A IIIª Guerra Mundial tem sido, desde o início, guerra híbrida e assimétrica, com componentes económicas, de subversão, desestabilização e lavagens ao cérebro, além das operações propriamente militares. Este cenário era bem visível, desde a guerra na Síria para derrubar Assad, ou mesmo, antes disso.

sábado, 7 de abril de 2018

TUDO O QUE É PRECISO SABER SOBRE MOEDAS FIAT, DÍVIDA, PRESERVAÇÃO DA ECONOMIA DOS INDIVÍDUOS

LYNETTE ZANG  é entrevistada neste vídeo e esclarece todos os aspectos que tenho tentado esclarecer nos artigos económicos deste blog. 
E é realmente um excelente resumo, numa linguagem clara, sem demagogia. 
Por isso, aconselho vivamente a ver e ouvir este video, atentamente!


JAZZ VOCAL E INSTRUMENTAL: «I'm gonna sit right down...»

Duas versões de um sucesso de Fats Waller: uma vocal, pela imortal Sarah Vaughan, outra ao estilo do ragtime, em voga nos anos 20 e 30 do século passado, na interpretação brilhante de Stephanie Trick.

São duas versões tão belas, uma como a outra, pelo que não faz sentido hierarquizar. 

I'm gonna sit right down and write myself a letter,
And make believe it came from you.
I'm gonna write words oh, so sweet
They're gonna knock me off of my feet,
A lot of kisses on the bottom, I'll be glad i got 'em.
And close with love, the way you do.

I'm gonna smile and say, "i hope you're feeling better,"

And make believe it came from you.



sexta-feira, 6 de abril de 2018

FRAGILIDADE DO SISTEMA FINANCEIRO, FACE À MUDANÇA TECTÓNICA


                                

Nada mais frágil do que a posição económica e financeira dos EUA (e UE) neste momento. A crise de 2008 foi escondida debaixo de uma «montanha de papel» (ou dígitos electrónicos), o chamado QE (Quantitative easing), política levada a cabo pelos bancos centrais dos dois lados do Atlântico. 
A «recuperação» das economias é tudo menos segura, pois as políticas seguidas não são inflacionárias, mas deflacionárias. 
Com efeito, inflacionário seria haver maior quantidade de dinheiro disponível nas famílias, em particular nas famílias das classes trabalhadoras. São estas que irão gastar mais, simplesmente porque a quantidade do que gastam é função directa daquilo que recebem. 
Pelo contrário, os ricos e a classe média superior, têm usado o capital disponível para especular na bolsa, têm adquirido casas ou andares - muito acima daquilo que a média dos trabalhadores poderia alcançar - mas irão gastar, mais ou menos o mesmo, nos bens de consumo. 
Aquilo que a família média, em qualquer país da UE ou nos EUA, aufere, em termos de poder de compra real, é substancialmente mais baixo do que em 2008, antes da crise do sub-prime. 
A confirmar este diagnóstico da criação e manutenção de ambiente deflacionário, está o facto de que, apesar da «recuperação», o grosso do desemprego, em muitos países do sul da UE não foi realmente reabsorvido. 
Os números reais do desemprego são mantidos numa vaga e nebulosa indefinição, por decisão política de governos, servidos pela média: continuam acima dos 10% para a população em geral e acima dos 40% para os jovens em Portugal, Itália e Espanha, nomeadamente. 
O público está desinformado e manipulado. Assim, a média corporativa «esquece» de mencionar os valores globais, mas refere sistematicamente qualquer dado indicando criação de emprego, conseguindo iludir as pessoas.
Assiste-se a uma espiral de deflação, acompanhada a uma inflação confinada ao mercado financeiro, nomeadamente, com cotações bolsistas em alturas inéditas, sem comum medida com o valor intrínseco das empresas cotadas. 
Neste ambiente, o alavancar dos vários activos, através de derivados (por ex. credit default swaps...), faz aumentar os riscos inerentes a muitos produtos financeiros, ao mesmo tempo que se continua com uma política de supressão dos juros do capital-poupança, que as pessoas idosas, modestas, possuem. Como estes activos não fornecem as quantias esperadas, muitos idosos são obrigados a regressar ao mercado de trabalho, ou a  adiar ao máximo o momento da reforma.

O efeito catastrófico, no Ocidente, das políticas levadas a cabo após o colapso de 2008, apenas foi reportado e diluído no tempo. Não houve, de forma nenhuma, um «curativo». 
O resultado é que pretendem diminuir, ou «normalizar», a quantidade dos activos dos bancos centrais, mas não têm compradores. Recentemente, os bancos centrais de vários países - Japão e Suíça, logo copiados pelos restantes - começaram até a comprar grandes quantidades de acções nos mercados bolsistas. Isto dá uma medida do desespero dos dirigentes destas instituições, em manter a ilusão de economias em recuperação. 
O governo dos EUA possui um «grupo de intervenção financeira», com acesso ilimitado a fundos, para comprar acções ou outros activos, prevenindo uma queda brusca... eles têm usado este mecanismo rotineiramente, para manter as bolsas a «flutuar», apesar delas serem desertadas pelos investidores mais atentos. 
As subidas dos valores das empresas cotadas em bolsa origina maiores dividendos para os accionistas e maiores bónus para os dirigentes, pelo que as grandes empresas estão sistematicamente a reinvestir os seus lucros em acções de si próprias, não utilizando este capital disponível para criar mais valor (aquilo que se esperaria numa economia capitalista saudável). Os juros muito baixos têm permitido que estas empresas usem este crédito muito barato para operações de auto compra de acções. Mas a subida dos juros, começada pela FED, que será seguida por outros bancos centrais, está a tornar estas operações menos rentáveis ou não rentáveis de todo. As bolsas  já começaram a sofrer, a volatilidade a aumentar, vários fundos de fortunas a sair do mercado...

