sábado, 3 de fevereiro de 2018

ALICE JORGE: UMA MULHER OLHANDO A MULHER



«A mulher que nos mostrava as mulheres, desvendando o seu mais simples e sofrido quotidiano ou, depois, o seu corpo na naturalidade de uma nudez sem artifícios e embelezamentos, a professora que experimenta o risco de riscar, o borrão ou o acaso, para além da figuração, numa aula prática de proveito e exemplo, a pintora de retratos nos limites da singeleza e da ingenuidade, a paisagista da indistinção, a experimentadora de signos gráficos fortemente comunicativos, a ilustradora que cede aos poderes da imaginação»




                                                   UMA MULHER OLHA OUTRA MULHER 
















  • 1960 – Pintura e gravura. Cooperativa Gravura, Lisboa.

    • 1963 – Pintura. Galeria do Diário de Notícias, Lisboa.
    • 1968 – Gravura. Cooperativa Gravura, Lisboa.
    • 1971 – Gravura, desenho, pintura. Galeria S. Francisco, Lisboa.
    • 1972 – Pintura. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.
    • 1977 – Pintura e aguarela. Junta de Turismo da Costa do Sol.
    • 1978 – Pintura e desenho. SNBA, Lisboa.
    • 1980 – Pintura e aguarela. Galeria Tempo, Lisboa.
    • 1980 – Pintura e aguarela. Galeria Alvarez , Porto.
    • 1982 – Pintura, aguarela e desenho. Galeria Ana Isabel, Lisboa.
    • 1985 – Pintura. Galeria do Diário de Notícias, Lisboa.
    • 1986 – Aguarela e desenho. Galeria Bertrand, Lisboa e Porto.
    • 1991 – Pintura e aguarela. Galeria Teatro Romano, Lisboa.
    • 1991 – Pintura e aguarela. Casa-Museu Romântico, Porto.
    • 1992 – Obra gravada. Bienal de Gravura da Amadora.
    • 2013 – Alice Jorge – Traços, Ecos e Revelações. Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira

    sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

    quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

    DON MIGUEL RUIZ, O ESPELHO DE NÉVOA ou A VOZ RESGATADA

    A minha descoberta tardia de correntes Junguianas de psicanálise levou-me a este magnífico livro de auto-ajuda. Ele é muito mais do que isso. É todo ele um grande poema, épico, de fôlego amplo e muito humano também.

    Pensei traduzir esta obra, mas depois cheguei à conclusão que não estava à altura de o fazer, pois preciso de ter mais domínio da língua multifacetada desse grande escritor e pensador, que é Don Miguel, um discípulo de Carlos Castañeda. Tenho de ler toda ou quasi toda a obra para poder dar uma tradução condigna.
    Ou posso -  também - endereçar o hipotético leitor para o original em Castelhano, numa escrita escorreita, pura de maneirismos, pelo que qualquer estudante da língua de Cervantes poderá facilmente ler  compreender.

    A vários níveis esta obra me fascina. 
    O menos para mim, é que seja uma espécie de best-seller, uma espécie de lugar-comum. 
    Por debaixo dos lugares comuns, estão milenares de várias civilizações e as palavras heuristicamente curativas dos profetas.

    Mas a obra fala por si, esta é uma apresentação inútil: LOS QUATRO ACUERDOS por Miguel Ruiz





    segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

    [OBRAS DE MANUEL BANET] ESTÂNCIAS



    Hoje, como outro dia qualquer 

    Podia ser Primavera
    Marulhar de seixos rolados
    N' areia firme da baixa-mar
    Na espuma de dias
    Coleantes sem fim...

    Assumo como passos na areia

    Este destino
    Imanente ilusão e
    Real se misturam

    Aqui estou;

    Posso descrever, pintar,
    Ou fotografar a paisagem
    Mas, como fazê-lo 
    Com a paisagem interior?
    Esta beleza que me mata
    E me embala
    Tenho fome de azul

    O dentro está fora e fora o dentro

    Sábio? Louco? - Eu sei lá
    Gosto de pedras castanhas
    Com laivos de roxo
    Erodidas conchas encastoadas
    Junto ao cristal

    Podia ser noutro tempo

    Podia, eterno instante
    Ave cruzando o horizonte
    A espuma e a rocha
    A falésia intemporal

    Naquele dia vi

    Vi  sempre com devoção
    Recordarei
    Sempre e sempre voltarei
    Ao recôndito lugar 
    Do teu templo
    Aqui neste preciso lugar 
    Da minha escrita

    Um dia sonhei a minha morte

    E fiquei tranquilo
    Guardo imagens dela
    sem igual no coração
    e nos olhos quando se fecham

    Meu pobre intelecto!

