Manuel Banet, ele próprio

Reflexão pessoal, com ênfase na criação e crítica

Mostrar mensagens com a etiqueta incêndios. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta incêndios. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Amazónia: os incendiários gritam «há fogo!»


Manlio Dinucci – A Arte da Guerra
 
               


Para ver os incêndios em todo o planeta, via satélite, clicar em https://firms.modaps.eosdis.nasa.gov/map/#z:3;c:0.0,0.0;d:2019-09-01..2019-09-02

Perante a propagação dos incêndios na Amazónia, a Cimeira do G7 mudou a sua agenda para ‘enfrentar a emergência’. Os Sete – França, Alemanha, Grã-Bretanha, Itália, Japão, Canadá e Estados Unidos – assumiram, juntamente com a União Europeia, o papel de Corpo de Bombeiros planetário.
O Presidente Macron, como bombeiro chefe, lançou o alarme “a nossa casa está a arder”. O Presidente Trump prometeu o máximo empenho dos EUA no trabalho de extinção.
Os holofotes da comunicação mediática concentram-se nos incêndios no Brasil, deixando todo o resto na sombra. Primeiro de tudo, o facto de que está a ser destruída não só a floresta amazónica (dois terços da área são do Brasil), reduzida quase 10 mil km2 por ano em 2010-2015, mas também a floresta tropical da África equatorial e a floresta meridional e oriental da Ásia. As florestas tropicais perderam, em média, a cada ano, uma área equivalente à área total do Piemonte, Lombardia e Veneto.
Embora as condições sejam diferentes de área para área, a causa fundamental é a mesma: a exploração intensiva e destrutiva dos recursos naturais para obter o máximo lucro.
Na Amazónia, abatem-se árvores para obter madeira valiosa destinada à exportação. A floresta residual é queimada para usar essas áreas para culturas e agricultura intensiva também destinadas à exportação. Esses terrenos muito frágeis, uma vez degradados, são abandonados e, portanto, são desarborizadas novas áreas. O mesmo método destrutivo é adoptado, provocando graves danos ambientais, para explorar os depósitos amazónicos de ouro, diamantes, bauxite, zinco, manganês, ferro, petróleo e carvão. Também contribui para a destruição da floresta amazónica, a construção de enormes bacias hidroeléctricas, destinadas a fornecer energia para as actividades industriais.
A exploração intensiva e destrutiva da Amazónia é praticada por empresas brasileiras, fundamentalmente controladas – por meio de participações, mecanismos financeiros e redes comerciais – pelos principais grupos multinacionais e financeiros do G7 e de outros países.
Ø Por exemplo, a JBS, proprietária de 35 fábricas de processamento de carne no Brasil, onde 80 mil bovinos são abatidos por dia, possui filiais importantes nos EUA, Canadá e Austrália e é amplamente controlada através de parcelas de dívida dos credores: JP Morgan (EUA), Barclays (GB) e os grupos financeiros da Volkswagen e da Daimler (Alemanha).
Ø A Marfrig, em segundo lugar depois da JBS, pertence 93% a investidores americanos, franceses, italianos e outros investidores europeus e norte-americanos.
Ø A Noruega, que hoje ameaça retaliação económica contra o Brasil pela destruição da Amazónia, provoca na mesma Amazónia, graves danos ambientais e sanitários através do seu grupo multinacional Hydro (metade do qual é propriedade do Estado norueguês), que explora as jazidas de bauxite para a produção de alumínio, tanto que foi colocado sob investigação no Brasil.
Os governos do G7 e outros, que hoje criticam formalmente o Presidente brasileiro Bolsonaro, para limpar a consciência perante a reacção do público, são os mesmos que favoreceram a sua ascensão ao poder, para que as suas multinacionais e os seus grupos financeiros tivessem as mãos ainda mais livres, na exploração da Amazónia.
A ser atacadas estão, sobretudo, as comunidades indígenas, em cujos territórios se concentram as actividades de desflorestação ilegal. Sob os olhos de Tereza Cristina, Ministra da Agricultura de Bolsonaro, cuja família de latifundiários tem uma longa história de ocupação fraudulenta e violenta, das terras das comunidades indígenas.


