Dia 24 de Junho vamos fazer a apresentação do novo número dos Cadernos Selvagens, a publicação trimestral da Fábrica de Alternativas. Esperamos contar com a presença de diversos autores dos textos publicados para falar um pouco sobre eles.
Às 20 horas teremos um jantar vegetariano para o qual pedimos que façam atempadamente a reserva para o mail: fabrica.de.alternativas@gmail.com
Basta, porque a media e as «autoridades» se multiplicam a dizer que «não é de origem criminosa» este incêndio florestal, como muitos em Portugal !
Há uma causa criminosa a todos estes incêndios que ninguém tem coragem de invocar nestas ocasiões; uma causa profunda, verdadeira, criminosa, pois existe o crime de desleixo, de não efectuar os tratamentos, o desbaste devido, de deixar ao abandono, «dá aquilo que der, mas eu não vou investir nem um tostão na manutenção deste pinhal, deste olival, deste eucaliptal, etc».
O Estado é conivente porque não promove o ordenamento do território. Por omissão, também se é criminoso; os políticos que se sucedem nas administrações florestais, nos ministérios da agricultura, do ambiente, etc: esse conjunto de pessoas, é responsável por omissão.
Os órgãos políticos do Estado, desde a presidência da república, assembleia da república, até ao governo, porque têm leis e não as aplicam, não fiscalizam a sua aplicação.
Enfim, os próprios cidadãos, porque são demasiado indulgentes consigo próprios e com os políticos que elegeram, porque não se dão ao trabalho de pensar na origem de todas essas catástrofes periódicas que nos assolam a cada Verão.
O povo português reage como se estes imensos fogos fossem uma fatalidade, mas não são: são produto da enorme falta de cuidado pelo nosso próprio património!!!!!!!
Há muito tempo que tenho pensado escrever o que fui aprendendo, de várias entidades e pessoas que se têm dedicado ao clima, quer as que se colocam no campo das «alterações climáticas», quer as opostas ou cépticas.
Este debate tem sido cientificamente pouco esclarecedor, porque as pessoas - do interior das ciências da Terra e do Clima - que se têm posicionado contra os modelos da NASA ou o painel da ONU, são sistematicamente arredadas da discussão.
Veja-se, sobre o mesmo tema, o meu artigo anterior postado aqui.
Recentemente, visualizei este vídeo abaixo, que mostra uma audição numa comissão do Senado dos EUA, com um cientista, Don Easterbrook (geólogo) crítico da narrativa dominante.
É longo, mas justifica-se uma atenta visualização.
O seu testemunho é impecável de rigor, não deixando dúvidas sobre a maneira como os dados são traficados, sucessivamente, para encaixar na narrativa dominante.
Muito importante em termos científicos é o facto de que a relação de causalidade entre aquecimento global e aumento do CO2 atmosférico foi demonstrada, por ele, estar completamente falseada, invertida: os episódios de aquecimento global (que duram cerca de 30 a 40 anos, seguidos de períodos semelhantes de arrefecimento global) não são consequência do aumento do CO2 atmosférico.
Dois conjuntos de dados vêm apoiar esta afirmação:
1) Durante um período, cujo pico foi em meados da década de 30 do século XX, não havia ainda um aumento significativo da concentração de CO2, tendo porém havido aumento das temperaturas correspondentes a máximos iguais ou superiores aos registados nos finais do mesmo século.
O registo climático de longo prazo, a análise de amostras das camadas de gelo acumulado na Antártida desde há milhares ou mesmo milhões de anos, mostra ter havido episódios numerosos de aquecimento, sem que estes pudessem ser atribuídos a atividades antropogénicas.
2) Os registos do aumento de CO2 atmosférico mostram que estes sucedem aos aumentos de temperatura; eles não os precedem, como seria lógico, caso a teoria do aumento antropogénico da temperatura terrestre fosse correta. De facto, sabe-se que o sistema oceano-atmosfera funciona como um todo, em que a circulação do CO2 se reparte, segundo um equilíbrio físico-químico, onde a solubilidade na água do gás carbónico depende da temperatura; quanto mais elevada a temperatura, menor a solubilidade do CO2 na água. Nos períodos de aquecimento climático, ao longo das eras, há um aumento da temperatura da água oceânica, seguido do aumento do CO2 atmosférico. Este fenómeno é explicado pela diminuição da solubilidade do CO2 e, portanto, do aumento do CO2 na atmosfera.
Verifica-se que se arvoram em «especialistas» pessoas que não o são; as pessoas que constroem modelos matemáticos são cientistas de computação; não são climatólogos.
Pessoas que negam a palavra aos cientistas críticos do modelo dominante são temerosas da verdade; não argumentam, apenas censuram.
Muitos outros dados são relevantes, mas penso que a audição atenta da sessão referida poderá esclarecer as pessoas mais motivadas. O inglês falado não é sempre muito inteligível, para pessoas não anglofalantes, principalmente.
