Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

O CAMINHO DO FUTURO E A SABEDORIA

 Nós costumamos, a partir desta altura do ano, ouvir e ler «previsões» para o ano seguinte, como será no campo da política, da economia, etc. 

Realmente, estas ditas previsões apenas se baseiam na perceção dos que as emitem, sobre qual é a expectativa dos seus leitores  em relação a esses assuntos. Quanto mais uma «previsão» se conformar com o que passa por senso comum, mais aceitação terá. 

Alguns «analistas» porém, fazem uma ou duas previsões completamente fora do que é previsível, mas assinalando porém, que a sua «probabilidade de se efetivar» é diminuta. 

Este ritual é destinado a tranquilizar as pessoas, que ficam na ilusão de que «compreendem» o Mundo - esse Mundo cada vez mais complexo, contraditório, opaco - e, a partir desse momento, vão projetar a ilusória compreensão dos acontecimentos mundiais, regionais ou locais, na trama simplista desses gurus.  Satisfazem-se ou desce a sua ansiedade, pelo menos, quando podem dizer: «eu já sabia que isto iria acontecer», ou «veem, as coisas passam-se conforme eu previ».

Conscientemente ou não, está-se a perpetuar a longa tradição das profecias. A «Arte divinatória» existiu e existe em todas as civilizações e religiões passadas e presentes. É pois uma invariante profunda do ser humano. Transcende as culturas, as condições socioeconómicas e tecnológicas, existentes nas diversas sociedades. 

A mente humana «precisa» de continuidade. Precisa de imaginar que o dia de amanhã será semelhante ao de hoje. Os pressupostos de que parte um indivíduo, uma família para realizar os seus investimentos ou planos futuros, baseiam-se quase somente nos seus desejos. Mas, têm de «teorizar» tais impulsos (perfeitamente legítimos na imensa maioria dos casos) com as tais «projeções» do futuro. Estas são mais o resultado de uma racionalização, do que a conclusão de um processo frio, racional de análise.

Pessoalmente, não farei projeções para o próximo ano. Espero que as grandes desgraças que afetam a humanidade sejam um bocado aliviadas; espero que haja menos violência; menos depredação dos ambientes naturais; um maior entendimento entre culturas... Eu «espero», não no sentido de prevejo, mas somente que desejo. 



1 comentário:

Manuel Baptista disse...

A previsão do futuro como um retorno ao passado:

https://www.youtube.com/watch?v=awzgOK5i7pc