il manifesto, 3 de Setembro de 2019

Manlio Dinucci Geógrafo e geopolitólogo. Livros mais recentes: Laboratorio di geografia, Zanichelli 2014 ; Diario di viaggio, Zanichelli 2017 ; L’arte della guerra / Annali della strategia Usa/Nato 1990-2016, Zambon 2016, Guerra Nucleare. Il Giorno Prima 2017;Diario di guerra Asterios Editores2018; Premio internazionale per l’analisi geostrategica assegnato il 7 giugno 2019 dal Club dei giornalisti del Messico, A.C.

Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
Posted by Manuel Baptista at 3.9.19 Sem comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: agronegócio, Amazónia, Bolsonaro, Brasil, floresta tropical-equatorial, G7, incêndios, latifúndio, Manlio Dinucci

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

OS INCÊNDIOS FLORESTAIS DE GRANDES PROPORÇÕES: UMA FATALIDADE?

No fim de semana passado (6 e 7 de Outubro) no Parque Nacional de Sintra-Cascais , deflagrou um incêndio de grandes proporções. Não irei aqui especular sobre as causas próximas e se a origem do incêndio foi ou não criminosa. O facto de que na zona havia projectos de aproveitamento turístico, com investimentos já efectuados e aprovação (?) dos mesmos pelas autoridades camarárias - como foi relatado por alguma imprensa - será talvez um factor a considerar no inquérito da polícia judiciária. Porém, o meu objectivo é antes o de chamar a atenção para as causas profundas, por oposição às causas próximas.
O domínio florestal, mormente o que é propriedade do Estado ou das Autarquias, deveria ser um domínio que primasse pelo cumprimento das regras de boa gestão da floresta. Ainda por cima, havendo uma classificação de «parque nacional» associada a muitas destas áreas florestais estatais, é de todo indesculpável e criminoso, à luz da lei vigente, pois são criminosos os comportamentos de «deixa-andar», de não intervenção, muito antes das matas e florestas arderem. 


                                         [a- caminho pedestre, Sintra] 




                                     
                                        [b- zona ardida na Beira Interior]


                                    
[c - árvores autóctones, Mata do Buçaco]





Assim, o Estado e órgãos políticos estão directamente postos em causa, não por alguns «exaltados anarquistas», mas por eles mesmos, por manifesta e claramente violarem e ignorarem suas próprias leis! O Estado e órgãos políticos do mesmo, desde o governo central às autarquias, são efectivamente os responsáveis. Mas, não são os únicos: infelizmente, neste país a população ainda está a um nível de analfabetismo político muito primário, pois acaba por se satisfazer com «medidas» e promessas, solenemente anunciadas depois de cada fogo maior, que vão supostamente prevenir os fogos mas que, ou não são cumpridas, ou não têm real impacto ao nível da prevenção.

A hipocrisia consiste em atribuir exclusivamente a mãos de criminosos, a pirómanos, ou até ao desleixo de pessoas que deixaram uma fogueira mal apagada... a responsabilidade do que se passa. Não que seja falsa a existência desses casos; sabemos que eles existem, numa certa percentagem. 



