Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.
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terça-feira, 25 de outubro de 2022

VALÉRIE BUGAULT: DO SISTEMA DE DOMINAÇÃO À MUDANÇA DE PARADIGMA


 O que diz Valérie Bugault, aplica-se à generalidade dos países da UE, embora naturalmente centre a discussão sobre a França. Valérie acusa o globalismo e as forças atlantistas de criarem a crise para poderem impor a sua «Nova Ordem». Vamos para uma sociedade eugenista, genocida e centrada no poder de uma super-elite globalista. O crédito social é abordado, tal como o passe sanitário. Os globalistas querem fazer a demolição controlada do sistema atual, para poderem fazer emergir nova ordem supra-nacional, globalista.

Oiça as explicações de Valérie, que descodifica as medidas que estão a ser postas em prática para realizar o «Reset» da dominação global...

[Crítica: A sua proposta de organização da sociedade política não sujeita à ditadura da economia (do capital) é interessante. Porém, ela não considera soluções igualitárias e viáveis (não utópicas) e que podem estar na base da democracia na empresa, ou seja, o cooperativismo e a autogestão.] 

quinta-feira, 11 de março de 2021

FUKUSHIMA, DESASTRE NUCLEAR QUE SE PROLONGA NO TEMPO

Fukushima: uma guerra nuclear sem guerra

A crise tácita de irradiação nuclear mundial

Michel Chossudovsky (Editor) *

I-Book No. 3, 25 de janeiro de 2012



 Ao comemorar o décimo aniversário da tragédia de Fukushima, as evidências confirmam que este desastre não foi de forma alguma resolvido.

Níveis “inimagináveis” de radiação ainda prevalecem. Nas palavras da Dra. Helen Caldicott , “um milionésimo de grama de plutônio, se inalado pode causar câncer”.  

O desastre de Fukushima em março de 2011 resultou em 16.000 mortes, fazendo com que cerca de 165.000 pessoas fugissem de suas casas na área de Fukushima.

Tanto a média japonesa quanto a ocidental tendem a minimizar os impactos da radiação nuclear que se espalhou por vastas áreas no norte do Japão, sem mencionar a contaminação da cadeia alimentar.

O despejo contínuo de água altamente radioactiva no Oceano Pacífico constitui um gatilho potencial para um processo de contaminação radioactiva global.

Amplamente documentado, a Tokyo Electric Power Company (TEPCO) estava envolvida em um encobrimento. E o governo japonês também. 

O governo Abe casualmente apontou para “rumores prejudiciais”. A posição do actual governo permanece ambígua. 

A TEPCO reconheceu que a desativacção da instalação de Fukushima pode durar até 2051.

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* Publicado originalmente em Janeiro de 2012, este estudo de Michel Chossudovsky confirma o que agora se está a desenrolar: um processo mundial de irradiação nuclear.


quarta-feira, 23 de outubro de 2019

MANLIO DINUCCI: ERDOGAN QUER A BOMBA


                              

“Alguns países têm mísseis nucleares, mas o Ocidente insiste que não podemos possuí-los. Isto é inaceitável”: esta declaração do Presidente Erdogan revela, que a crise vai além daquela iniciada com a ofensiva turca na Síria.

Na Turquia, durante a Guerra Fria, os USA instalaram armas nucleares contra a União Soviética. Em 1962, nos acordos com a URSS para a solução da crise dos mísseis em Cuba, o Presidente Kennedy prometeu remover essas armas da Turquia, mas o mesmo não foi feito. Após a Guerra Fria, permaneceram na Turquia, na base aérea de Incirlik, cerca de 50 bombas nucleares USA B61 (as mesmas inseridas em Aviano e Ghedi, em Itália), direccionadas principalmente contra a Rússia.

Deste modo, seja os EUA ou a Turquia, ambos violam o Tratado de Não Proliferação. Os pilotos turcos, no âmbito da NATO, são treinados (como os pilotos italianos da base de Ghedi) ao ataque com bombas nucleares B61, sob o comando USA. Dentro de pouco tempo, as B61 devem ser substituídas pelos USA, também na Turquia (como será feito em Itália e noutros países europeus) pelas novas bombas nucleares B61-12, também direccionadas principalmente contra a Rússia.

Enquanto isso, porém, após a aquisição turca de mísseis antiaéreos russos S-400, os USA retiraram a Turquia do programa F-35, principal transportador das B61-12: o caça do qual a Turquia deveria ter comprado 100 exemplares e do qual era co-produtora. “O F-35 – declarou a Casa Branca - não pode coexistir com o sistema antiaéreo S-400, que pode ser usado para conhecer as capacidades do caça”, ou seja, pode ser usado pela Rússia para reforçar as defesas contra o F- 35. Ao fornecer a Ankara os mísseis anti-aéreos S-400, Moscovo conseguiu impedir (pelo menos, por agora) que sejam instalados no território turco 100 F-35, prontos para o ataque com as novas bombas nucleares USA, B61-12.

Parece, nesta altura, provável que, entre as opções consideradas em Washington, exista a transferência de armas nucleares USA da Turquia para outro país mais confiável. Segundo o conceituado  Boletim dos Cientistas Atómicos (USA), “a base aérea de Aviano pode ser a melhor opção europeia do ponto de vista político, mas, provavelmente, não tem espaço suficiente para receber todas as armas nucleares de Incirlik”. No entanto, o espaço poderia ser obtido, dado que, em Aviano, já se iniciaram os trabalhos de reestruturação para receber as bombas nucleares B61-12.

Sobre este fundo coloca-se a declaração de Erdogan que, apostando também na presença ameaçadora do arsenal nuclear de Israel, anuncia a intenção turca de ter as suas próprias armas nucleares. O projecto não é fácil, mas não é irrealizável. A Turquia possui tecnologias militares avançadas, fornecidas em particular por empresas italianas, especialmente a Leonardo. Possui depósitos de urânio. Tem experiência no campo de reactores de pesquisa, fornecidos em particular pelos USA. Iniciou a construção de sua própria indústria de energia nuclear, adquirindo alguns reactores da Rússia, do Japão, da França e da China. Segundo algumas fontes, a Turquia já pode ter adquirido no “mercado negro nuclear”, centrifugadoras de enriquecimento de urânio.

O anúncio de Erdogan de que a Turquia se quer tornar uma potência nuclear, interpretado por alguns como um simples jogo a termo, a fim de ter mais peso na NATO, não deve, portanto, ser de subestimar. Ele descobre o que geralmente está oculto no debate mediático: o facto de que, na situação turbulenta causada pelas políticas de guerra, desempenha um papel cada vez mais importante, a posse de armas nucleares, pressionando os que não as possuem a procurá-las.

il manifesto, 22 de Outubro de 2019

Manlio Dinucci
Geógrafo e geopolitólogo. Livros mais recentes: Laboratorio di geografia, Zanichelli 2014 ; Diario di viaggio, Zanichelli 2017 ; L’arte della guerra / Annali della strategia Usa/Nato 1990-2016, Zambon 2016, Guerra Nucleare. Il Giorno Prima 2017; Diario di guerra Asterios Editores 2018; Premio internazionale per l'analisi geostrategica assegnato il 7 giugno 2019 dal Club dei giornalisti del Messico, A.C.

Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos