A euforia apoderou-se da bolsa de Frankfurt, quando a economia alemã atravessa o segundo ano de recessão. Os investidores estão a jogar no momento político da (re) eleição de Trump. As taxas de juro das obrigações soberanas dos principais países ocidentais irão aumentar, desencadeando nova vaga de inflação. Estas euforias especulativas são sinal típico, antecendo grandes crises, como a de 1929, a do ano 2000 (bolha das dotcom) ou a de 2008 (bolha do crédito hipotecário).

sexta-feira, 23 de julho de 2021

UNFSS: AGRICULTURA NA AGENDA DAS NAÇÕES UNIDAS ... E DAS GRANDES CORPORAÇÕES

A Cimeira da ONU sobre Sistemas Agroalimentares [UN Food Systems Summit (UNFSS)] em fase preparatória, anuncia-se preocupante.

Citando Colin Todhunter*,«segundo a CSM**, aqueles a quem tem sido conferido o papel de pilares na conferência de UNFSS, são os apoiantes de sistemas alimentares que promovem os alimentos ultra- processados, a desflorestação, a criação industrial do gado, o uso intensivo de pesticidas e as monoculturas de exportação. Estes, no seu conjunto, são processos que causam a deterioração dos solos, a contaminação das águas e impactos irreversíveis na biodiversidade e na saúde humana.

          

O sistema de alimentos industriais que estas corporações promovem nem sequer alimenta o mundo, apesar das mesmas corporações se vangloriarem disso. Por exemplo, o Relatório da ONU para 2021 sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutrição indica que o número de pessoas cronicamente subnutridas aumentou para 811 milhões, enquanto um terço da população mundial não tem acesso a uma alimentação adequada. Além disso, o Sul Global está ainda a sofrer com a Covid-19 e as políticas relacionadas com esta, que puseram a nu a fragilidade e as injustiças inerentes ao corrente sistema de alimentos.

Aqueles que mais contribuem para a segurança mundial alimentar, os pequenos produtores, são os mais ameaçados e afetados pelas corporações, que concentram terras, sementes, recursos naturais e financiamentos, assim como pela privatização da propriedade comunal e pública.
E estes processos estão em aceleração: os conglomerados de alta tecnologia/data, incluindo Amazon, Microsoft, Facebook e Google, uniram-se aos gigantes tradicionais do agro negócio para impor um padrão único de agricultura e de produção de alimentos ao nível mundial. A digitalização, AI (inteligência artificial) e outras tecnologias, estão servindo como auxiliares para promover a nova vaga de apropriação dos recursos e sistemas produtores de alimentos, com vista a uma total concentração do poder.»
[Ler artigo na íntegra AQUI]

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1 comentário:

Manuel Baptista disse...

Para avaliar o poder dos gigantes tecnológicos, ver:
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2021/07/comparacao-entre-corporacoes-gigantes-e.html