sábado, 28 de junho de 2025

IMPERADOR CHIN, O DÉSPOTA ESCLARECIDO QUE REINOU HÁ 2200 ANOS




 O documentário abaixo tem uma grande qualidade. Pelo que observei diretamente e por relatos de guias e por literatura que entretanto consultei, parece-me um somatório rigoroso do que se possa saber sobre este monumento (o exército subterrâneo de terracota do imperador Chin) e sobre o reinado do Imperador Chin. 


                        
 
Para mim, o que mais impressiona é o grau de investimento de esforço, de energia, de trabalho humano, numa época em que o número de artesãos disponíveis não deveria ser assim tão grande. Mas, apesar de tudo, terá sido um contingente capaz de moldar e de pintar mais de oito milhares de estátuas de soldados, em tamanho natural, com individualização da representação dos rostos: Vê-se que  os rostos seguem modelos reais e não seria supreendente que reproduzissem os traços dos soldados de elite do imperador Chin. 
Sem dúvida, que o imperador e todos os seus súbditos estavam convictos da existência real de um mundo subterrâneo, em que as pessoas mais poderosas poderiam continuar a sua vida, tal como a levaram a cabo, quando estavam vivas. Não são escassos os esforços para reproduzir todos os items de conforto e luxo. Num registo mais sombrio, as concubinas e servidores do imperador foram sacrificados para o acompanhar na viagem pelo reino subterrâneo. 
O imperador Chin mostrou grande sabedoria e determinação para conseguir que o seu reinado pudesse derrotar e incorporar outros reinos rivais. Este feito, deveu-se a uma paciente construção dum exército de elite, treinando e mantendo os soldados em tempo de paz e não apenas recrutando mercenários em tempo de guerra. Por outro lado, Chin soube cativar com alianças e casamentos os monarcas dos reinos rivais. Usou todos os estratagemas, incluindo a guerra económica, como meio de enfraquecer um adversário antes de iniciar um confronto armado. Os seus espiões estavam por todo o lado e informavam-no desde o estado de preparação dos exércitos rivais, às intrigas palacianas. 
Mas, o imperador Chin também foi um terrível déspota, que queimou vivos mais de seissentos sábios confucionistas, por suspeita de não serem inteiramente fiéis ao monarca. Muitos tratados preciosos (exemplares únicos, ou poucos exemplares) foram reunidos em pilhas gigantes e queimados, por suspeita paranoíca de que pudessem inspirar sentimentos contrários à sua ação ditatorial. 
Como é que apesar das guerras e daqueles atos terrivelmente destruidores, o seu reinado atingiu uma tal prosperidade? 
- Pensa-se que o abate de fronteiras alfandegárias promoveu o comércio entre os reinos; a instauração da promoção por mérito dos funcionários civis e da hierarquia do exército, e outras medidas administrativas, foram decisivas. Foi muito importante a unificação do chinês escrito, havendo - a partir deste imperador - modelos de escrita que todos os escribas e escolásticos tinham de respeitar. Igualmente, a unificação dos pesos e medidas, assim como a cunhagem de moeda única, foram também importantes,  unificando os mercados nos vários reinos e trazendo maior fluidez ao comércio. No plano da técnica, houve também um salto qualitativo, quer no sistema de irrigações, quer nas indústrias de cerâmica e metalurgia. A agricultura certamente beneficiou da estabilidade resultante do fim das guerras entre reinos. Houve introdução de novas técnicas agrícolas. Na China havia práticas correntes em agricultura, que apenas se difundiram na Europa milhares de anos depois. Citemos a rotação das culturas para evitar o esgotamento dos solos e sua revitalização nos períodos de pousio e adubagem das terras usando estrume. 

O imperador Chin era um terrível déspota: Porém, soube dotar-se de sábios, especialistas nos mais diversos ramos, que o aconselhavam. Graças  aos conselhos destes peritos, as decisões imperiais produziram um real desenvolvimento económico, uma força militar que ninguém se atrevia a provocar e um controlo da classe artistocrática, através duma densa rede de informadores.




sexta-feira, 27 de junho de 2025

SÍRIA HOJE: DA QUEDA DO GOVERNO CENTRALIZADO, AO GOVERNO DA ALQUAIDA (por Vanessa Beeley)

 



A Síria soberana foi talhada em zonas dominadas por fações sob a influência da gestão terrorista da Turquia, de Israel, dos EUA, do Reino Unido e dos Estados Árabes do Golfo. Aqui, tentamos identificar os atores externos e seus respectivos gangs de fundamentalistas Takfiri, as suas agendas conflituais e os seus objetivos últimos:

Enquanto as narrativas ocidentais querem convencer-nos de que rebeldes sírios derrubaram por eles próprios um brutal ditador e o substituíram por um regime justo e democrático, a realidade está longe da ilusão fabricada pela CIA/MI6.

A Síria foi convertida de nação pluralista, que tinha gozado de segurança e estabilidade dos civis, apesar da guerra pela mudança de regime que se iniciou em 2011, num Estado fragmentado e traumatizado. Foi este Estado, com sua incapacidade de se defender e de proteger as suas fronteiras, que Israel destruíu imediatamente depois do golpe. O país foi dividido em zonas de influência controladas por gangs concorrentes, apoiados por um número crescente de potências internacionais. Os gangs de Takfiri estão quotidianamente a brutalizar e a assassinar minorias étnicas na Síria.

[Ler o restante conteúdo no link abaixo]


Syria Today: From the Fall of a Centralised Government to the Al Qaeda Junta

GUERRAS SEM FIM [OBRAS DE MANUEL BANET]



 Gostava de voar para um país distante, 

Muito mais distante, que a tecnologia atual

Nos pode transportar. Aí, pisaria o solo

e abraçaria as gentes; mas não teria ilusões:

Este país seria como os outros, apenas

Poupado aos horrores deste século moderno.


Não será algo assim que muitos de nós procuramos

Atingir? - O paraíso terreal ou refúgio

Contra a fealdade, a cobardia e crueldade

Dos nossos contemporâneos?


Estamos à procura do que não existe,

De uma utopia no sentido estricto

Não estamos porém errados, na essência:

É o nosso coração humano que nos diz


Outros procuram aconchego dentro da tribo

Dentro da família, do grupo a que pertencem

Não os critico pelo desejo de auto-preservação

Embora seja irrisório, neste Mundo em guerra


A guerra não poupa as simples gentes

Fustiga todos, todos nós somos sem-abrigo

Só os sanguinários poderosos têm meios;

Eles sabem-no e usam-se disso! 

 

TRUMP DESCREVE FALSO SUCESSO CONTRA INSTALAÇÕES NUCLEARES NO IRÃO



 ATUALIZAÇÕES SOBRE MÉDIO ORIENTE:


quinta-feira, 26 de junho de 2025

GÖBEKLI TEPE TEM AINDA MUITOS SEGREDOS POR REVELAR

 


GUERRA DOS EUA -ATRAVÉS DE ISRAEL- CONTRA O IRÃO NÃO ACABOU

 


Brian Berletic, um dos mais brilhantes analistas de geoestratégia é entrevistado por Danny Haiphon.

Temos várias revelações, resultantes destes 12 dias de guerra de mísseis. Berletic clarifica a situação dos arsenais e das capacidades bélicas do Irão, de Israel e dos EUA, assim como dos aliados do Irão, Rússia e China. Também demonstra que as guerras são claramente dos EUA, por procuração (proxi wars) contra os seus inimigos através da Ucrânia, por um lado e dos israelitas, por outro. 

Perante o mundo, ficou claro quem está a provocar a guerra. Este facto explica a atitude prudente do Irão: O seu comportamento mostra a realidade de uma guerra imposta ao Irão, em que os agressores são os iniciadores das ações bélicas. Cai por terra o argumento de Israel e dos EUA, de estarem a realizar ações «preemptivas» sobre um Irão ameaçador. 

A agressão recente põe a descoberto a postura imperialista dos EUA e tem como efeito de pôr muitas nações em postura defensiva. Todo o mundo vê que a postura dos EUA tem sido contida e prudente, em relação à Rep. Popular Democrática da Coreia (possuindo armas nucleares), ao contrário doutros «inimigos», o Iraque, a Líbia, a Síria, atacados selvaticamente, sem possibilidade de se defenderem. Esta guerra de agressão mostra que o objetivo dos EUA (e de Israel) não é prevenir a aquisição de armamento nuclear pelo Irão. Pelo contrário, seu comportamento vai encorajar o Irão a adquirir realmente armas nucleares. Para já, prepara-se para sair da estrutura de controlo da energia nuclear pacífica,  a IAEA. A transparência dos laboratórios e instalações de enriquecimento de urânio  no Irão, perante esta instituição resultou em filtrar informações aos EUA que ajudaram estes a definir e realizar os ataques.

Por outro lado, muitos países vistos como não submissos à Pax Americana, estão agora a ponderar adquirir armas nucleares, pois viram a diferença clara do comportamento dos EUA, perante a Coreia do Norte e o Irão.

A PESTE, HÁ 5 000 ANOS, MARCOU A ESTRUTURA DAS POPULAÇÕES EUROPEIAS