Mas a responsabilidade de cuidar da floresta, de manter as matas limpas, de promover a renovação das espécies, aumentando a diversidade, reduzindo as áreas plantadas com eucalipto e pinheiro e aumentando as áreas com árvores folhosas autóctones, é colectiva: vai dos proprietários privados de terrenos florestais, das autarquias e do Estado central, aos cidadãos em geral, que deveriam exercer enorme pressão para que sejam realizados os trabalhos de manutenção e correcta gestão florestal. 
Do ponto de vista ecológico, evidentemente a questão é de primeira importância, mas também do ponto de vista económico: como emprego directo e indirecto, como fonte de matérias-primas importantes. Note-se que o eucalipto e o pinheiro são madeiras com pouco valor, o primeiro serve apenas para fabrico de pasta de papel e o segundo para carpintaria, sobretudo. 
Os terrenos plantados com estas espécies são maioritariamente deixados ao abandono, vê-se um crescimento de forma desordenada, tendo plantas com os mais variados tamanhos, não havendo espaçamento entre as várias árvores, nem recolha do restolho, nem corte e remoção do mato rasteiro, tudo isto formando uma enorme pira de combustão, pronta a incendiar-se quando as condições climáticas sejam favoráveis.  
Haveria, por isso, que desenvolver um programa de replantação com espécies autóctones, menos susceptíveis ao fogo, com maior valor comercial e conferindo maior diversidade ecológica.
Muito poderia ser transformado, com enormes vantagens. Mas a opção dos parasitas que nos governam é sempre de produzir «lindas e boas» palavras, mas fazer o menos possível! 
Porém, os investimentos estatais ou os incentivos fiscais, de crédito bonificado, etc. para que privados invistam seriamente na renovação da floresta portuguesa, poderiam ser uma enorme alavanca para o desenvolvimento do país. 
O turismo, que tanto é acarinhado, teria muito  a ganhar. Actualmente, os turistas típicos já não são do género de ficar nas praias, no litoral apenas, durante toda a sua estadia: gostam de fazer excursões no interior, de visitar lugares com beleza natural, de fazer caminhadas em floresta...

Não serei eu a inocentar os que ateiam fogos com objectivo criminoso, nem tão-pouco os que por desleixo deixam que fogos acidentais de grandes proporções se declarem... Mas, afinal de contas, existem outros criminosos, nos governos sucessivos, nas vereações camarárias, assim como em muitos gabinetes do aparelho estatal, que deveriam ser responsabilizados. 
A conivência com um crime é crime; a indiferença com que se trata o património de todos, crime é....e também a gestão danosa, ou fraudulenta, ou incompetente. 
Enquanto ficarem impunes estes crimes e sobretudo, enquanto a população não acordar da sua letargia  e não tomar em mãos a resolução dos seus problemas, vamos continuar a assistir a incêndios como o de Pedrógão Grande e do Pinhal de Leiria, em 2017, ou como em 2018, de Sintra-Cascais !!!



Posted by Manuel Baptista at 12.10.18 Sem comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: autarquias, corrupção, ecologia, eucalipto, governos, incêndios, Pedrogão Grande, pinhal, turismo

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

DUAS OU TRÊS COISAS SOBRE A DEMOCRACIA AO NÍVEL LOCAL

Sem dúvida os acontecimentos trágicos de Pedrogão Grande, no início do passado Verão deveriam ser um alerta muito sério sobre o estado calamitoso da floresta, do mundo rural e das diversas (ausentes) medidas de prevenção de incêndios neste retângulo  de terra chamado Portugal.
Porém, esse facto pesado não pesou realmente nas campanhas eleitorais dos partidos para os órgãos de gestão local . Ora, justamente aqueles que têm a primeira linha, ou deveriam ter, no que toca à prevenção de fogos florestais, são os poderes autárquicos. 


