A realidade «judaica do Antigo Testamento» do povo judeu de Israel atual é tão fictícia como a dos germânicos serem «arianos» e terem sido declarados como «a raça superior» pelo regime de hitleriano. Na verdade, são os palestinianos muito mais próximos geneticamente do povo judeu de há dois mil anos,. Isso não lhes confere um estatuto especial, mas apenas mostra o grotesco e a monstruosidade de basear uma política em dados étnicos ou «rácicos». Toda a política baseada em elementos raciais é uma clara negação dos Direitos Humanos, inscritos na Carta da ONU e em inúmeros documentos oficiais de todos os países (incluindo Israel).

sábado, 29 de setembro de 2018

EUROPA UNE-SE À RÚSSIA E À CHINA PARA CONTRARIAR AS SANÇÕES DOS EUA CONTRA O IRÃO



                            



A União Europeia, a Rússia, a China e o Irão anunciaram,  na ocasião da Assembleia Geral das Nações Unidas, que vão criar um Veículo de Propósito Especial, um canal soberano financeiramente independente, para contornar as sanções americanas contra Teerão e permitir que o acordo «JCPOA» (Joint Comprehensive Plan Of Action) possa sustentar-se.
Isto é um marco histórico, na medida em que a aliança dos EUA com a Europa está directamente a ser posta em causa. 
Além disso, pode significar que - noutros aspectos também - a UE estará pronta para (r)estabelecer acordos com o bloco Rússia-China, autonomizando a sua posição, quer no que toca ao comércio, quer no que toca a uma política de sanções, largamente ineficaz e contra-produtiva. 
Há demasiados pontos de divergência objectiva entre os membros da NATO, relativamente a um número crescente de assuntos. Apenas alguns exemplos, do que recentemente tem acontecido:
- A Turquia, estrategicamente importante, firmou acordos com a Rússia, inclusive no plano de fornecimento de armamentos. 
- A China não tem qualquer problema comercial com a UE e seus estados-membros pelo que, nas sanções e guerra comercial  contra a China, os EUA estão à partida isolados; também estão isolados na sabotagem dos acordos firmados no seio da OMC. 
- Quanto à Rússia e as sanções causadas pelo conflito ucraniano e a Crimeia, cada vez mais existem vozes governamentais (Hungria, Itália...) a propor o levantamento das sanções. Igualmente a Alemanha, que precisa do gás natural russo e não cedeu à tentativa de intimidação americana de interromper o gasoduto pelo Báltico, projecto Russo-Alemão de grande significado. 

No entanto, nem tudo são rosas para o regime de Teerão. 
O rial já perdeu dois terços do seu valor desde Maio, quando as primeiras sanções dos EUA foram accionadas. 
Várias grandes empresas ocidentais [Total, Peugeot, Allianz, Renault, Siemens, Daimler, Volvo...], apesar de terem negócios chorudos no Irão, foram obrigadas - pela pressão das sanções americanas - a retirar-se. Ficariam proibidas de actuar no mercado dos EUA se continuassem neste país.  
No fundo, trata-se de uma corrida de velocidade, para as autoridades iranianas: quanto mais depressa cortarem os laços de dependência em relação ao Ocidente, mais as sanções dos EUA e eventuais outros países serão ineficientes.
Nestes últimos anos temos visto o Irão aproximar-se da Organização de Cooperação de Xangai (uma espécie de embrião de «NATO euro-asiática»), tem participado na formação da zona de comércio livre euro-asiática e promovido a utilização das moedas respectivas dos países, nas trocas comerciais bilaterais (por exemplo, entre o Irão e a Índia). 

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