O OURO DOS BANCOS CENTRAIS

O ouro que está à guarda dos bancos centrais, na Europa, pertence ao respectivo povo. Não pertence ao governo, não pertence ao Banco Central Europeu (BCE), nem à Comissão de Bruxelas. É preciso reafirmá-lo neste momento, pois os governos querem usá-lo na guerra contra a Rússia. Uma guerra que não conta com o apoio da maioria do povo europeu. Os governos procuram a guerra para não ter de prestar contas da sua gestão catastrófica das economias. A guerra serve para disfarçar a bancarrota; esta pode facilmente (e falsamente) ser atribuída à guerra.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

A GUERRA NÃO DECLARADA JÁ ESTÁ AQUI HÁ BASTANTE TEMPO [Crónica da IIIª Guerra Mundial nº53]



Quando os dirigentes da Europa ocidental, quer na UE, quer na OTAN, fazem muito barulho, ameaçam a Rússia com uma guerra devastadora, o que é têm que estes 'valentes' (que mandam os outros combater)?

Não me estou a referir a patologias; certamente, as têm e do foro psicológico. Não; estou a referir-me ao que têm em termos de meios quer humanos, quer logísticos, quer armamentos.

Quanto a economia, já estamos conversados; eles próprios «lamentam» que nestes três anos de guerra na Ucrânia, não conseguiram (dizem eles) evitar a compra do petróleo russo. Quanto ao gás, a auto-sabotagem do gazoduto Nordstream, foi encarecer a produção industrial não só na Alemanha, como noutras nações da UE. A sua dependência em relação aos produtos russos é maior do que muita gente pensa:

- Eles precisam dos adubos sintéticos feitos na Rússia, para que a sua agricultura não baixe dramaticamente de rendimento.

-Também precisam de metais estratégicos e «Terras Raras» e não têm escolha senão ir buscar à China ou a outros países dos BRICS, pois eles próprios (tal como os EUA) deslocalizaram há muito a refinação destes minerais, deixando para o Terceiro Mundo a tarefa poluente de transformar minério em metal purificado. Estas Terras Raras são indispensáveis, não apenas em aplicações de eletrónica e microinformática civil, como também militar. Quanto aos metais estratégicos: Sem o titânio e outros, não se podem produzir ligas metálicas para aviões militares, tanques, etc.

- Além disso, estão mergulhados numa crise política profunda; por mais que ocultem, os povos estão descontentes, dissociados e mesmo hostis aos projetos militaristas. Estes, são acompanhados por maior vigilância e repressão contra a dissidência, numa postura autoritária que já não se disfarça (veja-se o caso de Palestine Action, no Reino Unido, e repressão massiva e indiscriminada contra os que protestam contra o genocídio em Gaza). - A impopularidade destes governos é inédita. Por exemplo, um parfrtido nacionalista conservador a AfD na Alemanha cresce nas sondagens, como sendo o primeiro partido na escolha dos alemães.

- Todas as reuniões e declarações dos chefes de Estado e de Governo dos países da Europa ocidental, são atoardas de quem pode vozear em relação ao «inimigo» declarado, mas não tem meios próprios para sustentar uma guerra direta.

A estratégia, simultaneamente cobarde e suicidária (para os povos) é de multiplicar as provocações, lançamento de mísseis no interior da Rússia, atos de sabotagem, etc. Estes ataques são declarados como «façanhas» do exército ucraniano, quando todos sabemos que eles não fabricam estas armas; recebem-nas dos EUA e de países europeus da OTAN . Além disso, está comprovado que os sistemas atuais de mísseis são demasiado sofisticados e implicam pessoal treinado. O treino de especialistas ucranianos é demasiado longo para atender às necessidades: Logo, muitos dos que servem estes sistemas de mísseis são militares dos países ocidentais.

Apesar do black-out informativo, sabe-se que têm morrido ou ficado gravemente feridos membros das forças armadaas de vários países da OTAN (EUA, Polónia, Reino Unido, França, Alemanha e outros), pois estes mísseis, estacionados em solo ucraniano são obviamente um alvo para as forças aéreas russas.

A perversidade dos maquiavélicos, faz que estejam prontos a arriscar um confronto nuclear com a Rússia, confiantes de que será ela a vítima principal. Mesmo que tal fosse verdade, o que eu duvido muito, o sofrimento humano seria indicível, impossível de quantificar e recairia também sobre o ocidente, inevitavelmente.

Seria o fim da civilização ocidental. Significaria a destruição de centenas de milhares ou de milhões de vidas inocentes, a destruição dos ecossistemas, o seu envenenamento radioactivo durante inúmeras gerações, o que tornaria as cidades e os campos impossíveis de habitar.

Tudo isso é considerado aceitável pelos que estão à frente das principais nações da UE e dos órgãos próprios deste super-Estado em construção.

O afastamento dos EUA em relação aos planos dos governos europeus da OTAN mais agressivos é uma boa coisa, pois sem o «guarda-chuva» nuclear dos EUA, a possibilidade de uma guerra total contra a Rússia fica muito remota, para não dizer inviável. Mesmo loucos fanáticos, reconhecem isso, pelo que as atoardas dos políticos no poder vão contribuir para complicar os esforços de paz. Mas, sobretudo, destinam-se à política interna, a cercear as liberdades, perseguir os oponentes à guerra, intensificar a exploração para maior lucro das empresas, sobretudo das que se reconverteram a fabricar armamentos e munições.

Mas, é fundamental que as pessoas tomem consciência e que ajam, dentro das suas competências e dos meios de que dispõem, para fazer obstáculo a esta onda de militarismo despudorado. A guerra na Europa ocidental (países da UE + Reino Unido) é - cada vez mais - uma guerra contra os seus próprios povos, contra os trabalhadores, os jovens, os empresários e todos os que têm contribuído para a riqueza e grandeza das suas nações respectivas.


 


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