quinta-feira, 16 de junho de 2016

ALAN WATTS - LECTURE : UNDERSTANDING YOURSELF AND THE COSMOS




A NATO INICIOU O CERCO À RÚSSIA*


COMO É QUE A NATO/OTAN se transformou num FACTOR DE DESESTABILIZAÇÃO DE AMEAÇA GLOBAL PARA A PAZ? GERALMENTE FALANDO, OS HIERARCAS DA NATO
 SEGUEM A LÓGICA DE «SE QUERES A PAZ, PREPARA A GUERRA»

Porém

 A GUERRA TORNA-SE MUITO MAIS PROVÁVEL, SENÃO MESMO INEVITÁVEL, SE A PREPARAS. ISTO JÁ TINHA SIDO COMPREENDIDO POR REAGAN E GORBATCHOV E POR MUITOS OUTROS DIRIGENTES MUNDIAIS. 

O imperialismo arrasta um continente inteiro na senda da desestabilização. Temos de ter sistemas de alerta, de desativação das «bombas-relógio» que, propositadamente ou não, andam a semear…
O documento abaixo* pode ajudar as pessoas genuinamente interessadas em compreender o mundo geopolítico de hoje.


É um ponto de vista apenas, eu sei, mas tem a qualidade de fornecer o quadro geral que permite compreender os grandes desafios, que ajuda a compreender como é que os poderes se posicionam neste perigoso jogo de xadrez, do poder, da guerra e da paz, do domínio mundial dos recursos e pelo controlo dos mercados.


domingo, 12 de junho de 2016

Viver Bem, Prevenir Diabetes e Doença de Alzheimer



Comer Açúcares Pode Aumentar o Risco de Doença de Alzheimer*

por Shin Ohtake

(*) traduzido por Manuel Banet Baptista
Eating Carbs Can Increase Risk of Alzheimer’s Disease


Os investigadores têm tentado descobrir a causa da doença de Alzheimer e, embora os cientistas ainda não tenham sido capazes de determinar a causa exata desta doença... a informação recente tem  sugerido que dietas de baixa qualidade estão associadas à doença de Alzheimer.
Com efeito, há estudos que mostram um elo forte entre uma dieta de má qualidade... em especial, o sobre-consumo de açúcares «rápidos», que causam insensibilidade à insulina... e a doença de Alzheimer, de tal modo que alguns médicos e investigadores alcunharam esta doença como: Diabetes de Tipo 3. 
Vejamos como é que os açúcares têm impacto sobre o cérebro:
Como é que a Insulina Age sobre o Teu Cérebro
A insulina é a hormona libertada quando ingeres açúcares. Ela é responsável pela absorção celular do açúcar no corpo. Note-se que o açucar pode ser armazenado como glicogénio no teu fígado e músculos... e qualquer excesso de açúcar que não fique aí armazenado, irá ser convertido e acumulado em gordura. Por esta razão, a insulina é também referida como hormona de armazenamento de gorduras.
Isto é a razão pela qual se comeres demasiados açúcares, aumentas de peso. Simplesmente, não consegues armazenar todo o açúcar sob forma de glicogénio, então o restante transforma-se em gordura. A tua insulina pode dar conta de uma certa quantidade de açúcar, especialmente se ela vier de alimentos não-processados e naturais, como frutos e legumes. Aliás, podes comer vegetais durante todo o dia, que a tua insulina não terá problemas com isso.
No entanto, a tua insulina NÃO  está desenhada para dar conta da quantidade excessiva do açúcar presente em comida à base de alimentos contendo açúcar refinado e outras comidas processadas. O consumo excessivo do açúcar, com demasiada frequência, irá desencadear quase fatalmente o não-funcionamento normal da tua insulina. Ora, é neste ponto que começas a ter problemas sérios. Isto é conhecido como «insensibilidade à insulina». É a primeira etapa para te tornares diabético. Se continuares a comer da mesma maneira e a consumir um excesso de açúcar, a tua insulina acabará por parar totalmente de funcionar e terás adquirido resistência à insulina e diabetes. É assim que tu tornas um Diabético do Tipo 2.
Então que relação tem isso a ver com o teu cérebro?
Estudos bem recentes mostraram que a insulina tinha impacto no modo como funcionam os sinais dentro do teu cérebro. Quanto menos funcional estiver a tua insulina, menos ótimo será o trabalho dos teus sinais cerebrais. Suspeita-se que aqui exista um forte nexo causal entre a resistência à insulina e a demência.
Por que está a Diabetes Relacionada com Alzheimer
Estudos mostraram que uma pessoa com diabetes tem mais 65% de probabilidade de desenvolver Alzheimer. Os investigadores descobriram que a resistência á insulina causa uma aceleração da formação das placas, no cérebro, sendo esta acumulação de placas diretamente associada a Alzheimer. Além disso, há estudos que sugerem que o mau desempenho da função insulínica também está associado com degenerescência das células cerebrais. Os investigadores acreditam que, quando o teu corpo se torna resistente à insulina, as células resistentes ficam privadas da glucose que necessitam para sobreviver.
Prevenção da Diabetes e Alzheimer
Visto que existem provas suficientes ligando a resistência à insulina com o diabetes e com Alzheimer, as mudanças dietéticas que ajudam os diabéticos podem também servir para prevenir o desencadear de Alzheimer e outras doenças degenerativas dos tecidos cerebrais.  É evidente que a insulina tem um papel fundamental para a saúde do teu cérebro, pelo que para otimizar a função da insulina, deves manter uma baixa ingestão de açúcares.
Consegue-se melhor uma dieta com baixo teor de açúcares através da eliminação (ou limitação) de açúcares «rápidos», tais como o pão, as massas e os alimentos processados, tais como cereais, bolachas e bolinhos.  Em vez disso, ingere açúcares presentes nos alimentos não-processados, tais como legumes e frutos... Aliás, podes ingerir tantos legumes quanto quiseres.  Os frutos têm um teor de açúcar (frutose) mais elevado, mas é absolutamente seguro consumi-los em quantidades moderadas, pois têm fibras dietéticas que ajudam a diminuir a reação insulínica.
Recomendo que limites o consumo de açúcares «rápidos» e aumentes o consumo de legumes, frutos e alguns alimentos seguros com amido. Não é apenas o tipo de dieta mais saudável que tenho recomendado em geral, mas também a melhor maneira de queimar as gorduras e evitar permanentemente o sobrepeso... E, agora, sabemos que é uma ótima maneira de preservar a saúde do nosso cérebro, também!

