Embora centrado nesta revista com difusão (quase) só em França, tem interesse pois os processos são aplicados pela imprensa equivalente em todos os países.
domingo, 21 de maio de 2017
sábado, 20 de maio de 2017
sexta-feira, 19 de maio de 2017
quinta-feira, 18 de maio de 2017
BENNY GOODMAN E O SWING DOS ANOS TRINTA
(clicar nas legendas para explicações sobre estas canções)
Smoke Gets in your eyes
KING PORTER STOMP
THIS FOOLISH THINGS
St. Louis Blues
Why Don't You Do Right
quarta-feira, 17 de maio de 2017
EPIGENÉTICA - O NOVO PARADIGMA
Pergunto-me algumas vezes por que motivo alguém precisa de uma narrativa que a «desculpabilize» pelos seus fracassos pessoais. Já deve ter acontecido consigo que alguém lhe venha alegar traumas de infância ou relacionamentos infelizes na vida adulta, para «justificar» as suas falhas, a sua incapacidade em enfrentar as dificuldades da vida.
De facto, muitas pessoas gostam de ser «assistidas», como se se tratasse de pessoas padecendo de doença, que precisavam de cuidados de saúde.
Poucas pessoas assumem a sua própria «governança» e se auto-programam no sentido de serem aquilo que querem ser.
Deparei-me com um vídeo, que coloca muitas perguntas, além de que vai buscar elementos de compreensão a um ramo da ciência biológica que eu tenho particularmente acompanhado, ao nível de artigos de divulgação. Como biólogo, tive o privilégio de trabalhar em estágio num laboratório dedicado, nos anos 80 do século passado, à expressão dos genes. Hoje em dia, os trabalhos dessa época seriam classificados como «epigenética». Simplesmente, o vocábulo não tinha ainda sido inventado ou não lhe era dado o significado que é dado hoje.
Acredito que existe algo de muito fundamental no «apoderamento» (empowerment) que faz com que o nosso Eu sub-consciente se encarregue de muitos dos comportamentos, visíveis ou não. A atitude interior, por oposição ao «teatro social» é aquilo que impulsiona as pessoas, não pela decisão do seu Eu racional, mas impulsionadas por várias forças.
O Dr. Lipton tem razão - com certeza - ao apontar os programas comportamentais que estão «engramados» no nosso cérebro, que foram adquiridos entre os 0 e 7 anos. É um reportório de base, que todas as crianças adquirem num estado de recetividade extraordinária, semelhante à hipnose. Os muito pequeninos fazem por instinto, aprendem por instinto, tudo neles é instinto... são «bolinhas de afecto».
Por isso, não me custa aceitar que estejamos todos programados socialmente, a um nível profundo, pela vivência na tenra infância. Também concordo com o entrevistado em relação ao papel dos genes como «plantas do edifício» (blue prints) ou seja, algo que contém as informações para construir edifícios ou pequenas máquinas maravilhosas (as proteínas) as quais serão ativas, a vários níveis, nas células e no corpo.
Mas os genes não são ativos ou inativos: aqui reside o cerne da viragem de um paradigma para outro, ou seja... o sistema é que «decide» transformar essa potencialidade, o gene, em algo que irá ter expressão no corpo. Assim, nós já não estamos sujeitos à fatalidade do gene, o gene que «determina» uma doença ou uma característica não é - por si só - determinante de coisa nenhuma.
Isto era sabido, evidentemente, desde o início da genética, nas primeiras décadas do século XX (como descrevo no livro «Génese e Genes»). Porém, a formulação «popular» acabou por tomar conta da forma de pensar dos médicos e cientistas e estes acabaram por raciocinar - e portanto também por agir - «como se» fossem os genes os protagonistas.
A possibilidade de um indivíduo moldar muito do seu ambiente próximo, aproveitando-o bem ou menos bem, traz como consequência que somos largamente responsáveis pela nossa saúde, pelo nosso estado, por tudo o que nos acontece.
A predisposição para uma determinada afeção pode existir pelo hábito, pela atitude relativa ao complexo de variáveis ambientais que nos influenciam ou não.
Por exemplo, se tivermos um comportamento responsável em relação ao nosso corpo, comendo comida saudável, equilibrada, fazendo exercício físico adequado à nossa pessoa e às circunstâncias em que nos encontramos... a probabilidade de cairmos doentes, mesmo de doenças transmitidas por agentes biológicos (vírus e bactérias...) diminui enormemente, em relação à média da sociedade.
Isto deve-se ao facto de que - na sua grande maioria - os comportamentos dominantes e com interferência no estado de saúde geral são largamente negativos, irracionais, pulsionais...
Também acredito que uma mudança de paradigma tenha implicações no modo como nos relacionamos socialmente; um grande empenho coletivo em realizar determinado objetivo, por estranho que pareça, é mais importante que a justeza teórica, racional, do mesmo.
Infelizmente, quem nos manipula usa isso para o pior. Os demagogos servem-se das multidões, do desejo inconsciente de homens e mulheres, em serem tratadas como crianças e conduzidas a «acreditar» em algo, com toda a força, assim como as crianças o fazem em relação aos seus pais.
