quinta-feira, 6 de junho de 2019

HAENDEL: «FALL'N IS THE FOE» (CORO DE ORATÓRIO "JUDAS MACCABAEUS")




O oratório «Judas Macabeu» foi composto num tempo recorde, para ser cantado em comemoração da vitória na batalha de Culloden.
Nesta, as tropas inglesas do Duque de Cumberland esmagaram definitivamente as escocesas, da rebelião jacobita liderada por Charles Edward Stuart, a 16 de Abril 1746. A batalha foi de uma ferocidade atroz. Além disso, perante a crueldade da repressão que se seguiu à vitória da Coroa Inglesa, a possibilidade duma futura independência da Escócia ficou arredada.

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Muitas vezes, as obras-primas têm como patronos os opressores dos povos. É frequente o génio criativo ser posto ao serviço dos vencedores. Nisso, Handel não será excepção.

Mas, para mim, agora e à distância de quase três séculos, estou mais interessado pelo processo dramático usado por Handel para descrever a derrota do inimigo (Fall'n is the foe...): aquele acorde descendente e repetido, tem o evidente papel de mimetizar uma queda.

Handel terá pedido ao autor da letra, Thomas Morell, para começar a escrever os versos, para ele os por em música. O primeiro verso saído da pena de Thomas Morell (*), foi logo aproveitado por Handel, que improvisou ao cravo a melodia e restantes vozes do tão inspirado coro, que conhecemos.

Tal não me parece inverosímil, pois o alemão naturalizado inglês possuía um génio melódico ímpar e um sentido dramático muito agudo, como testemunham muitas das suas obras, sacras ou profanas.

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(*) Fall'n is the foe! So fall thy foes, O LORD,
when warlike Judas wields his righteous sword!

[trad.] «Caído está o inimigo! Assim caem teus inimigos, ó Senhor,
Quando o bélico Judas ergue sua espada justiceira!»
[música com partitura, aqui:] https://www.youtube.com/watch?v=iA11wIhZbno 

