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domingo, 28 de julho de 2024

DIDIER RAOULT: «A EVOLUÇÃO ERRÁTICA»


 A evolução, nas suas grandes etapas, não pode corresponder às narrativas continuístas (darwiniana ou lamarckiana), ao que tem sido a maneira universal como a evolução é compreendida e ensinada. 
Didier Raoult vem trazer as novas perspectivas e ilustra com exemplos extremamente interessantes. 

Oiça, que vale a pena! 

Ps1: Embora aceite na totalidade os argumentos do Prof. Didier Raoult, devo assinalar o significado da mudança de um genoma muito compacto (bactérias) para um genoma construído como um "Lego", em que cada bloco representa uma função e já não o gene inteiro (os genes contendo "intrões" são os mais comuns nos Eucariotas): Isto confere enorme maleabilidade e permite construir as novidades que irão formar a base da evolução. Não se trata, em geral, da evolução dum único gene, mas de toda uma nova arquitetura, composta por vários patamares de regulação. 
A complexidade crescente existe, pois, nas mil e umas maneiras como estão relacionados entre si os diferentes genes. É isto que vai permitir a novidade estrutural e não apenas a simples variação pontual. Por isso, as sequências 'Alu' e outras citadas no vídeo, podem representar um processo de construção modular, dando espaçamento, permitindo rearranjos cromossómicos, etc. Experiências mostraram que muitos pedaços não codificantes do genoma tinham funções regulatórias. Quando deletados, causavam graves anomalias no desenvolvimento dos fetos dos animais de experiência. O facto de só um a dois por cento do genoma dos mamíferos codificar proteínas, enquanto existem enormes partes dos cromossomas "vazias", pode ser visto (ao nível do ADN cromossómico) como a construção, no espaço e no tempo, de arquiteturas e fisiologias de incrível complexidade nos Eucariotas.

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Relacionado: 

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Conferência do Prof. Raoult, 2ª parte (2/3):


CONFERÊNCIA DO PROF. RAOULT, 3ª PARTE (3/3):

terça-feira, 22 de novembro de 2022

ARQUEOBACTÉRIAS, PRECURSORES DOS EUCARIOTAS (E DE NÓS)?


 Segundo os dados mais recentes, poderíamos ser  herdeiros em linha direta das arqueobactérias! 

Carl Woese e a sua equipa, associados a muitos outros laboratórios, emitiram, nos finais dos anos 1980, uma «árvore filogenética da vida» que resultou da sequenciação de partes dos genes ribossomais de seres vivos presentes nos diferentes grupos taxonómicos. Os ribossomas são estruturas essenciais a todos os seres celulares, são a «fábrica de montagem» das proteínas. As divergências nessas sequências ribossomais, resultavam de modificações (estáveis) ao longo dos (muitos) milhões de anos de evolução biológica. Esta «árvore de vida» estava de acordo com a visão tradicional das relações filogenéticas entre espécies, nalguns casos mas, noutros, entrava em flagrante contradição com a visão predominante na altura.
As arqueobactérias foram reconhecidas como grupo distinto das restantes (eubactérias), com base na divergência das sequências dos seus genes, mas também lhes foram associados aspetos ecológicos (uma larga parte das arqueobactérias eram provenientes de ambientes extremos, ou seja, que não tinham condições de sobrevivência e multiplicação para eubactérias ou eucariotas), bioquímicos e fisiológicos (usavam, como modo de produção de energia, vias diferentes das usadas pelas  eubactérias), ou ainda estruturais (os lípidos de membrana eram significativamente diferentes dos equivalentes noutros ramos da árvore da vida).
O vídeo diz-nos em que consistem os indícios moleculares que nos aproximam (e a todos os eucariotas) às arqueobactérias.

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PS1: Outro magnífico documentário, centrado nos diplomonades (arqueozoa) dá-nos uma ideia de como terá sido complexo o caminho evolutivo para o aparecimento dos primeiros eucariotas.