Uma entrevista muito esclarecedora com Kevin Barret pelo site alternativo «Guns and Butter» sobre ataques de falsa bandeira
Penso que vale a pena ouvir atentamente e tomar conhecimento de todos os dados que mostram como os ataques da maior parte do que se designa como «islamismo radical», são na realidade, fabricações, pela própria polícia que penetra as organizações, pelos governos que beneficiam com a atmosfera de medo que é criada... O entrevistado é um professor universitário que foi expulso por ter as corajosas posições que mostra na entrevista e no seu livro.
Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.
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domingo, 30 de outubro de 2016
segunda-feira, 18 de julho de 2016
RAZÃO MORAL E CONSCIÊNCIA
De que é que serve a nossa
razão moral, anos depois de centenas de milhares de mortos?
Isabel do Carmo
Esta reputada médica coloca
a questão num artigo de opinião surgido nas páginas do «Público».
Eu coloco a questão de
outro modo.
Se a razão moral é uma
medida de alguma coisa, será da nossa
impotência. Ou – simetricamente – da força brutal dos poderes do capital,
dos governos e dos media, que puderam ignorar completamente o grito moral de
muitos milhões de pessoas que se manifestaram, incluindo nos países que seriam –
dias depois - agressores nesta guerra criminosa do Iraque.
Esta guerra de 2003 foi
antecedida de uma década de sanções crudelíssimas contra as populações civis
iraquianas, elas próprias atos de guerra, assim como esporádicos ataques aéreos
«preventivos», com devastadoras consequências nas depauperadas infraestruturas
do Iraque.
Muitos se recordam da
entrevista dada por Madeleine Allbright (da administração Clinton) que
respondeu a uma pergunta da entrevistadora sobre se este regime de sanções
contra o Iraque se justificava em face de cerca de quinhentas mil mortes de
crianças, provocadas pelas condições sanitárias deficientíssimas e carências
alimentares, além de outras carências. Ao que a representante da diplomacia dos EUA
respondeu que sim, que estas sanções se justificavam.
As pessoas do Ocidente,
supostamente educadas, civilizadas, não podem deitar para traz das costas a sua objetiva conivência, com os facínoras,
os Blair, os Bush, os Obama e todos os seus acólitos e agentes, incluindo as
hierarquias das forças armadas, do comando da NATO, etc. Elas – ao saberem dos
crimes de guerra – quando escolheram «ignorar», comportaram-se como se fossem pessoalmente
inocentes desses crimes. Na realidade, se elas se consideram livres,
logicamente deveriam considerar que livremente
elegeram políticos monstruosos capazes de mentira, de crimes contra a
humanidade, para se manterem no poder. Ainda maior sua responsabilidade será, no
caso de nada terem feito para impedir essas monstruosidades, mesmo depois de denunciadas por organizações
e pessoas inteiramente credíveis.
Nem sequer estão totalmente
isentas de responsabilidade moral em relação ao terrorismo, perpetrado por pessoas desesperadas pelas devastações
que ocorreram nos seus países: Os crimes de guerra efetuados pelas potências
nessas terras são uma mancha indelével, uma ferida sangrando nessas zonas do
globo.
O cinismo das potências
vai ao ponto de levarem a cabo ataques com gases venenosos, causadores de
dezenas de mortes, como foi o caso há apenas 3 anos, na Síria, para depois, falsamente,
acusarem o presidente desse país, Assad, da responsabilidade deste crime…
A responsabilidade da média corrupta e mercenária é grande ao deitar
poeira para os olhos da opinião pública dos diversos países, ditos
democráticos, desviando o seu olhar dos comportamentos criminosos dos seus
dirigentes, carregando outros, Assad, Putin, Kim Jong Un, etc. com todos os
males, diabolizando esses dirigentes, assim como os seus governos e Estados. Ora,
se nenhum governo é perfeito, nós sabemos também que não se tolera, num Estado
dito de «de Direito», que alguém seja enxovalhado publicamente e sem possibilidade
sequer de se defender eficazmente, por crimes que lhes são imputados, mas nunca são minimamente demonstrados.