Referências

  • http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2012/09/24/poor-diet-causes-alzheimers-disease.aspx
  • http://www.impactaging.com/papers/v6/n9/full/100690.html
  • http://www.alzheimers.net/2013-11-04/do-carbs-and-gluten-cause-alzheimers/
(retirado de:)   http://www.maxworkoutclub.com/articles/entry/eating-carbs-can-increase-risk-of-alzheimers-disease
-- 

Sobre Homo floresiensis - reflexão sobre descobertas em paleoantropologia


 As descobertas recentes de fósseis em Mata Menge indicam que Homo floresiensis já existia há cerca de 700 mil anos.

Nos inícios do novo milénio, uma viva polémica eclodiu no mundo da paleoantropologia. Com efeito, a descoberta do «Hobbit», assim alcunhado pois era um hominídeo de dimensões anãs, dividiu a comunidade científica em dois campos antagónicos:
- os que pensavam ser um Homo moderno (o fóssil único encontrado foi datado com a idade de 17 mil anos, portanto contemporâneo dos Homo sapiens modernos) mas sofrendo de uma patologia. Eles viam neste fóssil «deformações» semelhantes a vários casos conhecidos de nanismo;
- os que pensavam estar-se perante uma nova espécie do género Homo, aparentada com Homo erectus. Os traços que alguns atribuíram a uma forma  nanismo, eram simplesmente características ancestrais. O «Hobbit» teria sobrevivido durante muito tempo, pelas condições de isolamento especiais que a Ilha de Flores (na Indonésia) possui.

Agora está definitivamente demonstrado que H. floresiensis é uma espécie verdadeira. Não é um caso de patologia isolado e que teria sido fortuitamente fossilizado. As escavações recentes datam os fósseis H. floriensis recentemente encontrados de mais de 700 mil anos. 

O «Hobbit» teria derivado de H. erectus, presente na região. O primeiro fóssil de H. erectus foi descoberto em Java no séc. XIX e está datado de cerca de 800 mil anos. Existem outros fósseis destes hominídeos, noutras regiões do Extremo Oriente, ainda mais antigos. Pensa-se que esta espécie de hominídeos saiu de Africa há cerca de 1,5 milhões de anos, colonizando muitas partes do continente asiático.

