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sábado, 26 de novembro de 2022

O MAGNUM MISTERIUM - JOÃO RODRIGUES ESTEVES

                              

Diria que o magno mistério (parafraseando o título da obra) na música portuguesa, é como esta ascendeu a uma tão alta qualidade desde princípios do século XVI (pelo menos), tanto na música vocal como instrumental. Ainda mais surpreendente, é a produção musical portuguesa ter depressa retomado a posição notável, logo após a longa "extinção" durante os Reinados dos Filipes. Embora o Reino de Portugal fosse considerado como uma entidade independente formalmente, as artes em geral, ao longo dos 60 anos de união forçada com a coroa de Espanha, sofreram um nítido apagamento.
O renovo da arte musical, após a Restauração (1º de Dezembro de 1640), implica que tenha sido conservada a excelente tradição do período anterior à perda da independência. Terá sido isso que permitiu a reconstituição do esplendor musical, logo após a Restauração,  sobretudo na música sacra. 
Este «2º renascimento» musical é impulsionado pelo próprio rei-músico D. João IV que encabeça a revolta contra Filipe IV de Espanha (em 1640). A Restauração foi seguida por longo período de guerras. Por fim, foi  assinado um tratado que reconhecia a independência do reino de Portugal (1668). A paz entre os dois reinos, no século XVIII, foi consolidada com o casamento da infanta Maria Bárbara de Portugal, com o Príncipe Herdeiro de Espanha, Fernando VI.
Na mesma época, o compositor Carlos Seixas é organista da Capela Real portuguesa. Domenico Scarlatti, compositor de renome e mestre da Infanta Maria Bárbara, segue para a corte em Madrid em 1733, com o cargo de maestro de música ao serviço da Rainha.
Foi João Rodrigues Esteves um dos jovens músicos que D. João V enviou para Roma. Aí, foi aluno do compositor Giuseppe Ottavio Pitoni
«O Magnum Mysterium» é um belíssimo responsório de Natal. Revela grande talento na condução da polifonia. As vozes equilibradas conferem uma sensação de envolvimento, de adoração mística, que ainda hoje tem grande efeito nos auditores.
Quem cantava estes Responsórios, eram sobretudo monges nos conventos. Para eles e para a sociedade desse tempo, o Natal era símbolo da vinda do Cristo Redentor.

Abaixo reproduzo um texto que está junto com o disco: 
 
João Rodrigues Esteves fue un compositor portugués del siglo XVIII y un profesional clave de la composición latina sagrada cuyas obras supervivientes suman alrededor de 100. Todos sus manuscritos se encuentran en las bibliotecas portuguesas, la mayoría de ellas en el archivo de la Catedral de Lisboa. Todo lo que se sabe acerca de Esteves se encuentra en las notas al margen de estos manuscritos, la primera mención de él data de 1719, cuando fue enviado a Roma bajo los auspicios del rey João V para estudiar con el compositor Giuseppe Ottavio Pitoni. Estaba de nuevo en Portugal allá por 1726, pero no fue hasta 1729 que se instaló como maestro de música en la Basílica de Santa María, una capilla adjunta al cuerpo principal de la Catedral de Lisboa. Algunos manuscritos fueron por Esteves desde Roma a Lisboa, y otros se encuentran en Evora y en el palacio ducal de Vila Viçosa.

Después de Domenico Scarlatti y Seixas Carlos Esteves fue el compositor más importante de Portugal en la primera mitad del siglo XVIII. Aprendió con Pitoni y su música de Iglesia latina fácilmente iguala o excede la calidad de la obra conocida por su profesor. Aunque en obras posteriores, parece que Esteves comenzó a ceder ante la presión de las necesidades de virtuosismo y la popularidad de la escritura vocal operística. Para la gran mayoría de su producción Esteves se aferró fuertemente al stilo antiguo, tal y como se practicaba en el siglo anterior al suyo. Entre las composiciones más notables de Esteves están un Miserere en 12 voces, ocho responsorios para la temporada de Navidad en ocho voces y violín, y un tratado sobre la realización continuo, Regras de acompanhar (1719), su única obra puramente instrumental.

-Aunque parece que el trabajo Esteves logró sobrevivir al terremoto catastrófico, el fuego, y el tsunami que se cobró 30.000 y 60.000 vidas y en Lisboa el 1 de noviembre de 1755, parece que el propio compositor no podría tenerlos, ya que no hay mención después de 1751 en todos los manuscritos conocidos o registros públicos. 
Obra extraída del álbum: JOÃO RODRIGUES ESTEVES. Mestre de capela Basilica de Santa Maria Lisbon 1729-1751 Mass for 8 voices, Christmas Responsories, Pinguis et panis . 
Interpretan: CHRIST CHURCH CATHEDRAL CHOIR OXFORD. Dirige: Stephen Darlington. Nimbus Records.

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Oiça também o Magnificat composto por João Rodrigues Esteves AQUI

segunda-feira, 5 de abril de 2021

DOMENICO SCARLATTI NA GUITARRA CLÁSSICA



Algo de muito especial na história da música ocorreu com Domenico Scarlatti (Nápoles 26 de Outubro 1685 - Madrid, 23 de Julho 1757). Os «exercícios» e as sonatas, especificamente para o cravo, são simultaneamente excelente música adaptável e adaptada a variados instrumentos de corda e tecla, o clavicórdio, ou o forte-piano mas também de corda dedilhada, como se pode apreciar neste recital de guitarra clássica.

A música instrumental de Domenico é popular e aristocrática, ao mesmo tempo. As formas mais puras da sonata bipartita são postas ao serviço de uma profusão de temas, muitos dos quais com inegável sabor popular. Sem dúvida, influenciaram as circunstâncias muito especiais em que produziu a sua obra, na qualidade de músico e professor da Infanta Maria Bárbara de Bragança, que depois foi Rainha de Espanha... A sua obra é ímpar pela quantidade e qualidade das sonatas, única na sua diversidade e coerência, no reportório de cravo da Península Ibérica.

Penso ser adequado considerar Domenico Scarlatti como músico ibérico de origem italiana (napolitana), pois exerceu os seus talentos na Corte portuguesa a partir de 1719, como professor da Infanta e, depois como músico na corte em Madrid, a partir de 1733, quando esta infanta se tornou rainha de Espanha. Scarlatti exerceu durante longos anos este cargo, com os seus extraordinários talentos de compositor e de cravista, até ao fim da vida. Além das peças para cravo, compôs peças litúrgicas, cantatas e óperas. Mas, a parte mais célebre da sua obra são as 555 sonatas para cravo. 

Esta obra monumental tem sido servida por notáveis cravistas, pianistas e guitarristas pois, pela estrutura e carácter, muitas sonatas, embora escritas para o cravo, adaptam-se perfeitamente a outros instrumentos.