terça-feira, 4 de junho de 2019

CRISE DO SISTEMA FINANCEIRO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Todos sabemos que o dinheiro, seja ele em que divisa for, vai perdendo valor com o tempo. Por valor, pode-se entender a capacidade aquisitiva. Assim, se um dólar US de 1913  valer 100, um dólar US de hoje vale apenas 4: houve uma desvalorização de 96%. Isto, em relação à moeda mais poderosa, em princípio, visto que tem sido a moeda mundial de reserva e a moeda preferida no comércio, durante o período que vai desde o fim da 2ª Guerra Mundial (os acordos de Bretton Woods), até ao presente.
Sabemos também que os bancos centrais, todos eles, sejam do ocidente ou oriente, sejam de países pobres ou ricos, imprimem (ou o equivalente digital disso...), tanto quanto achem que a economia dos seus respectivos países precisa. Mas, esta abundância de divisas, apenas tem como efeito, aumentar a inflação, que vai retirar poder de compra aos salários e pensões, assim como vai desvalorizar as poupanças em dinheiro, quer estejam no banco, quer «debaixo do colchão». 
Uma coisa que poucas pessoas sabem, é que os bancos comerciais são os principais criadores de dinheiro, nas diversas economias. Quando o banco empresta - por exemplo, para adquirir uma casa ou um carro - vai criar a soma correspondente a partir de nada: vai creditá-la na conta do cliente, que - a partir desse momento - tem a dívida e terá de pagar juros sobre ela... pelo menos, era assim no passado! Agora, os bancos estão a dar (literalmente) empréstimos a juro negativo, ou seja, estão a pagar para o cliente aceitar ficar devedor de uma soma! 
Por exemplo, isso passa-se com o banco dinamarquês Nordea que propõe empréstimos a MENOS 0.12% de juro, ou seja, o banco paga para o cliente ficar devedor. Se isto lhe parece uma coisa sem sentido, não será a única pessoa que assim pensa! 
               O estímulo ao gasto atinge um paroxismo nas sociedades ocidentais, todas elas, não apenas na Dinamarca... Pelo contrário, a poupança é fortemente desencorajada, pois os juros pagos pelos depósitos a prazo, são demasiado baixos, tendo como efeito que as pessoas sentem que mais vale «gastar agora», do que esperar dois anos, para obter um juro da ordem de 1%, ou menos. 
A loucura é tal que as empresas das mais deficitárias e que  não conseguem equilibrar os seus balanços, têm subidas espectaculares na bolsa de valores de Nova Iorque: Tesla, Netflix, Uber...
Os governos europeus, mesmo os que estão insolventes, conseguem obter empréstimos a taxas ridiculamente baixas, taxas claramente inferiores à inflação. E isso não ocorre apenas com nações europeias, pois a Argentina, por exemplo, consegue obter empréstimo a 100 anos (!) pagando quase nada. Sabemos que a Argentina entrou em bancarrota duas vezes, apenas nos últimos 30 anos!
Nada disto parece fazer sentido.
Porém, o sistema da dívida pressupõe que existem duas espécies de dinheiro:
A - O que é efectivamente fornecido por  entidades bancárias (sejam elas bancos centrais ou bancos comerciais) que têm a possibilidade de criar dinheiro a partir de nada.
B - O que resulta de actividades económicas, das remuneração de trabalho, de lucros das empresas, das transacções comerciais, de imobiliário, etc. 
Muito do dinheiro gerado pelo processo B está destinado a pagar (com juros, maiores ou menores) às entidades emprestadoras, as quais são normalmente bancos comerciais, ou entidades autorizadas a emitir empréstimos.
Ora, a existência do depósito fraccionário, que todos os bancos têm autorização para realizar, significa que as instituições bancárias têm o direito de fazer uma «alavancagem» de 1 para 10 (ou maior), com os nossos depósitos. Isto quer dizer que um banco tem o direito de fazer um total de empréstimos aos clientes dum valor X, desde que estejam depositados no banco 1/10 de X. Note-se que é do nosso dinheiro que se trata; aqui, não se trata do dinheiro do banco, que este possui como capital próprio. A operação que os bancos (todos) fazem, consiste em emprestar aquilo que NÃO TÊM: seria considerada crime passível de prisão, caso fosse feita por um particular.
Por outro lado, desde a época pós 2008, com o chamado «Quantitative Easing», os bancos obtiveram dinheiro gratuito disfarçado, fornecido pelos bancos centrais respectivos. Os pacotes de obrigações hipotecárias e outros papéis - sem valor  - de dívidas incobráveis, foram dados como aval, pelos bancos comerciais, aos bancos centrais. Ficaram estes com as dívidas, pelo seu valor nominal, não pelo seu valor de mercado, visto que este seria de zero. Estes activos têm contabilização positiva no balanço dos bancos comerciais; é assim que se apresentam com «solvência» e «solidez»! 
Os bancos são estimulados a emprestar este dinheiro «emprestado» a juro zero, mas que não precisam sequer, na prática, de devolver aos seus bancos centrais respectivos! Se não devolverem o empréstimo, o banco central apropria-se dos tais papeis sem valor, dados em garantia! 
Os bancos centrais, mesmo nominalmente independentes do Estado, acabam por repercutir as suas perdas nas contas dos Estados respectivos. 
Contabilisticamente, «está tudo certo», porém é tudo uma fraude total, com a conivência das direcções dos bancos centrais, dos governos e de todas as «entidades supervisoras ou controladoras» do mercado, que existam.
Sendo as coisas realmente assim, como as pessoas minimamente informadas sobre as políticas monetárias e financeiras o sabem, o resultado é que os clientes dos bancos estão a pagar com «dinheiro a sério», o seu dinheiro que resulta de actividade económica propriamente dita, empréstimos contraídos junto de entidades que criaram «dinheiro de fantasia», ou seja, houve uma criação monetária sem qualquer esteio, sem realidade económica tangível, «tendo ido extrair o dinheiro do éter...».

              

Fica assim explicado o mecanismo pelo qual se caiu nesta situação de juros negativos ou juros de facto negativos, porque abaixo da taxa de inflação. Os bancos comerciais pedem de volta dinheiro que resulta do trabalho, tendo emprestado dinheiro contabilístico. Por outras palavras, pedem de volta dinheiro verdadeiro, tendo emprestado dinheiro fictício. Para isso, têm conivência plena dos governos e bancos centrais. 
Todos os bancos comerciais fazem, portanto, operações muito lucrativas e sem risco (para eles). 
Pelo contrário, praticamente todo o risco recai sobre o público, devedor aos bancos de créditos para aquisição de casa, de carro, para estudos, para consumo e sobre a sociedade em geral, que irá sofrer as consequências do colapso do sistema financeiro.
Mas a gula de capital não acaba aqui, pois vamos assistir à aceleração da inflação, sempre minimizada pelas estatísticas oficiais. As pessoas serão pressionadas a gastar mais, a endividarem-se mais, a desfazerem-se de suas parcas poupanças, porque o dinheiro vai perdendo valor, à medida que o tempo passa. 
Uma das indicações mais seguras disso, é a inversão das taxas de juro das obrigações do Tesouro dos EUA (por exemplo, obrigações a 10 anos, com juros inferiores para termo a 5, ou a 2 anos). Isto já ocorre agora e seu significado é o de que o próprio mercado está convencido de que uma crise está perto. 
Eu prefiro precaver-me duma tempestade, ou dum tsunami, antes que estejam em cima de mim. De nada servirá esperar até ao último minuto, pois já será demasiado tarde.
Não digam que não vos avisei: a única maneira de salvar o valor  dos activos financeiros, incluindo o dinheiro líquido, é retirar AGORA o máximo dinheiro possível dos bancos e de investimentos financeiros (acções, obrigações, fundos...) e aplicá-lo em bens como comida, água, sistemas de geração de electricidade... e outros bens de primeira necessidade. 
Pode-se armazenar alimentos, que podem ficar  comestíveis durante bastante tempo, se devidamente condicionados. Medicamentos, produtos de higiene e muitos outros bens ditos «consumíveis», podem ser mantidos por períodos longos (dentro do seu prazo de validade). Pode-se fazer uma gestão desses stocks, consumindo aqueles próximo do termo da sua validade, e adquirindo novas unidades para substituir as consumidas. 
Para enfrentar a fase de hiperinflação, convém ter moedas de ouro e de prata; podem ser extremamente úteis. 
Podemos ver que, nas situações de hiperinflação, como a Venezuela, as pessoas tomaram medidas para salvaguardar seu poder de compra: muitas delas compraram dólares no mercado negro. 
Porém, neste caso, se houver uma crise sistémica, não existirá divisa em papel que resista. Umas mais cedo, outras mais tarde, todas elas irão perder o seu valor, numa espiral hiperinflacionária global, até atingirem o seu valor intrínseco, de bocados de papel, ou seja, zero.



PS1 - Uma entrevista que ilustra claramente a situação:

PS2 - Paul Craig Roberts explica em pormenor por que razão a percepção que se tem da economia está falseada, intencionalmente: 








REUNIÃO DO GRUPO DE BILDERBERG, MAIO/JUNHO 2019 - Veja a lista dos participantes, abaixo


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[excerto de   Manlio Dinucci -- A Arte da Guerra -- AS MÃOS DESMEDIDAS DO GRUPO BILDERBERG tradução em português de Luísa Vasconcellos]

O grupo Bilderberg, constituído formalmente em 1954, por iniciativa de “cidadãos eminentes” europeus e americanos, foi na verdade criado pela CIA e pelo serviço secreto britânico MI6 para apoiar a NATO contra a URSS. Após a Guerra Fria, manteve a mesma função de apoio à estratégia USA/NATO.

Às suas reuniões são convidados a participar todos os anos, quase exclusivamente da Europa Ocidental e dos Estados Unidos, cerca de 130 representantes do mundo político, económico e militar, dos meios de comunicação mediática de destaque e dos serviços secretos, que participam formalmente a título pessoal. Reúnem-se à porta fechada, cada ano num país diferente, em hotéis de luxo blindados por sólidos sistemas de segurança militar. Não é admitido nenhum jornalista ou observador, nem é publicado qualquer comunicado. Os participantes estão sujeitos à regra do silêncio: não podem sequer revelar a identidade dos oradores que lhes forneceram certas informações (perante a proclamada “transparência”).

Só sabemos que este ano falaram principalmente da Rússia e da China, de sistemas espaciais, de uma ordem estratégica estável, do futuro do capitalismo. As presenças mais destacadas eram, como de costume, as dos Estados Unidos:

Ø  Henry Kissinger, "figura histórica" do grupo ao lado do banqueiro David Rockfeller (fundador de Bilderberg e da Trilateral, falecido em 2017);
Ø  Mike Pompeo, antigo Director da CIA e actual Secretário de Estado;
Ø  David Petraeus, Antigo General da CIA;
Ø  Jared Kushner, Conselheiro (e genro) do Presidente Trump para o Médio Oriente e amigo íntimo do Primeiro Ministro israelita Netanyahu.
Ø  A estes segue-se Jens Stoltenberg, Secretário Geral da NATO, que recebeu um segundo mandato pelos serviços aos EUA.