Este critério,
perfeitamente válido e aceite em relação a qualquer cidadão de um dos tais
países ditos civilizados, é alegremente ignorado quando se trata de governos
«inimigos».
Vale tudo; tudo é aceite
para nutrir o medo insuflado numa
opinião pública cobarde, infantilizada e disposta a tudo para não ter que
se confrontar com a triste realidade da sua inegável decadência moral.
Por esses motivos todos, considero
que só são dignos os que resistem, os
que dizem não a esta barbárie, especialmente os cidadãos e cidadãs dos países
da NATO e outros aliados dos EUA, cujos governos e forças armadas têm
contribuído para a destruição da paz e agredido violentamente populações
indefesas.
A única defesa contra o
terrorismo é depor
os governos que direta ou
indiretamente o fomentam, se alimentam dele, precisam dele para desencadear as
suas campanhas de medo e de ódio.
A NATO, porventura a maior
ameaça terrorista que ameaça a paz mundial e a sobrevivência do planeta, deveria ser dissolvida quanto antes e, no imediato, abolida qualquer pretensão
de ela ser «polícia mundial».
sexta-feira, 15 de julho de 2016
DEPOIS DE NICE...
A reação ao horrendo atentado de Nice
vai desenhar um novo mapa da Europa.
Há alguns dias atrás, li algumas
análises e informações que me deixaram perplexo. Diziam essas fontes, algumas
delas provenientes de hierarquias de serviços secretos de França e da Alemanha,
que a população dos países europeus estava a chegar ao limite, devido aos
vários incidentes que envolviam muçulmanos, comunidades de diversos países
estavam à beira de uma onda de violência reativa. Pois bem; diziam também que
faltava apenas uma faísca para fazer explodir essas massas descontentes. Mas
não se tratava de insurreições contra os poderes manipuladores e opressores de
que essas fontes falavam. Mas antes uma radicalização no sentido da
extrema-direita, da xenofobia sem disfarce e violenta.
Os que se sentem ameaçados na sua
identidade reagem com extrema violência a aspetos, mesmo meramente simbólicos,
que venham suposta ou realmente pôr em causa o seu «way of life». O medo tem
sido a constante mais forte, a que movimenta as massas, as induz a fazer isto
ou aquilo.
O «Brexit» foi essencialmente uma
resposta do medo face a uma suposta invasão de estrangeiros.
As massas aterrorizadas farão qualquer
coisa, entregarão todo o poder, renunciarão alegremente às liberdades mais
fundamentais, entregarão o seu destino a qualquer demagogo que lhes prometa
«segurança» e «firmeza contra o inimigo» de forma suficientemente convincente
para suscitar a sua adesão.
As massas são crédulas e gostam de
«acreditar». Estamos, por isso, perante um momento muito difícil na Europa pois,
por um lado temos uma massa desinformada, por outro temos os poderes a
aproveitarem-se (ou suscitarem) de ataques terroristas, que (quase) ninguém
compreende.
Se nós interrogarmos a realidade como
ela deve ser interrogada, fazendo a pergunta chave «a quem aproveita o crime?»,
vamos inevitavelmente virar o olhar para a superpotência dos EUA, cujo império
está em declínio, ameaçado de desagregação, que sabe apenas poder manter os
seus vassalos da NATO debaixo de tutela, infundindo-lhes medo, persuadindo-os
que não poderão lidar com o problema sozinhos. Tentaram isso com a crise
ucraniana e demonização da Rússia; tentaram isso também com o islamismo
radical... Ambos os cenários são «operações em curso».
Os eurocratas, a «nata» dos dirigentes
europeus são vassalos abjetos do «Império» ou seja, dos verdadeiros poderes, da
grande finança, das grandes multinacionais...
É patético que o público se vire para
esses com esperança de que eles irão aliviar os europeus de seus medos
(ancestrais e recentes). É como esperar que a alcateia de lobos cuide e
proteja o rebanho de cordeiros.
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