Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.
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domingo, 7 de maio de 2023

BIDEN PRESSIONADO A DEMITIR-SE?

   https://www.zerohedge.com/political/watch-live-comer-unveils-evidence-biden-family-corruption



Pouco sei sobre as intrigas que envolvem a Casa Branca e o Capitólio em Washington. 
Mas, recentemente tenho visto uma profusão de notícias sobre os momentos denunciadores de senilidade ou mesmo completa desorientação de Joe Biden. São os mais próximos colaboradores do Presidente Biden, que mais divulgam as suas falhas cognitivas, de memória, de orientação, etc.
Como estas coisas não acontecem por acaso, sobretudo com a media «mainstream» dominada pelo partido Democrata, pelos neocons e pelos interesses económicos que sustentam ambos, coloquei a hipótese de que Biden estava a ser empurrado para apresentar a demissão (por motivos de saúde).
A surpresa para os que tentavam fazer a transição «soft» para a substituição pela vice-presidente Kamala Harris, nomeadamente os Obama (Barack e Michelle) e associados, veio quando Biden anunciou, sem avisar ninguém, a REALIZAÇÃO DUMA CONFERÊNCIA.
Os que defendiam que Kamala Harris devia ser rapidamente empossada, para concorrer já como presidente interina e ganhar contra Donald Trump, viram o perigo. Pois esta manobra de Biden mostrou-lhes que ele não está disposto a fazer-lhes a vontade e a largar o poder «sem fazer ondas». Então, «os que puxam os cordelinhos», decidiram fazer avançar o volumoso dossier que tinha ficado parado, desde antes da campanha eleitoral de Biden contra Trump.
Se não formos inteiramente ingénuos, percebemos que estas coisas não surgem em simultâneo, por «coincidência».
Aliás, aquilo que agora se revela, já estava descrito por extenso e em detalhe, com abundantes provas, num livro que li, há quase um ano (em Junho de 2022), chamado «Red Handed». Assinalei seu conteúdo no artigo «DEMOCRACIA NÃO É LOBBYISMO».
Neste livro, estão documentados casos graves de corrupção envolvendo o Partido Comunista da China e importantes políticos dos partidos Republicano e Democrata. Um capítulo do livro é inteiramente dedicado às «aventuras chinesas» de Hunter Biden e a conivência ativa no negócio de Joe Biden.
O autor - Peter Schweizer - tomou certos riscos. Mas, ninguém lhe moveu um processo por difamação. Isto, porque as pessoas postas em causa contaram com a media, para que as revelações do livro passassem despercebidas junto do público americano.

Agora, temos uma guerra entre a OTAN e a Rússia, no terreno da Ucrânia. O risco de guerra nuclear nunca foi tão elevado. Há poucas horas, o Presidente Putin declarou que os atentados com drones ao Senado da Rússia no Kremlin e contra uma refinaria na Rússia, eram da responsabilidade dos EUA. Se isto não significar uma escalada, envolvendo diretamente forças dos EUA e da Rússia, estamos com muita sorte.
Eu temo que haja falta de bom-senso de qualquer dos lados.  Deviam parar a escalada e sentarem-se à mesa, nem que seja em negociações secretas, só tornadas públicas em caso de poderem prosseguir, como é usual em diplomacia.

PS1: O Império está numa crise profunda. Quer à esquerda quer à direita, do espectro político, há vozes que se levantam e denunciam a profunda corrupção dos atores. O sistema tornou-se disfuncional, o que quer dizer que já não satisfaz os interesses de classe dos capitalistas mas apenas duma clique corrupta e parasitária.
Veja:

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

A ILHA FORMOSA (TAIWAN) E PORTUGAL

 

Eu prefiro a designação «Formosa» dada a essa ilha dos mares do Sul da China pelos portugueses, no século XVI, quando tinham alcançado com suas frotas mercantes esses mares e tinham ajudado o Império do Meio a ver-se livre de piratas que enxameavam a costa. Os portugueses eram força ínfima, face à força considerável do Império da China. Este Império, no seu auge de poderio era generoso para com estrangeiros, desde que estes fossem não hostis. Ofereceu à coroa portuguesa o estabelecimento de um entreposto de comércio, num ponto da costa. Assim, Macau (Cidade do Nome de Deus), nunca foi uma colónia portuguesa, mas um porto franco. No contexto político regional de então, a aliança estabelecida entre o Reino de Portugal e o Império da China foi - antes de mais - construída sobre a base pragmática do interesse mútuo. Era a primeira versão marítima das Rotas da Seda. As Rotas da Seda terrestres passavam, como é sabido, pela Ásia Central e Médio Oriente, transportando preciosos bens nos dorsos de dromedários. 

Era a Rota das Especiarias dos portugueses, que se estendia até às ilhas ricas em especiarias que hoje são parte da Indonésia. Este comércio era muito perigoso, devido aos piratas que infestavam os mares. Sabem-no os que leram a «Peregrinação» de Fernão Mendes Pinto - um relato autobiográfico de viagens pelo Oriente tão vívido e rigoroso, que continua a ser um precioso repositório de dados sobre os reinos do extremo-oriente da época e sobre o relacionamento dos portugueses com eles.

Mas, a Ilha Formosa - para darmos um salto até ao século XX - parte integrante da China histórica, foi refúgio do Kuomintang, ou seja, do partido nacionalista que combateu contra o Partido Comunista da China na guerra civil, que se traduziu pela derrota dos nacionalistas e pela proclamação de República Popular da China, em 1949. No decurso dessa longa guerra civil e de libertação contra os invasores japoneses, os do Kuomintang não foram sempre adversários dos exércitos imperialistas japoneses, havendo casos em que o exército comunista teve de combater ao mesmo tempo dois inimigos, os nacionalistas e os japoneses. 

