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sábado, 26 de novembro de 2022

TRAGÉDIA DECORRENTE DE LOCKDOWN PROLONGADO EM URUMQI CAPITAL DO XINQUIANG


https://www.voanews.com/a/china-s-economy-contracts-sharply-in-april-on-lockdowns-/6579122.html

A economia chinesa já se tinha contraído de modo significativo com os lockdown de Xangai e de Pequim e de muitas outras cidades industriais e portuárias. Agora, na nova vaga de confinamentos, surgem situações trágicas como o incêndio, relatado na notícia abaixo, que desencadeiam protestos.
https://www.zerohedge.com/covid-19/covid-lockdown-protests-erupt-beijing-xinjiang-after-deadly-fire

Em Urumqi, estima-se que cerca de 4 milhões de habitantes têm estado sob «lockdown» (confinamento), um dos mais longos do país, impossibilitados de abandonar as casas por períodos até 100 dias. Nesta cidade, houve ontem um incêndio num prédio de 10 andares. As portas de entrada do edifício estavam seladas, o que atrasou a intervenção dos bombeiros. Teme-se que mais de uma dezena de pessoas pereceram no incêndio. Esta tragédia desencadeou uma manifestação espontânea, em que se ouvia «Somos seres humanos», «Acabem com os lockdown». Algumas estrofes do hino nacional chinês eram cantadas pelos manifestantes e também eram agitadas bandeiras da Rep. Popular da China, assinalando que eles não estavam contra a China, nem contra o seu sistema político, mas contra a burocracia e a política «zero covid», que se abateu sobre eles.

Em Pequim, também houve manifestações face a um renovo dos «lockdown». Em breve se saberá mais detalhes do que se passou na capital e nas províncias.

Confirma-se a minha compreensão de que os lockdown não se destinam a controlo sanitário, mas, na realidade, são medidas de controlo político das populações, por forma a que a burocracia do partido consiga controlar as massas em situações de grandes dificuldades económicas.

Com efeito, a economia da China estava centrada nas exportações e grande parte destas para países desenvolvidos, da Europa e América do Norte, que agora entraram numa profunda crise. Logo, tem de haver uma brusca redução das exportações chinesas para esses destinos, mesmo que não existam bloqueios ou sanções. A economia chinesa não conseguiu ainda adaptar-se a um contexto mais centrado no próprio país, de satisfazer mais o mercado interno, de exportar mais para países que não sejam do «Ocidente».
Penso que a política de «zero-COVID» tem sido um expediente para um controlo social acrescido, perante as possíveis perturbações decorrentes de desemprego, falta de certos produtos, de dificuldades alimentares em certa zonas do país, etc.
Esperemos que as autoridades chinesas tenham flexibilidade para diluírem as medidas draconianas, em face destes resultados desastrosos.

ATUALIZAÇÃO 1:

Insurreição operária na FOXCOMM (fabrica os smartphones para a Apple) a 22-23 de Novembro

ATUALIZAÇÃO 2:




Os protestos em Pequim incluem os estudantes da universidade de Tsinghua, uma das mais célebres instituições universitárias da China. Houve também protestos em Wuhan e Xangai. No site de «Zerohedge» podes ver a notícia contendo um vídeo da manifestação dos estudantes, em Pequim (univ. de Tsinghua) em 27 de Nov. 

Atualização 3: Uma flexibilização das medidas contra o COVID e a constatação de que a economia sofreu pesadamente com a política de «Covidd Zero»: