sábado, 2 de maio de 2020

SISTEMAS ANTI-FRÁGEIS

Retomo a definição de Nassim Taleb para descrever sistemas que têm a capacidade de se regenerar, de tornarem-se mais robustos, atingirem maior estabilidade depois de terem recebido uns «safanões», de não terem soçobrado ou explodido aquando do encontro com algo inesperado, como esta crise integral dos sistemas económicos, financeiros e mesmo das instituições, nacionais e internacionais, que se está desenrolando diante dos nossos olhos.
Um sistema com tal propriedade de anti-fragilidade, tem de ter as características da vida e - em particular - a capacidade de integrar a mudança (as «mutações»), mantendo a estrutura de base, através de mecanismos de conservação fundamentais (analogia do património genético da espécie, resultando de «eons» de evolução).
Uma forma de organização anti-frágil não irá concentrar capacidades críticas em pequenos nodos de comando, ou seja, não terá um grau de centralização que torna o seu conjunto frágil, perante a eventualidade da destruição, falência, ou  avaria, de uma componente. Quanto mais este conjunto estiver capaz de se regenerar, mesmo perante a destruição de uma de suas partes, mais estará anti-frágil. 
Ora, não há dúvida de que existe um modelo social, com muitos milhares de anos de experiência, que corresponde a este tipo de adaptação flexível perante as vicissitudes da vida, sejam elas causadas por factores naturais ou humanos: estou a falar das comunidades aldeãs, com as propriedades agrícolas distribuídas por várias famílias, que tenham possibilidade também de providenciar alguns bens e serviços não agrícolas, mas muito úteis em várias ocasiões. 
A existência de um excedente em termos de produções diversas, permitirá a compra de bens e serviços exteriores, o que é desejável, mas tal não deve condicionar toda a produção para obter dinheiro para efectuarem essas compras. 
A diversidade pode trazer uma quase autonomia da comunidade, o que não significa «autarcia». Por outras palavras, será afinal uma questão de bom-senso saber se é mais vantajoso produzir isto ou aquilo na própria comunidade ou adquirir, por compra, ou troca, ou partilha, determinado bem ou serviço. 
Evidentemente, para ser anti-frágil, essa comunidade tem de estabelecer uma rede de relações, não apenas comerciais, mas também de entreajuda com outras comunidades. Que estas outras comunidades possuam um modo de organização mais ou menos semelhante, não é factor absolutamente necessário. 
Até pode ser vantajoso que, numa dada área geográfica, haja uma certa diversidade de organização interna e dos modos de produção, distribuição e consumo, nas várias comunidades que a habitam.
As pessoas capazes de iniciar este tipo de comunidades terão o meu apoio e estímulo, na proporção das minhas fracas capacidades. 
Penso que muitas pessoas têm dentro de si o gérmen para tal. Verifico que pessoas inteligentes e capazes exageram o seu grau de impotência, imaginam que será muito mais difícil do que na realidade é. 
O que já não me parece de todo viável - agora - é uma sociedade exclusivamente urbana, com um «hinterland» de agricultura industrializada e  «normalizada», exclusivamente virada para abastecer o mercado dos referidos centros urbanos. 
Não sou adepto de um ecologismo «beato» e sem a necessária utilização dos saberes científicos e técnicos, que podem fazer a diferença, para construção de projectos sustentáveis e viáveis no longo prazo, ou seja, que permitam as gerações, não apenas sobreviver, mas viver em plenitude e num certo conforto. 
As circunstâncias «fazem» os homens:  perante certos desafios, algumas pessoas contentam-se com o seguro, com aquilo que conhecem, enquanto outras, arriscam, lançam-se em projectos que envolvem um certo grau de incerteza. 


Existem meios para reduzir essa incerteza, para potenciar as hipóteses de sucesso. 
Parece-me óbvio, quando vejo esta crise e as catástrofes sociais que está a trazer, que não existe «salvação» individual, apenas salvação colectiva. Esta só existirá, se as pessoas puderem confiar umas nas outras, cara a cara, sem necessidade da intermediação de parasitas. 
Não há necessidade do Estado, ou do grande capital (banca, empresas monopolistas, etc...). As pessoas envolvidas nessas organizações têm tendência para reproduzir os modelos que elas aprenderam e dentro dos quais funcionaram. Será portanto necessário que elas não queiram trazer o Estado ou o capital e as suas «soluções» para estes projectos; isto não significa que não possuam bondade e integridade, a nível individual.


O essencial não é desenhar no papel o plano de uma comunidade utópica. Pelo contrário, aquilo que faz sentido e pode ser encetado desde já, é o seguinte: as pessoas com um certo grau de conhecimento mútuo, com experiência prévia de trabalho em comum, unirem-se e construírem «balsas de salvamento». Por outras palavras, trata-se de tomar em mãos a construção das suas próprias vidas, de decidir, por elas próprias, com todos os meios que possuem, como serão e como funcionarão essas tais comunidades... 