Note-se que - na criança - isto é lógico e biológico: ela não tem dúvidas de que os seus progenitores querem o seu bem, o que - em geral - é o caso. Por isso, faz todo o sentido para a sua própria defesa, para a sua sobrevivência.
Todas as pessoas têm um lado de criança, todas têm nostalgia de quando eram cuidadas pela mãe e se alimentavam tanto do seu amor, como do leite materno.
Todas as pessoas têm um lado de criança, todas têm nostalgia de quando eram cuidadas pela mãe e se alimentavam tanto do seu amor, como do leite materno.
As proibições e os medos no indivíduo adulto são oriundos dum «superego» que lhes é incutido desde pequeno, com programas comportamentais altamente supressores da criatividade, da liberdade e da autonomia individual.
Mas o que é importante para a sociedade em geral é justamente a capacidade dos indivíduos acrescentarem algo de original, de serem criativos.
Para que prevaleça realmente este objetivo na educação, a sociedade deverá ser mais baseada na entre-ajuda e na fraternidade, como uma grande família (uma visão comunista autêntica, que nada tem que ver com o bolchevismo).
No entanto, ela tem os seus gérmenes agora, pois as crianças são propensas a comportamentos de partilha e de entreajuda, de compaixão, de empatia, também em relação a animais, não apenas aos seus colegas...
O que se chama agora de educação não é mais do que um amestrar, que coloca vendas nos olhos das crianças e adolescentes, fazendo deles dóceis e condicionáveis, para serem «bons» trabalhadores nesta sociedade em que 99% tem de obedecer a um ou vários patrões...
Dentro desta sociedade, a criatividade não interessa; apenas a submissão é premiada, apontada como modelo: a reprodução de ideias erradas, mas que servem os propósitos das «elites», são constantemente papagueadas, nas escolas e nos media.
Neste contexto, sair da «matrix» pode custar esforço e coragem, pois implica um risco real. No mínimo, implica uma certa solidão ou isolamento, devido à incompreensão no meio circundante... e nós sabemos que precisamos uns dos outros, que não podemos viver, senão em sociedade.
A possibilidade de vivermos de acordo com os nossos sonhos profundos existe, no entanto.
Todas as coisas que queremos realmente, nas nossas vidas acabam por realizar-se, mas não do modo como fantasiámos que iriam acontecer.
Eu verifico isso aos 62 anos, na minha vida pessoal: tudo o que desejei profundamente realizou-se; tudo o que eu próprio sou agora, teve sua génese na minha própria existência, numa vivência que foi largamente influenciada pelo meio em que mergulhei, em várias circunstâncias e pela minha resposta, em cada caso, a esses desafios.
Por outras palavras, construí-me a mim próprio. Isto não tem nada de extraordinário; é realmente comum a todos.
Ao fim e ao cabo, o fator principal é a nossa intenção deliberada, aquilo que é nosso profundo desejo de realização. Este é um fator muito mais potente do que imaginamos.
A determinação dos genes é muito relativa. Como biólogo geneticista eu sei isto de longa data e tenho surpreendido pessoas leigas nesta ciência ao lhes dizer isso mesmo...
terça-feira, 16 de maio de 2017
OS DERIVADOS... OU WARREN BUFFETT SABE O QUE FAZ, COM CERTEZA.
Um «derivado» é um activo
com preço dependente ou derivado de um ou mais bens subjacentes. O derivado
propriamente é um contrato entre duas ou mais partes baseado nesse bem ou grupo
de activos. O seu valor é determinado pelas flutuações do activo, que pode ser
acções, obrigações, matérias primas, divisas, taxas de juro ou índices de
mercados. Quem negoceia derivados está essencialmente a efectuar uma espécie de
jogo de apostas legalizado. Muitos
nomes sonantes dos meios financeiros têm dado avisos sobre a possibilidade
potencialmente destrutiva deste tipo de instrumentos, no longo prazo.
Numa carta escrita aos
detentores de participações do fundo Berkshire Hathaway, em 2003, Warren Buffett chegou
a referir os derivados como «instrumentos financeiros de destruição maciça»…
O «génio» saído da
garrafa irá com certeza multiplicar-se e expandir-se até que um acontecimento
torne a sua toxicidade evidente. Não foi encontrado, quer pelos bancos
centrais, quer pelos governos, meio de controlar ou mesmo de monitorizar os
riscos que colocam estes contratos. Penso que os derivados são instrumentos financeiros de destruição maciça, portadores
de perigos que, embora latentes agora, são potencialmente letais.
Warren Buffett tinha
razão – sabia do que estava a falar – e claro que hoje a bolha dos derivados é
muito maior do que na altura em que lançou o aviso.
Com efeito,
considera-se que exista um total superior a 500 triliões de dólares envolvidos
em derivados, neste momento.
Os efeitos em cadeia de
um não pagamento (um «default») num sector qualquer, mesmo algo muito pequeno
em comparação com a economia global, serão potenciados por esta incrível
alavancagem.