Gostava de chamar a atenção para a questão perversa do «peer reviewing» (avaliação pelos pares) levantada por um senador, no final da audição: O cientista confirmou a existência de uma grande quantidade de artigos favoráveis e uma quase ausência de artigos não favoráveis à concentração do CO2 como causa do aquecimento global. Porém, denunciou a sistemática censura dos conselhos que selecionam os artigos, como admissíveis ou não, nas diversas revistas científicas: algo que vá contra o «consenso climático», pura e simplesmente não tem hipótese de ser publicado; é logo rejeitado à partida.
QUAL A MOTIVAÇÃO PROFUNDA PARA ESTA FRAUDE?
A audição em causa não esclarece isto, mas existe um argumento, não científico mas político, que explica o consenso fabricado e o grande desejo das forças globalistas (dominando governos, instâncias internacionais, grandes corporações e finança) em afirmar a agenda das «alterações climáticas».
O principal interesse dos globalistas é - sem dúvida - a «taxa carbono»: segundo eles, a panaceia que iria salvar o clima.
Mas nós sabemos que ela se destina apenas a salvar a banca e a finança mundiais e instaurar uma ordem nova global, o governo único mundial, com a regulação e o controlo das instâncias globais (ONU; OMC; FMI; Banco Mundial; etc).
Sabemos como a desregulamentação da finança, sobretudo desde a remoção da lei Glass-Steagal nos EUA, em finais do século XX, tal como o comportamento totalmente irresponsável dos bancos centrais, tem estado a fazer crescer a dívida pública e privada para níveis incomportáveis e ingeríveis.
Pois bem, a taxa carbono será um enorme fundo financeiro, a ser gerido pela banca internacional (uma mera dúzia de bancos, de dimensão planetária), que irá acrescentar liquidez e assim tapar os buracos enormes causados pela constante impressão monetária e especulação.
Será um imposto sobre o ar, que irá fazer literalmente encarecer tudo o que os cidadãos comuns consomem, supostamente em nome de uma causa ecológica, mas que não tem nada que ver com o clima.
Trata-se da maior fraude científica, ao serviço da salvação do sistema financeiro e da estrutura do capitalismo do presente. Devíamos estar gratos aos cientistas que a desmascaram. Devíamos ter as maiores suspeitas sobre os consensos fabricados.
A fraude pega porque as pessoas estão inquietas pelo seu bem-estar, pelo equilíbrio do ecossistema por um lado, e, por outro, porque não podem dominar todas as áreas científicas envolvidas.
Como é que os grandes bancos dos EUA, ao serviço do Banco central, falsificam o mercado do ouro e da prata e porquê: 20 minutos de grande qualidade, para quem quer compreender porque razão o preço destes metais é obviamente falsificado, com a conivência das autoridades.
Explica também como é que os Neo-Conservadores tomaram conta - há decénios - da política externa dos EUA e do perigo de uma guerra global, que será nuclear.
Imagem: Fresco de Pompeia representando Cassandra, ao centro, profetiza a destruição de Troia.
Á esquerda, Priam com Pâris criança. À direita, o guerreiro é Heitor.
Cassandra, filha do Rei de Troia, segundo a lenda, tinha o dom divinatório; mas o deus Apolo amaldiçoou-a com a incredulidade dos seus contemporâneos, para se vingar de ela se ter furtado aos seus avanços.
Não serei eu a posar como Cassandra, com certeza. Limito-me a ouvir diversas vozes que se erguem, nos vários sectores de analistas de política, geoestratégia, de economia e outras disciplinas, tentando fazer uma ideia própria do que se está passando, nestes últimos decénios e na atualidade.
Um dos fenómenos que tenho observado, é que o público em geral e, sobretudo, aqueles que teriam mais a ganhar em ouvir atentamente previsões e análises de indivíduos esclarecidos, negam peremptoriamente ou diminuem o valor de quaisquer análises, quando estas contrariam os seus preconceitos.
Estão muito mais atentos à identidade do mensageiro do que à natureza intrínseca da mensagem que ele (ou ela) transporta.
Um indivíduo aderente a uma dada escola da economia, a uma dada corrente da política, etc. tem o ouvido atento às vozes, exclusivamente das suas fileiras, que vêm reforçar os seus preconceitos (mas que considera verdades insofismáveis).
Porém, repudia ou menospreza de forma altaneira, quaisquer análises, reflexões, mesmo se baseadas em informações factuais, caso estas tenham proveniência de sector que não seja o seu, ou venham de quem ele considera contrário.
Uma situação assim ocorreu comigo, para minha perplexidade, ao me debater com a não-inscrição de um professor universitário de economia. Ele tem protagonizado uma campanha pela saída de Portugal do Euro. Porém, contrariamente a outros críticos do euro, não põe em causa o papel dos bancos centrais na crise financeira que ocorreu em 2007/2008 e cujos efeitos desastrosos se têm prolongado até hoje. A sua reação de denegação da realidade que lhe apresentei não é racional, mas emotiva.
