segunda-feira, 27 de junho de 2016

VERÓNICA OLIVEIRA BAPTISTA (1986-2010) [vol.1]


Aqui inicio a publicação da obra de minha filha, Verónica (1986-2010)



Esta publicação no meu blogue, além do dever de memória, é uma maneira de partilhar - muito em especial com familiares e amigos/as da Verónica-  as poucas obras que pude conservar.



Verónica «não era deste mundo». 
Ela tinha o dom da observação dos rostos e do corpo humano. Aplicou-o em múltiplos trabalhos, alguns dos quais aqui se expõem.


Mas deixo aos visitantes a palavra, cabe a eles opinar sobre a qualidade estética desta obra.






quinta-feira, 23 de junho de 2016

S. GAINSBOURG / F. HARDY

LA CHANSON FRANÇAISE - ANNÉES 60, 70, 80
Trois chansons de Serge Gainsbourg écrites pour - et interprétées par- Françoise Hardy




Aucun Boeing sur mon transit 

Aucun bateau sur mon transat

Je cherche en vain la porte exacte

Je cherche en vain le mot exit


Je chante pour les transistors

Le récit de l'étrange histoire

De mes anamours transitoires

De Belle au Bois Dormant qui dort


Je t'aime et je crains

De m'égarer

Et je sème des grains

De pavot sur les pavés

De l'anamour


Tu sais ces photos de l'Asie

Que j'ai prises à deuxcent Asa

Maintenant que tu n'es pas là 

Leurs couleurs vives ont terni


J'ai cru entendre les hélices

D'un quadrimoteur mais hélas

C'est un ventilateur qui passe

Au ciel du poste de police


Je t'aime et je crains

De m'égarer

Et je sème des grains

De pavot sur les pavés

De l'anamour


Je t'aime et je crains

De m'égarer

Et je sème des grains

De pavot sur les pavés

De l'anamour






Mieux vaut n'penser à rien

que n'pas penser du tout

rien c'est déjà, rien c'est déjà beaucoup

on se souvient de rien et puisqu'on oublie tout

rien c'est bien mieux, rien c'est bien mieux que tout


mieux vaut n'penser à rien

que de penser à vous

ça n'me vaut rien, ça n'me vaut rien du tout

mais comme si de rien n'était je pense à tous

ces petits riens qui me venaient de vous


si c'était trois fois rien, 

trois fois rien entre nous

évidemment ça ne fait pas beaucoup

ce sont ces petits riens que j'ai mis bout à bout

ces petits riens qui me venaient de vous, de vous


mieux vaut pleurer de rien

que de rire de tout

pleurer pour un rien, c'est déjà beaucoup

mais vous, vous n'avez rien dans le coeur, et j'avoue

je vous envie, je vous en veux beaucoup


ce sont ces petits riens qui me venaient de vous

les voulez-vous, tenez, que voulez-vous

moi je ne veux pour rien au monde, plus rien de vous

pour être à vous, faut être à moitié fou





TEMPO DE AMOR ... [Afrosambas de Baden e Vinicius]



Saíu há 50 anos! Mas está fresquinho! Toda a obra-prima é intemporal. 
Ela mexe connosco, independentemente da geração a que pertencemos.

Vinícius de Moraes, Baden Powell e Companhia!
Saravah! 

quarta-feira, 22 de junho de 2016

[NO PAÍS DOS SONHOS] À BATIDA DO CORAÇÃO


                                           

                                      Vivaldi : Sinfonia ''al Santo Sepolcro'' RV 169


                Estou dentro de um longo túnel. A luz difunde-se desde uma extremidade, por detràs de mim. Oiço uma música muito calma e envolvente. Sinto um bafo quente, semelhante ao do vento na praia.

Agora a paisagem mudou, só se vê uma planície semi-desértica com ervas amarelecidas e outras plantas rasteiras. Ao nível do solo há uma evaporação intensa. Todas as imagens estão defocadas. O Sol põe-se magestoso, inundando pro fim o horizonte de tons fúlgidos.

Quando, por fim, o astro do dia se põe, ele irradia uns últimos clarões de luz para lá do horizonte, iluminando um céu de oiro e azul.

Em breve, não mais se ouvem as cigarras e a planície vive um momento de suspensão no tempo. O silêncio é tão real, que ressoa... no coração.


domingo, 19 de junho de 2016

sábado, 18 de junho de 2016

CANÇÃO DA ROSA SÚBITA *

[*extraído do livro de poesia «Exercícios Espirituais» edições Mic, Estoril, 1985]



 CANÇÃO DA ROSA SÚBITA
  

Meu amor não precisa de nome
Não se diz nem vende com palavras
Se alevanta com os vendavais
De noite se vai deitar nos trigais
                     Meu amor não precisa de nome

Meu amor escreve-se como «fruta»
Como breve chuva, logo enxuta
Ou lenço regaço, reverb’rado
Em muralha de linho lavrado
                    Meu amor escreve-se como fruta

Meu amor não é uma ideia
Não discute «razões de mercado»
É fluxo e refluxo na barca
Iceberg, vulcão ou pendão ou farpa
                  Meu amor não é uma ideia

Meu amor a todos abre os braços
Num sorriso de asa partida
E, se visto a pele dos sapos,
Desfralda, rindo, os seus farrapos
                  Meu amor a todos abre os braços

Meu amor não tem mestre nem amo
Representa, em farsa ou em drama,
Nos canteiros da praça pública
A dádiva da Rosa Súbita
                   Meu amor não tem mestre nem amo





sexta-feira, 17 de junho de 2016

As Escolas Sem Muros Já Existem, Hoje



- Se o saber não ocupa lugar, se a Internet tem, no meio de tanto lixo, algumas pedras preciosas, porque não fazer uma busca sistemática, cooperativa de fontes livres e grátis de saberes?

