forma pontual, mas em todas as suas ramificações.

A inspiração para esta listagem veio-me da leitura e audição das seguintes 3 excelentes fontes:

  - Um editorial da Strategic Culture Foundation -


 - Um editorial do blog The Saker -


- Um vídeo de entrevista a Diego Fusaro (em italiano) -

terça-feira, 28 de novembro de 2017

CAMPANHA CONTRA A RÚSSIA ASSEMELHA-SE ÀS CAMPANHAS DE REGIMES FASCISTAS

Não só a célebre frase de Karl Marx de que «na História, as tragédias se repetem como farsas» é adequada ao contexto presente, mas chega a impressionar pela sua justeza.
Com efeito, o processo típico das ditaduras fascistas, da identificação do «inimigo»,  como sendo o comunismo ou os «vermelhos», como pretexto conveniente para desviar a atenção das massas, foi retirado do armário bafiento do MacCartismo... mas desta vez para «justificar» a completa falência da política, da diplomacia e até do uso da força pelo Império.

Os neocons, dominando grande parte do complexo de «espionagem-militar-industrial», viram que o logro do «islamismo radical» já não pegava, que a história do ISIL= ISIS=EI estava basicamente desmascarada. Foi a partir daí que começaram a socorrer-se do velho reflexo «anti-Rússia» criado e acarinhado durante as décadas de guerra-fria, em que a Rússia (soviética, claro) representava o «mal», o «inimigo». 

Poucas pessoas - no Ocidente - têm a coragem de dizer as coisas tal como elas são, um dos quais é o autor do blog «The Saker», outro o Dr. Paul Craig Roberts
Nem um nem outro, são ou foram jamais o que se poderá classificar como «esquerdistas» ou «de esquerda»; são conservadores e afirmam-no sem disfarce. 
Mas esta sua posição de denúncia da guerra de propaganda que - em geral - antecede uma guerra a quente, deveria ser escutada, pelas pessoas de todos os quadrantes, com a máxima atenção... 

Encontram-se na propaganda actual muitos traços típicos da propaganda de Hitler e de seus congéneres: esta propaganda era criminosa, sabemos nós, com efeitos devastadores. 
O tomar uma etnia inteira, uma nação, como «culpada» do mal, deslegitimar sistematicamente actos democráticos como a votação para retorno à Rússia da Crimeia (província russa, desde o século XVIII, tendo sido «dada» à Ucrânia, um dos Estados da URSS, por Nikita Krutchov, num acto perfeitamente arbitrário, em 1954) e ainda por cima usá-los como pretexto para um cerco e um bloqueio são acções propriamente de regimes fascistas. Mas não são menos a repressão do movimento democrático de independência da Catalunha, pelo governo de Madrid. Isso, não só não fez pestanejar a oligarquia de Bruxelas, como até mereceu os mais rasgados elogios destes e dos seus homólogos da UE! 
Atribuir os males, os falhanços nacionais à «conspiração» pró-russa, foi o meio que a oligarquia encontrou para aligeirar e distrair o eleitorado das pesadas responsabilidades de Hillary, no governo de Obama, o qual foi o mais belicoso presidente dos EUA de que há memória, por detrás do discurso de bem-sonante «pacifismo» (suficiente (!) para justificar um Nobel da Paz). Muitos consideravam que Hitler era o salvador da paz, após a conferência de Munique, pouco antes do mesmo ordenar a invasão da Polónia, que deu início à IIª Guerra Mundial.
As atitudes hostis por parte da NATO ou de forças dos EUA são quotidianas, mas têm a protegê-las um ecrã de fumo de propaganda, que não permite ao grosso das pessoas ver a realidade. As provocações junto das fronteiras russas são constantes e quotidianas. 
Fazem exercícios extremamente agressivos, tanto nestas fronteiras, como nas do seu aliado, a China.  Esperam que exista um deslize, uma falha, um erro, técnico ou humano: são abutres que esperam apenas por isso para a grande carnificina... e tudo isto, porquê?
Porque já estão esgotados os recursos para manter em funcionamento o capitalismo mais predador e mais ineficaz que jamais existiu. Cedo ou tarde, sem uma guerra mundial, os oprimidos irão exigir que a oligarquia preste contas: como eles não poderão mais proteger-se com as costumeiras mentiras, terão de inventar (antes que isso aconteça) uma monstruosa operação de falsa bandeira, mais monstruosa que a de 11 de Setembro de 2001.
É importante que as pessoas mais esclarecidas esclareçam as outras e ajudem assim a tornar a cidadania mais lúcida, em especial nos países onde estão situados os centros de decisão de onde têm partido as provocações com vista a acções belicistas.