Porque razão os bancos centrais asiáticos estão a comprar toneladas de ouro? - Não é ouro em si mesmo que lhes importa neste momento, mas é a forma mais expedita de se livrarem de US dollars!!
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terça-feira, 12 de julho de 2022

O VERDADEIRO PACIFISMO

 


Eu não tenho a pretensão de ditar a moral ao Mundo. Quando encontro indivíduos que estão muito imbuídos das suas certezas, que acham que os outros têm de ouvir as razões pelas quais o seu campo, os exércitos de tal ou tal nação, deverão vencer, porque têm a «razão», a «justiça», a «história», do seu lado (agora já passou de moda dizer que têm «Deus a seu lado»), eu simplesmente evito a discussão. Percebo que se trata de alguém autoritário, incapaz de recuo, de análise crítica. Quando, ainda por cima, essa pessoa vem com lições de moral, impor-nos o que considera ser «a solução» para a guerra, autoproclamando-se pacifista, também evito discutir, porque percebo que é de todo inútil. É perder o meu tempo e energia, que são bem poucos e ainda mais preciosos, com indivíduos que não têm em consideração que a guerra, seja ela qual for, nunca foi «solução» para nada, senão talvez para consolidar o poder de ditadores e demagogos sobre as populações, as suas principais vítimas. *

Ser-se pacifista, é advogar-se - no concreto - um imediato cessar-fogo, como primeiro passo para negociações de paz, sob os auspícios duma entidade aceite por ambas as partes. A imposição de uma «paz» após a destruição completa dum dos lados, não se chama «paz», mas «rendição». 

Curiosamente, ambos os lados desta guerra da Ucrânia, que é sobretudo da NATO contra a Rússia, estão a advogar o mesmo. Tanto a Rússia como os EUA e seus aliados, só se satisfazem com a derrota completa do campo inimigo. Nesta fase da guerra, nem um nem outro, desejam que se abram conversações, que desemboquem num cessar-fogo. Aliás, ambas as partes importam-se pouco com os ucranianos, os  civis em particular. 

O povo ucraniano, ou russo, ou de qualquer país da NATO, não é, nem deverá ser considerado como responsável por aquilo que seus governos façam ou deixem de fazer. Na guerra, como no resto, os povos são rebanhos dóceis, sempre atirados para a carnificina, recoberta por discursos altissonantes, hinos patrióticos e, sobretudo, por uma propaganda de guerra, um condicionamento psicológico, de 24 h sobre 24h, onde não é tolerada qualquer outra perspetiva, quer vinda de personalidades, ou do cidadão comum. O silenciamento é real, porque alguém dissidente não tem meios de resposta ao mesmo nível de difusão. Isto não perde validade com a ilusão dos Twitter, ou outras mal designadas «redes sociais»; aliás, os donos das mesmas emitem regras para os «fact checkers» que excluem - sem apelo - qualquer voz realmente dissidente. Estas são, na realidade, as novas máquinas de propaganda ao serviço dos poderes, mas que não se mostram como tal. A perversidade é fazer crer que o vulgar cidadão pode «exprimir-se livremente», desabafar a sua ira,  júbilo, ou ódio, em geral, contra o Outro. O Outro, é aquele que se odeia, que nos condicionaram a odiar, mais que tudo, que se gostaria de ver triturado, anulado, feito em pó. Por isso, não surpreende a grande facilidade com que as potências nucleares se põem a «brincar com o fogo», arriscando a cada momento uma deriva para o que supostamente, «queriam evitar», ou seja, para uma nuclearização da guerra.

Se as pessoas individuais carregam certa dose de responsabilidade, é certo que se trata mais de um crime ou uma falta por omissão. Não se pode atribuir ao soldado raso a responsabilidade pelas decisões estratégicas, decididas pelo governo e pelo estado-maior do seu exército. Isso seria imbecil. Mas o soldado individual tem responsabilidade no que faz ou deixa fazer, por exemplo, se comete um crime de guerra, ou é conivente com ele. 

