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sexta-feira, 5 de agosto de 2016
sexta-feira, 17 de junho de 2016
As Escolas Sem Muros Já Existem, Hoje
- Se o saber não ocupa lugar, se a Internet tem, no meio de tanto lixo,
algumas pedras preciosas, porque não fazer uma busca sistemática, cooperativa
de fontes livres e grátis de saberes?
- Vamos construindo aos poucos uma espécie de roteiro ou de índice de
recursos de qualidade, on-line e gratuitos... Se nos pusermos a cooperar nesta
busca, certamente que vamos encontrar maneira de beneficiar outras pessoas e de
sermos beneficiados por elas.
- É mais um estado de espírito que é necessário, não precisamos de aderir a
nenhum «credo», seja político, religioso ou pedagógico. Ou melhor, podemos manter
nossas crenças e escolhas, que isso não é problema numa visão do saber e da
cultura onde a única coisa que não se
pode tolerar é a intolerância. De resto, hoje em dia, ninguém é exclusivo
detentor do saber e ainda bem.
- Não irei fazer qualquer juízo sobre a validade (ou relevância, ou
utilidade) dos recursos abaixo sumariados: Apenas chama a atenção para o facto
de que AS ESCOLAS SEM MUROS já existem no espaço virtual, sendo este
conceito multifacetado, não formalizado, não redutível a um modelo ...mas real!
- Para ilustrar o conceito de «Escola Sem Muros», apresento alguns sítios grátis
na Internet, para adquirir e atualizar saberes.
Nestes sítios virtuais, podem ser completados e aprofundados saberes desde
as várias Ciências Exatas e Naturais, às Ciências Humanas, à Literatura, às Artes...
Algumas pessoas esquecem-se de dar o devido valor a este grande privilégio, de tão
banal e fácil que se tornou o contacto com esse manancial de informação
disponível e gratuito, que nos proporcionou a Revolução Digital!
1) Um sítio emblemático
da revolução nos saberes é Wikipedia, um sucesso enorme, tão descentralizado e
multiforme como a própria Rede. Decidi apresentar aqui um artigo sobre o
movimento das «Free Schools». Em Inglês, «free» tanto pode querer dizer livre,
como grátis, ou ambas as coisas ao mesmo tempo.
- Wikipedia sobre «Free School»:
2) A «Ágora dos Saberes»
(em Montpellier), um projeto municipal, mostra que a excelência e a
criatividade podem habitar numa estrutura como um Município... é
«tranquilamente revolucionário»:
- Agora des Savoirs (Montpellier):
3) O filósofo Michel Onfray,
dedicou-se a construir a Universidade Popular, em Caen (Normandia), aventura
coroada de sucesso, em grande parte devido a sua capacidade excecional de
trabalho e de comunicação e uma vontade muito clara de quebrar os muros mentais que encerravam a academia
em França. O sucesso foi tão grande que, em breve, surgiram outras universidades
populares emulando a de Caen...
Michel Onfray (Université Populaire):
4) Michel de Botton é
outro filósofo, britânico, apesar do nome francês, que se dedicou a construir
uma «Escola de Vida». Ele partiu da constatação de que as pessoas não tinham
real acesso a uma educação dos afetos,
moral e estética, campos desdenhados ou considerados, demasiado subjetivos, da
esfera íntima e portanto não tendo lugar nos curricula do ensino institucionalizado.
«The School of Life» veio
responder a uma necessidade sentida: é hoje uma referência incontornável na
divulgação dum saber e duma filosofia de vida. Embora dirigida à sociedade de
hoje, revaloriza a sabedoria da Antiguidade clássica e do Renascimento.
The School of Life:
5) Existem alguns
recursos de qualidade, livre e gratuitamente acessíveis, em língua portuguesa.
Apenas dou dois exemplos mas gostava que me assinalassem outros, para adicionar
a esta lista. Agradeço que adicionem, em comentário, outros recursos conheçam,
de fácil acesso e de qualidade, em
língua portuguesa.
Casa do Saber (Brasil):
Prof. André Azevedo da Fonseca (Brasil):
6) Cursos Livres e
Gratuitos On-line (MOOC) : cursos geralmente fornecidos por universidades
espalhadas pelo mundo, mas com predominância do mundo anglo-saxónico.
Estes cursos são de nível universitário. O aluno é submetido a avaliação
on-line. Estes cursos são cada vez mais prestigiados e reconhecidos como
instâncias válidas para formação dos indivíduos. A preparação real que eles conferem,
tanto nos saberes teóricos como práticos, é muito elevada.
Apresento abaixo duas organizações que agrupam grande diversidade de cursos,
de várias universidades.
Existe uma excelente oferta para qualquer estudante que, por vários motivos,
ficou excluído de cursos presenciais.
