Todo o sistema está feito para favorecer a utilização do dinheiro dos depositantes, para os mais diversos fins, sem lhes pedir licença, nem lhes dar juros (ou quase nada) por isso.
Quando um banco empresta, a juros, cria instantaneamente (criação escriturária) o dinheiro em causa. Imagine as somas astronómicas criadas! O dinheiro-crédito é criado no momento em que é concedido o empréstimo! Os bancos são os principais criadores da massa monetária em circulação.
Mas, realmente, aquilo que as próprias leis e regulamentos permitem que as entidades bancárias façam, seria o suficiente para pôr na prisão o cidadão vulgar.
Se eu emprestar (a juros, ainda por cima) dinheiro que não existe, vou direitinho para a prisão. Mas isso é o vulgar da atividade de TODOS os bancos.
Os contratos de derivados são autênticas apostas, com a agravante de que estas apostas - no fundo - são possíveis porque tu e eu e quase nós todos, pomos nossos parcos tostões nas instituições «caritativas» chamadas «bancos» ou «instituições financeiras».
Mas, quando ficam «a descoberto», devido às suas tropelias e suas «apostas» arriscadas, não têm de repor as contas em ordem, com dinheiro deles. Não, porque o dinheiro privado dos administradores e gestores do banco não está nunca em causa.
Dá-se então o caso curioso, em especial tendo em conta que isso nunca acontece com inúmeras pequenas e médias empresas em apuros: É o Estado (isto é, nós os contribuintes!), que vai resgatar esses bancos, somos nós (pelos nossos impostos) que cobrimos as perdas dessa banca, porque senão levantava-se uma grande indignação popular, que poderia acabar em insurreição, em revolução.
O dinheiro também é fabricado a rodos (eletronicamente) nos bancos centrais, o que significa que se está a diluir o valor das somas que já estavam na posse dos cidadãos e das instituições. Note-se que este mecanismo é o principal causador da inflação, como tenho explicado.
No caso da falência dos três bancos de depósito nos EUA, o Estado através do seu presidente Biden garantiu que as pessoas irão recuperar o dinheiro dos seus depósitos. Mas como?
- Simples: o Estado, através do Tesouro, diz à FED (Reserva Federal) para imprimir mais uns biliões e lhos «emprestar». Depois, irá entregar aos depositantes dos bancos falidos as somas que eles possuíam nestas instituições.
Não admira que as despesas sociais encolham, assim como as pensões, os salários e o investimento em infraestruturas públicas.
Enfim, como dizia Henry Ford (fundador da marca «Ford» de automóveis), «ainda bem que nem um cidadão em mil, percebe como funciona o sistema financeiro, porque senão, haveria uma insurreição amanhã» !!
ATUALIZAÇÃO:
O CRÉDIT SUISSE PRECISA DE 54 BILIÕES PARA EVITAR O COLAPSO
«SAM ZELL: ISTO É A REPÚBLICA DE WEIMAR»
O CRÉDIT SUISSE É APENAS O PRIMEIRO, NO SISTEMA BANCÁRIO GLOBAL, A ENTRAR EM COLAPSO
PS 1: Ao contrário das ações nas bolsas mundiais, o ouro subiu para um novo patamar, desde dia 15 e tem-se mantido até hoje (17/03/2023) nas alturas.
PS 2: Os grandes bancos formam uma associação inédita, com grandes somas depositadas, para evitar o colapso do «First Republic Bank»
PS 3: A desregulação do setor bancário e financeiro em 1999 é responsável, em última análise, dos colapsos de 2008 e de 2023.
2 comentários:
Leia-se também o artigo de Ellen Brown:
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2023/03/ellen-brown-eminente-tsunami-do.html
Todas as crises deste século, são crises da dívida. A acumulação de riqueza em termos de dinheiro-fiat é fictícia. Porque não existe dinheiro legítimo senão ouro e prata, embora não sejam reconhecidos como tal (por enquanto). Tudo o que vemos, é «divisas-fiat» que se posicionam em relação ao verdadeiro dinheiro, ouro e prata. Estes metais preciosos, não sobem nem descem; o que sobe e desce é a cotação destes em valor de divisas-fiat.
Para mais esclarecimentos ver: https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2019/10/o-valor-fetiche-do-dinheiro-papel-e.html
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