O mesmo se passa na esfera civil: Se as pessoas insistem em «acreditar», como se fossem factos inquestionáveis, nas mentiras produzidas pela media, embora saibam claramente que inúmeros veículos de informação, desde contas Twitter, a canais do Youtube e até cadeias de TV (o mesmo se passa na China e na Rússia, num certo grau),  são simplesmente censuradas, estão a ser coniventes com os crimes. 

Se alguém assume que determinada narrativa é inquestionável, que «é a verdade» e, sobretudo, não tolera que outras pessoas tenham pontos de vista diferentes, opiniões divergentes ou venham a público expor outros factos, essa pessoa está - na realidade - a colaborar ativamente na transformação de uma situação de supressão das liberdades transitória, para uma permanente.

Como assim? Caminha-se para a institucionalização de um estado de guerra permanente entre grandes potências. Isso conduz ao endurecimento dos respetivos regimes, sempre com o sacrossanto pretexto da «defesa nacional». O condicionamento das pessoas vai ser - cada vez mais - acompanhado por repressão, que pode ir até ao «desaparecimento», quer de pessoas anónimas, ou figuras públicas.

Todos os regimes procedem do mesmo modo: O poder autocrático ou as tendências mais autoritárias que existam numa nação, são sempre favorecidas pela guerra. Quer essa nação esteja a «ganhar» ou a «perder», a casta que domina o governo consegue, através da guerra, consolidar o seu poder, de modo impensável em tempo de paz.  

Esta é a chave para se compreender o que agora se está passar na Ucrânia, na Europa da NATO e na Rússia. Goste-se ou não, o facto é que estão a ser criadas as condições para um eternizar da guerra. Nada disto seria possível, se a guerra fosse resultante da vontade apenas do povo ou de ambos os povos em contenda. Pode existir um momento inicial (nalguns casos) em que a maioria da população, iludida, deseja a guerra. Mas, se fosse ela própria a decidir da continuação ou não da mesma, perante o horror e o cansaço de tanta destruição, tanta barbárie, ela iria rapidamente pedir um cessar-fogo e negociações. 

Creio que Mattias Desmet tem razão ao caraterizar o estado em que se encontra o mundo de hoje, enquanto resultante duma «formação de massas»; na sequência de Gustave Le Bon, no final do XIX, que considerava a psicologia de massas como um fenómeno essencialmente coletivo, que se apodera da vontade dos indivíduos; e na continuidade de Hannah Arendt, testemunha direta de dois monstruosos totalitarismos no século XX (o Nazismo e o Estalinismo) que refletia e escrevia sobre a forma como os poderes estatais se transformam em autoritários e estes «deslizam» em totalitários: A natureza das «simples» ditaduras e dos regimes totalitários é semelhante, à superfície. Mas, profundamente, a «tomada de posse» dos indivíduos, no totalitarismo, ocorre «por dentro», ou seja, os indivíduos são sujeitos a lavagem ao cérebro tão completa, que desejam no íntimo cumprir aquilo que o poder totalitário exige deles, isto é, o sacrifício mais total.** 

Nós verificamos que o condicionamento das massas, desencadeado na grande operação do COVID (que existiu enquanto epidemia viral, disso não tenho dúvidas) foi um laboratório mundial para testar a submissão das massas, a facilidade com que aceitavam mentiras da media, com que deixavam suas liberdades fundamentais serem suprimidas, do dia para a noite. Vimos também a cobardia dos intelectuais, o silêncio dos carreiristas, a conivência objetiva dos que não queriam ficar expostos, apesar de se mostrarem críticos, em conversas privadas. Esta operação não desencadeou, mas tornou mais provável uma guerra como a que tristemente está a acontecer agora em solo europeu. Por sinal, não é a «primeira guerra» intraeuropeia, desde há 70 e tal anos, como a propaganda atlantista dizia: num processo tipicamente «orwelliano», esquece que houve, em 1999, a guerra desencadeada pela NATO contra a Jugoslávia (Sérvia). Durante semanas a fio, houve bombardeamentos da NATO sobre zonas civis de Belgrado. Este crime hediondo foi feito à margem de qualquer legalidade internacional. 

