A série de assassinatos (ou tentativas de) a que vimos assistindo e continuaremos a assistir, são operações da CIA, do MI6 e doutros serviços da OTAN, que contratam «homens de mão» para atentados terroristas. Desde 07 de Outubro de 23 assistimos a um horrível massacre contínuo de população inocente às mãos do exército IDF de Israel, cometendo crimes de guerra. Mas, também há uma multiplicação de atos de terrorismo contra alvos especiais, pelo «Grande Hegemon».

quinta-feira, 7 de junho de 2018

O EURO FOI UMA BOA OU MÁ IDEIA?

                

O Euro nasceu muito antes de ser decretada a transição das moedas nacionais dos estados-membros. É uma criação de Maastricht, assim como uma série de outras «inovações maravilhosas», de que não parámos - nós, cidadãos europeus - de pagar o preço.

O euro é considerado como um grave problema para as economias depauperadas do Sul da Europa. 
Com efeito, antes do euro, as diferenças de produtividade entre os países do Norte e do Sul eram compensadas por desvalorizações das moedas dos países do Sul, o que repunha a competitividade das suas economias. 
O efeito era uma taxa de inflação superior (não muito) à do Norte e uma escala de salários mais dinâmica que a do Norte. Esta favorecia a economia destes países, pois o mercado interno era (e continua a ser) o principal componente do PIB e é fundamental para alimentar as pequenas empresas. Estas sempre foram o principal componente do tecido produtivo  em Portugal, Espanha, Itália e Grécia.

Agora, o governo italiano vai tentar aquilo que o governo grego não conseguiu: autonomizar-se em relação ao euro, em relação à estrutura da dívida, que sustenta a arquitectura da «moeda única». 
A possibilidade de reestruturação do mercado obrigacionista interno em Itália já está a causar muita irritação nos eurocratas. 
Porém, já em 2011, relativamente a Portugal, preconizei exactamente a mesma medida, a qual teria a vantagem de manter em mãos nacionais uma boa parte da dívida, estancando, do mesmo modo, a sangria de capitais, que iam buscar maior rentabilidade e/ou segurança noutras paragens.

A problemática do euro não pode ser vista desligada das moedas com as quais compete ao nível mundial, em particular o dólar. Se este baixa, o euro sobe e vice-versa. 
Mesmo descontando o efeito dos movimentos especulativos, temos um sistema «oscilante», mas cuja balança fica mais do lado de Wall Street, sempre atenta a tirar partido das fraquezas do euro e da zona euro. 
A especulação  pura é responsável por muita saída de capital do espaço europeu, mas também e sobretudo as taxas praticadas pelos bancos centrais respectivos. 
Enquanto o BCE continua com uma taxa quase nula, a FED (nos EUA) tem vindo a subir a sua taxa de referência. Os bonds (obrigações) do outro lado do Atlântico têm uma remuneração superior e isso alimenta o efluxo constante de capital europeu para os EUA. Enquanto perdurar esta situação no mercado obrigacionista, a Europa vai continuar a perder capitais. 

Mas, logo que o BCE decida aumentar a sua taxa de juro, logo que cancelar o seu programa de compra de activos financeiros dos diversos bancos europeus (Quantitative Easing), os juros das obrigações soberanas vão subir. Toda a estrutura do custo do crédito vai ficar abalada. Isso vai-se repercutir no  mercado imobiliário, em particular, pois é um mercado muito dependente do crédito bancário. 

Não existe meio de acabar com a impressão monetária incondicional («quantitative easing»), sem que haja um efeito na economia: será uma situação análoga do «síndroma de privação» de um heroinómano. O organismo económico europeu habituou-se à sua injecção de capital, tal como o toxicodependente, à sua dose... 


O caminho, para os países do euro saírem da «camisa de sete varas» em que estão metidos, não é único e resultará de uma prova de força da capacidade política e institucional dos diversos intervenientes. 
Neste momento, a capacidade da Alemanha impor o seu diktat está diminuída, não só pela fraqueza do apoio popular a Merkel (progressão do partido soberanista, AfD), como também pelo facto de os Italianos não estarem nas mesmas condições que os gregos em 2012. 
Eles terão, com certeza, aprendido algo com o fiasco do governo de Tsipras, face aos alemães e à Comissão Europeia. Os italianos saberão jogar de outro modo. 

O facto do dirigente da «Lega», que tem uma implantação praticamente apenas nas províncias do Norte («Lega Nord»), ter sido aclamado entusiasticamente, no Sul, pela população diz muito. Ou seja, a rejeição do caminho de submissão à ditadura eurocrática e a insistência na soberania do povo italiano, são um eficaz catalizador de vontades. 


A eurocracia deitou a perder o projecto da União Europeia
Uma boa ideia (uma Europa unida, para além dos seus particularismos nacionais), muito mal executada (imposta desde o centro pelas oligarquias), torna-se uma ideia desacreditada, ao ponto de ficar liquidada durante séculos!

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