[André Dias] SOBRE CORONAVIRUS. AUTÓPSIA DE UM EQUÍVOCO



À medida que avançamos na etapa do desconfinamento, vamos precisar de ver como têm procedido os suecos: 
https://www.realclearpolitics.com/articles/2020/05/01/as_we_mull_leaving_lockdown_is_sweden_model_the_way_forward_143093.html

Veja esta entrevista a um investigador alemão, que explica que a incidência do vírus é muito mais alta, pelo que a letalidade do mesmo é muito mais baixa, que estimado inicialmente:
https://www.youtube.com/watch?v=vrL9QKGQrWk

sexta-feira, 1 de maio de 2020

[DR IOANNIDIS] taxa de mortalidade de Coronavírus semelhante à Gripe

                                           

Professor da Universidade de Standford, Califórnia. 
O seu testemunho tem sido obscurecido pela barragem de media ao serviço dos poderes. 

O professor de epidemiologia e sua equipa da Universidade de Standford fizeram uma amostragem aleatória, de cerca de 3000 pessoas, que não tinham tido sintomas de coronavírus, testando a presença de anticorpos contra coronavírus. A presença de tais anticorpos significa que o indivíduo esteve em contacto com o vírus; provavelmente muitos testados positivos não tiveram sintomas de doença ou apenas um pequeno mal-estar. 
O estudo concluiu que a população do condado de Santa Clara (Califórnia) terá à roda de 20 % de testados positivos. Isto modifica completamente a avaliação da letalidade, pois esta corresponde à razão seguinte: 
[nº de mortes pelo coronavírus]/[nº total de pessoas infectadas]
Ora, se o denominador é aumentado por um factor de 50 a 80 vezes, isso coloca a letalidade do coronavírus na mesma ordem de grandeza doutras doenças epidémicas do sistema respiratório, nomeadamente das gripes. Isto não significa que o coronavírus seja inócuo; muitas epidemias de gripe causaram grande mortandade. A diferença é que em nenhum caso até agora, se tinha fechado, por vontade governamental, metade da economia mundial. Nunca se provocara, como agora, uma profunda crise económica. Mesmo que a epidemia seja severa, isso não justifica que a economia seja flagelada desta maneira. 

Não se pode considerar que os governantes foram bem-intencionados, porém mal aconselhados:
A persistente negação de legitimidade a muitas pessoas de inconfundível qualificação, como o prof. Ioanidis, o prof. Wittkovski, o prof. Didier Raoult... etc, e o aconselhamento exclusivo (de governos e mesmo da OMS!) por ricos como Bill Gates, mas que não possuem nenhuma qualificação no domínio em causa, configura uma atitude de conivência criminosa: é o  maior escândalo deste século!  
As responsabilidades têm de ser apuradas e processos têm de ser abertos contra os que decidiram estes confinamentos.

PS1: Quem é Bill Gates? Um documentário de «corbettreport» em como Gates monopolizou a saúde ao nível global: 
https://www.youtube.com/watch?v=wQSYdAX_9JY

quinta-feira, 30 de abril de 2020

[Lynette Zang] ESTÁS DISPONÍVEL PARA SERES ESPIADO/A?


