terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Versos senescentes [OBRAS DE MANUEL BANET]



 Acompanha-me a sorte, por mais escuro que seja o caminho

Tenho regressado ao que realmente importa a um homem

Já não jovem, nem com ilusão que o tomem por tal

Mas a sorte veio-me bater à porta e eu abri-lhe a porta

Serei discípulo dela até ao fim da vida (e mais não quero)

Só preciso de aperfeiçoar-me naquilo que seja possível

De tal forma, que essa sorte se mantenha a meu lado

Diria uma bênção, mas eu não sou presunçoso

Em todo o Universo, sou menor que uma molécula

Tenho também duração infinitesimal  

Mas tenho sorte porque posso abraçar a certeza

Em todas as dimensões do espaço e tempo

E quando o faço, não com cálculos, nem instrumentos

Apenas a plenitude eterna do instante, apenas 

O maravilhamento face ao Universo

- Como é possível esquecer o amor

de que todos somos feitos?


2 comentários:

Anónimo disse...


O título enganoso,
Afinal não senescente,
De belo depoimento,
Vital, florescente...

Manuel Baptista disse...

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2020/07/obras-de-manuel-banet-poesias-2016-2020.html
Coletânea dos poemas publicados neste blog entre 2016 e 2021