Não sei quem realmente disse pela primeira vez  que «a guerra é a saúde dos Estados»: Existe um ensaio inacabado de Randolph Bourne  com este título. Mas, eu considero tão ou mais rigorosa a frase «War is a Racket» («A Guerra É Uma Chantagem»), título do livro de Smetley Butler, coronel dos EUA  ativo no período das guerras dos EUA contra o México (da qual resultou a anexação do Texas), Cuba (guerra hispano-americana) e as Filipinas. Aliás, obras literárias de militares, ou ex-militares, que estiveram numa guerra, presenciaram seu horror e denunciaram o «racket» (ou chantagem), não são raras. Algumas, têm o estatuto de obra-prima da literatura universal, como é o caso de «Guerra e Paz» de Leon Tolstoi.*** 

Evidentemente, não irei fazer aqui um rol das personalidades que lutaram numa guerra e que depois se tornaram convictas pacifistas. Tenho admiração por elas; elas defenderam pontos de vista muito minoritários em diversas ocasiões e, por vezes, com graves implicações para si próprias. 

Estes exemplos fazem-me ter uma esperança em que se ergam vozes, bem mais poderosas que a minha, com capacidade de mobilização e de iluminação. Espero que, através delas, se despertem as consciências de muitas pessoas que não perderam o essencial do humanismo.

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https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/02/se-queres-paz-prepara-paz.html

A minha posição desde o dia um desta guerra, tem sido de apelar ao cessar-fogo e conversações de paz. São os povos as inocentes vítimas das guerras. Quanto mais se prolonga uma guerra, maior o seu sofrimento, maior a destruição. O movimento pacifista internacional é muito claro, apela a um cessar-fogo. Nenhum dos «manda-chuva» da NATO faz isso. Querem mais guerra e é nisso que apostam.

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* * Não esqueçamos os processos de Moscovo, na era Estalinista, em que bolcheviques da primeira hora se humilhavam publicamente num julgamento fantoche, pedindo da sua condenação sem apelo, como forma última de se redimirem por terem sido opositores ao Secretário Geral, Joséf Estaline.  Também não me esqueço de todos os chorrilhos de mentiras que foram despejados sobre a população alemã condicionando-a odiar os judeus, os bolcheviques, os socialistas, os ciganos, os liberais, etc. De facto, embora se calasse, toda a população sabia que os judeus e os dissidentes políticos iam parar a campos de concentração, mesmo que nem todos soubessem dos detalhes macabros do que se passava lá dentro. Todos sabiam, igualmente, que as grandes fábricas usavam trabalho forçado (escravos), a IG-Farben, Siemens, Krupp, etc.

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*** Infelizmente, certas interpretações do romance distorcem a verdade profunda que Tolstoi quis veicular e que foi, aliás bem captada na sua época, na sua sociedade (segunda metade do século XIX). Mas isto seria, por si só, tema para um artigo dedicado ao grande romancista! 

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

CRISES ABENÇOADAS (PELOS PODERES)

Atribui-se a Winston Churchill a famosa frase « Nunca deixeis uma boa crise ser desperdiçada». Ao longo da história, as classes dominantes sempre usaram as crises - toda a espécie de crises - para tirarem vantagem sobre as populações, sobre as que eles governavam. Vantagens tanto em termos materiais, como uma maior extração de renda, através de mais impostos ou taxas, como em aumentarem o controlo, a maior capacidade de exercerem repressão, de intimidar e dissuadir os competidores ou os contestatários.

Foi no contexto da II Guerra Mundial, que Churchill disse a célebre frase; tratava-se do momento em que as cartas eram redistribuídas, as peças eram reorganizadas no xadrez político e económico mundial.
Desde então, não têm faltado momentos de crise: a guerra contra as drogas, a guerra contra o terror, a histeria do COVID e a chamada «crise climática». Todas elas, têm servido de pretexto para quem nos governa (e oprime), se tenha aproveitado para abocanhar um pouco mais de poder, à custa das nossas liberdades e garantias, da nossa subsistência económica.

De todas as crises, as mais acarinhadas pelos Estados e governantes são as guerras, pois permitem que, diante do perigo, a população fique esmagada, numa postura de submissão e que trema de medo. Perante o perigo de invasão ou derrota, submete-se «voluntariamente», da  forma mais abjeta. A população, condicionada por toneladas de propaganda, vai em massa saudar e engrossar as fileiras dos que vão «sacrificar-se pela Pátria».

