Se não questionamos o poder, isto que se tem passado vai continuar a acontecer!
Gonzalo Lira tinha razão
Os ocidentais estão sempre prontos a sacrificar mais ucranianos, para assim alcançar o seu objetivo de enfraquecer a Rússia!
https://www.moonofalabama.org/2024/11/to-the-last-ukrainian.html#more
quinta-feira, 26 de abril de 2018
terça-feira, 24 de abril de 2018
segunda-feira, 23 de abril de 2018
[OBRAS DE MANUEL BANET] EXTRAITS DE «MAIS...»*
* Volume inédit de poésies (1983-84) en langue française
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MAIS ...
Y aurait-il ...
des paroles sans voix
des idées sans chemin
des voitures sans routes
des visages sans mains
des oiseaux sans plumage
des maîtres sans chevaux
des paquebots sans
équipage
des ombres sans teint
des traîtres sans servage
des semences sans fruits
des sentiers sans
villages
des hommes sans cerveau
des maîtresses sans
corsages
des soupes sans pain
des bergers sans
troupeaux
des fenêtres sans nuages
des portes sans maisons
des prairies sans
corbeaux
des yeux sans mirages
des festins sans passions
des glaces sans couteaux
des pays sans esclavage
des empires sans nations
des couleurs sans
drapeaux
des domaines sans
partages
des vignes sans tonneaux
…
MON PAYS (CHANSON)
Dans mon pays,
il y a des
gens
Au visage serein
Qui vous prennent par la main
Avant que l’on sombre dans l’ennui …
Dans mon pays,
il y a des
maisons
Qui n’ont ni poutres ni chevron
Mais où l’on trouve du pain
Et une place à deux pour la nuit …
Dans mon pays,
il y a des
trains
Gonflés de larmes et d’illusions
Sans doute il y aura des déceptions
Car le bonheur est un train qui fuit …
Dans mon pays,
il y a des
bateaux
Avec en proue des mots d’amour
De femme, d’espoir sans défaut
Mais qui ne reviennent pas toujours …
Dans mon pays,
il y a une
terre
Pauvre – du granit et de la chaux –
Mais c’est le mien, c’est bien mon lot
Et je veux que l’on m’y enterre …
SAVOIR VIVRE
Pour que revienne
le sourire
Au plafond de nos
espoirs
Il suffit de nous
dire :
« Ni du tout
bleu, ni du tout noir … »
Comme le ciel
pince-sans-rire
Tout à coup se
met à pleuvoir
De rien te sert
de le maudire
Vaut mieux s’en abreuvoir
…
Que ton cœur en
vain soupire
Ou qu’il s’ébatte
sans savoir
D’où vient ce mal
qui le déchire
Tu sais qu’il
bat, c’est son devoir …
LASSE FONTAINE
Lasse fontaine
des cris et des rires
Tu t’endors comme
un chat
Aux creux de la
vague …
La vérité est que
les soupirs
S’évadent au
grand dam
Des gens dont le
front se plie …
N’importe.
Tu es dans mon palais
Aussi fraîche que
de la menthe
Assez robuste
pour nourrir un bouc
Assez prude pour
ne pas en avoir l’air
Mais on te croit
fondue des neiges
Alors que,
vraiment, nul ne sait d’où tu viens
PARI(S) POUR
L’ESPRIT
Si l’anse
paisible,
corps doux,
S’élance
impassible,
du corps …
… sait, ô corps-
-sage
(sein doux
sain) :
« Vie
Sage »,
-
message
où se lit …
…d’ouvrage en orage :
« L’âge se
vit »
PENSÉES SAUVAGES
N.1 :
L’amour est un problème de temps
N.2 : Tu
m’as tout entier tapi dans ton trou
N.3 : Ru o muh’l
N.4: Impôt-cible
N.5: Lis tes
ratures
domingo, 22 de abril de 2018
sexta-feira, 20 de abril de 2018
[OBRAS DE MANUEL BANET] EXCERTOS DE «ARQUEOLOGIA»*
[*Recolha de poemas inéditos de 1987 a 2016]
1- A Revolta dos Anjos
-
Quem somos nós? Quem sou eu, quem és tu?
Somos
instantes perdidos na imensidão do tempo
Somos
transitórios como a carne
Somos
menos estáveis que um grão de areia
Somos
somente um elo duma cadeia que se estende desde um ser vivo primitivo…
…
Sou tudo isso e temos a vaidade de reclamar a imortalidade!
-
Segui estrada fora… conheço-lhe os prazeres e os perigos…
…
Toda a verdadeira caminhada é solitária
Que
este pensamento não sofra contestação
…
Bem louco seria aquele que emprestasse os pés em vez das botas!
2- Quando…
… Todas as profecias se
gastaram no vão desejo do amanhã
… As bocas se calaram no
súbito ruir da noite em tom de incêndio
… As fontes secaram
fechando as gargantas sedentas de cristal
… A Terra foi a enterrar
no espaço sideral
3- Tudo…
… Nasce, cresce e morre;
Se transforma,
Se vai escoando, se vai
esvaindo
Se vai crescendo, se vai
desenvolvendo
Se vai… …
… E tu, pra onde vais?
Tu, alma desvalida
Feres onde, vida?
Vives onde, ferida?
Do chão até às nuvens
Clamam vidas
Em seus quatro sentidos
Na água também,
Que é túmulo e fonte de
Ti,
- Ó Vida!
quinta-feira, 19 de abril de 2018
quarta-feira, 18 de abril de 2018
[OBRAS DE MANUEL BANET] excertos de «UM CORPO MERECE SEMPRE VIVER»*
* poemas da colectânea inédita intitulada «Um Corpo Merece Sempre Viver»
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SÃO HORAS
São horas de fumar o presente
E arrumar o passado num baú
Com versos em tons de malva
Só colhidos nas horas mortas
Em postais ilustrados, com beijos
muitos,
Xicorações e lenços de seda
antiga,
Amarelecida como folhas de um
outono
Vindouro; cada frase desbotando
no vão
Do portal escancarado, sob chuva
de março,
Irrigando os senteiros entre
rochas
E troncos
retorcidos...
|São horas de fumar o presente
São horas de perder as horas
São horas de contemplar o umbigo
São horas de ouvir os pêlos da
barba crescer
São horas de afogar o cansaço no
regaço
De uma noite onde se esconde teu
rosto
E se empresta um tempo ao
silêncio
E se goza a tragos ansiosos a
estupidez
De nos preocuparmos com coisas
vãs
São horas de fechar o livro
São horas de sonhar...
GNOSE
Via surgir esses rochedos do mar
Se retirando em oração rouca;
Eram modelo da Verdade pouca
Que aos olhos é dado contemplar.
Os olhos cerrou, que assim
guardavam
Melhor a visão, analogicamente
Certeira, do combate que a mente
E a matéria entre si travavam.
Mergulhado em meditação ousada,
Atravessou oceanos, atmosferas,
Espaços estelares, até ao Nada
Dilatando sua visão das esferas
Ao Todo Universal, a razão
empolgada
Descobriu por fim que Tu eras!
ÉS O MENINO QUE SE INTERROGA
És o menino que se interroga
sobre os campos submersos – as misteriosas profundezas oceânicas- revolvendo na
praia as conchas, os búzios, essas frágeis concreções que juncam a areia,
trazidas pela paciência coleccionadora da maré...
Assim o saber que ao Homem se
oferece:
Lá está exposto, qual carapaça
fóssil
De um ser no Universo...
Mas quando poderão novos Newton,
Darwin ou Jacques Monod,
Reconstruir do fundo oceano da
nossa memória genética, o “Homo”
Ainda não “sapiens”,
Mas já menino
Interrogando as conchas e seixos
rolados
Até à praia pela força
Das marés?
JAZZ
Gemido, sofrido, no mato
Carne pisada na roça
Dor, humilhação na choça
Rasgão, sangue pisado no corpo
UM CORPO MERECE SEMPRE VIVER
Um corpo merece sempre viver
Será este o meu derradeiro
Grito quando moribundo ‘stiver.
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