sábado, 12 de novembro de 2016

QUEM DISSE QUE A MÚSICA ERUDITA ERA «UMA CHATICE»?

Mais do que um concerto, é um show. Um show dum grande percussionista e também compositor. A obra «Percussões falantes» de Eötvös está repleta de uma bem humorada energia. Funciona como catalizador de bom humor...
Humor.. sim, será este o «mood» certo para disfrutar do concerto! 


AS PERCUSSÕES FALANTES DE EÖTVÖS  
        Martin Grubinger e Orquestra Sinfónica da Radio de Frankfurt sob direção de Vasily Petrenko


sexta-feira, 11 de novembro de 2016

ADENDA PÓS-ELEITORAL


Como eu estava consciente desde há vários meses, que a vitória de Trump seria inevitável (*), caso não houvesse uma e descarada manipulação dos votos eletrónicos por parte do establishment pró-Hillary, não me espantei com a vitória do Donald. 
Mas fiquei bastante entristecido por verificar a «cegueira voluntária» de pessoas, geralmente de esquerda, ou mesmo da esquerda radical, que pintaram esse acontecimento como sendo o «fim do mundo» quando, na verdade, apenas é uma derrota de uma fação da oligarquia, que aceitou que a outra fação, mais capaz de mobilizar a «turba», os eleitores-carneiros, fosse render a guarda, para garantir a perenidade do reino do grande capital. 
Estranho a cegueira seletiva das pessoas, que logo esqueceram os crimes de guerra, crimes contra a humanidade, perpetrados pela administração Obama, sobretudo quando a Hillary foi secretária de Estado: como é possível terem esquecido isso, sobretudo os europeus? 
- A única resposta que encontro é que são realmente muito manipulados por uma média sem escrúpulos, que consegue perversamente «vender» seja o que for, desde que isso seja, ao fim e ao cabo, a «narrativa» de que os seus patrões precisam para continuar o seu jogo mortífero e lucrativo. 

Mas eu não os inocento, pois se eles – os que se dizem de esquerda, os anticapitalistas, antifascistas, etc. – tivessem um mínimo de coerência, perceberiam desde o princípio da administração de Obama, que estávamos perante o «reino do Big Brother», onde guerra é paz, onde liberdade é escravidão, etc…  
Perante esta falência, não apenas intelectual como também moral, eu penso que as pessoas de esquerda sinceras, deveriam fazer uma grande autocrítica e compreender como têm sido instrumentalizadas pelos sequiosos de poder a qualquer preço. 
Com efeito, as Hillarys e os Obamas, mas também os seus «ídolos» locais, fazem sempre o mesmo jogo: dizer às massas aquilo que elas querem ouvir, para depois de eleitas fazerem aquilo que é o seu verdadeiro e único programa: servir a oligarquia para assegurar os fundos para a reeleição!

QUANTO AO IMEDIATO PÓS-ELEIÇÕES: Toda a indignação de uns, que se aproveitam da confusão para fazer motins – atiçados pelos zelotas da média corporativa – a que assistimos no presente, nestes dias que sucederam ao histórico 8 de Novembro, para que serve isso?
- Permite reforçar a convicção de que as eleições, de que este processo é realmente a coluna vertebral da democracia. Como dizia uma manifestante anti-Trump: «tem de haver mortos», ou seja, esta situação merece que haja violência extrema, guerra civil.

É assim que a oligarquia vai aproveitando a divisão entre o povo «miúdo», enquanto eles já se posicionaram há muito para as mudanças que vão chegar. 

A vitória de Trump não será nunca uma vitória do povo miúdo, indignado pelas elites que lhes roubaram tudo, desde a crise de 2008, da qual elas – as elites – são claramente culpadas! 

A ascensão de Trump, vai permitir que essa mesma elite deixe cair a encenação que mantinha dos mercados a «pairar» na estratosfera. Como prova disso, apenas uma série de indicações: 
- Primeiro, não houve nenhum «Armagedão» nos mercados, face à vitória do candidato republicano
- Segundo, houve uma deslocação estratégica do capital para o que serão os setores da indústria mais favorecidos pelas medidas económicas anunciadas no programa do Trump. O facto é que o índice «Dow Jones», sofreu apenas uma breve quebra, seguida de recuperação espetacular: explica-se o fenómeno por ser uma redistribuição do capital, não uma retirada.
- Terceiro, a subida de taxas de juro, programada para Dezembro, irá desencadear uma quebra brutal nos mercados, pois a economia não está em recuperação, mas sim em depressão. A narrativa de uma economia em «ligeira recuperação» já se tornara insustentável. 
Agora, com a programada subida das taxas de juro, ela vai agravar-se e vão atribuir isso ao Trump, claro. 
Tanto pior para as pessoas da classe média, que pensavam que podiam «jogar» com os mercados, mas que -na realidade - vão ser jogados «debaixo do camião»!