- Vamos construindo aos poucos uma espécie de roteiro ou de índice de recursos de qualidade, on-line e gratuitos... Se nos pusermos a cooperar nesta busca, certamente que vamos encontrar maneira de beneficiar outras pessoas e de sermos beneficiados por elas. 

- É mais um estado de espírito que é necessário, não precisamos de aderir a nenhum «credo», seja político, religioso ou pedagógico. Ou melhor, podemos manter nossas crenças e escolhas, que isso não é problema numa visão do saber e da cultura onde a única coisa que não se pode tolerar é a intolerância. De resto, hoje em dia, ninguém é exclusivo detentor do saber e ainda bem.

- Não irei fazer qualquer juízo sobre a validade (ou relevância, ou utilidade) dos recursos abaixo sumariados: Apenas chama a atenção para o facto de que AS ESCOLAS SEM MUROS  já existem no espaço virtual, sendo este conceito multifacetado, não formalizado, não redutível a um modelo ...mas real!

- Para ilustrar o conceito de «Escola Sem Muros», apresento alguns sítios grátis na Internet, para adquirir e atualizar saberes.
Nestes sítios virtuais, podem ser completados e aprofundados saberes desde as várias Ciências Exatas e Naturais, às Ciências Humanas, à Literatura, às Artes... Algumas pessoas esquecem-se de dar o devido valor a este grande privilégio, de tão banal e fácil que se tornou o contacto com esse manancial de informação disponível e gratuito, que nos proporcionou a Revolução Digital!



1)    Um sítio emblemático da revolução nos saberes é Wikipedia, um sucesso enorme, tão descentralizado e multiforme como a  própria Rede. Decidi apresentar aqui um artigo sobre o movimento das «Free Schools». Em Inglês, «free» tanto pode querer dizer livre, como grátis, ou ambas as coisas ao mesmo tempo.

  - Wikipedia sobre «Free School»: 



2)    A «Ágora dos Saberes» (em Montpellier), um projeto municipal, mostra que a excelência e a criatividade podem habitar numa estrutura como um Município... é «tranquilamente revolucionário»:

- Agora des Savoirs (Montpellier): 


  


3)    O filósofo Michel Onfray, dedicou-se a construir a Universidade Popular, em Caen (Normandia), aventura coroada de sucesso, em grande parte devido a sua capacidade excecional de trabalho e de comunicação e uma vontade muito clara de quebrar os muros mentais que encerravam a academia em França. O sucesso foi tão grande que, em breve, surgiram outras universidades populares emulando a de Caen...

Michel Onfray (Université Populaire): 





4)    Michel de Botton é outro filósofo, britânico, apesar do nome francês, que se dedicou a construir uma «Escola de Vida». Ele partiu da constatação de que as pessoas não tinham real acesso a uma educação dos afetos, moral e estética, campos desdenhados ou considerados, demasiado subjetivos, da esfera íntima e portanto não tendo lugar nos curricula do ensino institucionalizado.
«The School of Life» veio responder a uma necessidade sentida: é hoje uma referência incontornável na divulgação dum saber e duma filosofia de vida. Embora dirigida à sociedade de hoje, revaloriza a sabedoria da Antiguidade clássica e do  Renascimento.

 The School of Life: 





5)    Existem alguns recursos de qualidade, livre e gratuitamente acessíveis, em língua portuguesa. Apenas dou dois exemplos mas gostava que me assinalassem outros, para adicionar a esta lista. Agradeço que adicionem, em comentário, outros recursos conheçam, de fácil acesso e de qualidade, em língua portuguesa. 

Casa do Saber (Brasil):


Prof. André Azevedo da Fonseca (Brasil):





6)    Cursos Livres e Gratuitos On-line (MOOC) : cursos geralmente fornecidos por universidades espalhadas pelo mundo, mas com predominância do mundo anglo-saxónico.
Estes cursos são de nível universitário. O aluno é submetido a avaliação on-line. Estes cursos são cada vez mais prestigiados e reconhecidos como instâncias válidas para formação dos indivíduos. A preparação real que eles conferem, tanto nos saberes teóricos como práticos, é muito elevada.
Apresento abaixo duas organizações que agrupam grande diversidade de cursos, de várias universidades.
Existe uma excelente oferta para qualquer estudante que, por vários motivos, ficou excluído de cursos presenciais.
Hoje em dia, já se podem assim frequentar cursos de Oxford, Harvard ou doutras universidades de grande prestígio:

COURSERA: 


edX Courses: 

  


7)    A Open University, um projeto britânico, antecedeu a era digital. Foi a primeira universidade de ensino à distância.
Não se pode classificar a Open University como «free» no sentido de grátis, embora os custos para o estudante inscrito sejam inferiores aos de cursos equivalentes em universidades mais tradicionais. Esta organização, tem tido desde há mais de meio século, um papel importante na democratização do saber.

Open University: 






8)    Podemos classificar as Escolas de Filosofia, de Sabedoria, como outro exemplo de «Escolas sem Muros». Por exemplo, o Taoismo foi divulgado no Ocidente, nos anos 1960 e 70, em paralelo com o Budismo Zen, por Alan Watts:





NB: Não incluí nesta listagem recursos tais como os blogs, fóruns, etc. Esta ausência não significa menosprezo. Existe uma quase infinidade de tais recursos na Internet. A sua listagem seria tarefa demasiado pesada e fatalmente «viciada» pela perspetiva de quem a faz. 
Em geral, a criação dum blog coletivo ou dum fórum, pode corresponder à necessidade de troca e partilha de determinados saberes, gostos ou interesses.
Os fóruns e blogs podem ser usados como recurso para troca direta e cooperativa dos estudantes entre si e não apenas entre estudantes  e professores.