Hoje em dia, já se podem assim frequentar cursos de Oxford, Harvard ou doutras
universidades de grande prestígio:
COURSERA:
edX Courses:
7) A Open University, um
projeto britânico, antecedeu a era digital. Foi a primeira universidade de
ensino à distância.
Não se pode
classificar a Open University como «free» no sentido de grátis, embora os custos
para o estudante inscrito sejam inferiores aos de cursos equivalentes em
universidades mais tradicionais. Esta organização, tem tido desde há mais de
meio século, um papel importante na democratização do saber.
Open
University:
8)
Podemos classificar as Escolas de Filosofia, de Sabedoria, como outro
exemplo de «Escolas sem Muros». Por exemplo, o Taoismo foi divulgado no
Ocidente, nos anos 1960 e 70, em paralelo com o Budismo Zen, por Alan Watts:
NB: Não incluí nesta listagem recursos tais como os blogs, fóruns, etc.
Esta ausência não significa menosprezo. Existe uma quase infinidade de tais
recursos na Internet. A sua listagem seria tarefa demasiado pesada e fatalmente
«viciada» pela perspetiva de quem a faz.
Em geral, a criação dum blog coletivo ou dum fórum, pode corresponder à
necessidade de troca e partilha de determinados saberes, gostos ou interesses.
Os fóruns e blogs podem ser usados como recurso para troca direta e cooperativa
dos estudantes entre si e não apenas entre estudantes e
professores.
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Université Populaire
Location:
Parede, Portugal
terça-feira, 31 de maio de 2016
O que é uma «ESCOLA SEM MUROS»? MEDITAÇÃO PEDAGÓGICA - PROVOCAÇÃO REFLEXIVA
NB: este texto serviu de base à minha intervenção no Debate na sequência da Conferência «sobre o Conceito de uma Escola Sem Muros», realizada a 28-05-2016 na «Fábrica de Alternativas», Algés
O meu ponto de partida para esta ideia, foi o constatar que estamos (quase)
todos concentrados numa ideia de «escola», vista como uma espécie de fábrica de
«futuros trabalhadores e cidadãos», coisa que correspondeu à era Taylorista e
Fordista do século XX.
Porém, a escola como aparelho ideológico do Estado (sem dúvida permanece
assim, mesmo em escolas privadas ou cooperativas) é uma realidade que esmaga o
indivíduo, que o marca a ferrete como sendo «escolarizado» (ou não), detentor
de «diplomas (ou não), ou seja como explorável, como «útil-utensílio» na forma
última de alienação no trabalho e pelo trabalho.
A questão do trabalho-mercadoria ultrapassa então a questão laboral; não
poderia ficar assim «limitada» ao que se passa no local de trabalho: Como
Marx viu e muito bem, a alienação do trabalhador implica que esteja
completamente destituído de poder, escravo à mercê de uma máquina impiedosa que
fabrica «lucro» antes de produzir bens e serviços... Pois o fim último da
produção desses bens e serviços é o lucro.
O homem é portanto reduzido a uma «variável ajustável» às conveniências da
«empresa», do capital. O capital é que rege o nosso ser e devir de nós todos,
produtores/consumidores que somos. Apenas teremos uma hipótese de nos
emanciparmos: a de nos apossarmos de nosso ser, nossa inteligência, vontade,
querer e «coração», para construir (ou reconstruir) um mundo onde o humano
esteja no centro.
O mundo social é um mundo sempre construído por nós, mas o nosso «input»
nele é variável. Podemos ter o input de «formigas» OU SEJA, DE AGENTES ANÓNIMOS
intercambiáveis, exploráveis, recicláveis ou deitados fora, como lixo... ou- em
alternativa - sermos PROTAGONISTAS da nossa própria vida, da nossa construção
interior, da nossa educação, dos laços diversos que constituem a teia única de
cada ser no seio da sociedade.
Podemos fazer isso, sem necessidade de grandes teatros e proclamações, de
grandes manifestos e marchas, que -muitas vezes- apenas são encenações do
capital, ou seja, formas dele nos ludibriar e nos convencer de que sim, estamos
a fazer algo por vontade própria, que estamos a mexer com algo, que estamos a
ser «agentes ativos» de mudança. Mas, na realidade, continuamos num estado
alienado, desapoderado. Isto é: temos todos os sintomas de zombies sociais…
A condição primeira para a libertação,
emancipação e autonomia, enquanto indivíduos, grupos, comunidades e sociedades
em geral, é de uma tomada de consciência social.
Por oposição à consciência individual
que está centrada no ego, a consciência social parte da existência dum
«sofrimento social». Face a este sofrimento, a atitude ativa é a de descobrir,
debater, analisar, procurar soluções dessa disfunção social.
O debate proposto, sobre o conceito de
uma Escola Sem Muros, é um contributo para essa procura de soluções.
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