domingo, 25 de abril de 2021

[OBRAS DE MANUEL BANET] «Liberdade Minha»

                                       «La Liberté Guidant Le Peuple de E. Delacroix»
                                                   Aguarela de Verónica O. Baptista


                                                 LIBERDADE MINHA


Onde está a tua liberdade? Onde está ela?
Onde foi parar? Afinal, quem mo pode dizer?

A minha liberdade está no olhar, não embaciado,
nítido, sem azedume, sem prosápia, nem desejo de poder

Olho o mundo, olho as pessoas. 
- O que penso do mundo, das pessoas?
Apenas eu sei. Aliás, sei que não sei... 
quase nada, sobre o mundo e sobre as pessoas

Mas, para além do mundo existe o sopro do espírito, 
do espírito cósmico.
Negá-lo é fechamento: Negá-lo não é ciência, nem sabedoria

O paradigma da falsa educação inverteu os nossos valores.
Mas, como o boomerang, a realidade vem ter connosco.

Que grande lição de vida! Cada derrota é uma lição.
A verdadeira vitória, é ver a vitória sem orgulho, 
apenas como um dado.

Nada disto é paradoxal.
Só o pensamento binário faz disto um paradoxo.
A minha lógica escapa ao dualismo. 

E vivo num mundo muito pouco frequentado.
Um mundo que se desvaneceu, que não está na montra,
que está fora do palco, nos bastidores

Afinal, existe... 
Digo, afinal a liberdade existe, porque eu existo.

Esta é a minha leitura; não vos imponho nada.

Murmuro ao teu ouvido, Alma fina: 
Agora sei, o que sempre soubeste

Não trocaria este saber por nada neste mundo.
Como não troco meu amor.
Impossível! Impensável!
 
O que é verdadeiro está no fundo, 
tão lá no fundo.
É como uma batida do coração.
Sim, uma batida do coração

Murtal, Parede, 25/04/2021

2 comentários:

Graça Bastos disse...

Que sejam muitas batidas de coração, força e coragem, Manel!

Manuel Baptista disse...

Obrigado Graça, igualmente para ti, com um xi-coração!