Lynette Zang é analista de mercados económicos e financeiros, trabalhando para uma empresa especializada na venda de metais preciosos, moedas de ouro e prata, no mercado dos EUA. 
Ela tem uma experiência acumulada muito grande, pois começou por trabalhar em grandes bancos, em «trading», sabendo muito bem decifrar as subtilezas dos produtos financeiros derivados e outros «arcanos», para o público leigo. 
O seu trabalho é de uma qualidade e utilidade insubstituíveis, pois parte sempre da realidade dos factos, para desfazer os preconceitos, as ideias feitas, com as quais os media «mainstream» alimentam uma narrativa totalmente distorcida, dirigida ao público não especializado.
Neste vídeo, ela aborda a questão essencial da liberdade: da liberdade de expressão, de movimentos, da confidencialidade, do direito à nossa vida privada. 
Não  é o assunto habitual dos seus vídeos, normalmente centrados na economia. Mas este vídeo é muito apropriado, mesmo em termos económicos, pois nos permite compreender como é que esta crise, dita «do coronavírus», na realidade é uma enorme oportunidade para as grandes empresas, a banca sistémica e os maiores fundos financeiros (hedge funds): São estas, as entidades que têm beneficiado em pleno, enquanto pequenas empresas e trabalhadores têm sido as grandes vítimas. 
Lynette concorda que as coisas não serão como dantes, mas que a crise económica não é «por causa do vírus», mas sim por causa dos montões de dívida que se acumularam muito ANTES e da forma como os Estados responderam à epidemia, com o «lockdown» ou fecho da economia e confinamento forçado das pessoas, potenciando assim os malefícios da pandemia, com um golpe mortal. 
Lynette, logicamente, faz notar que este tipo de comportamento precisa de uma explicação racional, pois esta decisão não pode ser vista  como «inevitabilidade», face a um fenómeno natural mas antes, como maneira de disfarçar as enormes fragilidades que pendiam sobre as economias do mundo ocidental, por um lado; por outro, tratava-se de encontrar uma saída para esta situação de dívida impagável, através dum «great reset», mas em favor dos poderosos, do 0.1%. 
Tratava-se de construir um cenário que não pusesse em risco a estrutura do poder global. 
A verdade é que as grandes empresas, como as «FAGA» (Facebook, Amazon, Google, Apple.) aumentaram os seus lucros e consolidaram a sua posição neste momento: viram as suas cotações bolsistas diminuírem menos, ou mesmo subirem nos mercados, face a outras acções cotadas, de sectores tradicionais da economia. 
Igualmente, o «bail out» que os grandes bancos sistémicos receberam agora dos bancos centrais ocidentais (FED, ECB, e outros) foram  de novo - exactamente como em 2008 - uma «limpeza» das más dívidas, das más apostas, das dívidas impossíveis de cobrar e consistem essencialmente em fornecimento de dinheiro fresco, o incentivo e a recompensa para comportamentos de risco, para políticas de «buy-back» (auto-compra de acções pelas empresas, fazendo subir as cotações), de generosa distribuição dos dividendos e de bónus principescos aos seus gestores de topo.

Vale a pena ouvir com atenção o que esta experiente analista dos mercados nos tem transmitido ao longo de muitas sessões.

PS1: Quem é Bill Gates? Um documentário de «corbettreport» em como Gates monopolizou a saúde ao nível global: 
https://www.youtube.com/watch?v=wQSYdAX_9JY

terça-feira, 28 de abril de 2020

RESPOSTA NÃO-VIOLENTA À VIOLÊNCIA DO GOLPE GLOBALISTA MUNDIAL


VER TAMBÉM:
https://www.youtube.com/watch?v=MgWp5jooJXQ&feature=youtu.be


Jean-Jacques Crève-coeur é um físico que se tem dedicado à formação no Canadá francófono.
O seu vídeo é muito importante, pois põe em evidência a violência e arbítrio do confinamento, da campanha dos media, da criação duma psicose de medo. Isto explica porque razão as pessoas se submetem; é devido à técnica usada pelos poderes ... colocar as pessoas num estado de choque, no qual elas ficam paralisadas, incapazes de reagir racionalmente, para depois vir com «soluções» ao «encontro» dos desejos destas mesmas pessoas. Elas não se apercebem que são vítimas de uma violência real e simbólica, porque são atordoadas por uma catadupa de informações fabricadas e manipulatórias (o «mainstream» é o maior produtor de «fake news»). Crève-coeur também nos alerta em relação à tentação de alguns, em responder com a violência à violência que nos é feita e explica porque esta tentação é uma armadilha do poder. 

Vale a pena ver e ouvir com muita atenção o diálogo entre Crève-coeur e Thierry Casasnovas que juntei. 
Em directo, esmiúçam as campanhas e estratégias da elite do globalismo (como a fundação Bill e Melinda Gates; a fundação Rockefeller e outras). O que nos mostram é algo que afinal está no domínio público; tanto a estrutura de financiamento da OMS, como a conferência de 2010 da fundação Rockefeller (conferência que produziu um relatório: ID2020) em que o cenário desta pandemia era delineado até ao pormenor... Enfim, informação valiosa que nos é sonegada pelo mainstream, o que prova a sua colaboração activa com os poderes globalistas na empresa de nos adormecer, nos enganar, nos mentir. Se virmos o rol de «omissões» e de falsidades disfarçadas em «estatísticas» dos media, só podemos concluir termos sido enganados* em proveito dos globalistas, patrões dos mesmos grandes media, evidentemente...

Mas, nada melhor do que ver e ouvir os dois documentos que vos submeto. 
São em francês. Devido à tradição francófona forte em certos meios em Portugal e à imensa emigração portuguesa nos países francófonos dos anos 60 até hoje, espero que um público interessado possa conhecer e dar a conhecer estes lançadores de alerta e seus importantes esclarecimentos.

(* exemplo recente, ver entrevista com Prof. Knutt Wittkowski )

VIDEO-CONFERÊNCIA «LIBERTEMO-NOS DO VÍRUS DA GUERRA» EM LINHA


Em linha, graças a Pandora TV, a video-conferência co-organizada pelo comité NO GUERRA NO NATO e outras organizações pacifistas europeias e americanas.