A importância genérica da redefinição do que se entende por «ser humano» nunca poderá ser demasiado enfatizada.
Somos muito influenciados por estereótipos sociais e a nossa imagem dos outros e das sociedades é - muitas vezes - uma projeção dos nossos mitos.

Aos mitos da origem, presentes nas narrativas religiosas, em todos os povos, substituiu-se, a partir do século XIX, uma narrativa dita científica das origens da humanidade.
Sem dúvida, a revolução epistemológica do darwinismo contribuiu muito para isso. Porém, acontece que certas ideias têm imenso sucesso e logo são apropriadas, distorcidas, adulteradas, etc. ... para satisfazer as agendas particulares de políticos demagogos. O que o público «sabe» do darwinismo, não é mais do que uma série de clichés, ou seja, de ideias muito genéricas e falsas. São formulações de tal modo simplistas, que se pode seguramente afirmar que não correpondem - de  facto-  ao pensamento do próprio Darwin.
Pegar numa frase, distorcê-la, isolá-la do contexto em que foi pronunciada ou escrita, é ideologizar, não é fazer «divulgação científica». Muitas vezes deparo-me com um chorrilho de ideias-feitas a propósito da evolução, em particular da evolução humana.

Considero muito desejável e indispensável uma divulgação de qualidade no campo da paleoantropologia: que as pessoas saibam algo sobre os novos dados e conceitos, que vêm subverter e renovar todas as perspetivas sobre a evolução humana. 

sábado, 11 de junho de 2016

O que a Internet tem de bom

I have realized that the past and future are real illusions, 

that they exist in the present, which is what there is and 

all there is.






É verdade! Eu tive sempre uma curiosidade insaciável. Quando 

me interessava por alguma coisa, tinha de ir pesquisar até onde 

chegasse a minha paciência e engenho. Sabia, por instinto, que o 

saber é um tesouro inigualável, mas que para se aquirir esse

 mesmo conhecimento verdadeiro (= sabedoria) tínhamos de ir 

longe dos portos, mergulhar fundo no mar profundo e

regressar com o troféu tão desejado...

Muitos mestres tive eu; desde os mestres de escola, de

 universidade, de local de trabalho, de vida, até aos mestres de 

hoje, que me rodeiam e me inundam com o seu amor fraterno 

e sem condições. 

Falo dos mestres que estão neste mundo e dos que não estão...

A Internet não é o único veículo de conhecimento, para mim,

 pelo menos. 


Mas é um instrumento poderoso, que pode ser usado 

para o bem e para o mal; pode ser usado como uma droga ou 

como alimento espiritual genuíno; está nas tuas mãos, depende

 inteiramente de ti: Podes decidir servir-te da Internet segundo

 tua ajuízada decisão, ou apenas por imitação, por preguiça

 mental, a pior de todas.

Sinto gratidão por todos os instrumentos de auto-ajuda, dos quais

me tenho socorrido, em várias circunstâncias. 



Alain de Botton - «The Book of Life»












Gosto de escolher criteriosamente a minha música, aquela que

 está apropriada para um determinado momento, para um estado 

energético do meu ser. 

Muitas vezes danço ao som da música que estou a ouvir, no meu 

estúdio. Nem sempre é convencionalmente chamada música

 «para dançar». 






Os vídeos e outros recursos da Internet, que eu escolho, o que os

 caracteriza, é a sua perfeita adaptação para certos estados que

 eu tenho vivido. Assumindo inteiramente a responsabilidade 

sobre as «comidas» com que alimento o meu espírito, vivo 

melhor, mais livre.


 Esta é uma espécie de auto-terapia, derivada do que 

 resulta comigo, empiricamente. Serve-me bem, mas pode não

 te servir, de modo nenhum, caro leitor...Somente à tua pessoa

 compete decidir sobre o relacionamento com a Internet!