Durante quatro dias, em reuniões secretas multilaterais e bilaterais, esses e outros representantes das grandes potências (abertas e ocultas) do Ocidente, fortaleceram e expandiram a rede de contactos que lhes permite influenciar as políticas governamentais e a opinião pública.


BILDERBERG MEETING 2019
Montreux, 30 May – 2 June 2019

BOARD


Castries, Henri de (FRA), Chairman, Steering Committee; Chairman, Institut Montaigne
Kravis, Marie-Josée (USA), President, American Friends of Bilderberg Inc.; Senior Fellow, Hudson Institute
Halberstadt, Victor (NLD), Chairman Foundation Bilderberg Meetings; Professor of Economics, Leiden University
Achleitner, Paul M. (DEU), Treasurer Foundation Bilderberg Meetings; Chairman Supervisory Board, Deutsche Bank AG


PARTICIPANTS


Abrams, Stacey (USA), Founder and Chair, Fair Fight
Adonis, Andrew (GBR), Member, House of Lords
Albers, Isabel (BEL), Editorial Director, De Tijd / L’Echo
Altman, Roger C. (USA), Founder and Senior Chairman, Evercore
Arbour, Louise (CAN), Senior Counsel, Borden Ladner Gervais LLP
Arrimadas, Inés (ESP), Party Leader, Ciudadanos
Azoulay, Audrey (INT), Director-General, UNESCO
Baker, James H. (USA), Director, Office of Net Assessment, Office of the Secretary of Defense
Balta, Evren (TUR), Associate Professor of Political Science, Özyegin University
Barbizet, Patricia (FRA), Chairwoman and CEO, Temaris & Associés
Barbot, Estela (PRT), Member of the Board and Audit Committee, REN (Redes Energéticas Nacionais)
Barroso, José Manuel (PRT), Chairman, Goldman Sachs International; Former President, European Commission

