Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.

domingo, 13 de fevereiro de 2022

Os Senhores do Mundo e os Povos do Mundo




With God on our Side*
(música e letra de Bob Dylan)

«With God on our side», ou «Gott mit uns», etc... Sempre a mesma cantilena. Será que vai funcionar também desta vez? Será que a propaganda maciça dos media serviçais dos poderes poderá persuadir nossos povos que a «Rússia é o nosso inimigo e é o império do Mal»???
As pessoas que estão conscientemente a soprar os ventos de discórdia e de guerra, deveriam ter medo de já não estar «na Graça de Deus», caso fossem cristãs. Porque, a maior parte dos governantes e dos que os manipulam, dizem-se «cristãos». Cristãos, que não hesitam em atacar um país fundado na base do cristianismo ortodoxo, há cerca de um milénio, onde a aventura do comunismo autoritário e oficialmente ateu, se saldou num retumbante fracasso. Nesse fracasso, teve imenso peso a espiritualidade do povo russo, que nunca esqueceu a sua relação de origem com o cristianismo. Foi a sua fé que lhe permitiu aguentar com paciência, coragem e estoicismo, os cerca de 70 anos terríveis, incluindo os da IIª Guerra Mundial e os de Estaline.
Francamente, eu estou mais perto dos cristãos ortodoxos russos, que dos cristãos ocidentais, que dizem seguir os Evangelhos e a Religião do Amor, mas que - porém - fazem tudo ao contrário dos ensinamentos de Jesus Cristo. Estes, só têm como finalidade aguentar-se no poder, porque o poder significa benesses, privilégios, opressão dos menos fortes. Onde é que isto é «cristão»?
A canção de Bob Dylan tem-me obcecado nestes últimos dias. É como música de fundo, descrevendo acertadamente a hipocrisia dos poderes «cristãos» e a ilusão de um povo. Na canção de Bob Dylan, trata-se dos EUA e do povo americano, mas - igualmente - pode ser qualquer um, do campo «Ocidental». Estes, têm sido abundantemente aspergidos com propaganda de ódio contra tudo o que seja russo*. Têm sido doutrinados, têm sofrido lavagens ao cérebro, por políticos e media de massas sem escrúpulos, constantemente.
O renovo do belicismo e da agressividade (fabricada) contra a Rússia não tem outro fim, senão manter as pessoas num complexo de medo.
Agora, que a narrativa do COVID está (quase) desacreditada, eles estão a inundar as mentes com outro «papão»!! Já não servem as narrativas utilizadas até há bem pouco tempo:
-Nem o «vírus mortífero» que já está amansado,
- Nem «o terrorismo jihadista», que agora serve na Síria para fazer a guerra em «nosso nome»,
- Nem «o comunismo», que já não assusta, como na Guerra Fria Nº1, agora é um «fantasma de anteontem».
Então, agora é o medo pânico da guerra: Enquanto eles conseguirem manter as pessoas num complexo de medo, sabem muito bem que elas não se atreverão a rebelar-se contra eles, os poderes que as oprimiram e oprimem, que lhes mentem constantemente e são culpados dos crimes mais graves.
Causar uma guerra é um crime contra a humanidade e incitar à guerra, é também um crime contra a humanidade. Porque será que este princípio acima, que é o da ONU, soa agora como «irrealista», quando deveria reunir o consenso mais amplo, entre as nações e os povos???
- A resposta é que não existe, na maioria dos dirigentes ocidentais, verdadeira compreensão do que seja a paz. Além disso, o poder hegemónico de Washington, levou a que eles se tomassem, a si próprios, pelos «Senhores do Mundo**».
A conivência com os poderes criminosos nunca foi uma atitude cristã. Os cristãos foram perseguidos inúmeras vezes no passado histórico e continuam a sê-lo no presente. A perseguição mais grave, no entanto, é o que eu chamaria de extinção por dentro do cristianismo. Fazer dele uma mera «decoração», um «ritual social», é a pior traição que se possa fazer. São cúmplices igrejas e seus chefes, de várias denominações, assim como hierarquias, que não fazem nada de positivo para dissipar os ventos da guerra e militarismo, que têm sido assoprados ultimamente.
Será que as suas palavras só se aplicam quando servem a propaganda dos seus governos, quando vêm reforçar o complexo de medo?
- Se a resposta é sim, então devemos rezar um requiem pelas mesmas igrejas e pelos seus dirigentes, pois estão mortas, em termos de fé cristã. Estão mortas, deixaram de estar na cristandade. Há pessoas individuais, dentro dessas instituições, que não perderam a coragem, que dizem as verdades, mas elas são (ainda) demasiado poucas. Demasiadas «ovelhas» estão desatentas, ou tomadas pela hipnose coletiva. Há uma janela estreita de tempo para que elas acordem, antes que os globalistas levem a cabo seus planos sinistros.
A força do povo é muito maior do que ele próprio suspeita. Vejam-se os presentes exemplos de movimentos de desobediência massiva e não violenta do povo cristão do Canadá, de França, de vários outros países ocidentais. Verifico que estes movimentos são inclusivos, são tolerantes, não-violentos. É exatamente aquilo que se espera duma luta de povos profundamente cristãos (e mesmo que alguns tenham outras religiões, ou sejam agnósticos, ou ateus). Estes povos estão fartos e já acordaram para o que as «elites» dos seus países, e a «elite» globalista, querem impor a nós todos.
É fácil nos conectarmos uns com os outros, é fácil e necessário - neste contexto - construir alianças pelos nossos interesses, no curto e longo prazo, isto constitui a verdadeira cidadania. Só assim poderemos, no longo prazo, construir a sociedade que todos desejamos. Uma tal sociedade terá as melhores relações possíveis com os outros povos. Isto é também o que estes querem.
A isso chama-se viver em paz, a Paz do Senhor: Esta Paz encontra-se no coração de cada pessoa, individualmente, quer seja cristão, ou tenha quaisquer outras posições religiosas e filosóficas. Deveria estar, em particular, no coração de alguém que se assume como cristão. Seja de que tendência for, um cristão tem de recusar a histeria belicista e, pelo contrário, espalhar o espírito de paz à sua volta, apoiando as iniciativas que reforçam a paz e o bom entendimento entre os povos, sem sectarismos, sem atitudes racistas, ou xenófobas. Todos os povos são muito semelhantes em suas aspirações mais profundas pela paz.

