O azul do céu não me impede de sentir o fresco vento norte
A idade de prata e ouro é quando olhas o céu e vês
O voo da ave inscrito
A bruma matinal escorrendo pelo vale
A certeza de que a terra é redonda e que se entretém
Rodando sobre si própria
Indiferente às travessuras dos humanos
Não nos traz aquela vertigem!
A ti entrego este sonho cerrado
Sob as pálpebras fechadas
Abertas ao mundo interior
Aquele que conta e contém
Todo o universo numa gota
De bruma que se condensa
Essa gota uni em verso a ti
No ser sem tempo, que és
De tal domínio não há fuga
Mas também que fazer
Lá fora, remando entre estrelas?
Trazei-me a gota reflexiva
Das aves eu sempre serei
Adorador, sem asas coloridas
Extasiado pela sua sombra
Que me faz sentir invejoso
E depenado e descamado
Mas sempre maravilhado
Outrora dava importância
A outras aventuras
Mas a Terra é redonda e
Gira em torno do Sol:
Mau ano, bom ano
Sempre será uma certeza!
Murtal, Parede 17 Dezembro de 2022
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Poema anterior neste blog: «Quero Ser Animal»
Outras poesias de Manuel Banet editadas neste blog:
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2020/07/obras-de-manuel-banet-poesias-2016-2020.html
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1 comentário:
Algumas propostas poéticas do ano de 2022, quase findo:
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