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domingo, 1 de setembro de 2024

NUNCA ESTIVEMOS TÃO PRÓXIMOS DUMA GUERRA NUCLEAR (Entrevista com Ray McGovern)

 Ray Mc Govern, ex-analista da CIA, explica o que está em jogo entre as grandes potências. Ele consegue estar «dentro das cabeças», não só de Putin e de Xi Jin Pin, como também de vários presidentes dos EUA. 

O testemunho dele é fantástico, na medida em que nos fornece explicações plausíveis de como funciona a tomada de decisão dos decisores máximos e dos seus conselheiros. 

Sem dúvida, esta entrevista é a mais densa de informação com que me deparei nestes últimos meses.


Texto de apresentação da entrevista:

The real meaning of Jake Sullivan's China trip has nothing to do with US-China relations and everything with the war in Ukraine, says Ray McGovern, a renowned US intelligence analyst. Sullivan went to China to sound out the possible Chinese reactions to a US escalation of the Ukraine proxy-war with the use of the last weapons that the American's have not yet shipped to its Kiev war-implementation partner, namely tactical nukes. However, it is also clear that the Chinese would react to such an escalation in their very own ways. 

Ray's Twitter/X profile:

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Relacionado:

Artigo de Lucas Leiroz de Almeida

quarta-feira, 31 de março de 2021

NEW YORK TIMES E A CAMPANHA DE DESINFORMAÇÃO CONTRA CHINA E RÚSSIA


As linhas abaixo são a tradução de um excelente artigo de «Moon Of Alabama». O artigo completo (em inglês) encontra-se aqui

«... Eis a declaração conjunta do encontro Lavrov-Wang Yi que contradiz a insinuação do New York Times :

O mundo entrou num período de elevada turbulência e de mudança rápida. Neste contexto, apelamos à comunidade internacional para pôr de lado quaisquer diferenças e fortalecer a compreensão mútua, edificando a cooperação no interesse da segurança global e da estabilidade geopolítica,  para contribuir para uma ordem mundial mais justa, mais democrática e racional.
  1. Todos os direitos humanos são universais, indivisíveis e interrelacionados...
  2. A democracia é uma das realizações da humanidade...
  3. A Lei Internacional é uma condição importante para a continuação do desenvolvimento da humanidade. ...
  4. Ao promover a cooperação multilateral, a comunidade internacional tem de aderir a princípios tais como a abertura e a igualdade, a abordagem não ideológica.... 

(Nota: para avaliar como o NYT distorce e inventa declarações, veja o que disse o ministro dos negócios estrangeiros chinês Wang Yi )

O Ministério dos Negócios Estrangeiros Chinês informa sobre  a publicação da Declaração em Quatro Pontos, citando Wang Yi :

Hoje, iremos publicar a declaração conjunta sobre vários assuntos relativos à governança global, expondo a essência de conceitos fundamentais tais como direitos humanos, democracia, ordem internacional e multilateralismo, reflectindo as exigências colectivas da comunidade internacional, em especial, dos países em desenvolvimento. Apelamos a todos os países a participar e a melhorar a governança global no espírito de abertura, inclusão e igualdade, abandonando a mentalidade de soma zero e o preconceito ideológico, pondo fim à interferência nos assuntos internos de qualquer país, favorecendo o bem-estar dos povos de todos os países através de diálogo e cooperação e construção conjunta de uma comunidade com um futuro partilhado para toda a humanidade.

Em caso algum a China rejeitou os direitos humanos, a democracia ou o direito. O autor do New York Times simplesmente fabricou isso. »

Leia artigo completo em inglês, aqui

Meu comentário: Sei que estas declarações são formais, sei que existe uma distância entre as declarações e as realidades no terreno. 

Mesmo assim, o que fez o NYT é essencialmente desinformar, pois as pessoas poderão ser levadas a acreditar que a posição oficial conjunta dos ministros dos negócios estrangeiros dos dois países é de arrogância, de querer «dar lições aos EUA» e de desprezo pelo direito e legalidade internacionais. 

Este tipo de falsificação é recorrente e estende-se a uma série de artigos, deste e doutros jornais, quando se trata da Rússia e/ou da China. 

Os media, ditos «de referência», transformaram-se em armas de propaganda, sem qualquer objectividade, apostados em condicionar a opinião pública e a fazê-la aceitar como «inimigos» estes países...   

É este o nível confrangedor do direito à informação - e, logo, à própria democracia -  nos EUA e nalguns outros países ocidentais.

PS: Estamos já na 3ªguerra mundial, pois se aplica a célebre citação, atribuída a Ésquilo: «Na guerra, a verdade é a primeira vítima.»