Ontem, dia 7 de Setembro 2020, iniciou-se a fase final de julgamento para decidir da extradição de Julian Assange para os EUA. Lembremos que Assange é cidadão australiano, não é portanto juridicamente válido, à partida, este pedido de extradição.
O jornalista Neil Clark, relata no RT que - em paralelo a esta farsa de julgamento de Assange - um outro preso de Belmarch, acusado de pertencer ao ISIS, é libertado. De forma previsível, ele começa a cometer crimes, esfaqueando a torto e a direito, as pessoas na rua.
Por outro lado, Julian Assange não cometeu nenhum crime, de acordo com reputados juristas, apenas publicou material de interesse para o público. O Reino Unido (e a Suécia, anteriormente) está a mostrar sua face de vassalo do império USA. Ficam grotescos seus governantes, quando fazem declarações moralistas em relação a supostas ou reais violações dos direitos humanos, noutros países.
Segundo o autor do blog Moon of Alabama, não há dúvida de que o julgamento vai decidir pela extradição. Algo que já está, na realidade, decidido desde Março. Assange foi sujeito a pressões psicológicas, que são classificadas como formas de tortura por enviado especial da ONU. Assim mostram a verdadeira face do poder e a «mansidão» deste, para quem desmascarou seus crimes e hipocrisias.
Lamentavelmente, os media corporativos todo-poderosos, tiveram neste assunto um papel de co-autoria moral neste crime contra a integridade física e psíquica de Assange. Com efeito, depois de terem aproveitado, como material de notícia, as informações fornecidas por Wikileaks - ganhando, tais meios de comunicação de massa, uma injustificada fama de independência em relação aos poderes - foram os primeiros a se mobilizarem para enegrecer a imagem do fundador de Wikileaks, para o mostrar como um «hacker», como alguém desprezível que de modo nenhum - segundo eles - se poderia equiparar a jornalista ou editor. Caitlin Johnstone correlaciona o modo, digno da Inquisição, como está a decorrer este processo de Assange, com a rápida transformação dos Estados ditos democráticos, em Estados autoritários e repressivos.
Muitos já registaram e compreenderam como a imprensa mainstream está nas mãos dos grandes interesses corporativos e como seus jornalistas se tornaram em meras caixas-de-ressonância do Estado Profundo, seja ele britânico, americano ou de outra nação.
Mesmo que Assange perca esta batalha legal, ele não perdeu a estima, a consideração e o apoio de milhões de pessoas, anónimas ou célebres, que compreenderam perfeitamente que, para além do trágico caso humano, estão também em causa valores tão importantes como a liberdade de imprensa, a liberdade de opinião, a garantia de processo justo e imparcial, o respeito dos tribunais pelas próprias leis e pelos Direitos Humanos.
Em resumo; quem pense que nos países do «Ocidente» (EUA e aliados) vigoram as regras do Estado de Direito, onde são respeitados os Direitos Humanos, que investigue a fundo o caso Assange e perca as suas ilusões. Aliás, toda a narrativa de «defesa dos Direitos Humanos», cai por terra quando, quem a profere, é o primeiro a violá-los e da forma mais grave...
2 comentários:
Julian Assange em paralelo com o Prometeu da mitologia grega, uma peça brilhante e verdadeira de Pepe Escobar:
http://thesaker.is/julian-assange-prometheus-bound/
https://www.youtube.com/watch?v=3wM5M_wL0rc George Galloway coloca a tragédia e farsa do julgamento para a extradição de Julian Assange.
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