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Leitura da «Paixão Segundo São Mateus» de J.S. Bach

                            https://www.youtube.com/watch?v=xkm19nfaXl4

Coro inicial da «Paixão Segundo São Mateus» J.S. Bach:

O contexto da oratória no século XVIII - na época de Bach, em particular - é o pietismo, no qual há uma sistemática procura de uma identificação com Cristo, por parte do crente...Cada obra do género oratória (ópera sacra ou «drama em música») tem como objetivo assumido, pelo compositor e toda a comunidade, de propiciar a  elevação das almas dos crentes. 
A força deste género de obra músical decorre da sua espiritualidade manifesta e da proximidade ao povo de Deus, pois a sua matéria-prima é idêntica à da música corrente na época, dentro e fora da igreja. O povo de Deus reúne-se e participa ativamente, cantando, pois os coros inseridos nas oratórias são corais, que a assembleia reunida para o culto luterano, está acostumada a entoar todos os domingos. A Paixão de Cristo é vivida/sentida por todos: estão a «reatualizar», no sentido de «reviver simbolicamente», a Paixão de Cristo. É portanto um  ato religioso, dotado dum aparato musical considerável e de grande beleza estética. 
Para a teologia e pastoral luteranas não há música demasiado bela para cultuar a Deus, toda a música bela é matéria-prima legítima e adequada, para cantar a Glória de Deus. O seu simbolismo apela para uma meditação sobre o Corpo de Deus/Corpo Divino: «Olha para o Cordeiro que vai ser imolado, Redentor dos pecados do mundo». Pela virtude libertadora da música, o crente conhece o caminho da redenção. 
Esta leitura é perfeitamente canónica em termos teológicos.


A introdução instrumental corresponde à apresentação genérica do tema melódico do coral que se segue, mas também «dá o tom» solene do «drama  em música» que se vai desenrolar.

A «dança» implícita neste pulsar rítmico vai levar ao tema do coral de abertura, cuja letra resume a mensagem da Paixão, tal como no coro da tragédia grega clássica. O paralelo não pode ser fortuito, pois a referência aos modelos da antiguidade greco-romana, na época de Bach, era constante.  

A estrutura musical do primeiro coral da Paixão “Kommt, ihr Töchter, helft mir klagen desenrola-se na estrutura -pergunta e resposta – o que é reforçado pela divisão do coro em dois: 

C1: Vinde filhas, auxiliai-me no pranto,
C1: Vêde!
C2: -Quem?
C1: O Noivo.
C1: Vêde, ele!
C2: Como?
C1: Como um Cordeiro
C1: Vêde!
C2: O quê?
C1: A sua paciência!
Etc…

A peça prossegue, em torno das mesmas linhas, constituindo  estas o fundamento da polifonia. Nota-se um pequeno interlúdio instrumental –semelhante à introdução – seguido por uma retomada com variação muito peculiar do coro inicial: por um lado, o tratamento em staccato do baixo contínuo, nas cordas,  por outro, no retomar das frases do coral, mas de forma separada: o efeito deste tratamento é um acentuar da dramaticidade, dum efeito de «pathos», para se chegar ao ponto culminante.   

Este coral introdutório é - em si mesmo - um monumento dentro do monumento que é a Paixão Segundo São Mateus. 
Não é possível decidir qual a componente que mais relevância teve na sua génese:- de ter sido, obviamente, composta com o objectivo de evangelizar, de edificar e fortificar os crentes;- ou desta música, inspirada na Paixão de Cristo, emergir como ato de piedade da mente profundamente devota de Bach. Pois ambas as motivações são perfeitamente compatíveis e complementares. 

O modo como esta peça é recebida pelo auditor, a ênfase que dá a este ou aquele aspeto, dependem da sua sensibilidade:
Para pessoas que se considerem não-cristãs, não-crentes, ou ateias, pode ser compreendida «racionalmente», como um monumento da música barroca. 
Mas, para pessoas sensíveis à transcendência, ao lado emocional, despertas para uma espiritualidade,  independentemente de terem ou não terem religião, esta composição tem um outro sabor: Ela é um veículo de encontro com o Amor Universal.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Música do País das Manhãs Calmas

O país das manhãs calmas, assim se chamava a Coreia, nos tempos longínquos em que irradiava a cultura mais requintada no extremo oriente, sob a égide de monarcas ilustres. 

Foi na Coreia que se criaram as condições para uma expansão do budismo para o Japão.

Este espírito beneficiou do antiquíssimo humus do chamanismo, que subsistiu como prática mágica e como parte integrante do Taoismo também, uma corrente filosófica que se fundiu com o budismo, em particular com a corrente Mahayana, dando a corrente Chan ou Zen.  

A filosofia do extremo oriente é orientada para o domínio prático. Tem como objectivo levar o individúo a fazer as melhores escolhas possíveis na sua vida. Os ensinamentos dos grandes mestres explicitam esta escolha deliberada pelo concreto.