As linhas abaixo são a tradução de um excelente artigo de «Moon Of Alabama». O artigo completo (em inglês) encontra-se aqui.
«... Eis a declaração conjunta do encontro Lavrov-Wang Yi que contradiz a insinuação do New York Times :
O mundo entrou num período de elevada turbulência e de mudança rápida. Neste contexto, apelamos à comunidade internacional para pôr de lado quaisquer diferenças e fortalecer a compreensão mútua, edificando a cooperação no interesse da segurança global e da estabilidade geopolítica, para contribuir para uma ordem mundial mais justa, mais democrática e racional.
- Todos os direitos humanos são universais, indivisíveis e interrelacionados...
- A democracia é uma das realizações da humanidade...
- A Lei Internacional é uma condição importante para a continuação do desenvolvimento da humanidade. ...
- Ao promover a cooperação multilateral, a comunidade internacional tem de aderir a princípios tais como a abertura e a igualdade, a abordagem não ideológica....
(Nota: para avaliar como o NYT distorce e inventa declarações, veja o que disse o ministro dos negócios estrangeiros chinês Wang Yi )
O Ministério dos Negócios Estrangeiros Chinês informa sobre a publicação da Declaração em Quatro Pontos, citando Wang Yi :
Hoje, iremos publicar a declaração conjunta sobre vários assuntos relativos à governança global, expondo a essência de conceitos fundamentais tais como direitos humanos, democracia, ordem internacional e multilateralismo, reflectindo as exigências colectivas da comunidade internacional, em especial, dos países em desenvolvimento. Apelamos a todos os países a participar e a melhorar a governança global no espírito de abertura, inclusão e igualdade, abandonando a mentalidade de soma zero e o preconceito ideológico, pondo fim à interferência nos assuntos internos de qualquer país, favorecendo o bem-estar dos povos de todos os países através de diálogo e cooperação e construção conjunta de uma comunidade com um futuro partilhado para toda a humanidade.
Em caso algum a China rejeitou os direitos humanos, a democracia ou o direito. O autor do New York Times simplesmente fabricou isso. »
Leia artigo completo em inglês, aqui.
Meu comentário: Sei que estas declarações são formais, sei que existe uma distância entre as declarações e as realidades no terreno.
Mesmo assim, o que fez o NYT é essencialmente desinformar, pois as pessoas poderão ser levadas a acreditar que a posição oficial conjunta dos ministros dos negócios estrangeiros dos dois países é de arrogância, de querer «dar lições aos EUA» e de desprezo pelo direito e legalidade internacionais.
Este tipo de falsificação é recorrente e estende-se a uma série de artigos, deste e doutros jornais, quando se trata da Rússia e/ou da China.
Os media, ditos «de referência», transformaram-se em armas de propaganda, sem qualquer objectividade, apostados em condicionar a opinião pública e a fazê-la aceitar como «inimigos» estes países...
É este o nível confrangedor do direito à informação - e, logo, à própria democracia - nos EUA e nalguns outros países ocidentais.
PS: Estamos já na 3ªguerra mundial, pois se aplica a célebre citação, atribuída a Ésquilo: «Na guerra, a verdade é a primeira vítima.»
3 comentários:
Que não esqueçamos, nem um instante, os horrendos crimes dos EUA em relação ao Iraque e em relação à Líbia.
Vejam: https://www.youtube.com/watch?v=qZkxaEC1xjY
https://www.youtube.com/watch?v=0D77XLKWTPA&feature=youtu.be
A campanha para fazer crer que no Xinjiang ocorre um «genocídio» é escalpelizada por Max Blumenthal e Daniel Dumbrill, um canadiano que viveu 10 anos na China.
Propaganda disfarçada de informação. Este artigo analisa métodos de conotação negativa dos governos que não agradam aos EUA:
https://caitlinjohnstone.com/2021/04/09/regime-and-ccp-propaganda-tools-for-dissociating-a-targeted-nation-from-its-government/
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