                              Chiang Kai-shek, quando jovem 

O refúgio da ilha Formosa, para Chiang Kai-shek e o seu derrotado exército do Kuomintang, foi tornado possível pela assistência - o salvamento - dos americanos, que eram seus aliados. 

Os americanos - em 1945 - tinham já vencido militarmente o exército imperial japonês e, apesar de tudo, cometeram o maior crime contra a humanidade, em Hiroxima e Nagasaki. Note-se que os japoneses tinham previamente dado múltiplos sinais diplomáticos de que desejavam render-se aos americanos, por medo de serem invadidos e ocupados pelo exército soviético. O apoio americano ao Kuomintang deu-se no contexto da nascente Guerra Fria, perante uma União soviética vitoriosa, que eles temiam se alastrasse pelos territórios do extremo-oriente. 

Aliás, já em finais da IIª Guerra Mundial, a luta entre Partido Comunista e Kuomintang assumiu rapidamente o significado de luta entre a URSS e os EUA, uma das guerras por procuração (proxi wars) que marcaram o pós-II Guerra Mundial. O período de 1945-1991, não foi um período de paz, nem de «Guerra Fria» sequer, mas uma sucessão ininterrupta de guerras regionais, bem «quentes» e mortíferas, com exércitos ou grupos de guerrilha, pertencentes a fações opostas, apoiadas pelas forças da NATO e dos EUA, por um lado;  pela URSS + outros membros do Pacto de Varsóvia e pela China Popular, por outro. 

A sabedoria da civilização multimilenar chinesa, explica -em grande parte - que a China continental não tenha nunca invadido Taiwan/Formosa, como não invadiu Hong-Kong, nem Macau. A sabedoria filosófica do Confucionismo, conjugada com o Taoismo de Lao Tseu, deu o saber teórico e prático de como conduzir os assuntos do Estado, sendo a Arte da Guerra  do general Sun Tzu  a obra literária de estratégia -política e militar - mais conhecida, no Ocidente.

Eu acredito que as pessoas com responsabilidades políticas, de um e outro lado do estreito, que separa a Ilha Formosa da China Continental, tenham em conta os interesses respetivos dos povos, que governam. Acredito que resistirão às provocações e manipulações dos imperialistas anglo-americanos, que nunca param de se imiscuir em assuntos internos dos chineses. Se o povo da Ilha Formosa se considera parte da «China eterna», independentemente do que pense sobre o regime que vigora em Pequim, se o regime do Partido Comunista da China Continental respeita a sua própria palavra solene dada perante todo o povo (e internacionalmente), então os respetivos líderes encontrarão uma solução que será pacífica e que pode até ser um modelo de conciliação nacional. 

- Será sonhar demais? 

- Não me parece, pois a civilização chinesa, a mais antiga e sábia civilização que superou tantos momentos críticos da sua história, tem muito caminho para percorrer no futuro. 

Eu sei que Portugal é mantido, politica e militarmente, na contemporânea «prisão dos povos», a Aliança Atlântica, mas a vocação dos portugueses sempre foi universal. Penso que o coração deste pequeno povo está com a China e com seu povo.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

ESTUDANTES MARXISTAS NAS UNIVERSIDADES CHINESAS

                 

Pode parecer um pouco estranho que um grupo se denomine de «marxista» e não seja membro do PC Chinês ou das suas diversas organizações de juventude e estudantes, sobretudo num regime que erigiu como doutrina de Estado o marxismo-leninismo interpretado à maneira de Mao. 
Mas é isso que acontece, com um grupo que tem dado que falar e tem incomodado as autoridades académicas e outras. 
Este grupo defende lutas de trabalhadores e põe acima do sucesso nos estudos e da ascensão na carreira, a dedicação à causa do proletariado, como dificilmente conseguimos vislumbrar em qualquer faculdade do «Ocidente», nos dias que correm. Tem denunciado casos de assédio, de corrupção e incompetência, de abusos de poder e portanto, não podem ser «bem vistos» pela hierarquia. 

Tive conhecimento de que este grupo sofreu repressão e - por isso - penso ser importante divulgar estas notícias. Com efeito, duas destacadas activistas foram «desaparecidas»(*) e ninguém - nem os colegas, nem a família - sabem do seu paradeiro. 

                            

É preciso não esquecer que a maior concentração de riqueza  - colectivamente - são as famílias dos altos dignitários do regime. Muitos deles netos e bisnetos de líderes da época «heróica», são como uma espécie de aristocracia nascente, a qual controla sectores inteiros de indústria, tendo também fortunas no exterior da China, espalhadas por inúmeros activos - imobiliários e outros - como é do conhecimento geral. 
Por isso, não será fácil propagar e fazer sua a causa da emancipação do proletariado, nas condições reais, materiais, do regime chinês. Há muitas contradições entre o poder que se estabeleceu e a generalidade do povo trabalhador. O resultado disso, a mais breve ou longo trecho, será uma revolução, quando se tornar impossível continuar uma expansão (capitalista) da economia chinesa, tal qual tem ocorrido nestes três últimos decénios. 

Gostaria que as pessoas com ilusões sobre a China, enquanto sociedade socialista, como existem muitas em Portugal nas fileiras de partidos de esquerda e extrema-esquerda, se dessem ao trabalho de ver a realidade para lá dos slogans. 
Temos - enquanto país - todas as vantagens em ter um bom relacionamento com a República Popular da China, disso não tenho dúvidas. Porém, também me parece evidente a necessidade de um olhar crítico sobre o que se passa nesse imenso país. 

(*) Segundo as informações do artigo de «supchina» as militantes do grupo Yue e Gu continuavam desaparecidas à data da sua publicação, 15 de Novembro deste ano.