Barton, Dominic (CAN), Senior Partner and former Global Managing Partner, McKinsey & Company
Beaune, Clément (FRA), Adviser Europe and G20, Office of the President of the Republic of France
Boos, Hans-Christian (DEU), CEO and Founder, Arago GmbH
Bostrom, Nick (UK), Director, Future of Humanity Institute, Oxford University
Botín, Ana P. (ESP), Group Executive Chair, Banco Santander
Brandtzæg, Svein Richard (NOR), Chairman, Norwegian University of Science and Technology
Brende, Børge (NOR), President, World Economic Forum
Buberl, Thomas (FRA), CEO, AXA
Buitenweg, Kathalijne (NLD), MP, Green Party
Caine, Patrice (FRA), Chairman and CEO, Thales Group
Carney, Mark J. (GBR), Governor, Bank of England
Casado, Pablo (ESP), President, Partido Popular
Ceviköz, Ahmet Ünal (TUR), MP, Republican People’s Party (CHP)
Champagne, François Philippe (CAN), Minister of Infrastructure and Communities
Cohen, Jared (USA), Founder and CEO, Jigsaw, Alphabet Inc.
Croiset van Uchelen, Arnold (NLD), Partner, Allen & Overy LLP
Daniels, Matthew (USA), New space and technology projects, Office of the Secretary of Defense
Davignon, Etienne (BEL), Minister of State
Demiralp, Selva (TUR), Professor of Economics, Koç University
Donohoe, Paschal (IRL), Minister for Finance, Public Expenditure and Reform
Döpfner, Mathias (DEU), Chairman and CEO, Axel Springer SE
Ellis, James O. (USA), Chairman, Users’ Advisory Group, National Space Council
Feltri, Stefano (ITA), Deputy Editor-in-Chief, Il Fatto Quotidiano
Ferguson, Niall (USA), Milbank Family Senior Fellow, Hoover Institution, Stanford University
Findsen, Lars (DNK), Director, Danish Defence Intelligence Service
Fleming, Jeremy (GBR), Director, British Government Communications Headquarters
Garton Ash, Timothy (GBR), Professor of European Studies, Oxford University
Gnodde, Richard J. (IRL), CEO, Goldman Sachs International
Godement, François (FRA), Senior Adviser for Asia, Institut Montaigne
Grant, Adam M. (USA), Saul P. Steinberg Professor of Management, The Wharton School, University of Pennsylvania
Gruber, Lilli (ITA), Editor-in-Chief and Anchor «Otto e mezzo», La7 TV
Hanappi-Egger, Edeltraud (AUT), Rector, Vienna University of Economics and Business
Hedegaard, Connie (DNK), Chair, KR Foundation; Former European Commissioner
Henry, Mary Kay (USA), International President, Service Employees International Union
Hirayama, Martina (CHE), State Secretary for Education, Research and Innovation
Hobson, Mellody (USA), President, Ariel Investments LLC
Hoffman, Reid (USA), Co-Founder, LinkedIn; Partner, Greylock Partners
Hoffmann, André (CHE), Vice-Chairman, Roche Holding Ltd.
Jordan, Jr., Vernon E. (USA), Senior Managing Director, Lazard Frères & Co. LLC
Jost, Sonja (DEU), CEO, DexLeChem
Kaag, Sigrid (NLD), Minister for Foreign Trade and Development Cooperation
Karp, Alex (USA), CEO, Palantir Technologies
Kerameus, Niki K. (GRC), MP; Partner, Kerameus & Partners
Kissinger, Henry A. (USA), Chairman, Kissinger Associates Inc.
Koç, Ömer (TUR), Chairman, Koç Holding A.S.
Kotkin, Stephen (USA), Professor in History and International Affairs, Princeton University
Kramp-Karrenbauer, Annegret (DEU), Leader, CDU
Krastev, Ivan (BUL), Chairman, Centre for Liberal Strategies
Kravis, Henry R. (USA), Co-Chairman and Co-CEO, Kohlberg Kravis Roberts & Co.
Kristersson, Ulf (SWE), Leader of the Moderate Party
Kudelski, André (CHE), Chairman and CEO, Kudelski Group
Kushner, Jared (USA), Senior Advisor to the President, The White House
Le Maire, Bruno (FRA), Minister of Finance