Tudo o que eu sei sobre a atualidade da economia e finanças, de política internacional, etc. decorre de uma leitura atenta a sites, vídeos e blogs. Simplesmente, eles não são homogéneos, são fontes geralmente credíveis, mas com perspetivas contrastantes, que me permitem ler várias versões, ponderando sobre cada uma delas: fujo ao «pensamento único» e mesmo ao chamado «alternativo». Que estes veículos de informação apresentem as suas versões dos factos, claro, é inevitável, mas não ocultam montanhas de factos importantes, não seguem aquilo que a grande média ao serviço da oligarquia globalista diz sobre determinadas coisas.
Tenho feito desde há uns anos este exercício, tanto por curiosidade como para ficar alertado, com alguma antecedência e com um certo rigor, sobre coisas importantes, que apenas chegam à superfície (quando chegam) muitos dias ou meses depois…
Sigo o método científico: emito uma hipótese explicativa do fenómeno e vou seguindo os desenvolvimentos: se eles reforçam a hipótese, eu irei ter maior confiança na minha hipótese, mas nunca 100%; serei sempre o maior crítico de meu próprio pensamento.



(*) The bottom line is, Trump is on the way to the White House because the elites WANT HIM THERE.  Now, many liberty proponents, currently in a state of elation, will either ignore or dismiss the primary reason why I was able to predict the Brexit and a Trump win.  These will probably be some of the same people that were arguing with me only weeks ago that the elites would NEVER allow Trump in office.

So, to clarify:

Trump may or may not be aware that he and his conservative followers have been positioned into a a trap.  We will have to wait and see how he behaves in office (and he WILL be in office, despite the claims of some that the elites will try to “stop him” before January).  My primary point is THAT IT DOES NOT MATTER, at least not at this stage.  The elites will initiate a final collapse of the global economy under Trump’s watch (this will probably escalate over the course of the next six months), and they WILL blame him and conservatives in general.  This IS going to happen.  The elites play the long game, and so must we.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

FÁBRICA DE ALTERNATIVAS ASSUME PUBLICAÇÃO DOS «CADERNOS SELVAGENS» A PARTIR DO Nº4

Ver páginas FB da Fabrica de Alternativas para os anúncios relativos aos «Cadernos Selvagens»:

https://www.facebook.com/fabricadealternativas/photos/a.1434033810146203.1073741828.1433108183572099/1807401719476075/?type=3&theater


https://www.facebook.com/notes/f%C3%A1brica-de-alternativas/cadernos-selvagens/1784643548418559



                                


          

TUDO E O SEU REVERSO

«TUDO E O SEU REVERSO»
- É COMO CLASSIFICO A VERBORREIA DA MÉDIA CORPORATIVA E DOS QUE LHE DÃO CRÉDITO

Não! O mundo não acaba hoje, nem amanhã! A eleição de Trump, por mim esperada, mas não desejada nem temida, desencadeia em muitos dos meus amigos uma onda de pânico. 
 - Será real esse pânico ou será induzido por uma média que se esmerou em manipular as pessoas pelo medo e pelos sentimentos, nunca em dar informação factual e objectiva?
- Uma média que seguiu até ao fim o guião de uma Hillary abraçando «causas progressistas», mas que era obstinadamente amnésica da política genocida promovida por ela própria enquanto foi membro do governo de Obama ... 
- Muitas pessoas boas estão completamente manipuladas, por isso engolem tudo o que se lhes diz, vêem só as aparências, não percebem a guerra de propaganda, que faz delas as vítimas principais.
- De facto, o campo da guerra, da oligarquia, levou um sério revez. Mas ele não foi surpreendido; teve demasiado tempo para encenar uma retirada estratégica. Com efeito, eles sabiam quais os verdadeiros números das sondagens. 
- Mas houve um momento de viragem nesta campanha. Graças ao Wikileaks, incriminatórios e-mails da Hillary e de seus colaboradores, vieram à superfície. Foi nessa altura que a oligarquia compreendeu que era melhor a vitória de Trump. 

- Foi a oligarquia que deixou cair Hillary, depois de ver que ela não era sustentável, caso fosse «eleita», não apenas perante demasiadas suspeitas de fraude eleitoral, sobretudo devido ao demasiado lixo, do seu  passado e do seu Bill e atividades criminosas da Fundação Clinton. Assim, decidiu nada fazer para impedir o triunfo do Donald. 

Escolheu o menor dos males para ela própria...
- Tive receio que ela escolhesse provocar um ataque de falsa bandeira para anular o escrutínio no último momento, sobretudo depois de termos visto a miserável campanha acusando a  Rússia, sem base nenhuma, de querer interferir através de hackers, no próprio ato eleitoral.

- Nos próximos dois meses até à investidura vão condicionar o futuro presidente Trump, de tal maneira que seja impossível da sua parte afastar-se -no essencial- da defesa dos interesses do grande capital, do complexo militar-industrial, da grande banca! - A escolha dos futuros membros do governo e dos colaboradores é muito mais decisiva do que a personalidade «exuberante» de Trump. 