[Manlio Dinucci] GIULIETTO CHIESA NA LINHA DA FRENTE ATÉ AO FIM


                                             

ENGLISH ITALIANO PORTUGUÊS

Giulietto Chiesa morreu algumas horas depois de concluir, no 75º Aniversário da Libertação e do fim da Segunda Guerra Mundial, a Conferência Internacional de 25 de Abril, “Libertemo-nos do Vírus da Guerra”. Uma conferência de transmissão ao vivo, organizada pelo Comitato No War No NATO, do qual era um dos fundadores, e pela Global Research (Canadá), o centro de pesquisa sobre a globalização, dirigido pelo Professor Michel Chossudovsky.
Vários oradores - da Itália e de outros países europeus, dos Estados Unidos à Rússia, do Canadá à Austrália - examinaram as razões subentendidas devido às quais a guerra nunca terminou desde 1945: a Segunda Guerra Mundial foi seguida pela Guerra Fria, depois houve uma série ininterrupta de guerras e o regresso a uma situação análoga à da Guerra Fria, que aumenta o risco de um conflito nuclear.
Os economistas, Michel Chossudovsky (Canadá), Peter Koenig (Suíça) e Guido Grossi (Itália), explicaram como é que as forças económicas e financeiras poderosas exploram a crise do coronavírus para dominar as economias nacionais e o que devemos fazer para impedir esse plano.
David Swanson (Director do World Beyond War, USA), o economista Tim Anderson (Australia), o fotojornalista Giorgio Bianchi e o historiador Franco Cardini, falaram sobre as guerras passadas e presentes, ligadas aos interesses dessas mesmas forças poderosas.
O perito em questões politico-militares, Vladimir Kozin (Russia), a ensaísta Diana Johnstone (Usa), a secretária da Campanha para o Desarmamento Nuclear, Kate Hudson (Reino Unido), analisaram os mecanismos que aumentam a probabilidade de um conflito nuclear catastrófico.
John Shipton (Austrália), pai de Julian Assange e Ann Wright (USA), antiga Coronel do US Army, retrataram a situação dramática de Julian Assange, o jornalista fundador do WikiLeaks, detido em Londres, com o risco de ser extraditado para os Estados Unidos, onde o aguarda a sentença de prisão perpétua ou a pena de morte.
Giulietto Chiesa direccionou a sua intervenção sobre esse tema. Em resumo, estas são algumas passagens:

“O facto de que se queira destruir Julian Assange significa que, também nós, todos nós, seremos amordaçados, obscurecidos, ameaçados, incapazes de compreender o que está a acontecer no nosso país e no mundo. Isto não é o futuro, é o presente. Em Itália, o Governo organiza uma comissão de censuradores encarregados, oficialmente, de ‘limpar’ todas as notícias que se afastem das notícias oficiais. É a censura do Estado, como é que pode ser chamado de outra maneira? Também a RAI, a televisão pública, institui uma ‘task-force’ contra as “fake news” para apagar o rasto das suas mentiras diárias, que inundam todos os seus écrans de televisão.
E há, ainda pior, os misteriosos tribunais muito mais poderosos do que esses caçadores de ‘fake news’: são o Google e o Facebook, que manipulam as notícias e, com seus algoritmos e truques secretos, censuram sem apelação. Já estamos cercados de novos tribunais, que apagam os nossos direitos.
Recordam-se do artigo 21 da Constituição Italiana?
Está escrito: “Todos têm o direito de manifestar livremente o seu pensamento”.
Mas 60 milhões de italianos são forçados a ouvir um único altifalante, que grita através dos sete canais televisivos do poder.
Por esse motivo é que Julian Assange é um símbolo, uma bandeira, um convite para a reconquista dos direitos civis, políticos e económicos, para nos acordar antes que seja tarde demais.
É indispensável unir as forças que temos, que não são assim tão pequenas, mas têm um defeito crucial: o de estar divididas, incapazes de falar a uma só voz. Precisamos de um instrumento que fale aos milhões de cidadãos que querem saber”.

Estas são as últimas palavras de Giulietto Chiesa. Confirmadas pelo facto de que, imediatamente após a transmissão, o vídeo da Conferência ficou obscurecido, porque “o seu conteúdo foi identificado pela comunidade do YouTube, como sendo inapropriado ou ofensivo para certos tipos de público”.

Manlio Dinucci
il manifesto, 28 de Abril de 2020

Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com
Webpage: NO WAR NO NATO

PS1: Vídeo da conferência de 25 de Abril: 
https://www.youtube.com/watch?time_continue=778&v=RTcz-jS_1V4&feature=emb_logo