O debate, como sempre, dominado pelos candidatos dos partidos, foi centrado em questões das cidades. Mas mesmo nessas, evitou-se tocar na sacro-santa propriedade, mesmo quando abandonada: Esta propriedade desleixada  - nas zonas centrais das urbes -  mostra a sua ruína. Ela também priva as pessoas normais de habitação, reservada que está para construção de unidades de luxo ou hoteleiras, de duvidosa rentabilidade no longo prazo, mas cuja aprovação é garantida pela «impoluta probidade» de presidentes e vereadores camarários ...
Existe, porém, um ponto fulcral para a gestão de áreas rurais ou urbanas, de que nenhum poder político largou mão, desde os mais revolucionários aos mais conservadores. Este poder é o direito de expropriar, por manifesto interesse público. Não me digam que não existe o enquadramento legal para um executivo camarário fazer tal ato de boa gestão territorial, uma vez que se tenha verificado a condição de abandono. Quem diz isso é ignorante ou desonesto. Nada mais simples, dentro da lei vigente, dentro dos poderes que são conferidos (e bem) aos responsáveis camarários. 
Então porque não usam este instrumento? Porque não expropriam a propriedade abandonada, que é um fator de perigo iminente para as propriedades vizinhas (ou até nem tão vizinhas) e constante prejuízo em termos de estética, manchando toda a cidade ou região com os seus matagais nos jardins abandonados, as suas ruínas, a sua fealdade?  
A cidadania é mantida fora desse domínio por uma média prostituta, que nunca questiona os políticos nas verdadeiras questões, naquelas que têm de ser abordadas e resolvidas, no interesse global da população. 
Por muito estranho que pareça, as problemáticas dos fogos nos campos, transformados em bosques de eucaliptos e pinhais deixados ao abandono, até que alguém se lembre de os comprar e dos prédios nas zonas «nobres» das cidades que são deixados cair em ruína até que uma empresa de investimento imobiliário os transforme em edifícios destinados a alojamento local ou a condomínios de luxo... estão estritamente relacionadas.
A relação é evidente: o chamado «sacro-santo» direito de propriedade. Em Portugal ele atinge um absoluto como em nenhum outro país da Europa ocidental, onde cabe a comparação, obviamente, pois os regimes políticos são em muitos aspectos semelhantes, em que muitas normas e leis portuguesas são decalcadas de modelos de outros países ocidentais. 
A casta política portuguesa, passivamente apoiada pelo atavismo doentio de uma parte dos portugueses, dá à propriedade privada uma prioridade total: tanto os eleitos como eleitores, numa larga percentagem, vêem como legitimo que a propriedade (urbana ou rural) esteja ao abandono. Muitas vezes trata-se de questões entre herdeiros. E então? Será que a sociedade, no seu todo, deve suportar as consequências das questiúnculas entre herdeiros? 
Quaisquer que sejam os regimes políticos, a propriedade, em termos jurídicos, nunca é um absoluto. Não é preciso irmos para exemplos de regimes «socialistas» ou «comunistas» para que tal se verifique. É um facto que todos os regimes têm mecanismos legais para expropriação por interesse público. As propriedades abandonadas, sejam rurais ou urbanas, são um prejuízo objetivo às comunidades em torno, ou mesmo ao país no seu conjunto. A expropriação com pagamento de uma indemnização, com preço adequado, segundo estimativa de comissão independente e idónea, não apenas é legítima; é mesmo uma medida indispensável como ato de boa gestão municipal. 
Acerca destas questões e de muitas outras a cidadania é distraída; nunca tais questões figuram na «agenda» de políticos ou comentadores, por razões óbvias: O lóbi do imobiliário (nas cidades) e o lóbi dos madeireiros e do agro negócio (nos campos) têm esses na mão. São eles que dão dinheiro para a campanha dos partidos ou «independentes». Não tenham dúvida que os candidatos farão tudo para serem eleitos, para não perderem a hipótese de se sentarem no cadeiral que ambicionam!
A campanha útil da cidadania deste país - realisticamente - deve ser de desmascarar os políticos que permitiram - durante anos a fio - que propriedades rurais ou urbanas permanecessem abandonadas e nada fizeram, com os pretextos do costume. Fotografemos estas propriedades abandonadas há X anos, mostrando o estado de degradação a que chegaram. 
Talvez isto melhore a visão de autarcas «míopes», para o «belo» efeito destas. 
Há-de haver muita gente que vos argumentará com desculpas como a de que «o município não pode ficar com uma data de propriedades nos braços». Dirão que muitos dos prédios (urbanos ou rurais) estão «bloqueados por questões em tribunais», etc. 
Isso tudo são pretextos, pois a legislação atual permite ultrapassar todos esses obstáculos. 
O que eles/elas têm é um medo atávico de expropriarem aquilo que deve ser expropriado. Aliás, as propriedades urbanas podem ser reconstruidas e postas à venda/aluguer a preços controlados para travar (por ação do próprio mercado) a onda especulativa que se tem abatido sobre várias cidades de Portugal nos últimos tempos.  Nas zonas rurais, o loteamento correto das propriedades e sua venda a jovens agricultores, pode ser uma saída para a desertificação do interior. O Estado e o Governo, têm uma pesada responsabilidade neste deixar ao abandono as regiões do país que mais precisam de ajudas.
A perversão maior da «democracia representativa», além de não ser senão uma aristocracia, onde os que sempre tiveram privilégios têm muito mais fácil acesso aos comandos do poder, é a de que as hostes dos vários partidos trabalham «para o voto», para conquistar a simpatia do eleitor, não se irão investir em medidas, em políticas concretas que - embora consensualmente façam todo o sentido - apenas trarão resultados visíveis numa década ou mais. 
Mas a cidadania é igualmente responsável, não apenas por eleger estes políticos chico-espertos, mas porque clama contra a «corrupção» somente em abstrato: os atos de corrupção estão à vista de todo o povo, quer em zonas urbanas ou rurais, em prédios rústicos ou urbanos deixados ao abandono. São o testemunho silencioso de que ações que deveriam ser tomadas, não o foram em bom e devido tempo. 




Não é difícil construir um blogue e colocar lá fotos de abandono urbano ou rural. Não é difícil falar nos mercados, nas praças públicas, com vizinhos ou em reuniões de assembleias de freguesia ou de assembleias de município. 
Os cidadãos em cada conselho podem facilmente evidenciar as provas materiais de corrupção e devem exigir - imediatamente - que a situação mude. 

Posted by Manuel Baptista at 25.10.17 Sem comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: eleições autárquicas, eucalipto, incêndios, media, municípios, Pedrogão Grande

sábado, 21 de outubro de 2017

SOLIDARIEDADE PASSIVA OU ACTIVA?


Nós devíamos exprimir a solidariedade activa, não através de doações anónimas de dinheiro ou bens de primeira necessidade a instituições de caridade ou do Estado, mas através de cadeias concretas de pessoas concretas com ligações reais às povoações afectadas. 
Assim, tínhamos maior controlo, maior garantia de que os dinheiros e produtos chegavam ao destino e as pessoas mais afectadas é que seriam atendidas em prioridade. 
Posso contribuir modestamente, organizando a recolha, divulgando e encaminhando, caso existam pessoas capazes de fazer a ponte com as populações afectadas.
Posted by Manuel Baptista at 21.10.17 Sem comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: fogos florestais, incêndios, mundo rural, Portugal, solidariedade

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

A SOLUÇÃO REALISTA PARA FOGOS EM PORTUGAL E MUITO MAIS

                     

Continuamos a atirar para «os políticos», para «os partidos» e para as forças económicas, como sendo os responsáveis pelo estado de enorme falta, que origina as tragédias dos incêndios e a quotidiana má gestão, que não causa mortes ou danos visivelmente, que não tem direito às primeiras páginas de jornal, mas que tem efeitos tão ou mais devastadores, que os referidos incêndios.
Mas, se calhar, não são eles, os únicos responsáveis de todas as calamidades que se abatem sobre este país.

A cidadania em Portugal tem sido adormecida ao som de canções de embalar ou cantos sereia, emitidos pelos figurões dos partidos, os quais sabem fazer o discurso que o povo quer ouvir.



Trata-se de uma espécie de engano muito peculiar, pois os que são enganados, sabem - afinal - que o estão a ser. Mas, ainda assim, querem ouvir promessas,  querem «acreditar», querem ter «esperança» e votam  - em geral - segundo a etiqueta ideológica, mas não fazem mais do que isso. O seu papel, na democracia, limita-se a colocar um voto na urna, de tempos em tempos. E isso não é participação nenhuma!