Leyen, Ursula von der (DEU), Federal Minister of Defence
Leysen, Thomas (BEL), Chairman, KBC Group and Umicore
Liikanen, Erkki (FIN), Chairman, IFRS Trustees; Helsinki Graduate School of Economics
Lund, Helge (GBR), Chairman, BP plc; Chairman, Novo Nordisk AS
Maurer, Ueli (CHE), President of the Swiss Federation and Federal Councillor of Finance
Mazur, Sara (SWE), Director, Investor AB
McArdle, Megan (USA), Columnist, The Washington Post
McCaskill, Claire (USA), Former Senator; Analyst, NBC News
Medina, Fernando (PRT), Mayor of Lisbon
Micklethwait, John (USA), Editor-in-Chief, Bloomberg LP
Minton Beddoes, Zanny (GBR), Editor-in-Chief, The Economist
Monzón, Javier (ESP), Chairman, PRISA
Mundie, Craig J. (USA), President, Mundie & Associates
Nadella, Satya (USA), CEO, Microsoft
Netherlands, His Majesty the King of the (NLD)
Nora, Dominique (FRA), Managing Editor, L’Obs
O’Leary, Michael (IRL), CEO, Ryanair D.A.C.
Pagoulatos, George (GRC), Vice-President of ELIAMEP, Professor; Athens University of Economics
Papalexopoulos, Dimitri (GRC), CEO, TITAN Cement Company S.A.
Petraeus, David H. (USA), Chairman, KKR Global Institute
Pienkowska, Jolanta (POL), Anchor woman, journalist
Pottinger, Matthew (USA), Senior Director, National Security Council
Pouyanné, Patrick (FRA), Chairman and CEO, Total S.A.
Ratas, Jüri (EST), Prime Minister
Renzi, Matteo (ITA), Former Prime Minister; Senator, Senate of the Italian Republic
Rockström, Johan (SWE), Director, Potsdam Institute for Climate Impact Research
Rubin, Robert E. (USA), Co-Chairman Emeritus, Council on Foreign Relations; Former Treasury Secretary
Rutte, Mark (NLD), Prime Minister
Sabia, Michael (CAN), President and CEO, Caisse de dépôt et placement du Québec
Sanger, David E. (USA), National Security Correspondent, The New York Times
Sarts, Janis (INT), Director, NATO StratCom Centre of Excellence
Sawers, John (GBR), Executive Chairman, Newbridge Advisory
Schadlow, Nadia (USA), Senior Fellow, Hudson Institute
Schmidt, Eric E. (USA), Technical Advisor, Alphabet Inc.
Scholten, Rudolf (AUT), President, Bruno Kreisky Forum for International Dialogue
Seres, Silvija (NOR), Independent Investor
Shafik, Minouche (GBR), Director, The London School of Economics and Political Science
Sikorski, Radoslaw (POL), MP, European Parliament
Singer, Peter Warren (USA), Strategist, New America
Sitti, Metin (TUR), Professor, Koç University; Director, Max Planck Institute for Intelligent Systems
Snyder, Timothy (USA), Richard C. Levin Professor of History, Yale University
Solhjell, Bård Vegar (NOR), CEO, WWF – Norway
Stoltenberg, Jens (INT), Secretary General, NATO
Suleyman, Mustafa (GBR), Co-Founder, Deepmind
Supino, Pietro (CHE), Publisher and Chairman, Tamedia Group
Teuteberg, Linda (DEU), General Secretary, Free Democratic Party
Thiam, Tidjane (CHE), CEO, Credit Suisse Group AG
Thiel, Peter (USA), President, Thiel Capital
Trzaskowski, Rafal (POL), Mayor of Warsaw
Tucker, Mark (GBR), Group Chairman, HSBC Holding plc
Tugendhat, Tom (GBR), MP, Conservative Party
Turpin, Matthew (USA), Director for China, National Security Council
Uhl, Jessica (NLD), CFO and Exectuive Director, Royal Dutch Shell plc
Vestergaard Knudsen, Ulrik (DNK), Deputy Secretary-General, OECD
Walker, Darren (USA), President, Ford Foundation
Wallenberg, Marcus (SWE), Chairman, Skandinaviska Enskilda Banken AB
Wolf, Martin H. (GBR), Chief Economics Commentator, Financial Times
Zeiler, Gerhard (AUT), Chief Revenue Officer, WarnerMedia
Zetsche, Dieter (DEU), Former Chairman, Daimler AG 