Por isso, faz todo o
sentido que grandes investidores, como Buffett, se posicionem em função da
inevitabilidade do grande «crash».
De acordo com o perito
financeiro Jim Rickards, a companhia de Buffett, Berkshire Hathaway, acumulou
uma pilha de 86 biliões de dólares em «cash» (dinheiro liquido) porque prevê
uma acentuada diminuição do mercado de acções.
Este facto, a
acumulação de cash por Buffett, é o contrário duma indicação de alta dos
mercados: este comportamento só tem explicação como preparação para um crash
dos mercados financeiros. Quando o crash tiver ocorrido, Buffett poderá
deambular pelos destroços e comprar as companhias por um preço muito inferior ao seu
valor real.
Warren Buffett não se
tornou um dos homens mais ricos do mundo… sendo estúpido. Ele sabe como os
valores das acções estão ridiculamente sobrevalorizados neste momento e está
preparado para agir quando o pêndulo se deslocar para o outro extremo.
Os mercados financeiros
continuam a flutuar num mundo irreal, completamente desconectado da economia
real que - pesem embora as estatísticas falseadas e os cantos de sereia da
media ao serviço dos grandes interesses - dá sinais inequívocos. Desde os EUA à
China, passando pela Europa e mesmo nas economias emergentes, não se pode dizer que
houve verdadeira recuperação da crise de 2008, em termos de economia real.
Mesmo um Warren Buffett
está claramente preparado para enfrentar a crise vindoura.
É bastante trágico que
o comum dos mortais, que vão sofrer na pele o pior dessa crise, não estejam conscientes dela e não se preparem, como se fossem um povo de cegos e surdos…
domingo, 14 de maio de 2017
CIBERATAQUE A NÍVEL MUNDIAL EXPÕE A FRAGILIDADE DOS SISTEMAS INFORMÁTICOS
No Sábado 13 de Maio 2017 um ataque de vírus informático, cujo
modo de operar se baseava na tecnologia de intrusão e espionagem das redes
informáticas desenvolvida pela NSA (National Security Agency, USA), infectou em
simultâneo um grande número de redes informáticas, principalmente as de grandes
serviços públicos, como o Serviço Nacional de Saúde britânico, ou a empresa de
telecomunicações espanhola Telefónica.
Os piratas informáticos encriptavam ficheiros dos computadores, sequestrando a informação, com a ameaça de a
destruir, caso não fosse pago resgate de 300 $ por cada computador, que teriam de
ser pagos em bitcoin.
Caso as vítimas não pagassem, iriam sofrer a destruição
irreversível dos referidos ficheiros.
Para quem está interessado nos pormenores da notícia,
deixo aqui um relato bastante completo dos factos - entretanto apurados - 24h depois.
É natural que vários aspectos
sejam revistos e novos dados venham a acrescentar-se no decurso dos próximos
dias.
Há vários aspectos preocupantes nesta história, que me motivam a
escrever este artigo no meu blog:
- o facto de que há demasiados sistemas informáticos, desde Universidades a Serviços Públicos, em todo o mundo, que não mantinham os seus sistemas informáticos actualizados em relação a vírus
- a facilidade com a qual instrumentos de espionagem desenvolvidos pela NSA passam para o domínio do cibercrime
- a possibilidade deste tipo de vírus ser usado repetidas vezes, apenas modificando alguns pormenores do modelo original, para ultrapassar as barreiras antivirus informáticos, entretanto erguidas.
- a existência de redes de criminosos, algumas em zonas russofónicas (Rússia, Ucrânia…), segundo o referido artigo, que se têm especializado em obter rendimentos desta maneira, capturando computadores e ameaçando destruir os dados a não ser que seja pago um tributo.
- a utilização do bitcoin para realizar a entrega do dinheiro; com efeito, este dinheiro virtual tem tido imenso sucesso.
- o bitcoin , estará – a partir de agora – mais sujeito ainda ao ataque por parte de todos os sectores da área globalista, com destaque para os Estados, os bancos centrais e grande banca. Não me admirava que se desenvolvessem tentativas de abolir o bitcoin e outras moedas encriptadas («criptocurrencies»). Penso que tal tentativa apenas iria permitir que estas se tornassem um pesadelo ainda maior, enquanto divisas, em exclusivo, da «dark net».
Como eu tinha já reflectido, em artigo anterior, a
ciberguerra já está aí. Muitos actos de pirataria informática, podem ser obra de Estados, de agências de espionagem: por exemplo, está provado que a NSA foi, neste caso, a fornecedora dos
instrumentos de sua invenção para este ataque.
Estamos perante uma autêntica caixa de pandora! Embora já se tivesse a noção disso nos círculos de segurança dos Estados e das grandes firmas, agora as coisas vão acelerar-se.
Como tinha referido em Novembro passado, a principal vítima será sempre a população indefesa, seja qual for a origem e motivação dos ataques.
Segundo as últimas informações, 200 mil computadores já terão sido afectados.
Segundo as últimas informações, 200 mil computadores já terão sido afectados.
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