Tem uma ideia apriorística, preconiza um determinado caminho para a saída de Portugal da Eurolândia, juntamente com outras pessoas. Curiosamente, deste grupo de pessoas, muitas são marxistas, possuem portanto outra ideologia, travestida de ciência.
Longe de mim pretender ser Cassandra. Nem aconselho ninguém a sê-lo, num país de vistas tão curtas, tão mesquinhas e em que as pessoas não são capazes de reconhecer que se enganaram, não são capazes de se auto-criticar.
Compreendo que muita gente queira ignorar os perigos para os quais tento dar o alerta, tal como acontecia com os que ouviam e não acreditavam em Cassandra.
Pois eu digo verdades que não são ao seu gosto, digo coisas que não possuem os acordes e melodias usuais nas suas capelinhas ideológicas, sobretudo mostro coisas que eles/elas preferem ignorar, porque, se as encarassem de frente, teriam de rever a sua falsa noção de normalidade: teriam de descolar do preconceito da normalidade, ou seja, do futuro como mera projeção do presente, com algumas modificações de pormenor, mas essencialmente na mesma...
Eu não pretendo ser Cassandra... porém vou buscar os dados aonde eles estão; vou buscar a verdade esteja ela onde estiver, não vou fechar-me a uma informação só porque essa informação é veiculada por alguém que não partilha as minhas convicções.
No fundo, apenas pretendo exercer o espírito crítico na análise política, geopolítica, económica, sociológica.
As metodologias e formas de tratar o real, corriqueiras nas ciências «duras» (a biologia, a química, etc.) são adaptáveis às ciências humanas. Em biologia, por exemplo, é claro que se deve evitar a subjetividade, que se devem examinar todas as hipóteses, sem descartar a priori as que são emitidas por alguém que não seja do nosso agrado, etc.
Nas ciências humanas (das quais a Economia faz parte) este tipo de comportamento sofre muitas vezes desvios significativos. Nada é «desapaixonado» nas ciências humanas, pois tudo é esgrimido, de uma ou doutra forma, para fazer avançar determinada corrente teórica, que se traduz in fine num determinado ponto de vista político.
As pessoas deviam estar conscientes da voluntária cegueira de muitos intelectuais.
Deveriam aperceber-se que existe um enviesamento, retirando às suas análises a fria lucidez, fruto de um espírito racional, que eles pretendem ser.
Imaginem* um casino... Mas um casino com regras muito especiais.
Os croupiers têm instruções para irem dando sempre mais crédito aos jogadores, entusiasmados pelos activos de fantasia nos seus investimentos especulativos, sempre com mais dígitos electrónicos.
Algo que faz subir níveis dos neurotransmissores, que dão sensações de excitação e de prazer, aos jogadores adictos.
Só que os empréstimos obtidos pelos jogadores junto dos croupiers, têm como contrapartida coisas sólidas - joias, valiosos quadros, terrenos, imóveis, títulos industriais- dadas como garantia.
O jogo pode prosseguir quase indefinidamente; de vez em quando, um jogador fica falido e suicida-se.
Mas nenhum dos jogadores abandona o casino por causa disso, antes reforça suas apostas temerárias.
O dono do casino, entretanto, não está preocupado com os acontecimentos.
No momento que lhe parecer mais conveniente, dá uma ordem discreta aos croupiers para que comecem a fazer os jogadores perder.
Toda a gente sabe que, neste casino, tudo - as «slot-machines», as roletas e as cartas nas mesas jogo - está viciado, mas os jogadores não se importam, continuam jogando por adicção.
Começam a perder, têm «azar». A certa altura, esgotam-se lhe as fichas e vão procurar mais crédito; só então se apercebem que terão de desfazer-se dos tais bens dados em garantia. Têm de vendê-los por uma pechincha.
O dono do casino, que também é o único comprador desses tais bens «no mercado», obtém duplo ganho: ganha nas mesas de jogo e, depois, ganha ao comprar bens valiosos, por quase nada.
Neste jogo perverso, os tais jogadores inveterados, compulsivos e adictos, jogam sempre mais do que os seus capitais próprios,
usando e abusando do dinheiro e dos bens de outros.
Estes outros, são pacatos cidadãos que, na sua ingenuidade, acreditaram na palavra dos financeiros e dos governos, de que o seu dinheiro está «garantido e seguro» nas mãos dos tais jogadores, de que eles podiam estar perfeitamente tranquilos.
Por estas e por outras é que - a certa altura - se dão revoltas, explosões sociais, revoluções.
(*) Nota: Na realidade, não é preciso imaginar nada: a realidade que está perante todos é esta mesma, só que em vez de «casino» e outros termos, eles usam expressões mais «polidas» como «economia de mercado», etc...