Em suma, nada muda! 
- Apenas a crise profunda do capitalismo vai avançando na sua obra de destruição massiça do próprio capital, fagocitando as energias produtivas que possam existir dentro do sistema e que ainda poderiam, teoricamente, regenerá-lo.

- Com outras «surpresas» em perspectiva para 2017, não esperem momentos fáceis, mas também não se deixem iludir pelos propagandistas, disfarçados de analistas: eles não têm escrúpulos e apenas querem influenciar as pessoas para aparecerem como «os salvadores», dos males criados por eles próprios, afinal!

terça-feira, 8 de novembro de 2016

ONTÉM, REUNIÃO DO MOVIMENTO PELA PAZ

Síntese pessoal da Reunião de 07 de Novembro na Fábrica de Alternativas:

Houve uma boa participação. As pessoas apresentaram as suas motivações pessoais para se mobilizarem por esta causa. Das intervenções havidas, conclui que existe vontade de agir e que há genuíno desejo de participação. 

Foi decidido consensualmente que iríamos trocar informações e esboços de propostas por e-mail, para preparar a próxima reunião de forma adequada. 

Na próxima reunião discutiremos um projeto de Carta de Princípios. Espera-se que todos dêem a sua contribuição. 
Uma Carta de Princípios parece-me indispensável, pois permitirá a definição dos valores comuns e ajudará à nossa intenvenção futura.


segunda-feira, 7 de novembro de 2016

STABAT MATER DE PERGOLESI


Uma interpreteação impecável, estilisticamente, para uma obra-prima de todos os tempos. 

O Hino «Stabat Mater» é uma composição anónima medieval, que descreve o sofrimento da Mãe de Deus parante a cruxificação do Filho. 
Como muitos hinos da Igreja, foi musicado várias vezes, em várias épocas. 

A obra aqui interpretada é a de Pergolesi, um talentoso músico napolitano, morto muito cedo (vivou ainda menos anos que Mozart),  do qual restam não apenas obras sacras, como também óperas cómicas, como «La Serva Padrona». 

Creio que o mundo precisa de beleza, mas de verdadeira beleza, a que resulta da transmutação de sentimentos profundos e universais, não só sensual.  

domingo, 6 de novembro de 2016

UM ODOR DE PODRIDÃO

Um odor de podridão invade o ar, não deixa que outros odores se afirmem e nos possam guiar para paragens mais sorridentes.
- Por um lado, o que caracteriza o presente é a decomposição de todas as funções do Estado, sem nenhuma alternativa viável, sem algo que possa realmente mudar a situação. 
A guerra, a violência máxima entre povos e indivíduos, é o resultado disso. Os abutres adoram isso, têm carniça em abundância e festins contínuos, sempre defletindo a raiva da multidão, drogada consigo própria, numa onda hedónica e estéril, exatamente aquilo que a «elite» do dinheiro e do poder precisa para se manter e prosperar.
- Mas o Estado, por outro lado, não pode ser desculpa para tudo. Porque nós somos também responsáveis - de facto e não somente em teoria - pelo Estado e pelos micropoderes no quotidiano das nossas vidas; devemos ter a coragem de ver que no outro lado da equação... Estamos nós próprios. 
Muito do que temos agora é fruto da nossa miopia coletiva, da nossa enorme preguiça intelectual, da nossa visão «carneirística». 
Porém, a espécie humana - diz-se - é eminentemente adaptável. 
O que me parece bastante estranho é que ela se adapta mais prontamente a situações de humilhação, de domínio bruto, de negação da mais elementar humanidade, do que ao contrário disso, à emancipação dessas opressões! 
Não sou um pessimista, apesar do que escrevi acima. 
Acredito profundamente nos indivíduos, por isso escrevo aquilo que escrevo: sei que há indivíduos que me compreendem, quer partilhem ou não os meus valores.  
O importante, neste contexto, é as pessoas saberem manter a lucidez mental, o espírito crítico e guiarem-se pela ética mais profunda, por aquela que diz "não faças ao Outro aquilo que não gostas que façam a ti próprio" ou ainda, "trata o Outro como gostarias que te tratassem a ti". 
Só serão humanamente amadurecidas as sociedades que ensinem este princípio aos seus filhos e filhas, independentemente do grau de riqueza material e de sofisticação tecnológica que atingiram. 
De momento, só vejo corresponderem mais ou menos a este padrão, as Nações ameríndias, os Aborígenes da Austrália e outras populações, nomeadamente nómadas, que vivem em recantos inóspitos. 
Os povos ditos «primitivos» são, de facto, não apenas os guardiães da Natureza, como da ética... Afinal, são os que tratamos com desprezo, «os selvagens», quem nos pode dar lições. 
Precisamos muito da sua ajuda, pois eles nunca esqueceram os valores que nós, os «civilizados», perdemos desde há bastante tempo e nunca mais recuperámos, pelo menos no chamado «Ocidente».