Temas abordados:


1  - A ordem estratégica estável.
2  - O que se segue na Europa?
3  - Mudança Climática e Sustentabilidade.
4  - China.
5  - Rússia.
6  - O futuro do capitalismo.
7  - O Brexit.
8  - A ética da Inteligência Artificial.
9  - O armamento (weaponization) dos meios de comunicação mediática.
10 - A importância do Espaço.
11 - Ameaças cibernéticas.


Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos

DIANA KRALL - «DO IT AGAIN»

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                                        https://www.youtube.com/watch?v=sTY3WiDbgFg

A célebre voz do jazz, intérprete dos clássicos, dá-nos aqui uma versão sensual de «Do It Again», que lhe assenta como uma luva. 

A canção foi escrita por Gershwin e DeSylva. Penso que terá sido primeiro interpretada em 1958, por Judy Garland. A mesma canção, por Sarah Vaughan, tem um toque e sabor completamente diferentes. 

segunda-feira, 3 de junho de 2019

O ESTADO IMPLACÁVEL - UM ARTIGO DE CRAIG MURRAY SOBRE JULIAN ASSANGE

Junho 1, 2019
Estamos seriamente preocupados com a condição de saúde de Julian Assange. Ontem, estava demasiado doente para poder comparecer perante o tribunal e o seu advogado sueco, Per Samuelson, encontrou-o num estado em que Julian estava incapaz de estabelecer uma conversa e dar instruções. Há sintomas físicos muito marcados, particularmente uma perda rápida de peso, e tememos que não estejam a ser efectuados esforços, genuínos e suficientes, para a obtenção de um diagnóstico, a fim de determinar a verdadeira causa.
Durante o ano passado, Julian foi mantido na Embaixada do Equador em condições precárias, muito restritas e cada vez mais opressivas e a sua saúde já estava a deteriorar-se de forma alarmante, antes da sua expulsão e prisão. Uma série de condições, incluindo abcessos dentários, que pode ter consequências muito graves se não forem tratados durante muito tempo e a recusa contínua do governo britânico e, mais tarde, dos equatorianos, de permitir o acesso a cuidados de saúde adequados a um asilado político, foi uma negação cruel e deliberada de direitos humanos básicos.
Confesso que senti um certo alívio pessoal após a sua prisão, porque, pelo menos agora ele receberia tratamento médico adequado. No entanto, percebe-se agora, não haver qualquer intenção de fornecê-lo e, de facto, desde que ele esteve em Belmarsh, os problemas de saúde exacerbaram-se. Testemunhei a cumplicidade do Estado britânico em casos de tortura para saber que esta atitude pode significar mais do que somente uma consequência de negligência não intencional. É extremamente alarmante constatar que o homem mais lúcido que eu conheço, já não é capaz de manter, agora, uma conversa racional.
Não há nenhuma razão aceitável para que Assange precise ser mantido numa instalação de alta segurança destinada a terroristas e infractores violentos. Estamos a ver o motivo por trás da sua longa detenção sem precedentes, para esquivar-se à fiança da polícia quando pediu asilo político. Como prisioneiro condenado, Assange pode ser mantido num regime pior do que se estivesse apenas em prisão preventiva, devido aos procedimentos de extradição. Mesmo que ele estivesse saudável, o acesso aos seus advogados é extremamente restrito e, para um homem que enfrenta grandes processos legais no Reino Unido, nos EUA e na Suécia, é impossível que os seus advogados tenham tempo suficiente para preparar, juntamente com ele, os seus processos adequadamente. Assange está sob as mesmas restrições que são impostas a um condenado.Claro que sabemos, pelo facto de que, três horas após ter sido arrastado da Embaixada do Equador, ele ter sido condenado e sentenciado a uma longa pena de prisão, que o Estado não tem intenção de que os seus advogados se possam preparar.
Perguntei antes e faço-o, agora, novamente: Se fosse uma editora dissidente na Rússia, o que é que a classe política e a comunicação mediática do Reino Unido estariam a dizer sobre ele ter sido arrastado por polícias armados, condenado e sentenciado a prisão por um Juiz sem júri, três horas depois, após uma farsa de um "julgamento" durante o qual o Juiz o insultou e chamou de “narcisista” antes de Assange dizer qualquer coisa em sua defesa? A comunicação mediática ocidental estaria em pé de guerra, se esse caso acontecesse na Rússia. Aqui, eles congratulam-se com esses factos.
A seguir está uma foto de Julian na Embaixada em tempos mais felizes, durante a presidência de Correa, com um grupo de pessoas verdadeiramente surpreendente e forte, cada uma delas com histórias, as quais podemos seguir e com elas aprender:
Devo acrescentar que,  juntamente com outros dois amigos íntimos,  estou pessoalmente, a tentar ver Julian Assange, mas, como é óbvio, o acesso é extremamente difícil.
Os objectos pessoais de Julian foram apreendidos pelos equatorianos para serem entregues ao governo dos EUA. Incluem não só os computadores, mas os seus documentos legais e médicos. Este é mais um exemplo de uma acção estatal completamente ilegal contra ele. Além do mais, qualquer transferência deve envolver o material roubado que transita fisicamente em Londres, e o governo britânico não está a tomar medidas para impedi-lo, o que é mais um dos múltiplos sinais do grau de coordenação governamental internacional por trás da frágil pretensão de uma acção judicial independente.
Julian está preso há, pelo menos, mais de cinco meses, mesmo com liberdade condicional (que provavelmente vão encontrar uma desculpa para não conceder). Depois, será mantido em prisão preventiva. Portanto, não há necessidade de pressa. A recusa do tribunal sueco, de atrasar uma audiência sobre um possível mandado de extradição, para permitir que Julian se recupere para poder instruir o advogado e o breve adiamento da audiência de extradição dos EUA em Londres, com a intimação que pode ser mantido dentro da prisão de Belmarsh, se Julian estiver demasiado doente para se deslocar, são exemplos de uma pressa totalmente desacostumada e desnecessária, na maneira como o caso está a prosseguir. Os moinhos de Deus moem devagar; os do Diabo parecem girar a alta velocidade.
Finalmente, para os que ainda acreditam que as acções judiciais contra Julian,  não só na Suécia, são de alguma forma motivadas por uma preocupação em que a justiça seja feita, particularmente os casos de justiça referente a mulheres violadas, peço-lhes que leiam este excelente relato de Jonathan Cook. Quanto ao resumo da série verdadeiramente impressionante de abusos legais por parte dos Estados contra Assange, que a comunicação mediática empresarial e estatal distorceu e escondeu deliberadamente durante uma década, o mesmo não pode ser melhorado.
Reprinted with the author’s permission.
Copyright © 2019 Craig Murray
Publicado de novo, com permissão do autor.
Copyright © 2019 Craig Murray

Tradução: Luísa Vasconcellos