Deveria ser o papel das pessoas mais conscientes o de perceberem e explicarem porque motivo esta «democracia» não funciona, nem mesmo ao nível mais elementar. 
A razão é simples: não existe, de facto, qualquer representação que não se degrade - com o tempo - em compadrio, em troca de favores, em esteio para a corrupção. O único antídoto para isto, é a democracia directa, ou democracia assembleária. 
Ou seja, as pessoas «comuns» têm de mudar completamente de atitude; têm de colocar a resolução dos problemas nas suas próprias mãos. 
Teoricamente, os níveis da freguesia e do município deveriam ser apropriados para se ensaiar desde já uma política verdadeira, ou seja, em Assembleias Cidadãs, com poder para controlar e, eventualmente, revogar os eleitos dos cargos. 

Deveria ser este o objectivo de quaisquer pessoas sinceras, sem outra vinculação, a não ser o compromisso que assumiram com o povo.


Posted by Manuel Baptista at 16.10.17 Sem comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: assembleias cidadãs, democracia, democracia directa, incêndios, Portugal
Mensagens antigas Página inicial
Ver a versão para telemóvel
Subscrever: Mensagens (Atom)

Publicação em destaque

ALASDAIR MACLEOD: O PLANO DA CHINA ENVOLVENDO OURO, PARA A ERA PÓS-DÓLAR

Alasdair Macleod descreve, com rara clareza, a realidade dos fracassos de Trump no domínio económico e financeiro.  Anteriormente ao 2º mand...

Pesquisar neste blogue

Translate

Arquivo do blogue

  • ▼  2025 (171)
    • ▼  junho (13)
      • OS ÚLTIMOS DIAS DE GAZA (POR CHRIS HEDGES)
      • ALASDAIR MACLEOD: O PLANO DA CHINA ENVOLVENDO OURO...
      • CORONEL MACGREGOR: «A CREDIBILIDADE DE TRUMP ACABOU»
      • JACQUES BAUD: AS BAIXAS RUSSAS E UCRANIANAS
      • A FALSIFICAÇÃO DA HISTÓRIA DOS HEBREUS COM OBJETIV...
      • ÀS PALAVRAS RENUNCIEI [OBRAS DE MANUEL BANET]
      • O OCIDENTE E A SÍNDROMA DE NEGAÇÃO DA REALIDADE
      • U.E DESTRÓI A DEMOCRACIA POR DENTRO
      • «A ORDEM A PARTIR DO CAOS» ?
      • COMENTÁRIO AOS ATAQUES COM DRONES UCRANIANOS, A BA...
      • VILLA-LOBOS e Música da América Latina (Segundas-f...
      • CRÓNICA DA IIIª GUERRA MUNDIAL (Nº44): «Morrer dua...
      • WARWICK POWELL: «PODEM FICAR COM VOSSOS DÓLARES; N...
    • ►  maio (32)
    • ►  abril (31)
    • ►  março (35)
    • ►  fevereiro (28)
    • ►  janeiro (32)
  • ►  2024 (338)
    • ►  dezembro (33)
    • ►  novembro (34)
    • ►  outubro (31)
    • ►  setembro (33)
    • ►  agosto (26)
    • ►  julho (34)
    • ►  junho (29)
    • ►  maio (26)
    • ►  abril (22)
    • ►  março (27)
    • ►  fevereiro (29)
    • ►  janeiro (14)
  • ►  2023 (374)
    • ►  dezembro (23)
    • ►  novembro (40)
    • ►  outubro (34)
    • ►  setembro (30)
    • ►  agosto (33)
    • ►  julho (33)
    • ►  junho (31)
    • ►  maio (27)
    • ►  abril (30)
    • ►  março (32)
    • ►  fevereiro (25)
    • ►  janeiro (36)
  • ►  2022 (358)
    • ►  dezembro (31)
    • ►  novembro (32)
    • ►  outubro (31)
    • ►  setembro (29)
    • ►  agosto (29)
    • ►  julho (22)
    • ►  junho (27)
    • ►  maio (34)
    • ►  abril (30)
    • ►  março (33)
    • ►  fevereiro (29)
    • ►  janeiro (31)
  • ►  2021 (340)
    • ►  dezembro (28)
    • ►  novembro (30)
    • ►  outubro (24)
    • ►  setembro (26)
    • ►  agosto (31)
    • ►  julho (31)
    • ►  junho (35)
    • ►  maio (28)
    • ►  abril (29)
    • ►  março (29)
    • ►  fevereiro (26)
    • ►  janeiro (23)
  • ►  2020 (343)
    • ►  dezembro (29)
    • ►  novembro (28)
    • ►  outubro (23)
    • ►  setembro (27)
    • ►  agosto (22)
    • ►  julho (25)
    • ►  junho (25)
    • ►  maio (35)
    • ►  abril (32)
    • ►  março (38)
    • ►  fevereiro (27)
    • ►  janeiro (32)
  • ►  2019 (340)
    • ►  dezembro (28)
    • ►  novembro (30)
    • ►  outubro (31)
    • ►  setembro (34)
    • ►  agosto (28)
    • ►  julho (22)
    • ►  junho (27)
    • ►  maio (30)
    • ►  abril (28)
    • ►  março (31)
    • ►  fevereiro (24)
    • ►  janeiro (27)
  • ►  2018 (332)
    • ►  dezembro (25)
    • ►  novembro (26)
    • ►  outubro (25)
    • ►  setembro (29)
    • ►  agosto (32)
    • ►  julho (30)
    • ►  junho (30)
    • ►  maio (27)
    • ►  abril (27)
    • ►  março (30)
    • ►  fevereiro (22)
    • ►  janeiro (29)
  • ►  2017 (321)
    • ►  dezembro (29)
    • ►  novembro (25)
    • ►  outubro (26)
    • ►  setembro (22)
    • ►  agosto (19)
    • ►  julho (35)
    • ►  junho (26)
    • ►  maio (31)
    • ►  abril (22)
    • ►  março (26)
    • ►  fevereiro (28)
    • ►  janeiro (32)
  • ►  2016 (160)
    • ►  dezembro (24)
    • ►  novembro (22)
    • ►  outubro (17)
    • ►  setembro (17)
    • ►  agosto (20)
    • ►  julho (16)
    • ►  junho (22)
    • ►  maio (22)