Há outra frase célebre, esta devida a Randolph Bourne: "A guerra é a saúde do Estado." A mentalidade implícita na mesma explica a utilização, pelos governantes, dos termos bélicos: Tudo é uma guerra, a «guerra contra a droga», a «guerra contra o terror», a «guerra contra a pandemia viral», a «guerra contra o aquecimento climático», etc.
O facto das pessoas serem gregárias, num certo sentido, não as devia inibir de pensar criticamente, de se distanciarem dos aspetos emotivos de certas situações e de tentar compreender as lógicas subjacentes aos poderes, aos seus discursos e, sobretudo, aos seus desempenhos.

Boris Cyrulnik, um distinto médico e investigador dos mecanismos associados com a superação dos traumas (inventor do conceito de «resiliência») fala de pensamento "preguiçoso". É uma forma de pensamento que faz com que o indivíduo se sinta de novo confortável, depois de sentir angústia, medo, desamparo. Este é o pensamento que permite ao indivíduo ser reconhecido pelos outros como seu parceiro, como outro da sua espécie, dentro do rebanho. Para o indivíduo que experimentou grande angústia, que sentiu medo, o facto de permanecer junto com outros, fá-lo sentir-se protegido, fá-lo sentir-se forte, capaz de enfrentar as dificuldades. É natural, faz parte da condição humana, mas é explorado de todas as maneiras possíveis pelos poderes. Eles, simplesmente, desencadeiam o medo, a aflição, a angústia nos indivíduos, para os desestabilizar, para estes se agregarem ao rebanho, à manada. No final do século XIX, Gustave Le Bon já tinha descrito com rigor os mecanismos de condicionamento, que levam as massas a comportar-se de maneiras que seriam impossíveis de imaginar em indivíduos isolados.
Os poderosos não usam apenas o medo, usam também a ganância, a ambição, a inveja e outros sentimentos mesquinhos para com os semelhantes. Têm feito isto com enorme desplante, usando os ensinamentos de Edward Bernays, servindo-se de toda a panóplia de coerção desde campanhas «de imagem», até ao extremo da «lavagem ao cérebro», para conseguirem conformidade, adesão e submissão dos súbditos.

Na era do globalismo, a dominação duma classe já não se pode meramente confinar (nem é observável) às fronteiras de um Estado. É frequente ver os dirigentes dos diversos Estados «dobrar o joelho» diante das instituições do globalismo, nas cimeiras que são afinal cerimónias, teatros. Porém, estes teatros do poder são indispensáveis. Tal como nos tempos em que reis se faziam coroar, em grande pompa e mandavam pintar seus retratos com mantos de arminho, fronte cingida de coroa de ouro com pedras preciosas e empunhando um cetro. Hoje, os dirigentes de grandes e pequenos Estados vão procurar legitimação nas cimeiras, estes espetáculos de poder, para mostrar ao «vulgo» que ele não tem lugar aí, que deve submeter-se às decisões tomadas pelas personalidades "protagonistas" das ditas cimeiras.