No contexto actual, não seria fácil encontrar pior política do que o «bullying» sistemático que os EUA querem levar a cabo contra a China
Numa guerra comercial, todos são prejudicados. Não são os países do Oriente, fornecedores de bens e serviços ao Ocidente, que irão sofrer mais... quem fica sem defesa são estes países do Ocidente, que perderam, voluntariamente, a sua capacidade produtiva no espaço de 2 ou 3 décadas apenas, para os países ditos emergentes, mas cujo comércio já atinge o top ao nível mundial. 

Não se acredite que a elite que mexe os cordelinhos e comanda os fantoches da política, não tenha previsto e desejado isto tudo:  a minha hipótese tem sido a de que estamos perante os episódios iniciais do «Grande Reset» ou da Mudança Tectónica, defendido por várias eminências do globalismo. 

O papel dos políticos «convencionais» e da media corporativa nisto tudo, é criar uma «narrativa» que permita ao cidadão comum fazer uma leitura equivocada, mas que serve para o levar aonde a mesma elite globalista quer: nomeadamente, a pensar que a próxima «grande crise» é uma «fatalidade» da natureza, ou da economia. 
Não lhe deve nunca passar pela cabeça que esta foi calculada, monitorizada e implementada para realmente haver uma transferência de poder (e de capital) de umas mãos para outras.

quinta-feira, 5 de abril de 2018

AS CONTRA-SANÇÕES CHINESAS ÀS AMERICANAS «SÃO A DOER»!

                               

Impressiona a futilidade de impor tarifas punitivas contra a China, numa escalada sem precedentes de guerra comercial dos EUA contra a economia que a fornece de muito o que eles precisam.
A retaliação da China não se fez esperar: subiram as suas taxas alfandegárias para 25%, em produtos  muito críticos para a economia dos EUA: soja, automóveis e produtos químicos. 
O impacto directo destas tarifas sobre estes sectores será grande, sem dúvida nenhuma. Mas o impacto indirecto, ou seja, sobre os mercados bolsistas dos EUA, não é de menosprezar. O efeito sobre os negócios, sobre as empresas e, em última instância, sobre os cidadãos, pela subida mais acentuada da inflação, vai fazer com que os EUA sejam os perdedores desta guerra comercial. 
Para cúmulo, o Yuan tem vindo a aumentar paulatinamente desde a desvalorização em Agosto de 2015 que, na altura, causou um mini-crash bolsista. Num contexto de agravamento de guerra aberta comercial, não se pode ter a mínima dúvida de que a China vai desvalorizar agressivamente o Yuan.

Num contexto geopolítico, não se pode esquecer que a China possui hoje vários parceiros estratégicos, como a Rússia e o Irão,  além de que países ocidentais, como a Alemanha, anseiam melhorar o seu comércio com o gigante asiático. 
Os seus vizinhos asiáticos, alinhados com os EUA no passado (incluindo o Japão e a Coreia do Sul) têm aprofundado laços de amizade e comércio com a China, fazendo ouvidos moucos aos apelos americanos para reforçar o «cerco»: por exemplo, a Coreia do Sul tem a China como primeiro parceiro comercial, 70% do comércio externo é com a China.

Face a tanto desplante e agressividade dos EUA, podemos adoptar dois pontos de vista: 
- ou se trata de uma manobra desesperada para juntar a si o «campo ocidental», mas sem a força e capacidade de pressão que tiveram no passado, 
- ou então, trata-se de conseguir uma transição para o mundo multi-polar, em que os EUA se obrigam a si próprios a viver com as suas capacidades produtivas, visto que as tarifas são uma medida proteccionista, permitindo que as indústrias se desenvolvam internamente ao abrigo dos concorrentes internacionais, permitindo que a capacidade industrial perdida seja restaurada. 

Em todo o caso, o «século americano», iniciado com Bretton Woods em 1944 nos finais da Segunda Guerra Mundial está, senão encerrado, no seu último capítulo.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

HEITOR VILLA-LOBOS «SUITE POPULAR BRASILEIRA»

                                         https://www.youtube.com/watch?v=Z2_LDC-WQQ0

                                                    NO VIOLÃO: PABLO DE GIUSTO

Extraído del disco "Música de cámara latinoamericana" (DRA22- 1996) 1) Mazurka-Choro 00:00 2) Schottish-Choro 03:30 3) Valsa-Choro 07:20 4) Gavotta-Choro 12:08 5) Chorinho 17:50

Uma música impossível de classificar, será popular, será erudita? Afinal é música que agrada a todos os ouvidos e, no entanto, não é «fácil», no sentido de ir atrás de estereótipos. 
As composições de Villa-Lobos são pouco conhecidas do público internacional, com excepção das famosas «Bachanias brasileiras».  
Porém, a produção deste compositor brasileiro da primeira metade do século XX tem muitas páginas de um grande nível.
A sua música é afectivamente muito mais próxima do público português, que a música do Norte da Europa dessa mesma época. 
Apesar destas qualidades e do afecto, que naturalmente o público português tem em relação à produção de qualidade vinda do Brasil, poucas vezes se ouvem, em salas de concerto de Portugal, obras deste grande compositor lusófono.