PÁGINAS

  • Aviso ao leitor
  • CRÓNICAS DA IIIª GUERRA MUNDIAL
  • OLHANDO O MUNDO DA MINHA JANELA
  • PROPAGANDA 21 - condicionamento de massas no séc. XXI
  • MITOLOGIAS
  • Segundas-feiras musicais (início: Maio 2024)
  • NO PAÍS DOS SONHOS
  • OPUS VOL. I (2016-2021)
  • OPUS VOL. II. (2022 - 2023)
  • OPUS VOL. III (2024)
  • Postfácio

MÚSICA NO BLOG

  • ATUAÇÕES AO VIVO
  • BACH & VIVALDI
  • HAENDEL
  • FROBERGER
  • JEAN-PHILIPE RAMEAU
  • CARLOS SEIXAS
  • AZNAVOUR
  • CHANSONS DE JACQUES BREL
  • GEORGES BRASSENS
  • FRANÇOISE HARDY - ULTIME HOMMAGE
  • Billie Holiday
  • Sarah Vaughan, the immortal
  • JAZZ SINGERS ANTHOLOGY [1]
  • JAZZ SINGERS ANTHOLOGY [2]
  • MEMÓRIAS - POP & ROCK
  • Dylan Originals
  • Dylan Songs Covers
  • TALENTOS LATINO-AMERICANOS
  • GUITARRA CLÁSSICA

Acerca de mim

A minha foto
Manuel Baptista
Ver o meu perfil completo

Número total de visualizações de páginas

I refuse to join any club that would have me as a member (Groucho Marx)
Tema Viagens. Com tecnologia do Blogger.