Enquanto nas cerimónias dos tempos feudais, o povo era representado por alguns burgueses escolhidos, que participavam para demonstrar que «a Nação» estava com o monarca, agora são as ONGs (Organizações Não-Governamentais) que se desdobram para fazer o «folklore» e algumas críticas superficiais aos governos e Estados, ao mesmo tempo que vão comer à mão dos mesmos. As ONGs são fundamentais para o Estado e por isso, elas são toleradas. Em que é que são fundamentais? Pois além de representarem o «povo» nessas cimeiras cerimoniais, têm a virtude inestimável de fazer passar as políticas dos governos, como se estas pudessem ser um «progresso», um «avanço», uma «conquista» das pessoas comuns, das pessoas idealistas que se reveem nos ideais propalados pelas mesmas ONG's. É que o Estado, embora não pareça, está bastante desacreditado e, por isso, não tem ilusões de que consiga diretamente promover suas políticas. Isso foi assim com os ditadores dos meados do século XX, não apenas com Hitler e Estaline, também Mussolini, Franco, Salazar, Perón, etc. Eles faziam caucionar as suas políticas pelo povo. O povo era convocado pelos ditadores em grandes comícios, onde, por efeito  hipnótico, passava uma corrente do chefe carismático, para as pessoas. 
Hoje, os meios são diferentes, é preciso dar a ilusão de democracia, de que existem várias opções. Por isso, existem partidos diversos, mas não existe uma política diversa. São todos, pró-neoliberais, pro-globalistas, pró-vacinas obrigatórias, pró-combate ao aquecimento global, pró-zero_carbono, etc.
Para demonstrar seu compromisso, os «verdes» ou os «esquerdistas» (de ontem) insistem em assumir as diretrizes do grande capital. E não se ficam por aqui, pois vão mais longe, para impressionar as suas bases. Veja-se o entusiasmo com que adotam medidas de todo-vacinas, com os seus corolários de restrição das liberdades, de discriminação das pessoas; como adotam medidas que implicam um «imposto verde», uma «taxa-carbono». Na verdade, isso não é de espantar, pois estas pessoas são militantes de estruturas autoritárias (têm uma mente configurada para estas estruturas), querem mostrar que «se eles fossem poder, aí sim, isto iria ser a sério»...
Nisso, estes partidos, grupos e ONGs, por muito ambientalistas, anti-capitalistas, etc. que se proclamem, são, nada mais, que «uma roda» dos Estados. São parte integrante do aparelho de Estado alargado. A sua ambição máxima é participar no círculo do poder: Desejam participar - ao máximo possível - na definição das políticas dos Estados. 
Por isso, qualquer pessoa que se identifique, que siga, vote, apoie estes grupos, está na realidade a ser conivente com a perpetuação do sistema. Pode ser conivente sem o saber, sem ter consciência disso. Creio que mais de 90% dos simpatizantes estão nessa categoria. Mas, sabedores ou não, eles estão a colaborar numa política ao contrário daquilo que aspiram profundamente! 
Então, porque não abrem os olhos e não vêm as coisas com olhar crítico?

- Primeiro existe a propaganda, que é muito poderosa sobretudo, porque impede que tomem verdadeiro conhecimento dos factos e argumentos que venham contrariar as teses centrais dos seus líderes de opinião; depois, existe o efeito de grupo, o gregarismo, o medo de ser excluído do seu círculo de amigos; e, finalmente, porque a educação não é mais do que amestramento, as pessoas não são educadas a examinar criticamente os argumentos, mas a «decorar», isso significa que estão habituadas a papaguear o que ouvem sobre o «aquecimento climático», «a pandemia de COVID», etc. Mas, perante quaisquer discursos que divirjam de forma significativa do dogma, funciona o reflexo «identitário»: «estes, não são dos nossos; são os tais que, e que, etc.»

Claro que, em nenhum domínio, a propaganda pode dar soluções verdadeiras. Pode apenas reforçar os poderes. Mas, chega-se a um ponto em que a propaganda já não tem capacidade para ocultar. Neste ponto, dá-se o colapso, dá-se a perda total da confiança: Na economia, isso chama-se hiperinflação; na sociedade, chama-se revolução. As forças de repressão, nessa ocasião, estarão bem equipadas para reprimir com a brutalidade toda, a revolta do povo, que entretanto acordou e percebeu que foi espoliado, enganado, abusado. 
As classes possidentes é que fazem as revoluções. É um facto bem assente, basta pensar nas oligarquias, por exemplo, a francesa nas vésperas de 1789, ou a russa, nas vésperas de 1917.

Mas, nem tudo é negro, pois os globalistas têm tentado abarcar o mundo na sua totalidade. Ora, a complexidade deste mundo é tal, que me parece impossível eles obterem mais do que um domínio temporário e parcial, isto é, sobre as partes do mundo nas quais conseguem um certo grau de controlo. No longo prazo, sabe-se que todas as organizações que ultrapassam os limites da sua funcionalidade, com o seu gigantismo, com a extensão enorme das redes de comunicações e a fragilidade de todo o edifício do poder, acabam por soçobrar.