    Sempre descrente
    Sempre a duvidar 
    Da natural divindade
    Da Natureza
    Até sempre, doutor! 
    Apenas lhe desejo coisas boas,
    Bom caminho, boa viagem!

    Gosto de estar aqui 

    Não lamento aqui ficar
    Aqui, além, noutro lugar,
    Em ti mesmo estou 
    Estarei em ti somente 
    Tu... que sabes 

    Um simples calhau

    Mais que todas as palavras
    Deu eco à rocha
    No calor do raio solar
    Que me afaga o rosto
    Neste instante preciso

    Tudo é eterno

    O tempo não existe
    O mundo é vibração-onda
    Eleva-se esvai-se
    A onda sempre
    Não se cansa e segue sempre
    O sopro da respiração

    Mar primordial 

    Te adoro e venero
    Te dou e me dou
    Mudo de encanto

     S. Pedro do Estoril, 28-01-2018






    domingo, 28 de janeiro de 2018

    ANGOLA SOB NORTON DE MATOS (documentário RTP, por Fernando Rosas)


                                       História a História África - Episódio 4 - RTP Play - RTP

    Vale a pena conhecermos a nossa História. Nos períodos menos estudados ou conhecidos, ela não é menos interessante. 

    O que significa para nós, hoje, conhecer a História de Angola nos tempos de Norton de Matos? 
    - Teremos uma melhor compreensão de nós próprios, de onde viemos, que motivações e limitações tiveram os das gerações dos nossos pais e avós, como reagiram, etc. 
    É um pouco como a História das nossas famílias. Um bocado difícil para alguns, suportar certas imagens, porque se misturam afectos. Mas, por outro lado, há coisas que são, há coisas que aconteceram. 
    Nos conhecermos a nós próprios, é a chave da sabedoria individual; também é necessário conhecermos a História, o entorno, o ecossistema, compreender o que somos, de onde viemos... Saber o passado é andar com maior segurança nos caminhos do futuro!

    Temos sido amnésicos e isso tem um preço. A ignorância do passado tem um preço, um custo muito elevado para o presente e para o futuro.

    sábado, 27 de janeiro de 2018

    [OBRAS DE MANUEL BANET] O cuidar das coisas efémeras...


    O cuidar das coisas efémeras...

    As essências que de nós emanam, são acaso mais que os dias?
    A nossa procura é sempre brincadeira de criança solitária

    Colhemos rosas em Setembro, sem qualquer malícia
    Visitámos recônditos antros e neles buscámos o sonho
    Porém, da ausência se fez presença e do silêncio, brado

    Soubemos -por fim- a sabedoria:  nossas naus,
    ardidas em praia calcinada,     olhando para elas
    nos acordámos.



    I.
    Alvejavam já os cortinados, soprados pela brisa; as aves não buliam
    Pelas pálpebras dormentes, um frémito perpassou
    Depois, voltou a mergulhar em sono profundo
    Por dentro do secreto casulo de seda 
    O sonho desenrolava-se, denso, incompreensível

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    II.

    Estava deitado, olhando a abóbada celeste
    Perto de mastros destroçados e velas rasgadas
    Mas, seu olhar não podia ver as estrelas
    Nem, tão pouco, seu ouvido podia ouvir 
    Estas vagas suaves que se enrolam na areia

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    III.

    Caminheiros das estrelas
    Fomos enganados por fogos fátuos
    as centelhas do nosso ego
    que nos desviavam da rota de vida
    Nós estávamos no seio do Universo
    A vida veio e abriu-nos os corações
    simples momento de iluminação
    despidos de morte
    só luz e entendimento
    da palavra «amor»