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(*) Excerto da letra
«I've learned to hate the Russians
All through my whole life
If another war comes
It's them we must fight
To hate them and fear them
To run and to hide
And accept it all bravely
With God on my side »

(**)
Em termos cristãos, a designação «Senhor do Mundo» é sinónimo de «Senhor dos Infernos». Não sei o que pensa o leitor sobre a existência do inferno e do mal. Mas é evidente para mim, que esta época é marcada por um total divórcio entre a Palavra dos Evangelhos e a prática dos que se dizem cristãos. Infelizmente, há demasiados cristãos de base, com sua indiferença ou ilusão, que acabam por reforçar os poderosos, através do voto, do apoio e do silêncio cúmplice perante tudo o que sabem, no foro íntimo, que está mal e que é anticristão.

6 comentários:

Manuel Baptista disse...

Klaus Schwab e os «homens de Davos» são o «comité central» da oligarquia mundial: https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/02/klaus-schwab-e-globalistas-associados.html

Manuel Baptista disse...

ver https://www.globalresearch.ca/latest-news-and-top-stories

Manuel Baptista disse...

Há muitos cristãos americanos, de várias sensibilidades políticas, que repudiam o caminho de guerra que têm tomado os dirigentes dos EUA, ao longo dos anos:
https://www.unz.com/article/the-ukraine-crisis-facts-versus-lies/

Manuel Baptista disse...

Neste século, a psicose de medo é desencadeada, não apenas contra o «inimigo», como também e sobretudo, visando as próprias populações. Estas são, para os Senhores do Mundo, as que é preciso «subjugar».
Quando as táticas de terror psicológico não são suficientes, vejam a repressão brutal que é usada contra manifestantes pacíficos em todo o mundo «Ocidental», França, EUA, Canadá, Austrália, etc.

Manuel Baptista disse...

http://www.informationclearinghouse.info/57001.htm
Segundo Scott Ritter, a NATO tornou-se não apenas obsoleta, como impotente em relação aos interesses dos seus membros europeus, só servindo como braço da hegemonia dos EUA.

Manuel Baptista disse...

Mark Crispin tem carradas de razão:
https://markcrispinmiller.substack.com/p/what-kind-of-left-attacks-the-working?token=eyJ1c2VyX2lkIjoxNTkyNDQwOCwicG9zdF9pZCI6NDg5MjY5MjcsIl8iOiJHTGtkSiIsImlhdCI6MTY0NTIwMTkxNSwiZXhwIjoxNjQ1MjA1NTE1LCJpc3MiOiJwdWItMzgzMDg1Iiwic3ViIjoicG9zdC1yZWFjdGlvbiJ9.X7eCPmBBxhcXFkod2Ci-DHX8mxMmZl2uUEUWb6t--to&utm_source=url