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segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

NOVA ESPÉCIE HUMANA ANCESTRAL COM CERCA DE 300 MIL ANOS, NA ÁSIA DO LESTE

 Esta nova espécie, Homo juluensis, foi estudada em conjunto com as outras espécies do mesmo período, encontradas na Ásia oriental. 

No quadro resumo abaixo, pode ver-se as espécies com suas características morfológicas. Os autores deste estudo admitem a possibilidade de que todas estas morfologias sejam de Denisovanos ou derivadas destes.

O artigo que descreve a nova espécie deve-se a Christopher J. Bae e Xiujie Wu


Homo juluensis (blue five-pointed stars) includes Xujiayao, Xuchang, Xiahe, Penghu, Denisova, and Tam Ngu Hao 2; Homo longi (white triangles) includes Harbin, Dali, and Jinniushan; Homo floresiensis (pink diamond) includes Liang Bua; Homo luzonensis (green circle) includes Callao. Although elsewhere we had tentatively grouped Hualongdong (black inverted triangle) with the H. longi fossils7, we keep it separate for now pending further ongoing investigation. In many studies, Maba and Narmada (black squares) have been grouped together to form a separate population. It may be possible following further analyses that these latter fossils may be included in the broader H. neanderthalensis species or assigned a new taxonomic name altogether. The accompanying Box includes descriptive information for the type specimens and sites for the four hominin species discussed here: H. floresiensisH. luzonensisH. longiH. juluensis.

Noto que as teorias anteriormente vigentes em Paleoantropologia têm sido abaladas, levando o autor do estudo comparativo, Christopher J. Bae, a pôr em causa, tanto o modelo «policêntrico» (postulava o aparecimento da espécie humana moderna em vários focos, tendo depois coalescido) mas também, o modelo designado por «Out of Africa» (o género Homo teria irradiado para fora de África em várias ocasiões, porém a espécie H. sapiens formou-se em África e, ao migrar para outros continentes, substituiu espécies aí presentes).  

A resultante síntese, segundo este autor, deveria ter elementos das duas hipóteses. A nova visão reconhece as diversas saídas de África ao longo de mais de 2 milhões de anos, mas também que a evolução das  diversas linhagens do género Homo, em várias ocasiões, foi impulsionada por introjeções, ou seja, cruzamentos entre espécies diferentes mas aparentadas, com produção de híbridos viáveis. Isso já está provado em relação a H. neanderthalensis, H. sapiens e Denisovanos: em todas elas foram encontradas, pela sequenciação de ADN antigo,  sequências de origens exógenas: Por exemplo, em H. sapiens, sequências oriundas de H. neanderthalensis, resultantes do cruzamento entre as duas espécies (ou subespécies), de que resultaram híbridos. 

A paleoantropologia é uma das áreas do saber biológico mais dinâmicas. As novas técnicas moleculares e a utilização de algoritmos computorizados para estudo dos ossos fossilizados, trouxeram à luz semelhanças e diferenças - antes insuspeitadas - entre os espécimes , quer em novas descobertas, quer em exemplares descobertos há várias décadas, estudados e classificados com as limitações da época respectiva.


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EVOLUÇÃO HUMANA ARBORESCENTE



sexta-feira, 23 de agosto de 2024

HISTÓRIA GENÉTICA DAS POPULAÇÕES EUROPEIAS (Prof. Dr. Johannes Krause)


 O prof. J. Krause é diretor e membro cientifico do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana em Iena.

A conferência gravada está incluída num ciclo de conferências promovido pela Fundação Eugène Dubois, o famoso e importante antropólogo holandês que descobriu a calote craniana do Homo erectus, na ilha de Java ("Homem de Java").
O diretor de tese de Krause foi Svante Paabo, inventor da técnica de obtenção e sequenciação de ADN antigo, a partir de fósseis, de quem já reproduzimos uma conferência, neste blog.

Na introdução, o Prof. Krause refere-se ao facto de ter descoberto (pelo ADN antigo) a espécie humana fóssil  Homem de Denisova e homenageia Dubois.
Mas, a maior parte da conferência é dedicada à visão que tem da Pré-História, especialmente dos períodos que antecedem os primeiros relatos escritos, de cerca de -8000 a cerca de -3000, antes do presente. 
Ele ilustra o facto do estudo do ADN antigo, conjugado com a amostragem do ADN de populações contemporâneas,  ter contribuído para esclarecer as incógnitas que se colocavam sobre essas épocas, em arqueologia e antropologia. 
O estudo das migrações humanas no continente euroasiático, utilizando os instrumentos da genética  molecular, permite compreender melhor o passado remoto do continente europeu, milhares de anos antes do registo escrito da História.

terça-feira, 16 de julho de 2024

NOVAS DESCOBERTAS DE DENISOVANOS

Os denisovanos, a misteriosa espécie descoberta numa gruta do Altai, Sibéria, conhecida pelo nome de Denisov (ou S. Diniz, em russo) foi a primeira espécie fóssil a ser identificada exclusivamente pela análise do ADN, num pequeno osso do dedo "mindinho" de uma adolescente. 
Segundo estimativa recente, esta espécie teria vivido entre 285 e 25 milhares de anos, sobrepondo-se este intervalo de existência, a grande parte da existência dos neandertais
Nos últimos anos, mais fósseis de denisovanos têm sido descobertos no planalto do Tibete. Muitos pensam que o «Dragon Man», descoberto recentemente no Norte da China, pertencia à mesma espécie.
Veja e oiça os dois documentários abaixo, sobre esta autêntica aventura científica, a descoberta e estudo dos denisovanos, espécie humana fóssil, cujo genoma está presente, em proporções que variam de 3 a 5%, no genoma dos humanos asiáticos contemporâneos.