quarta-feira, 31 de março de 2021

NEW YORK TIMES E A CAMPANHA DE DESINFORMAÇÃO CONTRA CHINA E RÚSSIA


As linhas abaixo são a tradução de um excelente artigo de «Moon Of Alabama». O artigo completo (em inglês) encontra-se aqui

«... Eis a declaração conjunta do encontro Lavrov-Wang Yi que contradiz a insinuação do New York Times :

O mundo entrou num período de elevada turbulência e de mudança rápida. Neste contexto, apelamos à comunidade internacional para pôr de lado quaisquer diferenças e fortalecer a compreensão mútua, edificando a cooperação no interesse da segurança global e da estabilidade geopolítica,  para contribuir para uma ordem mundial mais justa, mais democrática e racional.
  1. Todos os direitos humanos são universais, indivisíveis e interrelacionados...
  2. A democracia é uma das realizações da humanidade...
  3. A Lei Internacional é uma condição importante para a continuação do desenvolvimento da humanidade. ...
  4. Ao promover a cooperação multilateral, a comunidade internacional tem de aderir a princípios tais como a abertura e a igualdade, a abordagem não ideológica.... 

(Nota: para avaliar como o NYT distorce e inventa declarações, veja o que disse o ministro dos negócios estrangeiros chinês Wang Yi )

O Ministério dos Negócios Estrangeiros Chinês informa sobre  a publicação da Declaração em Quatro Pontos, citando Wang Yi :

Hoje, iremos publicar a declaração conjunta sobre vários assuntos relativos à governança global, expondo a essência de conceitos fundamentais tais como direitos humanos, democracia, ordem internacional e multilateralismo, reflectindo as exigências colectivas da comunidade internacional, em especial, dos países em desenvolvimento. Apelamos a todos os países a participar e a melhorar a governança global no espírito de abertura, inclusão e igualdade, abandonando a mentalidade de soma zero e o preconceito ideológico, pondo fim à interferência nos assuntos internos de qualquer país, favorecendo o bem-estar dos povos de todos os países através de diálogo e cooperação e construção conjunta de uma comunidade com um futuro partilhado para toda a humanidade.

Em caso algum a China rejeitou os direitos humanos, a democracia ou o direito. O autor do New York Times simplesmente fabricou isso. »

Leia artigo completo em inglês, aqui

Meu comentário: Sei que estas declarações são formais, sei que existe uma distância entre as declarações e as realidades no terreno. 

Mesmo assim, o que fez o NYT é essencialmente desinformar, pois as pessoas poderão ser levadas a acreditar que a posição oficial conjunta dos ministros dos negócios estrangeiros dos dois países é de arrogância, de querer «dar lições aos EUA» e de desprezo pelo direito e legalidade internacionais. 

Este tipo de falsificação é recorrente e estende-se a uma série de artigos, deste e doutros jornais, quando se trata da Rússia e/ou da China. 

Os media, ditos «de referência», transformaram-se em armas de propaganda, sem qualquer objectividade, apostados em condicionar a opinião pública e a fazê-la aceitar como «inimigos» estes países...   

É este o nível confrangedor do direito à informação - e, logo, à própria democracia -  nos EUA e nalguns outros países ocidentais.

PS: Estamos já na 3ªguerra mundial, pois se aplica a célebre citação, atribuída a Ésquilo: «Na guerra, a verdade é a primeira vítima.»

3 comentários:

Manuel Baptista disse...

Que não esqueçamos, nem um instante, os horrendos crimes dos EUA em relação ao Iraque e em relação à Líbia.
Vejam: https://www.youtube.com/watch?v=qZkxaEC1xjY

Manuel Baptista disse...

https://www.youtube.com/watch?v=0D77XLKWTPA&feature=youtu.be

A campanha para fazer crer que no Xinjiang ocorre um «genocídio» é escalpelizada por Max Blumenthal e Daniel Dumbrill, um canadiano que viveu 10 anos na China.

Manuel Baptista disse...

Propaganda disfarçada de informação. Este artigo analisa métodos de conotação negativa dos governos que não agradam aos EUA:
https://caitlinjohnstone.com/2021/04/09/regime-and-ccp-propaganda-tools-for-dissociating-a-targeted-nation-from-its-government/